quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Vídeo contra a infalibilidade papal

 A infalibilidade papal

Uma vez que a Bíblia ensina que a Igreja é coluna e sustentáculo da verdade, e, portanto, não pode errar ao ensinar a verdade de Cristo, o papa como líder não pode errar nos seus ensinos dessa verdade.

O vídeo Resposta: Que Papa infalível é esse?, do Rafael Pablo, cristão protestante, possui, como sempre, inúmeros equívocos, que demonstram que o mesmo ainda não conhece a doutrina católica, embora conheça bem a doutrina protestante.

Ele não é totalmente leigo a respeito do catolicismo, podendo lidar com inúmeras questões do meio católico, demonstrando que tem estudado o assunto. Mas, como é de se esperar, em questões mais rebuscadas o mesmo não tem o conhecimento real da doutrina católica. Isso é natural.

O presente artigo irá lidar com pontos importantes da crítica feita pelo apologista protestante.

A tradição católica teria uma regra: algo que não estaria na Bíblia poderia ser “inventado”. Pasmem. É isso que o apologista ensina sobre a tradição da Igreja por meio dessa crítica.

Também, da afirmação de que foi a Igreja Católica que “nos deu as Escrituras”, a Igreja estaria acima das Escrituras, pois a Igreja teria vindo antes das Escrituras, conforme dizem alguns. Esse ponto é atacado pelos protestantes de todas as denominações.

A única resposta que o apologista oferece é que nenhum estudante de teologia sério, e de história da Igreja, sabe que não existe essas história de que a Igreja Católica ter nos dado a Bíblia.

Afirma que a Igreja foi construindo dogmas que vão contra a Bíblia e como a Igreja veio antes da Bíblia ela pode contrariar a mesma.

E contra o papado ele afirma que o mesmo se fundamenta na infalibilidade papal, que significa que quando o papa fala em matéria de fé e moral ele é infalível. É óbvio que isso não é a infalibilidade papal, mas o apologista pensou que entendeu e afirma que o dogma não tem fundamento nas Escrituras.

O primeiro contraponto relevante que o mesmo traz contra a infalibilidade papal é o seguinte: a doutrina seria estranha e anti-bíblica e a vida de alguns papas, como João XII (955-964), que com apenas 18 anos transformou a administração papal em um covil de prostituição. O pecado seria algo normal. Ele teria sido morto pelo marido da mulher que estava cometendo adultério com João XII.

Mas esse comportamento seria compatível com alguém guiado pelo Espírito Santo para guiar todos os cristãos em matéria de fé e moral (minuto 6). Também sobre o papa Alexandre VI e sua vida irregular.

Tudo isso significaria que o Espírito Santo não se preocupa com a vida imoral dos papas e poderiam esses cometer o que quisessem de pecados.

O segundo ponto que refutaria a doutrina da infalibilidade papal seria que a infalibilidade não significa impecabilidade. Isso seria como a doutrina protestante que ensina que o pecado não faz deixar de ser cristão. No entanto, cometendo um pecado o cristão se arrepende e muda de vida.

Mas, como no catolicismo há pecados mortais isso não faria sentido, pois quem comete pecado mortal perde a salvação.

E o que tira daí o apologista protestante? Ele afirma que isso só funciona para os leigos, porque o papa poderia cometer diversos pecados mortais e ainda ser auxiliado pelo Espírito Santo para governar a Igreja na fé e na moral. O leigo iria para o inferno e o papa continuaria sendo guiado pelo Espírito Santo.

Então, o apologista continua sua crítica mostrando a fundamentação na Bíblia.

Os reis eram ungidos pelos sacerdotes. E eles não contavam com a infalibilidade papal, pois cometeram erros em matéria de fé e moral. O povo não poderia pecar por estar seguindo ordens do rei.

No Novo Testamento Deus teria mudando o modo de agir e dado a infalibilidade ao papa para guiar a Igreja. O tom da crítica é demonstrar que isso não pode ocorrer, Deus não poderia faz isso, e não teria feito.

Não existiria nenhum versículo para embasar a infalibilidade papal, mas apenas uma “pretensa argumentação”.

João 14, 15: O Espírito Santo está com os que amam a Jesus. Os papas pecadores logicamente não estariam com o Espírito Santo.

E o versículo de mata de vez qualquer oportunidade de defesa da infalibilidade papel é Mateus 7, 15-20, que fala dos falsos profetas, lobos devoradores. Pelos frutos conhecemos a árvore. Os frutos dos papas pecadores foram maus. Como fica a infalibilidade?

Aqui vão respostas rápidas para os que procuram a verdade, inclusive o próprio apologista protestante, e desejam entender melhor a doutrina católica.

1º A Igreja não pode inventar doutrinas, e não as inventa.

2º A Igreja Católica tem seu papel na preservação da Bíblia.

3º Somente quando o papa fala em matéria de fé e moral como pastor supremo (visível) da Igreja, com intenção de ensinar a todos de forma dogmática, é que tem a infalibilidade. João XII nunca fez isso. A maioria dos papas nunca usaram da infalibilidade. Pelas explicações do apologista fica claro que o mesmo entende que sempre que o papa ensina em matéria de fé e moral ele é infalível. Essa não é a doutrina.

4º Os papas João XII e Alexandre VI são acusados de muitos pecados. No entanto, nunca ensinaram qualquer dogma, não foram infalíveis, e suas vidas são apenas exemplos de líderes que caíram em pecado.

5º Se o apologista entender bem a doutrina, verá que a vida do papa, como a de qualquer outro cristão, deve ser santa e será julgada por Deus. A infalibilidade está em prol da Igreja e não da vida particular do pontífice. Assim, o papa que morrer em pecado moral é condenado ao inferno como qualquer outro pecador. Na explicação do apologista isso não ocorreria. Falhou na explicação, por não conhecer a doutrina católica.

6º O povo católico não pode pecar alegando estar seguindo ordenas do papa. Assim, é o mesmo que ocorria nos tempos dos reis.

7º Quando Jesus diz que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, e o erro e a heresia são coisa que o inferno usam para destruí-la, isso mostra que a heresia nunca será admitida formalmente e geralmente na Igreja.

8º Quanto ao ensino de que pelos frutos se conhece a árvore, esse se dá principalmente no nível pessoal. Assim, o papa que não tiver bons frutos não estará unido a Cristo. Isso não o tira do cargo, mas o mesmo sofre o juízo divino.

Gledson Meireles.

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