A infalibilidade papal
Uma
vez que a Bíblia ensina que a Igreja é coluna e sustentáculo da verdade, e,
portanto, não pode errar ao ensinar a verdade de Cristo, o papa como líder não
pode errar nos seus ensinos dessa verdade.
O
vídeo Resposta: Que Papa infalível é
esse?, do Rafael Pablo, cristão protestante, possui, como sempre, inúmeros
equívocos, que demonstram que o mesmo ainda não conhece a doutrina católica,
embora conheça bem a doutrina protestante.
Ele
não é totalmente leigo a respeito do catolicismo, podendo lidar com inúmeras
questões do meio católico, demonstrando que tem estudado o assunto. Mas, como é
de se esperar, em questões mais rebuscadas o mesmo não tem o conhecimento real
da doutrina católica. Isso é natural.
O
presente artigo irá lidar com pontos importantes da crítica feita pelo
apologista protestante.
A
tradição católica teria uma regra: algo que não estaria na Bíblia poderia ser
“inventado”. Pasmem. É isso que o apologista ensina sobre a tradição da Igreja
por meio dessa crítica.
Também,
da afirmação de que foi a Igreja Católica que “nos deu as Escrituras”, a Igreja
estaria acima das Escrituras, pois a Igreja teria vindo antes das Escrituras,
conforme dizem alguns. Esse ponto é atacado pelos protestantes de todas as
denominações.
A
única resposta que o apologista oferece é que nenhum estudante de teologia
sério, e de história da Igreja, sabe que não existe essas história de que a
Igreja Católica ter nos dado a Bíblia.
Afirma
que a Igreja foi construindo dogmas que vão contra a Bíblia e como a Igreja
veio antes da Bíblia ela pode contrariar a mesma.
E
contra o papado ele afirma que o mesmo se fundamenta na infalibilidade papal,
que significa que quando o papa fala em matéria de fé e moral ele é infalível.
É óbvio que isso não é a infalibilidade papal, mas o apologista pensou que
entendeu e afirma que o dogma não tem fundamento nas Escrituras.
O
primeiro contraponto relevante que o mesmo traz contra a infalibilidade papal é
o seguinte: a doutrina seria estranha e anti-bíblica e a vida de alguns papas,
como João XII (955-964), que com apenas 18 anos transformou a administração
papal em um covil de prostituição. O pecado seria algo normal. Ele teria sido
morto pelo marido da mulher que estava cometendo adultério com João XII.
Mas
esse comportamento seria compatível com alguém guiado pelo Espírito Santo para
guiar todos os cristãos em matéria de fé e moral (minuto 6). Também sobre o papa
Alexandre VI e sua vida irregular.
Tudo
isso significaria que o Espírito Santo não se preocupa com a vida imoral dos
papas e poderiam esses cometer o que quisessem de pecados.
O
segundo ponto que refutaria a doutrina da infalibilidade papal seria que a
infalibilidade não significa impecabilidade. Isso seria como a doutrina
protestante que ensina que o pecado não faz deixar de ser cristão. No entanto,
cometendo um pecado o cristão se arrepende e muda de vida.
Mas,
como no catolicismo há pecados mortais isso não faria sentido, pois quem comete
pecado mortal perde a salvação.
E
o que tira daí o apologista protestante? Ele afirma que isso só funciona para
os leigos, porque o papa poderia cometer diversos pecados mortais e ainda ser
auxiliado pelo Espírito Santo para governar a Igreja na fé e na moral. O leigo
iria para o inferno e o papa continuaria sendo guiado pelo Espírito Santo.
Então,
o apologista continua sua crítica mostrando a fundamentação na Bíblia.
Os
reis eram ungidos pelos sacerdotes. E eles não contavam com a infalibilidade
papal, pois cometeram erros em matéria de fé e moral. O povo não poderia pecar
por estar seguindo ordens do rei.
No
Novo Testamento Deus teria mudando o modo de agir e dado a infalibilidade ao
papa para guiar a Igreja. O tom da crítica é demonstrar que isso não pode
ocorrer, Deus não poderia faz isso, e não teria feito.
Não
existiria nenhum versículo para embasar a infalibilidade papal, mas apenas uma
“pretensa argumentação”.
João
14, 15: O Espírito Santo está com os que amam a Jesus. Os papas pecadores
logicamente não estariam com o Espírito Santo.
E
o versículo de mata de vez qualquer oportunidade de defesa da infalibilidade
papel é Mateus 7, 15-20, que fala dos falsos profetas, lobos devoradores. Pelos
frutos conhecemos a árvore. Os frutos dos papas pecadores foram maus. Como fica
a infalibilidade?
Aqui
vão respostas rápidas para os que procuram a verdade, inclusive o próprio
apologista protestante, e desejam entender melhor a doutrina católica.
1º
A Igreja não pode inventar doutrinas, e não as inventa.
2º
A Igreja Católica tem seu papel na preservação da Bíblia.
3º
Somente quando o papa fala em matéria de fé e moral como pastor supremo
(visível) da Igreja, com intenção de ensinar a todos de forma dogmática, é que
tem a infalibilidade. João XII nunca fez isso. A maioria dos papas nunca usaram
da infalibilidade. Pelas explicações do apologista fica claro que o mesmo
entende que sempre que o papa ensina em matéria de fé e moral ele é infalível.
Essa não é a doutrina.
4º
Os papas João XII e Alexandre VI são acusados de muitos pecados. No entanto,
nunca ensinaram qualquer dogma, não foram infalíveis, e suas vidas são apenas
exemplos de líderes que caíram em pecado.
5º
Se o apologista entender bem a doutrina, verá que a vida do papa, como a de
qualquer outro cristão, deve ser santa e será julgada por Deus. A
infalibilidade está em prol da Igreja e não da vida particular do pontífice.
Assim, o papa que morrer em pecado moral é condenado ao inferno como qualquer
outro pecador. Na explicação do apologista isso não ocorreria. Falhou na
explicação, por não conhecer a doutrina católica.
6º
O povo católico não pode pecar alegando estar seguindo ordenas do papa. Assim,
é o mesmo que ocorria nos tempos dos reis.
7º
Quando Jesus diz que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, e o
erro e a heresia são coisa que o inferno usam para destruí-la, isso mostra que
a heresia nunca será admitida formalmente e geralmente na Igreja.
8º
Quanto ao ensino de que pelos frutos se conhece a árvore, esse se dá
principalmente no nível pessoal. Assim, o papa que não tiver bons frutos não
estará unido a Cristo. Isso não o tira do cargo, mas o mesmo sofre o juízo
divino.
Gledson
Meireles.
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