segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Livro: Adventismo e Reforma

ADVENSTISMO E REFORMA PROTESTANTE, capítulos 1 e 2

 

UM GUIA DE ESTUDO

 

de  DAVI CALDAS


 

Os comentários abaixo serão melhor entendidos por quem leu o guia de estudo, pois são comentários, às vezes, breves e de forma simples, partindo do que foi afirmado na lição.

O comentário desse livro, desse guia de estudo, publicado recentemente em 2021, serve para um diálogo saudável com os adventistas do sétimo dia, que pretenderem melhor conhecer a fé cristã católica.

É certo que o guia mencionado foi escrito para um diálogo com outros protestantes. Mas neste comentário há a oportunidade de se fazer o diálogo com os católicos.

Aqui, o intuito é mostrar a fé católica, de forma breve, clara, respeitosa, bíblica, em diálogo, a partir da leitura do livro citado. São pontos esclarecidos da fé católica, obtidos enquanto se reflete distintivos da doutrina adventista.

O diálogo é extremamente difícil, visto que a doutrina adventista combate abertamente a doutrina católica. Isso vai ficando mais claro nos pontos em que essas tensões aparecerem. Mas é totalmente possível dialogar, basta ter vontade para isso.

Que o Senhor Jesus abençoe esse diálogo para que haja bastante luz ao passo que as questões forem sendo comentadas, para o crescimento na graça e na fé, para a glória de Deus.

Gledson Meireles

 

Apresentação

 

Na Igreja Católica temos estudos breves sobre outras Igrejas, a fim de informarem os católicos sobre a origem, características e doutrinas de outras denominações.

Em relação aos adventistas, no ano de 1959 foi publicado um caderno com o título Os Adventistas, obra do Pe. Dr. L. Rumble, traduzida português. Certamente o padre Rumble colheu muitas informações de M. Canright, um ex-adventista, que, segundo o pr. Leandro Quadros, é um pioneiro na crítica adventista.

Pois bem. Pela apresentação do Pe. Rumble, temos que os adventistas têm origens remotas, por assim dizer, em 1740 com Whitefield, passando por Wiliiam Miller, até chegar em 1860, quando a denominação é fundada.

Embora a Igreja Adventista do Sétimo Dia seja considerada, nessa obra, também uma seita, e duramente criticada quando se diz que não se pode seguir Ellen White e ser genuíno discípulo de Cristo, uma afirmação que se faz como reação católica diante da propaganda e atitude anticatólica dos adventistas, coisa que é bastante razoável, e de se esperar nesses tempos de embates mais intensos. De fato, no adventismo o papado é visto como o Anticristo, e doutrinas católicas são vistas como blasfêmias.

A apresentação da Igreja Adventista nessa obra do referido sacerdote católico ainda contem afirmações de que os escritos de Ellen White são fundamentais e colocados no mesmo nível da Bíblia e de que a doutrina do santuário não pode ser crida por alguém inteligente, coisas que certamente não são palavras bem recebidas pelos adventistas.

Ainda assim, com caridade o padre Rumble ensina, como é comum na fé católica, a termos a seguinte atitude: “...todos os católicos se capacitem de que ainda é seu dever não manifestar senão caridade com todos, mesmo de entre os inimigos professos de sua religião”.

Do mesmo modo, em artigo escrito por D. Estêvão Bettencourt, afirma o apologista católico, de forma honesta e sinceramente, que o adventismo não é nem de longe representante do genuíno cristianismo. Essas afirmações são bastante previsíveis, naturais e parte da apologética. Há palavras mais duras do que essas, escritas por Ellen White e pelos adventistas com relação à Igreja Católica.

O autor do guia de estudo , Davi Caldas, afirma que a Igreja Adventista do Sétimo começa pelos idos de 1844 e formaliza-se em 1863. Os adventistas desde cedo foram muito estudiosos da Bíblia, e afirmam resgatar ensinos cristãos esquecidos, e ser uma igreja que se reforma ao longo dos anos.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma Igreja protestante e opõe-se à infalibilidade e autoridade da Igreja Católica. Assim, o presente comentário serve como diálogo entre a fé adventista e a fé católica.

Cresçamos em conhecimento e graça, pois a verdade é Cristo e Sua doutrina. Achegar-se e aderir à verdade é crescer em Cristo.


 

Comentário da Lição 1

 

No Protestantismo o legado de igrejas mais centradas na Bíblia pode ser explicado como uma atitude a uma única fonte infalível de autoridade. Mas isso faz da IASD mais bíblica, em sentido crítico, já que muitas doutrinas são claramente errôneas, e várias interpretações carecem de plausibilidade.

Também, a Igreja Católica é totalmente bíblica em toda a sua teologia, mesmo no sentido protestante referido antes, onde cada doutrina tem sua fundamentação na Bíblia. No entanto, a Igreja Católica é bíblica em sentido estrito, o que significa que suas doutrinas são fundamentadas de fato nas Escrituras. Mesmo o apelo à tradição apostólica e ao magistério eclesiástico é plenamente bíblico.

Quando se diz que os primeiros protestantes ainda mantiveram doutrinas católicas e “repetiram vícios”, obviamente isso será tido como inexato, ou com muito menos ênfase, se tivermos em conta a posição dos luteranos, que dirão não ter herdado vícios e erros, como os adventistas estão afirmando, mas que continuam igualmente a reforma da Igreja.

Assim também os reformados dirão que os erros de Calvino, por exemplo, não são mais adotados em seus credos, e que as confissões de fé são testemunho da fé bíblica que professam.

Isso é diverso nos movimentos e igrejas do século 19, que tinham o intuito de levar avante a reforma. E essa maior radicalidade é sentida na doutrina adventista.

Aliás, os adventistas, nascidos de ambientes metodistas, batistas e congregacionais, possuem vários elementos da Reforma Radical, como o batismo de crentes e por imersão, uma forma batista de entender o sacramento, ou ordenança, como preferem chamar. Assim, a posição quanto à relação entre a Igreja e o Estado, é também de inclinação batista, como a maior radicalidade nas reformas, em comparação com Lutero e Calvino.

Até mesmo a noção de remanescentes em toda a história da Igreja, como na tese do livro O Rastro de Sangue, de persuasão batista, é semelhante ao conceito que guia a exposição no livro O Grande Conflito, de Ellen White, sem falar na questão um pouco diversa e especial de entender o princípio Sola Scriptura.

Quanto às doutrinas católicas citadas, que foram alvo de críticas e apelos para reforma na história da Igreja, podemos afirmar que as Escrituras Sagradas são a autoridade suprema, e são elas que estabelecem a autoridade da Igreja e da Tradição.

A Tradição apostólica extrabíblica é também palavra de Deus, sendo apenas um modo de revelação diverso, e não contradiz a Bíblia.

Os livros deuterocanônicos são inspirados, e não houve período sem inspiração de Escrituras, no sentido de se ter suspenso o dom da inspiração para escrever a Palavra de Deus.

Em resumo, a infalibilidade da Igreja e do papa é resultante da doutrina bíblica.

A infalibilidade da Igreja Católica Apostólica Romana faz dela a única que pode com certeza fornecer interpretação indubitável das Escrituras.

A questão das traduções da Bíblia para outras línguas além do latim já é caso resolvido. Hoje as traduções católicas são feitas nos mais diversos idiomas. O sacerdócio universal dos crentes é doutrina católica. Está presente no Catecismo da Igreja Católica de modo claro. A salvação é pela fé, em primeiro lugar, e pelas obras, em conexão com a fé, e nunca pelas obras. A fé é o início da salvação, e as obras são necessárias, pois nascem da fé.

Os adventistas são acusados por outras denominações do mesmo que os protestantes em geral acusam a Igreja Católica nesse pormenor que toca a doutrina da fé e das obras na salvação.

O purgatório é bíblico, a intercessão dos santos falecidos é algo útil, e é uma prática bíblica, com fundamento bíblico. Também a veneração de Maria é bíblica, a eucaristia como o corpo e o sangue de Cristo, literalmente entendido, é bíblico, e não há repetição de sacrifício.

O celibato é bíblico e a confissão é bíblica. A ordenação de homens que optaram pelo celibato não é problema, já que é um direito da Igreja legislar nessas questões que estão de acordo com a Palavra de Deus. E o celibato é uma doutrina bíblica.

Quanto à confissão, uma vez que se entende que os líderes da Igreja possuem o poder de perdoar os pecados em nome de Cristo, é preciso conhecer os pecados para dar absolvição, o que exige a confissão dos pecados aos ministros.

Essas são apenas afirmações, para mostrar a posição católica, afirmações essas brevissimamente resumidas.

A Bíblia está acima de todos, acima da Igreja, como corpo dos fieis, acima da Tradição, pois é o único meio, o meio singular, que Deus inspirou para revelar Sua Palavra.

É a própria Escritura que estabelece a Igreja e a Tradição como instâncias a funcionarem para o ensino e preservação da Palavra de Deus. Portanto, Deus assiste a Igreja em questões de fé e moral, pois são questões que dizem respeito à salvação, e preserva a Tradição Apostólica, o que não foi escrito inspirado por Deus, mas foi primordialmente ensinado de forma oral, em meio a tantas tradições. Entre essas tradições é preciso discernir a tradição apostólica.


 

Comentário da Lição 2

 

O capítulo dois trata do Sola Scriptura, que ensina que a Bíblia é a única regra de fé e prática e que interpreta-se a si mesma. Dessa forma, o cristão pode interpretar corretamente a Bíblia seguindo métodos rígidos de interpretação, seguindo “regras lógicas e básicas de interpretação”, como escreve o autor. Então, o católico também pode interpretar a Bíblia segundo a sã exegese e hermenêutica, seguindo regras básicas de interpretação bíblica.

Ainda, afirma que ninguém pode transformar em doutrinas as próprias ideias. Por isso, deve-se lembrar, que as afirmações de Lutero não eram verdadeiras quando disse que a Igreja de Roma fez isso. Nada mais estranho para a fé católica que uma opinião pessoal, tornar doutrina uma ideia própria, que chegue a ser seguida por toda a Igreja. Nunca. A doutrina católica é de origem divina.

De fato, a Igreja Católica não é origem de doutrina, mas anunciadora do evangelho, defensora da verdade, preservadora da fé. A Igreja não cria doutrinas, mas as expõe fielmente. A fé vem de Deus, foi ensinada por Jesus Cristo, é preservada pelo auxílio do Espírito Santo. Assim, a Palavra de Deus, a Bíblia, e também o que é conteúdo inspirado da Tradição Apostólica, devem ser mantidos e cridos com fé divina.

É preciso notar que os textos apresentados para mostrar que os líderes e as tradições podem falhar, não são prova de que a Igreja pode falhar. De fato, a Igreja, vista como órgão que garante a pureza do evangelho, assim como o colégio dos doze apóstolos, é infalível. Não é esse o lugar de provar isso, mas até o fim do comentário da presente lição isso irá ficar mais claro.

Assim, os apóstolos pregavam com autoridade, e não há exemplo de cristãos insubmissos à pregação apostólica, nem conferindo se a mesma pregação dos apóstolos era verdadeira ou não. Tal coisa nunca ocorreu.

Por isso, São Paulo podia afirmar que mesmo um anjo do céu deveria ser anátema se ensinasse algo diverso do que ele havia ensinado (cf. Gl 1, 8). Portanto, o ensino apostólico é dogmático.

O mesmo pode-se afirmar dos textos que indicam a falibilidade dos líderes religiosos. É óbvio que nenhum líder é infalível, mas os apóstolos foram. Cada apóstolo foi infalível na pregação e na escrita da doutrina cristã. Eles foram infalíveis no ensino da fé e da moral cristãs. E escreveram o que pregaram por inspiração do Espírito Santo. Outros escritores seguiram a doutrina dos apóstolos e foram inspirados na escrita dos livros bíblicos do Novo Testamento.

Depois, a Igreja em sua universalidade é também infalível, de modo que nenhuma doutrina pode entrar no rol da fé cristã se não for verdadeira. A Igreja Católica não pode ensinar heresias. Um membro da Igreja pode se tornar herege, uma igreja local pode cair em erro, uma região inteira pode se afastar da fé, mas nunca a Igreja em peso, em geral, em sua totalidade, nem na sua fonte magisterial. Ou seja, não é possível que o  magistério em comunhão com o papa caia em heresia.

Por isso, a Bíblia é o padrão da verdade e pode provar que a Igreja não pode cair no erro. A Bíblia garante que a Tradição e o Magistério são infalíveis.

Afirmar que muitas das doutrinas, crenças e práticas católicas não possuem base bíblica ou se mantém por interpretações frágeis de textos bíblicos não é exato. Não há uma única doutrina católica que não tenham fundamentação sólida na Bíblia.

A Igreja Católica não crê no Sola Scriptura por sua impraticabilidade, conforme o ensino protestante. Ainda, há uma forma católica de entender a doutrina que expõe o princípio falho que a mesma tem por fundamento.

Para isso, vejamos o mesmo princípio usado no Protestantismo aplicado em outra passagem da Escritura. A passagem é Efésios 4, 11-15.

Nesse texto bíblico, é ensinado que os dons de Deus foram dados à Igreja para que uns sejam feitos apóstolos, alguns profetas, alguns evangelistas, alguns pastores e mestres, para equipar os santos, ou seja, os cristãos, que formam a Igreja em geral, pela obra do ministério de pregação do evangelho, para construir o corpo de Cristo, para que todos cheguem à unidade da fé e ao conhecimento de Cristo, o Filho de Deus, à estatura adulta em Cristo, à plena medida da estatura de Cristo, para que não sejamos como crianças, mas falando a verdade em amor, devem crescer em direção a Cristo, cabeça da Igreja. Assim, o ministério da Igreja serve para o crescimento em Cristo.

Portanto, Deus preparou as autoridades da Igreja para construir o corpo de Cristo, chegar à unidade, crescer na fé, até a perfeição em Cristo.

Pelo mesmo artifício de interpretação protestante geralmente feito em 2 Tm 3, 15-17, poder-se-ia concluir que Ef 4, 11-15 ensina que somente os líderes da Igreja foram postos por Deus para levar os cristãos à perfeição em Cristo.

Até mesmo a prevenção de heresias é feita pelos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Sem mencionar a Bíblia, tudo isso é realizado pelos líderes da Igreja, pelo seu trabalho evangelístico, pela sua obra, pelo seu ensino oral, pregando o evangelho. Os cristãos seriam aperfeiçoados somente pelo ministério da Igreja.

Obviamente o evangelho está na Bíblia, mas o texto afirma tudo isso em referência aos líderes, que são assim colocados por Deus, levando a Igreja à perfeição em Cristo.

Pelo mesmo princípio, poderia alguém afirmar que a Escritura não é necessária, mas somente a Igreja, conforme o texto acima estudado. Obviamente isso seria um erro, e, portanto, está refutada a interpretação feita semelhantemente em 2 Tm 3, 15-17.

A Bíblia é capaz de tornar o homem sábio para a salvação pela fé em Cristo, é útil para o ensino, para repreensão, para a correção, para a instrução na justiça, tudo isso para que o homem de Deus seja perfeito e plenamente preparado para toda boa obra.

A leitura protestante faz dessa passagem algo como que excludente da tradição e da Igreja, pois o que é tornado perfeito por algo não necessita de nada mais, e o texto afirma que a Escritura leva a essa perfeição.

No entanto, por analogia, o texto de Efésios 4, 11-15, lido dessa maneira, excluiria a própria Escritura, pois a Igreja poderia pregar o que a Escritura ensina sem que o homem tenha de ir à Escritura para tornar-se perfeito em Cristo. Esse trabalho em cada cristão seria feito unicamente pelo ministério eclesiástico. Portanto, essa exegese protestante é falha.

Mas há uma forma que é totalmente praticável, como acontece no Catolicismo, e que podemos chamar de algum modo de Sola Scriptura. É o Sola Scriptura entendido de modo cristão católico.

Conciliando os textos acima, temos que Bíblia é completa para levar à salvação e perfeição em Cristo, mas que esse ministério é feito pela Igreja, que constrói o corpo de Cristo, leva o homem à perfeição e afasta os erros e heresias, pela pregação da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja deve ser infalível, e sabemos disso pela revelação bíblica, como está nos textos de 1 Tm 3, 15; 2 Tm 3, 15-17 e Ef 4, 11-15.

Os católicos não aceitam qualquer doutrina que não esteja na Bíblia, nem crê por meio de autoridades que surgem fora da comunhão da Igreja, e nem pregam sermões cujo centro não é a Palavra de Deus.

A autoridade infalível nesse anúncio da verdade é da Igreja Católica conforme a Tradição apostólica, em total conformidade com a Bíblia, o que é diferente de olhar para os membros da Igreja individualmente, ainda que seja o papa em pessoa. A infalibilidade do papa supõe a infalibilidade da Igreja.

No mais, os princípios bíblicos que norteiam a vida cristã são bem explicados na lição comentada.

A Bíblia Sagrada: Para a Igreja Católica a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, inspirada, inerrante, infalível, tida em altíssima conta, autoridade Suprema, digna de louvor, respeito e veneração, sendo o próprio objeto da Palavra de Deus, a Bíblia, reverenciado na Igreja, na liturgia, nas casas, nas mãos dos cristãos católicos, de modo que a Palavra de Deus está no coração dos católicos como autoridade inquestionável.

Entretanto, a Igreja tem o máximo cuidado de zelar pela verdade das Escrituras, impedindo, conforme suas responsabilidades, de acordo com o costume do tempo, o modo, as circunstâncias, a realidade vivida, impedindo a abertura de quaisquer brechas que possam dar surgimento a heresias e erros graves para a fé.

Assim é que durante muito tempo as traduções foram diminuídas, as línguas latina e grega foram quase as únicas usadas na liturgia, no Ocidente e Oriente respectivamente.

O trabalho dos copistas nos mosteiros, reconhecido pela história como preponderante para a conversação das Escrituras durante os séculos, o que sabemos fazer parte da Providência de Deus, na Igreja Católica, ainda é questionado e às vezes desprezado por meio de críticas, como essa de que a Igreja proibia a leitura da Bíblia e era contrária à sua divulgação, fazendo do trabalho dos monges possível apenas por serem feitos em locais de pouca expressividade e longe dos olhares das autoridades eclesiásticas, que não veriam com bons olhos a multiplicações de cópias das sagradas páginas.

Isso é um absurdo, visto que os mosteiros, com criação, desenvolvimento, regras, etc., funcionavam todos sob os olhares da autoridade central, dos bispos e papas, e não há exemplo nenhum de qualquer empecilho por meio das autoridades da Igreja, ou de não concordância, ou coisa parecida, diante do trabalho dos monges copistas, que amavam a Escritura, oravam e trabalhavam, com o princípio ora et labora, fazendo o bem, à imitação de Cristo, deixando legado enorme e fundamental na preservação da Sagrada Escritura.

É fato que entre os católicos a leitura da Bíblia foi por muito tempo ínfima. Somente católicos mais esclarecidos na fé tinham acesso à Escritura de forma mais livre, durante os períodos críticos.

Diante das interpretações daqueles que se afastavam da Igreja Católica, especialmente a partir da Reforma, o cuidado para manter a fé, e a atividade contra as más interpretações, fizeram com que a Igreja temesse ainda mais que heresias surgissem em seu meio, à maneira do que estava ocorrendo nas seitas. É uma preocupação sincera, correta, cheia de zelo, e muito prudente. Pode às vezes não ser expressa por meio de boas aplicações, de bons métodos para alcançar esse fim, mas o princípio está correto.

Gledson Meireles.

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