quinta-feira, 25 de março de 2021

Santos e canonização

No artigo que pode ser acessado aqui, é feita uma crítica ao conceito de santidade no Catolicismo, como se o mesmo fosse diferente do conceito correto. De fato, o artigo é inócuo no que tange a isso. O que segue abaixo deve servir para melhor entender o que é a canonização e o que entendemos por ser santo.

Não é por obras que se alcança o céu, mas sem elas dificilmente se chega lá. É óbvio que Madre Teresa de Calcutá tinha a fé em Cristo como Salvador, e sua vida estava apenas mostrando que ela vivia a fé que tinha. Portanto, o processo de canonização tem a ver com a questão da vida de obras em união com a fé.

Por isso, o pastor Natanael concorda que sem a santificação não se vê a face de Deus.

A Madre Teresa era serva de Deus em Cristo, conforme João 14, 6.

Ela cria em Jesus como salvador, conforme João 5, 24 e Atos 4, 12

Ela era testemunha de Jesus nos lugares onde vivia, com virtudes heroicas, conforme Atos 1, 8 e Marcos 10, 32-33.

Ela santificava sua vida, conforme Hebreus 10, 10

Ela era santa, no sentido de separada para servir a Cristo (conforme os textos citados de Rm 1.7; ICo 1.2; ICo 6.2; Ef 5.3; Ef 5.27; Fp 4.21; IPe 1.16), mas em sentido mais estrito, foi santa e deixou um exemplo a ser seguido, de forma muito expressiva, e é isso que a canonização significa.

Santos somos todos nós, cristãos que estão na graça de Cristo, mas ainda imperfeitos, até que atinjamos o fim da caminhada na terra. No céu, todos são aperfeiçoados por Cristo. Portanto, os santos do céu são modelos de fé para nós e perfeitos por não terem mais pecado, e muitos são exemplos de vida, por terem vivido heroicamente com a graça de Deus contra o pecado.

Se alguém conhece o evangelho e a verdadeira história da Igreja Católica, saberá que santo não é somente os que são canonizados (isso é desconhecimento da doutrina católica), mas santos são os que estão no céu. Milhares de milhares, incontáveis, são santos e não estão canonizados para o nosso conhecimento.

Ainda, santo não significa impecável na terra (somos santos, mas ainda pecadores). Os santos são os que são perfeitos por terem chegado ao céu e estão servindo a Deus por toda a eternidade. No céu não podem mais pecar, completaram a sua jornada, foram feitos santos.

E, por fim, santo é geralmente alegre, pois vive a alegria da salvação, muitas vezes é divertido e sempre sorridente, como o era São Felipe Neri.

Assim, pegando o exemplo de São Felipe Neri, ele fez como Jesus, gostava das crianças, vivia em ambientes simples e pobres, participava de festividades, como o autor do artigo fala citando atitudes do Senhor Jesus. Tudo isso é encontrado nos santos de alguma forma.

O que o artigo tentou passar foi, entre outras coisas, que o conceito de santidade no catolicismo estaria equivocado, e o sentido da palavra santo distorcido. O que ficou claro, no entanto, é que as críticas não afetam nem a superfície da doutrina, pois critica praticamente o conceito derivado dos meios administrativos, diríamos, que a Igreja dispõe para identificar uma pessoa santa de modo a propor como modelo e exemplo aos fieis cristãos, para ajudá-los na sua vida diária e seguimento de Jesus. Nada atingiu da verdadeira doutrina católica sobre a santidade.

Gledson Meireles.

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