segunda-feira, 25 de março de 2024

Escatologia - Parte 1


Vamos estudar um pouco de escatologia, através de artigos do site Reação Adventista, para conhecermos melhor a doutrina adventista e apresentar a doutrina católica a respeito do tema, para melhor comparação. Então, o leitor poderá decidir qual está de acordo com a Bíblia.

Pois bem. O texto de Dn 2 é interpretado de várias maneiras. A Igreja não dogmatiza uma interpretação. Obviamente, pelos estudos vamos percebendo o que está conforme a doutrina cristã católica.

É certo que é comum entre os comentaristas católicos dividir o Império Medo-Persa em dois, como Império Medo e Império Persa. Isso faz terminar a sucessão de reinos na Grécia, que seriam as pernas de ferro.

No entanto, há também na Igreja Católica a interpretação de que os reinos são: Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma. Aqui, Roma é o reino de ferro. Dessa forma, podemos optar por essa interpretação também.

Então, se há uma crítica onde a Medo-Pérsia deve ser interpretada como um império só, isso não é motivo para não ser católico, digamos de passagem, pois há outras opções interpretativas disponíveis aos estudiosos católicos.

O verso 44 é interpretado como referindo-se não aos quatro reinos, como é comum entre os protestantes, mas aos pés da estátua. E quanto a interpretação que faz diferença entre as pernas e pés da estátua.

Pois bem. É admitida uma interpretação onde o Império Romano irá dura até o tempo do Anticristo (cf. 2 Ts 2, 3.7). Isso supõe uma visão que abrange aquela “dos reinos fragmentados a partir de Roma como uma continuidade”, e faz de Roma um tipo de todos os reinos anticristãos, sendo a parte ao mesmo tempo sólida e frágil do mesmo reino.

Então, os católicos não possuem uma única interpretação, onde a perna da estátua e os pés seriam a Grécia, pois na tradição há interpretação que reconhece a sucessão de reinos indo até Roma.

Os Adventistas discordam que os pés da estátua sejam o mesmo reino que Roma, mas devem ser os reinos que surgiram após a fragmentação de Roma.

Vejamos novamente o símbolo da estátua:

Cabeçaouro

Peito e braçosprata

Ventre e quadrisbronze

Pernasferro

Pésmetade de ferro e metade de barro

Assim como “ventre e quadris” feitos de bronze representam um só reino, assim também é “pernas e pés” feitos de ferro. No entanto, os pés possuem uma parte de barro para indicar que há fragilidade nesse reino no decorrer de sua história.

De fato, a pedra que rola da montanha bate nos pés da estátua, atingindo o ferro, que sãos as pernas, a prata, que são peito e braços e o ouro que é a cabeça. Isso indica que o reino de Deus atinge todos os reinos do mundo.

O rei Nabucodonosor é a cabeça de ouro. Então o reino Babilônico é a cabeça também. Identifica-se aqui rei e reino.

No entanto, ao explicar o quarto reino, do verso 40, explicação essa nos vv. 41-43, é explícita a ligação entre perna e pés da imagem, onde os pés, que possuem ferro e barro, são uma parte e uma forma modificada do mesmo reino.

De fato, o sonho mostra, no verso 33, que os “pés metade de ferro e metade de barro” são parte do reino que é simbolizado pelas pernas de ferro. O texto afirma: “esse reino”, ou seja, o das pernas. “Esse reino” será sólido e frágil.

Vejamos: “Os pés e os dedos, parte de terra argilosa de modelar, parte de ferro, indicam que esse reino será dividido: haverá nele algo da solidez do ferro, já que viste ferro misturado ao barro. Mas os dedos, metade de ferro e metade de barro, mostram que esse reino será ao mesmo tempo sólido e frágil.”.

Os dedos e os pés são parte do reino. Indica que o reino será sólido como ferro e frágil como terra. Portanto, é plausível a interpretação de que o Império Romano tem continuidade na história. E, desse modo, não é necessário fazer separação da perna e dos pés e dedos, como se fossem reinos diferentes.

Vimos que os católicos creem também que a sucessão de reinos chega a Roma, e que, conforme a linguagem da própria profecia, os pés de ferro e barro, conforme apresentação do próprio texto bíblico, são características do quarto reino, que é Roma.

 Gledson Meireles.

 

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