terça-feira, 25 de abril de 2023

Livro: A lenda da imortalidade da alma: Geena

Refutação ao significado do Geena

 

O sheol não é a sepultura universal somente, mas lugar das almas dos mortos. O conceito antigo de Sheol como mundo dos mortos foi sendo desenvolvido, pois o Hades no Novo Testamento em Lucas 16 mostra que há diferentes sortes na região dos mortos.

A comparação da condenação feita a partir do que acontecia no Vale de Hinom não é somente que ali aconteceram sacrifícios, e os cadáveres eram jogados com o lixo, para serem totalmente consumidos pelas chamas, mas o que o evangelho frisa é o fogo estar sempre ardendo. Por isso, ao invés de intencionar transmitir a ideia de aniquilamento, há o conceito de tormento no fogo que não se apaga.

O autor pensa que seria melhor usar a prisão para o tormento eterno do que um lugar de destruição. Isso será refutado mais propriamente quando se tratar do castigo.

Então, para o mortalismo, os ímpios saem da sepultura para o geena. A ideia de uma transferência de um inferno a outro já foi explicada, refutada, e não tem problema para a fé católica.

Agora, a ideia de trazer o morto à existência, para sofrer e destruí-lo novamente ainda é um tanto problemática. De fato, na teologia católica há uma diferença entre o que sofre a alma somente no inferno com o que ocorrerá após o juízo, onde a condenação ao inferno será em corpo e alma.

Mas, para o mortalismo a inexistência da morte é idêntica à inexistência da segunda morte. Assim, o que faz diferença é o sofrimento que os castigados experimentarão antes de voltarem a não existir, antes do aniquilamento.

Interessante a doutrina mortalista, mas não há na Bíblia esse esquema, onde os mortos são ressuscitados, são julgados, são presos por um tempo proporcional aos seus pecados, são soltos, na rebelião que fazem junto com Satanás, e depois perecem no Geena. As explicações que o livro tinha dado era que o Geena era o lugar do castigo proporcional até a destruição. Agora há uma outra prisão para os ressuscitados condenados antes disso. Não foi citado nenhum texto bíblico para provar tal esquema escatológico.

Os evangelhos falam do inferno (geena), mas não é essa a ideia. É importante notar que Jesus fala de geena de fogo, em Mateus 5, 22.

Certamente, Jesus não usou o termo grego, mas aramaico, ou hebraico. Ele diz que o fogo é inextinguível, em Marcos 9, 43. Isso não teria problema se o condenado fosse aniquilado.

O condenado ao fogo não estaria preocupado se o fogo dura apenas um pouco ou não se apaga, mas desejaria morrer logo. Quando se diz que o fogo não se apaga e o verme não morre, supõe tormento consciente.

Gledson Meireles.

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