1ª Refutação de um vídeo do Rafael Pablo
Que Deus nosso Senhor
nos ajude a compreender bem cada argumento e cada refutação.
Lutero
propôs uma reforma na Igreja que foi se pervertendo.
Segundo
o argumento, Martinho Lutero propôs algo mais complexo. Será?
Para
a mente protestante sim. Lutero viu que as pessoas compravam indulgências para
obterem o perdão dos pecados. Então propôs que, ao invés disso, elas se
santificassem, que elas se convertessem verdadeiramente.
Ou
seja, Lutero ensinou algo mais difícil: ter acesso às Escrituras, ao invés de
crer em tudo o que a Igreja diz, e participar dos rituais, dos sacramentos, e
ter uma fé sincera em Cristo e viver uma vida de frutos dos espírito que nascem
da fé.
A
ideia protestante é que os católicos creem que uma vez que se participa da
missa, dos sacramentos, e cumprem as penitências, está tudo bem, pois não é
necessário conversão!!!! Nada mais longe da verdade, e mais longe do verdadeiro
cristão católico.
Isso
é algo que é crido por muitos protestantes, sobre os católicos, desde os dias
da reforma.
Lutero
teria proposto algo mais complexo, como uma simplificação da salvação que, naquela
época, era crida pelos católicos, como: confissão, missa, eucaristia,
sacramentos em geral, e pronto, a pessoa estaria salva. Lutero então ensinou
que deveria haver conversão.
Mas
é justamente essa a doutrina católica. Na verdade, o que havia era uma
banalização das coisas, uma vida cristã mecânica, sem espiritualidade, sem
conversão. O mesmo Martinho Lutero confessa que não era convertido. Ele temia a
Deus, mais do que O amava.
Por
isso, nessa observação, Lutero tinha razão. E foi isso que o Concílio de Trento
ensinou, naquela mesma época, fazendo a verdadeira reforma da Igreja. E também
por isso que Lutero deixou a Igreja.
Na
verdade, ele buscava algo que a Igreja já ensinava, mas não encontrou a paz que
buscava. Assim, quando encontrou a doutrina da justificação, abandonou as obras
piedosas.
O
argumento usado pelo Pablo é correto. Lutero não queria destruir a Igreja e não
há lugar para pensar isso, pela forma que Lutero propôs a reforma.
Ainda.
Se um católico que se converte ao protestantismo disser que é mais difícil ser
protestante, isso acontece certamente porque ele não era verdadeiramente
católico. De fato, Lutero não foi um católico como deveria ter sido. Ele era
sincero, verdadeiro católico de tradição, mas não cristão católico convertido.
Deve-se fazer essa distinção.
Aguém
poderia ir à missa, rezar o terço, receber os sacramentos, fazer promessas,
novenas, peregrinações, e etc. Mas, do mesmo modo, não tinha verdadeiro
conhecimento das verdades cristãs, não tinha real conversão a Cristo, não
cumpria tudo aquilo por amor a Deus por meio do sacrifício salvífico de Cristo,
mas apenas por crer que aquelas obras seriam aceitas por Deus como esforço
pessoal e mereceriam a graça de Deus, que recompensaria as obras. Lutero vivia
dessa forma como padre, e por isso deixou a Igreja Católica. Todos os que
trilham esse caminho acabam se afastando da Igreja Católica. Basta ver os
testemunhos, aos montes.
No
Protestantismo é ensinado a cuidar da vida espiritual. Na Igreja Católica também.
O
exemplo que o apologista oferece é muito significativo: alguém peca mortalmente
e se confessa ao padre. E diz que isso não adiantaria!!!!! E, então, o que
adiantaria?
A
resposta protestante é essa: é necessário mudança, arrependimento, e não
cometer aquele pecado novamente!!!!!
Meu
Deus!!!!
O
apologista mostrou com isso que não conhece a doutrina católica de modo algum,
mesmo estudando o catolicismo por anos (por mais de três anos).
A
crítica é: o sacramento é um ritual. Não adiante cumprir o ritual, é necessário
arrependimento sincero, confissão do pecado, pedido de perdão a Deus. E é isso
que o cristão católico faz.
De
fato, para ir ao padre e se confessar (cumprindo o ritual, o sacramento), antes
é preciso ter arrependimento sincero, e não querer mais cometer o pecado do
qual arrependeu-se, pedindo o perdão e a misericórdia de Deus e estando
disposto a fazer a penitência para reparar os danos que o pecado deixou em sua
alma. É algo muito profundo, espiritual.
E,
diga-se de passagem, mais difícil do que para o protestante. De fato, tudo o
que o protestante deve fazer o católico também faz. Mas o católico é obrigado pela lei eclesiástica a
confessar-se ao sacerdote.
Não
se entra aqui no mérito da questão da confissão e seus fundamentos bíblicos,
mas na questão real de que para o católico é mais difícil a vida no espírito.
Em
outras palavras, o protestante convertido e cumpridor fiel dos seus deveres para
com Deus, tem menos a fazer do que o católico convertido.
Por
essa razão, o bom protestante quando estuda a doutrina católica tende a tornar-se
católico, quando encontra a fé católica e a conhece.
Por
outro lado, é bastante improvável que o protestante só de nome ou aparência torne-se
católico fervoroso.
Para
o católico de tradição, leigo e não praticamente, é muito comum que se torne protestante.
Talvez seja a maioria esmagadora, beirando os cem por cento das conversões.
Essa realidade pode ser verificada e comprovada.
Se
há católicos que não se importam com pecados veniais, isso não é culpa da
Igreja. De fato, a doutrina do purgatório mostra o sofrimento que há de ter os
que cometem pecados veniais. Portanto, é mais sério do que o apologista
protestante supõe.
Assim,
se não é pecado mortal, não tá tudo certo. Se é isso que alguns católicos
deixam transparecer com suas atitudes, não é o que a doutrina católica ensina.
Só para esclarecer.
É
óbvio que até a fala do cristão católico deve ser moderada, santa. Sempre foi
assim. Basta ver como os padres conversam, como são respeitosos nos gestos e na
fala. Assim, são os católicos praticantes em sua maioria. Isso é muito mais uma
nota católica do que protestante. É algo notório.
A
prática mecânica dos sacramentos não garante a salvação, mas apenas a fé em
Jesus. Isso é católico. Nesse ponto, Lutero estava correto.
O
que vale é participar de tudo o que a Igreja propõe, com espírito convertido, com
espírito de fé, com espírito piedoso.
Foi
isso que Lutero viu anos mais tarde, na diferença entre os católicos e os
protestantes.
O
que o protestante pensa do catolicismo, não condiz com a realidade em que vivem
milhares de católicos convertidos.
Pensar
que todos os católicos pensam que pecar venialmente está correto, e que
participar dos sacramentos e praticar obras é o que leva à salvação (tanto no
tempo medieval como atualmente), é uma caricatura mental que se faz do
catolicismo, como se isso fosse a realidade medieval (que não era, mas apenas
um exemplo do que ocorria em grande parte, exigindo reforma), ou que fosse a
realidade até os dias de hoje, o que está longe de ser verdade.
É
certo que essa fé mecânica sempre é encontrada entre os professos cristãos
católicos. Isso existe, e é muitas vezes denunciado pelos padres, que veem
pessoas que são professamente católicas, mas que não obedecem às regras da
Igreja e vivem contrariamente à fé com suas obras impiedosas. Maioria desses
vão à igreja somente em momentos especiais. Outros, os que frequentam, mas que
vivem a fé “mecanicamente”, estão como o jovem Lutero, que via nas suas obras o
motivo da salvação.
Então,
é realmente mais difícil ser cristão católico.
Gledson Meireles.
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