quinta-feira, 26 de setembro de 2024

É mais difícil ser protestante?

 1ª Refutação de um vídeo do Rafael Pablo

Que Deus nosso Senhor nos ajude a compreender bem cada argumento e cada refutação.

Lutero propôs uma reforma na Igreja que foi se pervertendo.

Segundo o argumento, Martinho Lutero propôs algo mais complexo. Será?

Para a mente protestante sim. Lutero viu que as pessoas compravam indulgências para obterem o perdão dos pecados. Então propôs que, ao invés disso, elas se santificassem, que elas se convertessem verdadeiramente.

Ou seja, Lutero ensinou algo mais difícil: ter acesso às Escrituras, ao invés de crer em tudo o que a Igreja diz, e participar dos rituais, dos sacramentos, e ter uma fé sincera em Cristo e viver uma vida de frutos dos espírito que nascem da fé.

A ideia protestante é que os católicos creem que uma vez que se participa da missa, dos sacramentos, e cumprem as penitências, está tudo bem, pois não é necessário conversão!!!! Nada mais longe da verdade, e mais longe do verdadeiro cristão católico.

Isso é algo que é crido por muitos protestantes, sobre os católicos, desde os dias da reforma.

Lutero teria proposto algo mais complexo, como uma simplificação da salvação que, naquela época, era crida pelos católicos, como: confissão, missa, eucaristia, sacramentos em geral, e pronto, a pessoa estaria salva. Lutero então ensinou que deveria haver conversão.

Mas é justamente essa a doutrina católica. Na verdade, o que havia era uma banalização das coisas, uma vida cristã mecânica, sem espiritualidade, sem conversão. O mesmo Martinho Lutero confessa que não era convertido. Ele temia a Deus, mais do que O amava.

Por isso, nessa observação, Lutero tinha razão. E foi isso que o Concílio de Trento ensinou, naquela mesma época, fazendo a verdadeira reforma da Igreja. E também por isso que Lutero deixou a Igreja.

Na verdade, ele buscava algo que a Igreja já ensinava, mas não encontrou a paz que buscava. Assim, quando encontrou a doutrina da justificação, abandonou as obras piedosas.

O argumento usado pelo Pablo é correto. Lutero não queria destruir a Igreja e não há lugar para pensar isso, pela forma que Lutero propôs a reforma.

Ainda. Se um católico que se converte ao protestantismo disser que é mais difícil ser protestante, isso acontece certamente porque ele não era verdadeiramente católico. De fato, Lutero não foi um católico como deveria ter sido. Ele era sincero, verdadeiro católico de tradição, mas não cristão católico convertido. Deve-se fazer essa distinção.

Aguém poderia ir à missa, rezar o terço, receber os sacramentos, fazer promessas, novenas, peregrinações, e etc. Mas, do mesmo modo, não tinha verdadeiro conhecimento das verdades cristãs, não tinha real conversão a Cristo, não cumpria tudo aquilo por amor a Deus por meio do sacrifício salvífico de Cristo, mas apenas por crer que aquelas obras seriam aceitas por Deus como esforço pessoal e mereceriam a graça de Deus, que recompensaria as obras. Lutero vivia dessa forma como padre, e por isso deixou a Igreja Católica. Todos os que trilham esse caminho acabam se afastando da Igreja Católica. Basta ver os testemunhos, aos montes.

No Protestantismo é ensinado a cuidar da vida espiritual. Na Igreja Católica também.

O exemplo que o apologista oferece é muito significativo: alguém peca mortalmente e se confessa ao padre. E diz que isso não adiantaria!!!!! E, então, o que adiantaria?

A resposta protestante é essa: é necessário mudança, arrependimento, e não cometer aquele pecado novamente!!!!!

Meu Deus!!!!

O apologista mostrou com isso que não conhece a doutrina católica de modo algum, mesmo estudando o catolicismo por anos (por mais de três anos).

A crítica é: o sacramento é um ritual. Não adiante cumprir o ritual, é necessário arrependimento sincero, confissão do pecado, pedido de perdão a Deus. E é isso que o cristão católico faz.

De fato, para ir ao padre e se confessar (cumprindo o ritual, o sacramento), antes é preciso ter arrependimento sincero, e não querer mais cometer o pecado do qual arrependeu-se, pedindo o perdão e a misericórdia de Deus e estando disposto a fazer a penitência para reparar os danos que o pecado deixou em sua alma. É algo muito profundo, espiritual.

E, diga-se de passagem, mais difícil do que para o protestante. De fato, tudo o que o protestante deve fazer o católico também faz. Mas o católico é obrigado pela lei eclesiástica a confessar-se ao sacerdote.

Não se entra aqui no mérito da questão da confissão e seus fundamentos bíblicos, mas na questão real de que para o católico é mais difícil a vida no espírito.

Em outras palavras, o protestante convertido e cumpridor fiel dos seus deveres para com Deus, tem menos a fazer do que o católico convertido.

Por essa razão, o bom protestante quando estuda a doutrina católica tende a tornar-se católico, quando encontra a fé católica e a conhece.

Por outro lado, é bastante improvável que o protestante só de nome ou aparência torne-se católico fervoroso.

Para o católico de tradição, leigo e não praticamente, é muito comum que se torne protestante. Talvez seja a maioria esmagadora, beirando os cem por cento das conversões. Essa realidade pode ser verificada e comprovada.

Se há católicos que não se importam com pecados veniais, isso não é culpa da Igreja. De fato, a doutrina do purgatório mostra o sofrimento que há de ter os que cometem pecados veniais. Portanto, é mais sério do que o apologista protestante supõe.

Assim, se não é pecado mortal, não tá tudo certo. Se é isso que alguns católicos deixam transparecer com suas atitudes, não é o que a doutrina católica ensina. Só para esclarecer.

É óbvio que até a fala do cristão católico deve ser moderada, santa. Sempre foi assim. Basta ver como os padres conversam, como são respeitosos nos gestos e na fala. Assim, são os católicos praticantes em sua maioria. Isso é muito mais uma nota católica do que protestante. É algo notório.

A prática mecânica dos sacramentos não garante a salvação, mas apenas a fé em Jesus. Isso é católico. Nesse ponto, Lutero estava correto.

O que vale é participar de tudo o que a Igreja propõe, com espírito convertido, com espírito de fé, com espírito piedoso.

Foi isso que Lutero viu anos mais tarde, na diferença entre os católicos e os protestantes.

O que o protestante pensa do catolicismo, não condiz com a realidade em que vivem milhares de católicos convertidos.

Pensar que todos os católicos pensam que pecar venialmente está correto, e que participar dos sacramentos e praticar obras é o que leva à salvação (tanto no tempo medieval como atualmente), é uma caricatura mental que se faz do catolicismo, como se isso fosse a realidade medieval (que não era, mas apenas um exemplo do que ocorria em grande parte, exigindo reforma), ou que fosse a realidade até os dias de hoje, o que está longe de ser verdade.

É certo que essa fé mecânica sempre é encontrada entre os professos cristãos católicos. Isso existe, e é muitas vezes denunciado pelos padres, que veem pessoas que são professamente católicas, mas que não obedecem às regras da Igreja e vivem contrariamente à fé com suas obras impiedosas. Maioria desses vão à igreja somente em momentos especiais. Outros, os que frequentam, mas que vivem a fé “mecanicamente”, estão como o jovem Lutero, que via nas suas obras o motivo da salvação.

Então, é realmente mais difícil ser cristão católico.

Gledson Meireles.

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