sexta-feira, 8 de maio de 2020

Capítulo 3: Seria Pedro um presbítero superior aos demais presbíteros?

O presente artigo refuta o capítulo 3 do livro A história não contada de Pedro, de Lucas Banzoli.
 
Boa leitura. 

 
Nesse capítulo o livro passa a tecer uma consideração teológica de Pedro, e afirma: Porém, ao olharmos a Escritura – especialmente os escritos de Pedro – não encontramos qualquer afirmação (direta ou indireta) que qualifique Pedro como um apóstolo em nível superior aos demais ou como um presbítero em nível superior aos outros. (p. 17)

Inicia com a citação de 1 Pedro 5,1-3. Nessa passagem São Pedro exorta outros presbíteros, e apresenta-se como “presbítero como eles”. Por essa afirmação, o livro argumenta que uma vez que Pedro igualou-se no presbiterato aos demais membros desse, não pode ser o primeiro dos bispos, e assim a tese do papado estaria incorreta, e definitivamente refutada.

A especial primazia, e jurisdição, apostólica, como provado nos capítulos anteriores, desfaz essa interpretação inicial do capítulo 3 do livro. O texto bíblico em apreço é seguido por ensinamentos importantes, e que devem ser considerados para melhor entendimento do papel de Pedro nesse contexto. Um deles é a humildade, no v. 5: Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.

Da mesma forma que São Paulo, ao afirmar ser o “menor” dos apóstolos não se torna pequeno em autoridade, assim também São Pedro ao mostrar-se como presbítero.

São Paulo escreve: Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. (1 Cor 15,10) e: A mim, o mínimo de todos os santos...(Ef 3,8)

Ao afirmar que não possuía dignidade de ser chamado apóstolo, sua atitude humilde não desobriga de chamá-lo assim, e muito menos ensina a não considerá-lo um dos apóstolos do Senhor Jesus, e dos maiores. Desse modo, ao afirmar ser presbítero “como” os demais, isso não significa que o primado de Pedro tenha sido negado pelo mesmo, que isso seja evidência de que não existia, ou que não seja ensino das Escrituras. Contrário a isso, tem-se na Bíblia abundante prova do primado de Pedro.

Certamente o autor concorda com o exemplo acima, que evidencia a humildade do apóstolo Paulo. No entanto, espera-se que compreenda que essa passagem tem relação com 1 Pedro 5,1 no que diz respeito ao uso da humildade, sem que isso interfira no poder que o cargo possui, não implique em perda de autoridade, que não significa igualdade hierárquica com todos os cargos.

Os títulos que a Igreja reconhece ter os significados do primado de Pedro não necessitam ter sido escritos por ele mesmo, nem significa que ele tenha se esquecido de registrá-los, mas que o sentido dos títulos cristãos, empregados em relação a São Pedro, possui o mesmo sentido bíblico, segundo a doutrina geral das Escrituras do Novo Testamento sobre o primado.

Naqueles tempos os títulos, muitas vezes referidos ao chefe da Igreja, ainda não existiam, ou não estavam em uso nesse sentido. Dessa forma, a doutrina que os títulos expressam deve ser ressaltada e crida, não a existência dos mesmos nomes indicadores do cargo. A doutrina precede o título. Bastar lembrar que são Pedro foi o primeiro a anunciar o Evangelho, no dia de Pentecostes, a todos os judeus presentes, e foi o escolhido igualmente a pregar a Boa Nova aos gentios, por ocasião que resultou do batismo de Cornélio e sua família. Essa verdade está em Atos 15,7: E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem.

Assim, outra vez, tem-se a iniciativa de Deus em eleger Pedro como chefe, ao ser o primeiro a anunciar a salvação a todos, judeus e pagãos, e o motivo que a Escritura apresenta para isso é claramente definido. Não foi a personalidade de Pedro que o fez agir antes de todos os apóstolos, em primeiro lugar, no dia de Pentecostes. Da mesma forma, não foi sua impetuosidade que o fez anunciar o evangelho e ser o primeiro instrumento de Deus entre todos os apóstolos para incluir os pagãos na Igreja, mas isso ocorreu devido o plano segundo a Vontade de Deus. Assim, temos mais provas bíblicas do primado desse grande apóstolo. Acumula-se com isso mais evidências do primado petrino.

O livro afirma: “Esta segunda linha de raciocínio também é muito importante, pois é aqui que vemos melhor que Pedro não ocupava um cargo superior aos demais líderes cristãos de sua época, mas sim um cargo de igualdade com eles.” (p. 20).

Em primeiro lugar é preciso chamar a atenção para o fato de que o papa não recebe outro sacramento, ele não é ordenado pelos bispos outra vez, com um cargo diferente. Na verdade, ele está em igualdade hierárquica com os demais bispos. Dessa maneira, ele é o bispo da igreja local de Roma. O que ocorre é que o papa é eleito a um cargo superior, fazendo com que além de ser o bispo de Roma, sua jurisdição, de certa forma, alcança a toda a Igreja. Ele, portanto, ocupa um cargo superior, assim como Pedro, que sendo apóstolo possuía as prerrogativas do primado. Dito de outra forma, o papa é um bispo como os demais, mas ocupa um primado na sua função com sucessor do apóstolo Pedro, que recebeu essas prerrogativas, apesar de ser um apóstolo com os outros.

Mas, “Algum católico poderia objetar dizendo que Pedro poderia ser apóstolo superior mesmo sem ter se chamado assim.” (p. 21). Realmente já foi feito isso nas linhas acima, e com respaldo bíblico, e do bom senso. Não foram apenas afirmações, mas já contêm provas. O que poderia ser dito em contrário? O livro afirma que são Pedro costumava usar os títulos apropriados, como faz com relação ao Senhor: E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória. (1 Pd 5,4)

O autor parece ter intencionado apresentar um princípio de que os títulos devem ser sempre qualificados quanto à inferioridade, igualdade ou superioridade, por ser isso o modo ordinário usado nas Escrituras. Contudo, isso não é provado. Trata-se meramente de uma afirmação, bastante repetida, robustamente defendida, adornada de exemplos, mas que não provam o aludido princípio. Doutro modo, teríamos exceções graves do tão caro princípio.

Então, explica: “O sentido é precisamente o mesmo. Pedro estava identificando Jesus não como um pastor no mesmo nível dos demais pastores, mas sim como um pastor em nível superior – um sumo (ou “supremo”) Pastor. Se Pedro identificasse Cristo somente como “pastor”, ele poderia estar no mesmo nível dos demais pastores.” [ênfase no original] (p. 21)

Essa explicação é falha pelo seguinte fato: na mesma epístola os títulos de pastor e bispo são aplicados a Jesus sem quaisquer prefixos. Assim está escrito: Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas. (1 Pd 2,25)

Esse texto é da mesma epístola, e fere o princípio aludido acima, apresentado pelo autor. O Senhor Jesus é o Pastor (Ποιμένα - Poimena) e Bispo (Ἐπίσκοπον-Episkopon), sem qualquer prefixo. Não foi escrito super pastor e super bispo nem sumo pastor e sumo bispo. O contexto bíblico encarrega-se de elucidar a eminência máxima de Cristo. Contrariamente, então, ao que pretendeu, o texto inspirado não usou de qualquer diferenciação, não aplicando o prefixo que indicasse supremacia [arch] de Jesus, o que seria uma, que seria usado caso isso fosse a norma bíblica. Segundo a argumentação do livro, esse “esquecimento” do prefixo teria feito Jesus um pastor no mesmo nível dos demais pastores, e um bispo como os outros bispos. De fato, definitivamente quando se quer ressaltar na natureza de uma função, deve-se usar esses prefixos, assim como Pedro usou para falar de si em igualdade aos demais presbíteros, como quando usou para mostrar que Jesus é o Sumo Pastor, e não um pastor como os demais. Sendo essa alternativa incorreta, pois na mesma carta esse padrão não existe, e que tal asserção provem da premissa mostrada no livro, e não na Sagrada Escritura, tem-se que o argumento do mesmo carece de qualquer base na Bíblia, e é empregado contra o primado petrino de forma gratuita. Não provou nada. Como o autor julgou a presente resposta, em sua inteireza, não somente neste capítulo, como fraca, espera-se que tenha refutação para tudo isso.

Então, continua o autor: “Porém, ao longo de toda a Escritura vemos Jesus sendo chamado de “Sumo Sacerdote” (Hb.5:10; 4:14; 8:1; 3:1; 5:1; 5:5; 10:21; 6:20; 4:15; 9:11; 2:17; 7:26) e de “Sumo Pastor” (1Pe.5:4).”

Essa comparação é fora de propósito. A doutrina católica ensina que Jesus é o único Sumo Sacerdote. Jesus é o único que possui o Sacerdócio do Novo Testamento, sendo somente Ele o Sacerdote. Assim, todos os cristãos, e os ministros ordenados [incluindo o papa] são participantes do Sacerdócio de Jesus Cristo. O emprego do título de Sumo Sacerdote no sentido bíblico não contrasta com o uso relativo ao papa, pois o papa é apenas aquele representante do Senhor na Igreja, como líder estabelecido pelo Senhor Jesus.

Quanto à afirmação seguinte, de que: “O “sumo” sempre é apontado para alguém que detém uma posição superior – nunca é ignorado ou esquecido!” (p. 21) [ênfase no original], isso foi desfeito acima, reduzido o argumento a pó, com fundamento na Palavra de Deus. Nem sempre o prefixo sumo é usado para diferenciar o chefe, e indicar a supremacia. (cf. 1 Pd 2,25)

Também, o texto de Mateus 10,24-25 certamente não tem o intuito de ensinar que o servo será, possivelmente, igual ao mestre em autoridade, mas em qualquer outro sentido. Talvez o autor do livro não tenha pensado nisso, mas a implicação da sua posição, o exemplo que usou para desfazer o primado de Pedro, trouxe implicações indesejáveis. Uma vez que um servo torna-se como o senhor em autoridade e jurisdição, não há mais senhor e servo, tornando a relação nula, e de forma estranha havendo certamente dois senhores ou dois servos. Imagine onde todos são senhores, onde estarão os servos? E onde todos são servos, onde estará o senhor? É por tal contrassenso que se prova a impossibilidade de interpretar a passagem acima nesse sentido.

A passagem de Mateus 10,24-25 significa que o tratamento do discípulo será também aquele que o Mestre recebeu. Assim como perseguem o Senhor, o mesmo ocorrerá com seus servos. Essa verdade bíblica cumpre-se na pessoa do papa de maneira claríssima: Jesus foi chamado de Belzebul, e seus domésticos, que são os cristãos, podem assim ser acusados igualmente. Entretanto, a história registra que os hereges acusaram, e acusam, o papa de ser o Anticristo, cumprindo Mateus 10,25. O Senhor foi chamado de Belzebul, o papa é chamado de Anticristo. Isso não significa que um ou outro protestante o tenha chamado assim, mas que documentos oficiais, livros importantes e escritores renomados têm acusado o romano pontífice dessa forma.

Desse modo, o uso do “como” (que deveria indicar igualdade de patamar) nesse verso, com o intuito de provar que o mesmo denota igualdade, mesma autoridade, igual jurisdição, não merece reprovação, pois não tem essa intencionalidade. Contudo, para atacar o primado de Pedro não cumpre seu propósito, por ser fruto de uma interpretação incorreta. O primado continua de pé, sem sofrer ferimentos com esse arrazoado a partir da passagem acima comentada.

Ao tentar fundamentar o ataque ao papado [primado de Pedro, primazia de Roma, etc.] pela explicação: “Quando o “como” no texto é uma conjunção (como é o caso de 1Pe.5:1), ele significa basicamente “do mesmo modo que, da mesma forma que, no grau de”. [ênfase no original], o autor não previa que a mesma lógica poderia levar um cristão a afirmar ser “como” Jesus, do mesmo modo que Jesus, da mesma forma que Jesus, no mesmo grau de Jesus, em autoridade do idêntica à do Senhor, e portanto ter a mesma autoridade de Deus! O uso absoluto desse princípio aí elencado resulta em absurdo. Isso seria blasfêmia, e refuta radicalmente a interpretação do livro. A não se que o autor tenha uma justificação para continuar usar o argumento acima. Do contrário, está refutado.

Assim como Jesus não estava enganado, e não estava enganando quando disse que o discípulo pode igualar-se ao mestre, Pedro igualou-se aos outros presbíteros, verdadeiramente, e humildemente, mas nenhum dos casos indica igualdade em autoridade e jurisdição, tratando-se de caso diverso, de igualdade moral, como já explicado. O próprio fato do apóstolo estar escrevendo a epístola e exortado tantos presbíteros é evidência de sua autoridade superior. Além do mais, ele exorta os presbíteros a não usarem mal o poder sobre as igrejas que governavam. São Pedro está dando o exemplo.

E, quando trata-se da questão geral afirma o livro: “Isso mesmo: não somente em Pedro 5:1, mas também em todo o restante da Escritura, os adjetivos de liderança são sempre omitidos quando com relação a Pedro.” [ênfase acrescentada] Isso significa que a omissão de qualquer termo com o prefixo indicador de superioridade referente a Pedro resulta em negação do primado. Ou em outras palavras, indicaria que o mesmo não existe. Portanto, o argumento do silêncio é fortemente empregado nesse particular, contra todo testemunho bíblico do primado petrino, e junto às falhas argumentativas já expostas na presente resposta. Omitir o prefixo é inócuo nessa questão.

Na tentativa de fortalecer sua posição, o autor ainda registra o seguinte: “Nas poucas vezes em que o “primeiro” é mencionado tratando-se de Pedro, a palavra utilizada no grego é “protos”, que, diferentemente de “arche”, não significa “primeiro” no sentido de autoridade superior ou liderança, mas sim “em alguma sucessão de coisas ou pessoas”.” [ênfase no original. A nota 18 afirma: De acordo com o léxico da Concordância de Strong, 4413.] Esquece-se ainda de indicar o sentido de primazia, embutido no termo protos. Ele toma o significado de protos como restrito âmbito matemático, de contagem de coisas e pessoas, e não indicando de certo modo algo de outra natureza.

Em Atos 28,7 está escrito: E ali, próximo daquele lugar, havia umas herdades que pertenciam ao principal da ilha, por nome Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias.A tradução “principal da Ilha”, onde principal vem do grego “protos”, tem o sentido de governo, de eminência, de preeminência, não em termos de sucessão. Públio não foi o primeiro a morar na ilha, mas o primeiro em distinção na ilha. Seria o mesmo que traduzir como o príncipe da ilha. É por isso que há o título de Príncipe dos Apóstolos, uma vez que Mateus afirma que Pedro foi o primeiro.

Nos Dicionários de Palavras Hebraicas e Gregas, da Concordância Exaustiva de Strong, por James Strong, S. T. D., LL. D., 1890, define-se protos como: “4413 protos {pro'-tos} superlativo contraído de 4253; principal (no tempo, lugar, ordem ou importância):--antes, início, melhor, chefe, primeiro (de todos), anterior.”[Disponível em:<http://site.graphepress.com/strongsgreekdownload.pdf> 05 Fev. 2014.] Portanto, protos igualmente significa o primeiro em importância, o chefe.

De igual modo, afirma o apologista Tim Staples que: “A palavra grega protos, “primeiro”, frequentemente denota uma primazia em autoridade, não necessariamente no tempo. Pode ser traduzida como “chefe”. [ênfase no original] [Disponível em: <http://www.catholic.com/magazine/articles/no-rocks-required> 05 Fev. 2014.]

Esse fato contraria o que o livro explica para o termo protos, supondo como, talvez, o único sentido do mesmo, relativo ao tempo, à sucessão das coisas e pessoas apenas, contrapondo-o com arche, quando na verdade protos igualmente pode denotar chefia e liderança. Assim, mais um argumento do livro está refutado. Pedro é o primeiro [protos] dos apóstolos, o chefe deles.

Se o autor reclamar das definições dos outros dicionários que contrariam aquele a que recorreu, talvez uma interpretação bíblica poderia ser de boa utilidade. Sendo assim, passemos a ela.

Em Mateus 10, 2 o apóstolo é chamado de protos, o primeiro. Na verdade, Pedro não foi o primeiro apóstolo chamado. Ele estava junto com seu irmão André, e ambos foram chamados juntos. Não houve precedência. No entanto, as listas de apóstolos sempre elencam Simão Pedro em primeiro lugar. Isso se explica pelo motivo que, Jesus ao vê-lo pela primeira vez, pôs sobre ele um nome, ou sobrenome, Petros, ou seja, Pedro, antes de qualquer palavra, antes de conversa, o Senhor escolheu Pedro como pedra da Igreja, como pescador de homens. Esse nome e sua função indicam que é um nome simbólico que seria expresso pela obra de anunciar o evangelho e reunir os homens na rede de Cristo, a Igreja. O motivo do nome ficou mais tarde manifesto.

Dessa forma, ainda que seu irmão André tenha encontrado Jesus primeiro que ele, e que os dois receberam o chamado apostólico no mesmo instante, ainda assim Pedro é mencionado 100% das vezes nos evangelhos em primeiro lugar, e quase 100% no restante do Novo Testamento. O significado não é o de primeiro chamado, mas de primeiro em eminência, o primeiro em chefia. Isso é um fato, e parece uma implicação irrefutável.

Ainda, no livro está afirmado: “A clareza da informação bíblica nos deixa tão esclarecidos que são precisos verdadeiros malabarismos teológicos para negar tal fato.” Essa afirmação não é verdadeira, como pôde ser visto acima, através de várias refutações. Não há necessidade de qualquer malabarismo para provar o primado de Pedro, com já foi provado acima. O fato de São Pedro, em 1 Pd 5,1, não afirmar sua superioridade em relação aos presbíteros não é de forma alguma uma prova de que sua autoridade fosse igual a dos demais, ou de que apóstolos e presbíteros fossem, como grupo, a autoridade da Igreja, onde todos estariam no mesmo patamar hierárquico. Também não é correto afirmar o princípio da, praticamente, obrigatoriedade do uso do prefixo. Deve-se lembrar, como ensina a Bíblia e a Igreja Católica, que o papa só tem autoridade quando está em harmonia com a verdade, ensinando o que ensina a tradição cristã.

Deve-se lembrar ainda que, o cargo de apóstolo é o maior na Igreja. O papa é menor que um apóstolo. Por isso, é incorreto argumentar com algo que insinue menor hierarquia para o grupo de apóstolos na Igreja. Por isso, não há, também, e de forma alguma, necessidade de inserir quaisquer prefixos.

Outra coisa, Pedro escreveu como apóstolo, servo e presbítero, para passar ordens cristãs aos destinatários das suas cartas, e a toda Igreja, já que são parte das Escrituras Sagradas. Isso ele o faz humildemente, mas com sua autoridade apostólica, e porque não, sua autoridade papal.  Por exemplo, e para finalizar este capítulo, o apóstolo São Paulo indica a preeminência de Pedro quando vai visita-lo, pelo desejo de conhecê-lo, o que supõe sua eminência na Igreja. E essa eminência tem como raiz a sua escolha por parte de Cristo.

Ainda, na Igreja há uma hierarquia que não permite equiparar os cargos em autoridade. Dessa forma, após os apóstolos, os bispos são seus representantes. Depois, há os presbíteros, que estão imediatamente sob a supervisão dos bispos. Segue-se o grupo dos diáconos, que diferem em certas funções e autoridade. Não há igualdade de jurisdição entre os três níveis.

Portanto, a liderança de Pedro entre os apóstolos não só é imaginável, mas suposta, evidenciada e provada por tantos passos do Novo Testamento. Eis uma robusta prova bíblica da autoridade e primado de Pedro.
 
Gledson Meireles.

3 comentários:

  1. Pensei que os argumentos do Banzoli fossem mais sedutores. Realmente, a análise bíblica dele é muito superficial.

    Dei uma olhada em alguns artigos dele e percebi que muitas das citações da patristica que ele usa estão corrompidas, seja por tradução ruim ou mesmo por invenções. Fora o fato de ele forçar interpretações que não são cabíveis se você olhar o contexto das obras dos Pais da Igreja que ele cita. Isso é muito triste porque mostra que o sujeito não tem o coração aberto para receber a virtude da Fé.

    Enfim, belíssimo trabalho! Continue!
    Você usa alguma rede social?

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    1. Valeu Gledson Meireles

      Excelente texto refutando o protestantista Banzoli.
      Parabéns Romulo pelo seu comentário, a compreensão católica romana é superior a compreensão do protestantismo o Catolicismo Romano tem a profundidade de discernimento da Religião Cristã e a Bíblia está incluida na Religião que Cristo fundou.

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  2. Aos poucos os argumentos protestantistas do Banzoli vão sendo refutados e vencidos. Parabéns Gledson Meireles, é isso aí refuta mesmo!!!

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