domingo, 12 de fevereiro de 2017

Imagens são ídolos?


A Palavra de Deus condena os ídolos, proíbe a idolatria. Abaixo estão alguns textos usados contra as imagens usadas na Igreja, mas que são proibições de ídolos:

“Fizeram para si um bezerro de metal fundido, o adoraram, lhe ofereceram sacrifícios e disseram: Este é o teu Deus, ó Israel, que te fez subir do país do Egito.” (Ex 32,7)

“Não fareis ídolos, não levantareis imagens ou estela, e não colocareis em vossa terra pedras trabalhadas para vos inclinardes diante delas, pois eu sou Iahweh vosso Deus.” (Lv 26,1)

Proibição de: a) ídolos, b) imagens ou c) estela e d) pedras trabalhadas.

“Já que Manassés, rei de Judá, cometeu essas abominações, procedendo ainda pior que tudo o que tinham feito antes dele os amorreus, e fez pecar também Judá com seus ídolos.” (2 Reis 21,11)

“Os ídolos deles são prata e ouro, obra de mãos humanas: têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não tocam; têm pés, mas não andam; não há um murmúrio em sua garganta. Os que os fazem ficam como eles, todos aqueles que neles confiam.” (Sl 115,3-6)

“Os ídolos das nações são prata e ouro, obras de mãos humanas: têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; não há um sopro sequer em sua boca. Os que os fazem se tornam como eles, todos aqueles que neles confiam.” (Sl 135, 15-17)

“Os ídolos desaparecerão inteiramente”. (Is 2,18)

“Mas se lhes escreva que se abstenham do que está contaminado pelos ídolos...” (At 15,20)

“Quanto aos gentios que abraçaram a fé, já lhes escrevemos sobre nossas decisões: que se abstenham das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das uniões ilegítimas.” (At 21,25)

“Que há de comum entre o templo de Deus e os ídolos¿ Ora, nós é que somos o templo do Deus vivo, como disse o próprio Deus...” (2 Cor 6,16)

“Expulsareis de diante de vós todos os habitantes da terra. Destruireis as suas imagens esculpida, todas as suas estátuas de metal fundido, e demolireis todos os seus lugares altos.” (Nm 33, 52)

“Maldito seja o homem que faz ídolo esculpido ou fundido, abominação para Iahweh, obra de artesão, e o põe em lugar secreto! E todo o povo dirá: Amém!” (Dt 27,15)

“Sim, todos eles nada são, suas obras não são coisa alguma, seus ídolos não passam de sopro e de vazio.” (Is 41,29)

Diante de afirmações de que as imagens são adoradas, como se elas fossem objetos que recebem culto em si mesmas, e que são ídolos, é que torna-se necessária uma explicação como que que segue.

As afirmações abaixo representam o que é comumente dito pelos protestantes sobre as imagens:

“À luz da Bíblia Sagrada, essa forma de comemorar uma imagem como sendo a protetora de um país tão grande como o Brasil, tem apoio bíblico?” (Pr. Natanael Rinaldi)

“O Brasil não vai poder ser abençoado por uma imagem achada no rio”. (Pr. João Flávio Martinez)[1]

As palavras acima afirmam que uma imagem é protetora e uma imagem pode abençoar alguém. É isso o que ensina a Igreja Católica?

De forma geral, os protestantes vêem as imagens e pensam nelas como realidades. E assim, eles negam essa forma de pensar. Eles creem que todo católico crê que uma imagem é uma realidade, que tem poder, e pode curar e salvar e etc. Eles não as consideram apenas como representações, as quais podem receber uma honra prestada pelo que representam.

Como as frases acima deixam claro, a concepção é a de que a própria “imagem” é a padroeira, protetora do Brasil. Seria a própria “imagem” que abençoa o Brasil. É partindo desse pressuposto que muitos põem-se a atacar o uso das imagens nas Igreja.

Outra coisa é chamar as imagens, e todas elas, de “ídolo”. Uma imagem de Jesus é considerada um “ídolo” de Jesus, uma imagem de Maria é chamada de “ídolo” de Maria, e etc. Portanto, de forma geral os ataques às imagens partem, nesses estudos, de um fundo equivocado. Esses ataques às imagens supõem que todas as imagens religiosas fossem ídolos, e isso é um erro fundamental.

Pode-se afirmar que ídolo é uma imagem tratada como realidade ou símbolo de uma realidade, tendo poder ou sendo habitada por alguma força espiritual e, assim, recebendo adoração em si mesma, funcionando como meio de contato com a realidade espiritual. Para os protestantes as imagens são, de alguma forma, o que está contido nessa explicação.

No entanto, para a Igreja Católica as imagens somente são símbolos, são sagradas apenas pelo que representam, e são elas que recebem a bênção, pois são objetos, e não o contrário: não são as imagens que abençoam, mas como objetos que são elas são consagradas.

Um cristão católico não pensa que uma imagem o abençoa, mas presta honra a uma imagem em vista daquilo que ela simboliza. Por exemplo: venera uma imagem de Maria por reconhecer a dignidade da mãe de Jesus.

Outra verdade é que elas não podem ser usadas como amuletos, pois não possuem poder. Elas não são habitadas por espírito, nem possuem qualquer virtude que possa influenciar a vida das pessoas.

Ainda, as imagens não são necessárias para o contato espiritual com Deus, elas não proporcionam meios de ligação. De forma alguma. As imagens constituem apenas representações.

Ademais, quanto aos ídolos, esses são também criados pela imaginação referindo-se a coisas que não existem, expressando figuras que não têm uma existência real, como os deuses antigos (cabeça de águia em um corpo de homem, etc.).

Dessa forma, quando a Bíblia condena ídolos e imagens feitas para adoração, está condenando imagens que recebem o culto prestado a um deus, sendo reconhecidas como objetos de poder e que devem ser cultuados como seres que podem exercer algum influxo sobre o mundo e as pessoas.

Gledson Meireles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário