domingo, 5 de fevereiro de 2017

Comentário a três artigos sobre imagens do site CACP

Abaixo estão algumas elucidações partindo de argumentos comuns contrários às imagens.

Essa primeira parte responde ao artigo:

Posso ser salvo adorando as imagens do catolicismo?.

O artigo explica que a salvação é pela graça, não dependendo das obras, mas que o salvo deve frutificar em boas obras, pois a árvore é conhecida pelos seus frutos (Mt 12,33), e uma pessoa realmente salva irá sentir o desejo de obedecer a Deus, de não praticar o que contraria Sua Palavra, e por isso irá deixar a idolatria.

Isso é a pura verdade. Quem está em Cristo não pode compactuar com a idolatria. O problema começa quando sabemos que a veneração de imagens é diferente da adoração, e que é permitida pela Palavra de Deus, se feita de acordo com a verdadeira fé, com o objetivo fundado na Palavra do Senhor.

Portanto, ninguém pode adorar imagens, mas pode venerá-las. Para quem não sabe isso, o estudo sobre as imagens postado em diversos artigos aqui irá ajudar a compreender essa verdade. E não é uma mera afirmação, o estudo está repleto de provas extraídas da Bíblia contra as principais objeções, de forma sólida para auxiliar quem verdadeiramente teve o encontro com Jesus Cristo.

Abaixo, a segunda parte considera algumas objeções do artigo do mesmo site:


Idolatria

Concluímos que idolatria vai além do amor a imagens pagãs ou não-pagãs, além de se querer atribuir vida e poder a um objeto inanimado.

Esse conceito amplo de idolatria está correto, não há o que objetar.

A idolatria é tão detestável que – quando o povo que acompanhava Moisés pelo deserto convenceu Arão a esculpir um animal, este “edificou um altar diante dele (do bezerro de ouro) e, apregoando, disse: Amanhã será festa ao Senhor”, ou seja, “será festa a Yahweh” (Êx 32.5), ao Deus verdadeiro de Israel (e não ao deus Ápis, do Egito, que era um boi) –, o Altíssimo, ao invés de se alegrar, se irou, pois não gosta de ser representado em forma astros, estrelas, de animal, seres humanos, aves, quadrúpedes nem de répteis. Ele detesta que tentem reproduzi-lo.

A verdade é que Deus não tem problema em ser representado pura e simplesmente, mas não permitiu isso porque o costume dos idólatras em todas as partes do mundo era adorar seus deuses sob a forma sensível de uma criatura, sob uma figura, e é por esse motivo que Deus proibiu isso. Outra coisa é a impossibilidade de fazer a forma de Deus quando Ele ainda não havia mostrado forma alguma em Sua(s) primeira(s) aparição(ões). Essa afirmação de que Deus detesta que tentem reproduzi-lo, de forma pura e simples, não é o que a Escritura revela sobre o motivo que Deus mesmo ensinou para não representa-Lo. É uma falha de raciocínio que levou o autor à essa falha conclusão.

O erro não está na imagem ou figura em si, mas no culto que alguns oferecem a elas até sem notar. Nenhum evangélico condena esculturas nem gravuras de Santos Dumont, de D. Pedro II, etc., por ninguém se ajoelhar ante elas. Mas, se alguém o fizer, serão condenadas da mesma forma.

O problema então é ajoelhar-se, e outras coisas, obviamente, que se fizerem para venerar a imagem.

Contudo, as Escrituras ensinam que o gesto simples de veneração às imagens não constitui pecado, mas é uma veneração sadia que pode ser feita se for iluminada por uma fé correta.

Tratando dos querubins: “A imagem deles, um enfeite permitido como a palmeira o era, foi colocada no Santo dos Santos, onde somente o Sumo Sacerdote podia entrar, uma vez por ano (Hb 9.3-7); não havia como ser vista nem venerada. Eles exprimiam a presença de Deus.

As imagens feitas para serem colocadas nos locais sagrados simbolizam o sagrado, e por isso eram respeitadas, cuidadas, honradas, veneradas. O fato mesmo de existirem os querubins e de estarem longe da vista do povo é um PROVA de que não eram “enfeite permitido”. A tentativa de argumentação acima encerrou uma contradição, pois começa interpretando os querubins como enfeite para depois afirmar que eles não podiam nem mesmo ser vistos, o que torna um enfeite sem sua mais pura razão de existência! É um erro que o leitor deveria refletir.

E se porventura voltar-se e manter que se tratava de enfeite de anjos, esses enfeites seriam somente para o Sumo Sacerdote, que no momento da cerimônia, por causa da fumaça de enchia o Santíssimo, talvez nem podia vê-los.

Encerrando: essas imagens não eram enfeites permitidos, mas eram usadas para celebrações, devoção, ensino e auxílio na compreensão das coisas espirituais. Portanto, não eram tratadas com indiferença.

Não é porque Deus mandou fazer algo, que nos vemos no direito de imitá-lo. É muito diferente quando ele diz “não farás para ti imagens” e quando determina que sejam feitas por sua exclusiva vontade.

Esse argumento foi destruído nos artigos sobre as imagens já publicados, e para que o leitor desejoso de conhecer a resposta da Bíblia para isso, não irei tecer mais nenhum comentário quanto a esse falso argumento.

Veja: É do desejo dele que o adoremos, mas nem por isso poderemos reivindicar o direito de nos adorar; Ele quer que o amemos sobre todas as coisas, mas não aprova que o façamos em relação a nós mesmos.

Esse argumento errou o alvo e não entendeu mesmo a razão do que usou como exemplo. Se Deus manda que o adoremos, somente a Ele, e o amemos sobre TODAS as coisas, seria impossível colocarmo-nos nesse contexto. O fato está claro, e dispensa maiores comentários.

O autor quer que pensemos que, diríamos, Deus usou imagens, mas que somente Ele pode usar, que não podemos imitá-Lo nisso, mas não oferece nenhum verso bíblico para substanciar sua asserção, sendo essa conclusão o resultado que o autor tirou de seus estudos, mas que fugiu das próprias premissas bíblicas. Os artigos já publicados refutam essa ideia.

Isso chega até a negar o que o próprio autor reconhece, ou seja, que as imagens não tem algo de errado em si mesmas: “O erro não está na imagem ou figura em si”.

É bom frisar que, no catolicismo, Maria recebe culto de hiperdulia, que não é uma simples honra, mas um hiperserviço, ao passo que a Deus é dada somente adoração.

A hiperdulia é uma dulia especial, mais honrosa, mas não adoração. Dizer que Deus recebe “somente” adoração é no mínimo uma lástima de argumento.

Eles poderão alegar que não os adoram, mas Deus proibiu representá-lo, ainda que sem fins de adoração.

Verdade. Se for entendido isso, não há o que objetar. Os artigos já publicados tratam desse tema com profundidade, refutando opiniões erradas.

“...servem, admiram, se prostram, fazem orações e promessas a outrem...

Esses são os atos que os protestantes afirmam ser as provas cabais da adoração e que não deveriam ser usadas na veneração das imagens, pois seria adoração. Esse argumento está sendo tratado nos artigos publicados.

Provado está que é ilícito adorar, cultuar ou venerar imagens e pessoas vivas ou mortas, sejam santas ou não.

Como o protestante entende “adorar, cultuar ou venerar” com exemplo nos atos anteriormente descritos: servir, admirar, se prostrar, orar, fazer promessa, é preciso explicar em que sentido esses atos estão atrelados à adoração, se fazem parte exclusiva da adoração, se são eles que determinam a adoração, coisas que são explicadas nos artigos já publicados e nos que ainda serão disponibilizados. Essa é uma das partes mais profundas, e uma vez não entendendo-a, é impossível compreender a questão inteira.


Comentário ao artigo:



Ídolos e Imagens


Assim, idolatria consiste na adoração a algum falso deus, ou a prestação de honras divinas ao mesmo.

Levando isso em conta, as imagens e santos da Igreja não são falsos deuses nem recebem honras divinas.

Esse deus falso pode ser representado por algum objeto ou imagem.

Mas, há objeto e imagem que não constitui nenhum deus.

A idolatria é má porque seus devotos, em vez de depositarem sua confiança em Deus, depositam-na em algum objeto, de onde não pode provir o bem desejado; e, em vez de se submeterem a Deus, em algum sentido submetem-se à valores representados por aquela imagem.

Alguém pode estar pensando que esse conceito atinge os cristãos católicos, mas logo que estudarem as matérias sobre as imagens já publicadas aqui, ficarão surpresas pelo que irão aprender.

Tais leis não se aplicam às artes enquanto os produtos dessa atividade não forem venerados ou adoradas”.

Lembre-se que o autor está referindo-se aos atos: ajoelhar, etc.

Ainda, sobre a imagem, há de se entender que em Ex 25.18-22, 37.7-9, Deus ordenou que se fizesse como ornamento e representação algumas figuras, mas não para adoração ou culto, e nem para olhar para elas e homenagear ou admirar seus feitos poderosos. Trata-se de figuras de ornamento artístico e não objetos de culto ou adoração.”.

Aos israelitas foi prometido: todo aquele que tivesse sido picado por uma serpente e contemplasse a serpente de bronze, movido pela fé, seria cura­do da picada da serpente e não morreria. Isso não é culto a serpente, nem veneração e nem adoração, e evidentemente Deus jamais admiti­ria.”.

O autor esqueceu de explicar então que é aquilo que os israelitas fizeram para com a serpente: “Isso não é culto a serpente, nem veneração e nem adoração”. Então, o que é¿

O fato do próprio Senhor Jesus comparar a sua morte na cruz ao levantamento da serpente de metal no deserto, por Moisés, não significa idolatria ou justificativa para colocar objetos ou imagens para veneração ou adoração, já que o uso aqui é figurado.

O autor encontra-se em um terreno de areia movediça aqui.

Há também casos de ornamentação do templo de Deus ricamente construído por Salomão, como 1 Rs 6.17-36; II Cr 3.5-17; 4.1-22, ou, ainda, a profecia da restauração do templo (Ez 41.17-26). Porém, todos esses objetos e imagens não eram para invocação, intercessão, ou para adoração, mas apenas ornamentação.

O autor cita um texto que foi explicado no mais recente artigo publicado aqui, e afirma que as imagens do templo de Jerusalém eram “apenas ornamentação”. Será mesmo¿ Leiam os artigos que tratam desse argumento.

Assim, um ídolo representa alguma divindade, ou então é aceito como se tivesse qualidades divinas por si mesmo.

As imagens cristãs não possuem nenhuma dessas duas características.

Para tentar fortalecer sua posição, o autor afirma que os querubins são exemplos de imagens que não eram adoradas, e, portanto, estavam fora da proibição da Lei. Está correto.

Porém, vejamos:

Contudo, é possível haver imagem, sem que seja adorada, como no caso dos querubins que havia no templo de Jerusalém. Sem dúvida, esses querubins não eram adorados, nem eram padroeiros dos hebreus, nem intercediam por eles, nem eram recordações de pessoas que eles amavam, formando assim exceção acerca da proibição de imagens.

Essa afirmação é criada sobre a suposição de que o povo de Deus não realizava nenhum gesto em relação às imagens, como, por exemplo, aos querubins. Utiliza o exemplo dos querubins com o objetivo de refutar a explicação católica, supondo que os católicos “adoram” as imagens pelos atos que fazem a elas e que os judeus usavam as imagens apenas como ornamento. Leia os artigos para testar essa objeção. E verá que ela será refutada.

E, naturalmente, é possível a posse de uma imagem esculpida ou pintada, representando algum santo ou herói, religioso ou não, sem que a mesma seja adorada, por ser apenas um lembrete de que se deveria emular as qualidade morais e espirituais de tal pessoa. Por outro lado, quando tais imagens são ‘veneradas’, é provável que, na maioria dos casos, esteja sendo praticada a idolatria”. O autor aceita a posse de imagens, até religiosas, como representação, sem “adoração”, ou seja, no seu entender, sem qualquer gesto em relação à imagem. Será por que as igrejas protestantes não mostram nenhum tipo de imagens assim¿ Para evitar que o povo passe a prestar algum tipo de homenagem a elas¿ Leia os artigos que tratam dessa objeção.

Quando se diz “veneradas” significa ajoelhar, beijar, levar em procissão, rezar a elas, etc. O autor está mostrando que as imagens que não estão no rol da proibição são apenas aquelas usadas como ornamento. Por isso, diz adiante, das imagens dos santos: “daí que todo tipo de objeto e representação material daquele santo passa a ser venerado, cultuado, adorado, e isso é idolatria.”. E ainda: “Além disso, as imagens desses santos são “veneradas” ou “adoradas’ mediante alguma forma de cerimônia, que, supostamente, lhes transmitem a honra e reverência do povo. Ora, se as imagens são apenas “recordações dos flC)5505 irmãos de fé”, então porque se presta consagração, procissão, oferecimento de flores de beijos e curvam-se diante delas? Por que se ora a elas, faz-se pedidos, poesias e cânticos?”. O problema é com os atos de culto com as imagens. É preciso acompanhar todo o estudo para entender essa objeção e refutá-la.         

Entretanto, popularmente, as pessoas realmente veneram às próprias imagens, e a cuidadosa distinção entre adoração e veneração é forçada ao máximo, para dizermos o mínimo.”.

Esse problema é constante, e é tratado no estudo já mencionado. Verifique.

Teólogos católicos romanos têm chegado ao extremo de afirmar que os objetos materiais assemelham-se a entidades dotadas de espírito, capazes de atuar como pontes de ligação entre o que é material e o que é espiritual.”.

Se o autor está estribado em sua argumentação contra a doutrina e prática católica das imagens nesses teólogos aludidos, que cite as fontes. De fato, a doutrina católica não ensina o que está afirmado nesse artigo, e se há teólogos que afirmam isso, não devem ser seguidos. Mas, é preciso apresentar as fontes para a devida avaliação.

Presumir que a pronta rejeição das imagens implica necessariamente em maior maturidade espiritual é incorreto. É preciso refletir.


Comentário ao artigo:


 
Esse texto é bem mais abrangente que os anteriores comentados, e mais complexo em sua argumentação. Aliás, ele é na verdade é parte de um livro que analisa o Catolicismo.

Nas citações a seguir serão elucidadas questões importantes para entender as objeções que o autor oferece.

 Convido-o a se juntar a mim, analisando e comparando a doutrina Católica do uso de Imagens com o que a Bíblia nos ensina a respeito.

Perfeito.

Pergunto aos Católicos sinceros: será que Deus realmente aprova o uso de imagens? Será que a doutrina Católica do uso de imagens é realmente inspirada por Deus?

SIM.

Permita-me analisar alguns destes versículos e desta forma deixar claro que a Bíblia não incentiva e nem mesmo dá margem para que um Cristão use e tenha imagens que representem santos, Jesus ou Maria.

Então, o autor passa a analisar as passagens sobre os querubins da arca, sobre os querubins do santíssimo lugar, e sobre a serprente de bronze.

Pode até parecer um argumento sólido e muito bom à favor do uso de imagens, mas na verdade, é um fraquíssimo argumento”. Veremos.

Ele está se referindo à ordem de Deus para confeccionar os querubins do templo, e afirma que usar esse argumento para fazer imagens é apenas aparentemente bom. O que não consegue é explicar o motivo, pois quando se propõe a isso, aparecem as falhas, que são todas refutadas no estudo sobre as imagens postado aqui.

Além disto, é um enorme erro comparar as imagens Católicas com a Arca da Aliança.

Os motivos seriam os seguintes, conforme apresentados no artigo:


·         Os querubins da Arca da Aliança nunca foram cultuados por nenhum Israelita;

·         Deus nunca mandou que fossem venerados ou os chamou de “veneráveis”;

·         Eram uma representação da presença de Deus sendo ocultada pelas asas dos querubins que se estendiam por sobre o propiciatório;

·         Os querubins não eram imagens sacras ou santas, mas sim uma parte integrante do propiciatório, isto é, faziam parte da Arca da Aliança

Se Deus incentivou a confecção de imagens, por que nenhum Israelita fez para si uma imagem de Moisés?  Por que nenhum Israelita tinha uma imagem de querubim em casa? Por que não colocavam flores em volta dos querubins? Por que não se prostravam diante deles? Essas questões indicam que o autor não está mesmo familiarizado com o tema. Mas a questão é importante. Leia o estudo que postei e encontrará resposta para essa questão.

Todas essas questões tem a ver com o fato de que o real interesse é ressaltar diferenças de uso das imagens na Igreja e o uso das imagens no Antigo Testamento, como se fossem essenciais. O problema é que essa afirmação do artigo é superficial, e quem já leu os artigos postados aqui pode perceber isso facilmente.

Quando o autor tem de enfrentar o argumento do real uso de muitas imagens no Antigo Testamento, um lampejo da verdade é visto: “O que os Católicos precisam entender é que não é pecado ter imagens, do contrário não poderíamos ter nem um simples urso de pelúcia, o pecado é transformar uma imagem em um ídolo.” Mais adiante dirá que as imagens tornam o culto ineficaz, pecaminoso, etc., e coisas do tipo. Portanto, é uma contradição nos argumentos: em certa altura do debate afirma-se que as imagens em si são boas, e somento o mau uso delas é que seria ilícito. Após isso, em outra ocasião, as imagens neutralizam o verdadeiro culto a Deus. É isso o que acontece quando argumento é falso: ele contém contradições.

Novamente, o que o autor diz é que as imagens do Antigo Testamento não recebiam nenhuma veneração, de qualquer tipo. O problema é que não há provas disso, apenas afirmação gratuita. Leia o estudo sobre as imagens já disponibilizado e poderá refutar essa afirmação.

Vejamos o que o autor utiliza para explicar a existência dos querubins: “Os querubins serviam de ornamentação para o Templo e não para serem representações divinas.”.

Somente ornamentação. Deus teria mandado fazer querubins apenas para embelezar o templo. É isso que os apologistas costumam afirmar. É falso. O estudo que apresentei refuta essa afirmação.

Deus não mandou fazer imagens? Por que os habitantes de Israel nunca fizeram uma? Por que não tinham querubins em oratórios?”. Outra vez a pergunta que surge em um início de estudo. É, portanto, rudimentar. Para quem está acompanhando o estudo das imagens desde o início já pode responder a essa dificuldade.

 A serpente de bronze não era santa, venerável ou uma iconografia que transmite pela imagem o que as Escrituras transmitem pela palavra”. Então, faltou explicar o que a serpente de bronze era. Não pode ser para enfeite. Faltou explicar.

Qual é a diferença entre ascender incenso e ascender uma vela? Não é isso que o povo de Israel estava fazendo?”. Não.

Quando o povo começou a cultuar a serpente de bronze, Deus começou a ver aquilo como uma abominação. Ezequias, como servo fiel de Deus, destruiu a imagem da serpente. Imitemos Ezequias!”.

Deus não mandou destruir a serpente, mas Ezequias percebeu o pecado do povo em relação à serpente e tomou aquela medida por iniciativa própria, o que foi do agrado de Deus. Onde está escrito que devemos fazer o mesmo¿ Não há ordem. Mas todos entendem que o exemplo pode ser seguido. E isso é certo. O mesmo quando Deus manda fazer imagens, é simples assim.

Deus condenou o uso delas enfaticamente em toda a Bíblia. O uso de imagens corrompe a glória de Deus e é um atentado contra sua singularidade e sua espiritualidade.”. Essa conclusão contradiz o próprio fato das imagens acima mostradas. É a contradição que foi aludida anteriormente.

Gostaria de chamar atenção para a segunda declaração quando esta afirma “veneráveis e santas imagens”. A palavra santo significa separado e é empregada na Bíblia com sentido de distanciamento do pecado, livre do pecado e proximidade com Deus. Como isso poderia ser aplicado a uma imagem? O que um pedaço de gesso moldado pode ter de “santo”? Não estou querendo ofender os símbolos da religião Católica, mas tão somente levantar esta questão: Por que as imagens Católicas são santas?” E ainda, afirma o autor: “Diz a cúria romana que as imagens não têm virtudes pelas quais devam ser honradas, mas como vimos no item anterior, o Catolicismo chama as imagens de “santas”. Ora, santidade é uma virtude, e diante disto podemos perguntar: Para o Catolicismo, as imagens têm ou não tem virtudes? Sinceramente eu não sei. Mas sei o que a Bíblia diz sobre o assunto: “as suas imagens de fundição são vento e coisa vã.” (Is 41:29).”

O autor realmente não entende o que está criticando. O que a Igreja ensina é que as imagens não possuem poder. Isso é o que está dizendo ao afirmar que elas não tem “virtude” alguma.

Quanto a serem santas, isso é simplesmente pelo fato de serem usadas para o culto de Deus e dos servos de Deus, e por sua significação, e não porque sejam em si mesmas santas. Elas são separadas para o uso para Deus. Assim, nesse sentido, até as vestes são santas (sagradas), como está em Êxodo 39,41.

O argumento cai fragorosamente, visto que há lugares santos, cidade santas, vestes santas, utensílios santos, e portanto imagens santas. Nada a ver com apenas “distanciamento do pecado”, como usado o autor para argumentar.

Pense nisto: por que motivo a Bíblia não descreve algum apóstolo devotando culto a alguma representação? Por que a Bíblia não menciona algo de tanta importância?

Talvez a importância não esteja tanto nesse fato, quando consideramos o cavalo de batalha que essa questão se tornou. Resolve se se deixar de afirmar que o culto das imagens é ilícito. Deve-se entender que ele não é obrigatório, mas é útil e bom, não é essencial, mas é legítimo e não há nele algo intrinsecamente mau. Isso é o que deve ser entendido.

Perceba que a Bíblia não faz diferença entre inclinar-se (equivalente a ajoelhar-se ou prostrar-se) e prestar culto.

É o que foi mostrado no estudo que todos deveriam ler. A inclinação – o ajoelhar-se – e o prostrar-se é entendido pelos protestantes como prestar culto, no sentido religioso. Mas, isso foi provado que é lícito quanto às imagens. No entanto, os protestantes afirmam que é sometne a Deus que tais atos podem ser feitos, por equivalerem: inclinar-se é igual e prestar culto, ou como diz o autor, omitindo o parêntese: “a Bíblia não faz diferença entre inclinar-se e prestar culto”. Essa afirmação é considerada no estudo que fiz.

Citando Êxodo 20, 4-5: “Existe alguma forma mais clara de proibir o uso de imagens? Se o caro leitor for Católico, peço que analise esta pergunta com muita atenção: será que Deus se agrada do uso de imagens? Será que Deus permite o uso delas? O que a Bíblia, palavra viva de Deus, diz à respeito?”.

confeccionar uma imagem (tornando-a um ídolo) é corromper a natureza e a glória de Deus.”. Essa é uma afirmação de cunho gnóstico, que tem aversão à matéria. Como também esta: “As imagens corrompem a glória de Deus e transforma Deus em um simples pedaço de gesso feito pela imaginação do homem.”.

...o culto à imagens de escultura não agrada a Deus e gera a morte espiritual (Ap 21:8).”.

“A Bíblia ensina o uso de imagens? Deus ensina o uso de imagens?” Sim. Quando Deus ensinou ao povo através de imagens como os querubins, ele aprovou o uso legítimo de imagens no ensino de coisas tão importantes.
 
 
 
 
 
 

 
 


 

O artigo mais recente que trata das imagens está aqui.


Gledson Meireles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário