quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Artigo sobre Lutero e os camponeses

Comentário sobre o massacre dos camponeses: conheçamos o que Martilho Lutero ensinou quando considerou o movimento inaceitável.

Lutero muda de opinião e escreve às autoridades para instruí-las como deveriam agir.

1.  Ele afirma que os camponeses mereciam a condenação do corpo e da alma.

2.  O primeiro que assassinar um homem assim, está fazendo o bem.

3.  Pode-se matar tanto secretamente ou abertamente.

4.  Lutero escreve que nunca viu tamanho pecado como essa rebelião.

5.  Afirma que os camponeses estão cheios de demônios.

6.  Os príncipes cristãos podem oferecer outra alternativa antes de agir com a espada.

7.  O príncipe que não usar da força está pecado contra Deus. Lutero entendida que aquele momento era o momento da espada e não da graça. Assim, ele mostra, pela sua leitura da Bíblia, a mesma doutrina que a Igreja pregou em todos os tempos, inclusive quando instruía as autoridades para usar o braço secular na inquisição.

8.  Afirma que cada camponês morto está condenado, sendo eternamente do diabo, e que o príncipe age em boa consciência e justa causa.

9.  Quem morrer nessa guerra contra os revoltosos é considerado um mártir. Essa é a mesma ideia que a Igreja pregava nas cruzadas. Lutero parte das Escrituras e ensina o mesmo.

10.             Se o príncipe não tiver outra razão para matar os camponeses, que o motivo seja a libertação daqueles que são enganados por eles. Essa já seria a razão suficiente para usar a espada.

“...e que o Lutero malvadão mandou matar a sangue frio apenas para saciar sua sede de sangue, ordenando então um genocídio de centenas de milhares de camponeses”.

Mas, essa é a figura dos papas pintada pela apologética anti-católica. O artigo ensina:

1.  Lutero queria que os príncipes defendessem seus territórios contra uma violência bestial.

2.  A razão principal da condenação de Lutero a Müntzer era devido ao uso da violência por parte do último.

3.  Lutero ensinou no panfleto Contra as Hordas Salteadoras e Assassinas dos Camponeses, que os camponeses “deviam ser contidos, se necessário, até a morte”.

4.  “Por isso não ouviram Lutero quando ele exortou à paz, e tampouco precisaram de seu encorajamento para reprimir a rebelião”. Então, o que foi escrito por Lutero não teve nenhuma repercussão? Afirma-se que Lutero já tinha certo reconhecimento em 1525.

5.  Lutero era contra o uso da força para reprimir a pregação dos camponeses.

6.  Apologistas católicos acusam Lutero e exageram o fato, são fanáticos e motivados com a pior das intenções.

Isso é um pouco do que está no artigo.
Em geral, o artigo é interessante.

 Lutero foi um genocida que matou milhares de camponeses na Inquisição Protestante?. Oportunamente, serão postados mais comentários a esse respeito.
 
 Gledson.

2 comentários:

  1. Oi Gledson. Apenas um comentário breve aqui sobre um ponto que discordo das suas colocações, especificamente na parte em que você iguala o pensamento de Lutero ao da Inquisição. O erro aqui é simples mas crucialmente importante: para Lutero a espada deveria ser usada para conter rebeliões armadas, como a dos camponeses de Muntzer, mas ele nunca escreveu que se devia usar a espada também para se conter a "heresia", para matar católicos e etc. A Inquisição fazia justamente o contrário, ela se importava exclusivamente com o aspecto doutrinário e dogmático, leia o "Manual dos Inquisidores" de Nicolau Eymerich que você compreenderá bem este aspecto. O "entregue ao braço secular" não era um revolucionário armado que assassinava pessoas e destruía tudo o que via pela frente como os que Lutero disse pra matar, mas meramente alguém que ensinava doutrinas contrárias às da Igreja Romana. Então enquanto Lutero era um intolerante para com revoluções armadas, o catolicismo romano era intolerante religioso propriamente dito. No próprio artigo eu mostro a citação de Lutero condenada na bula do papa Leão X, de que “é contra o desejo do Espírito Santo que hereges sejam queimados”.

    Outro ponto que não entendi a surpresa foi a parte sobre a repressão da revolta não ter sido uma consequência do escrito de Lutero. Na verdade, como mostro no artigo, se os príncipes estivessem dispostos a seguir tudo o que Lutero dissesse sobre o assunto, teriam acatado as reivindicações dos camponeses e nem guerra haveria, já que Lutero era a favor dessas reivindicações. O fato dos príncipes ignorarem Lutero já mostra que a palavra de Lutero não era incontestável e nem autoritativa quando o que estava em jogo era uma questão social e política, e não uma doutrina religiosa. E quando o escrito de Lutero foi publicado, já estava acontecendo o massacre de camponeses, de modo que não houve uma relação de causa e efeito. Tampouco faria sentido que os príncipes católicos, que também massacraram os camponeses junto com os príncipes protestantes, tivessem feito isso por causa de Lutero, a quem detestavam e não reconheciam qualquer autoridade.

    Abs!

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  2. Heresia é uma revolução contra a sã doutrina,a igreja era a portadora da sã dourinae da moral,afinal, desde da queda do império romano do ocidente caiu com a invasão bárbara,foi a igreja a responsável por civilizar aquele povo,se tornando a autoridade moral e doutrinal, vc queria que ela deixasse a heresia cátara (dualista,gnóstica, proibiam alimentos casamentos etc) ocorrer solta? Não interessa os motivos Lutero, ele foi intolerante e mandou matar,vcs não aceitam justificativas para inquisição mas querem se justificar de Lutero e os camponeses? Hipocrisia.

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