segunda-feira, 29 de abril de 2024

Estudando a razão 15 em defesa do sábado: artigo de site adventista do sétimo dia

Razão 15: Colossenses 2:16-17 também é um texto mal interpretado

A explicação sobre o foco nos julgamentos e não nas coisas julgadas é interessante, mas não explica o texto com base no contexto geral do que é discutido por São Paulo, ainda que uma tentativa de contextualização tenha sido feita. E também é negada pelo sentido de sombra que é dado. A palavra sombra é usada na expressão “sombra da morte” e também no seu sentido literal, quando fala da sombra de Pedro. Então, aparece em Colossenses e em Hebreus. O texto de Hebreus é bastante evidente: “A Lei, por ser apenas a sombra dos bens futuros, não sua expressão real...” (ton mellonton agathon). E o verso 10 fala da oblação do corpo de Jesus, a realidade à qual se refere Colossenses. Isso é exegese.

Então, a lei é sombra dos bens futuros. Essa expressão está no contexto de abolição da Lei (Hb 10, 9). Por esse mesmo raciocínio, por essa exegese, temos que as sombras do que devia vir (ton mellonton) em Colossenses são os bens futuros citados em Hebreus.

Em geral, os cristãos não observavam a Lei, e, portanto, não deviam ser julgados por isso. Eles não observavam leis alimentares, nem festas, luas novas e sábados. É bastante simples: ninguém vos julgue por causa de sábados, como se vós fosseis obrigados a observar esse dia. É essa a interpretação legítima. E é bem fácil de entender.

A outra, que o adventismo propõe, mais complicada, seria que ninguém vos julgue pelas suas práticas, por guardardes o sábado, porque isso é apenas sombra. Não faz sentido. De fato, em si mesma faz menor sentido em comparação com a interpretação anterior. E isso indica erro. Ela contradiz o contexto geral e não se adequa ao sentido de sombra.

O argumento da sombra, que não é invalidada pelo sacrifício de Cristo, está correto. A tentativa de invalidá-lo mostra isso. O sábado não surgiu para ser sombra de Cristo, e o sacrifício de Cristo não é mostrado afetando o sábado, mas Colossenses afirma que ele foi sombra de Cristo, e isso é o que está revelado. Portanto, mesmo que o sábado originalmente serviu para lembrar da criação, ele também está ligado ao repouso espiritual em Cristo. E conforme essa passagem, ele não está mais em vigor.

A segunda tentativa também não faz sentido. O casamento é sombra do relacionamento com Deus? É fato que o casamento é comparado à relação espiritual de Deus com Seu Povo. Mas a palavra sombra não quer dizer isso, mas refere ao que some a luz lhe é diretamente dirigida. Assim, o sábado desaparece no tempo após a ressurreição de Cristo.

Os sacramentos da Nova Lei, como matrimônio, batismo e ceia não são sombras nesse sentido usado, pois elas somente não terão mais necessidade no Reino Celestial. O texto de Colossenses e Hebreus utiliza o termo sombras para falar do que foi abolido.

Então, não há como comidas e bebidas, as festas, a lua nova e os sábados continuarem válidos nesse contexto de Colossenses 2, 16-17. Cristo é supremo em relação aos rituais, mas rituais os citados por São Paulo já passaram. O matrimônio, o batismo e a ceia são os novos rituais que substituem os elementos antigos na nova aliança.

Os falsos professores de Colossos advogavam o sábado, mas um sábado imbuído de tradições humanas, baseado em um sistema repleto de distorções e rudimentos humanos.

Essa é a suposição usada para o argumento, mas não há nada que prove que existisse outro tipo de guarda do sábado sendo defendida por professores hereges. São Paulo teria citado claramente isso. De fato, quando ensinaram que a ressurreição é apenas espiritual, que já acontecera, São Paulo a refutou claramente. Assim, ele apenas afirma que os sábados, que não mais eram guardados, não deviam ser usados para julgar os cristãos.

O foco de São Paulo é entendido à luz do contexto geral, de Gálatas, Romanos e Hebreus, quando ele se opôs às praticas em si. E o argumento adventista se mostra falho também nas expressões, quando se tenta explicar que São Paulo critica “tradições humanas” e é necessário afirmar que “ainda que fossem em parte baseadas nas Escrituras”, tentativa de conciliar o inconciliável, já que de fato o apostolo não toleraria tradições humanas.

(15 Razões para guardar o Sábado – Parte 2 – Reação Adventista (wordpress.com))

Gledson Meireles.

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