sexta-feira, 24 de junho de 2016

Maria é mãe de Deus

A Bíblia afirma que Jesus é o Filho de Deus, eterno como o Pai, e encarnou-Se no ventre da virgem Maria. Portanto, Maria é mãe de Jesus. Isso redunda em dizer que Maria é mãe de Deus, segundo o que foi exposto. Essa refutação tem em consideração o item XVI aqui. O assunto também foi tratado aqui.

A virgem Maria não gerou a divindade de Cristo, pois essa é eterna, e o humano não gera o divino. E não gerou nem a alma de Cristo, pois Deus cria a alma diretamente, e essa não é gerada pelos pais. O que aconteceu é que Maria gerou o próprio Jesus em seu ventre como Homem, como ocorre em toda geração. Isso é o mesmo que acontece com todas as mães.

Cada mãe gera o filho em seu ventre, mas a vida vem diretamente de Deus, que cria a alma, e a parte biológica é desenvolvida, gerada, pelos pais, em especial dentro do ventre materno.

Assim, a mãe é a geradora do filho, da pessoa do filho, e não se diz que ela é geradora do corpo do filho apenas. Ninguém diria: “A mãe do corpo de Pedrinho”, mas “A mãe de Pedrinho”. Portanto, Maria não é mãe do corpo de Jesus, mas mãe de Jesus, como a Bíblia diz.

Outra observação, importante, é que Maria é mãe de Jesus enquanto Homem. Essa frase, especialmente a parte que diz: “enquanto Homem”, não é igual a dizer que Maria é mãe da humanidade de Jesus ou que ela é mãe do corpo de Jesus ou que é mãe da natureza de Jesus, onde humanidade é identificada com o corpo. Não é isso.

Na verdade, se diz que Maria é mãe da PESSOA de Jesus, e que esse tem Humanidade, e é por isso que Ele tornou-Se filho de Maria. Ela não era seu filho, mas passou a ser.

Deus é Pai de Jesus, tanto divinamente, pois é Pai da Pessoa de Jesus e é da mesma natureza divina de Jesus, e também é Pai de Jesus como Homem, pois é o criador da humanidade também. Maria não tem a natureza divina, mas tem a humana. É por essa natureza que foi comunicada a Jesus que ela tornou-se Sua mãe.

Na geração natural o filho é gerado na mãe, a partir da fecundação. Então, a Bíblia diz que foi gerado pelo pai. No caso de Maria, foi o Espírito Santo o gerador Jesus em seu ventre, e por isso a fecundação foi virginal. Negar que a Maria gerou Jesus é o mesmo que negar que todas as mães do mundo tenham gerado seus filhos. Se Maria não gerou, nenhuma mãe gera um filho. Se todas as mães geram o filho, então Maria gerou Jesus, pois é a Sua mãe. De fato, o pai gera o filho, e se a mãe não tivesse qualquer participação nisso, ela não seria mãe. No entanto, isso é um erro biológico crasso.

Contudo, vejamos essa afirmação: “Segundo a Bíblia, quem gerou Jesus não foi Maria, mas o Espírito Santo (Mt.1:20). Como Maria não gerou a divindade de Cristo (que já existia muito antes de Maria) e só é mãe daquilo que gera, logo, Maria não é mãe de Deus.

Essa afirmação é um tanto incompleta, errônea, impensada. Analisemos novamente: “Segundo a Bíblia, quem gerou Jesus não foi Maria, mas o Espírito Santo (Mt.1:20).

O Evangelho de Mateus inicia com a origem de Jesus. Entende-se que essa é a “origem” humana, já que começa a mostrar como foi a genealogia de Jesus, quem gerou quem. Dessa forma, a Escritura está tratando da origem de Jesus na terra, já que a mesma Escritura é clara ao dizer que Jesus veio do céu. (cf. João 3,14; Filipenses 2,7-9)

Portanto, essa afirmação não está afirmando que o Espírito Santo gerou a divindade de Jesus. Por certo, o autor da argumentação não pensou nisso, e está tentando mostrar que Maria não é mãe da divindade. O problema é que essa argumentação não é Bíblia, pois parte de um texto que trata da origem humana do Senhor Jesus, e se negar que a geração ocorra por parte da mãe também isso redundará em heresia ainda maior.

Ela está, pois, tratando da geração de Jesus. Em Mateus capítulo 1 é descrita a geração humana de Jesus. Portanto, trata-se da geração de Jesus como Homem no útero de Maria. Assim, se o Espírito Santo fez essa geração, então Maria é mãe de Jesus, uma vez que a mãe “é mãe daquilo que gera”: Maria é mãe de Jesus.

O problema é que a frase que insinuou estar inserindo um argumento forte, e bíblico, para o caso em questão, foi uma afirmação infeliz demais: “quem gerou Jesus não foi Maria, mas o Espírito Santo (Mt.1:20)”. Parece estar falando da geração da divindade, quando o contexto é a geração da humanidade. E, depois, lemos o resultado: “Como Maria não gerou a divindade de Cristo (que já existia muito antes de Maria) e só é mãe daquilo que gera, logo, Maria não é mãe de Deus.” Mas o texto não corrobora todo o pensamento, já que o Espírito Santo está gerando Jesus e isso não tem nada a ver com a geração da divindade, pois Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo enquanto Deus.

Se o início estivesse dizendo que o Espírito Santo “gerou” Jesus, e que Maira não é mãe da divindade, por não tê-la gerado, então estaria afirmando que o Espírito Santo gerou a divindade de Jesus em Maria! Coisa totalmente contra a intenção do autor.

De outro modo, se essa geração “quem gerou Jesus foi o Espírito Santo” estivesse tratando da geração da divindade, então Maria teria recebido em si Jesus enquanto Deus somente, o que estaria negando que Ele veio na carne.

Para ficar melhor, seria assim: como Maria não gerou a divindade de Cristo, pois essa foi gerada pelo Espírito Santo, Maria não é mãe de Deus, o que implica que o Espírito Santo gerou sozinho a divindade de Jesus, negando com isso que Jesus não nasceu como homem, mas somente como Deus. E se está dizendo que somente o Espírito Santo gerou Jesus em Maria, e que Maria não O gerou desse modo, está afirmando que ela não é Mãe de Jesus, contrariando assim a Bíblia.

Dessa forma, o ensino fica mais notoriamente herético. É claro que não é essa a intenção do argumento do artigo, mas a presente análise serve apenas para mostrar que o mesmo leva a esse despautério. E o faz por não ser correto, e combater uma verdade bíblica.

Com isso, esse pensamento “em si” contradiz a argumentação seguinte: “Se Jesus se “esvaziou” de sua natureza (divina), então Maria não era mãe de Deus, mas de Cristo Jesus, homem (1Tm.2:5). Disso dá testemunho o escritor de Hebreus, ao dizer que Jesus se fez igual a nós “em todos os aspectos(Hb.2:17). 

Portanto, o que foi resultado acima não estava na expectativa do autor. Ele ensina a trindade, sabe que Jesus é a segunda Pessoa de Deus, mas pensa que na encarnação Jesus deixou a natureza (atributos, qualidades, etc.) e foi apenas homem.

Agora pense: se o homem deixasse a natureza de homem, se possível, e assumisse a natureza de uma foca, ele não seria homem, mas foca. Se esvaziar-se da natureza significa deixar essa natureza, deve-se explicar como isso ocorre. Deve-se explicar como Jesus poderia deixar de ser Deus, o que não é possível.

Dentre isso, o pensamento a respeito da trindade mostra defeito também: “Dizer que Maria era mãe de Deus porque Jesus era Deus é o mesmo que dizer que Maria foi mãe de 1 deus, e não mãe de Deus, que por implicação significa Pai, Filho e Espírito Santo. ” Como se Deus fosse aproximadamente um terço mais um terço mais um terço, e Jesus fosse um terço de Deus e assim por diante. Essa ideia não está conforme a doutrina cristã.

Por tudo isso, a argumentação foi refutada por usar um texto bíblico, Mateus 1,20, para argumentar que o Espírito Santo gerou Jesus e que Maria não gerou a divindade, causando confusão entre a geração humana e a natureza eterna de Cristo. Foi uma escolha não raciocinada. Também foi refutada por implicar em que Jesus seria apenas Deus, enquanto que a intenção da argumentação era mostrar que Jesus deixou de ser Deus e nasceu apenas Homem. Foi refutada ainda por redundar na negação da maternidade mesmo humana de Maria. Além de não ter conseguido, se o tivesse mostraria ainda assim uma heresia, pois Jesus é tanto Deus como Homem. E foi refutada, por fim, por não ter uma ideia correta da Trindade, que é três Pessoas iguais e distintas mas um único Deus.

Gledson Meireles.

3 comentários:

  1. A pessoa de Jesus Cristo possui 2 naturezas: a natureza humana e a natureza divina, de modo que essas 2 naturezas formam 1 só pessoa, a saber: segunda pessoa da santíssima trindade, se assim não fosse, teríamos a seguinte conclusão sem sentido:

    Haverias 2 Jesus, isto é, uma pessoa chamada Jesus-homem e outra pessoa chamada Jesus-Deus,de modo que só Jesus-Deus pertence à trindade, assim, por exemplo, os apóstolos, quando se dirigiam a Jesus, poderiam falar assim: "agora eu quero falar com Jesus-Deus, então faça a mutação aí"rsrs.

    Poder-se-ia argumentar, mas se Jesus já existia antes de encarnar, como é que Maria vai ser mãe dele se ele já existia? É muito simples, não há 2 pessoas, mas só 1 pessoa, é aí que os protestantes escorregam, Jesus Cristo sempre existiu, então, este mesmo Jesus Cristo se encarnou e se fez homem, atente-se: era verbo, este verbo se fez carne. Jesus é Deus feito homem, de Maria, só nasceu 1 pessoa, e se só nasceu 1 pessoa não se diz que ela não era mãe de Deus. Os protestantes acham que com isso estamos dizendo que Maria criou a segunda pessoa da trindade, mas não é isso, o que dizemos é não se pode desmembrar Jesus em 2 pessoas.

    É dito, também, pelos protestantes, que quando Isabel diz: "mãe do meu senhor" o termo senhor não pode ser Jesus-Deus, mas sim Jesus-homem, então, se assim for, qual seria a razão para Isabel dizer que um homem seria o Senhor dela? Ora, só se é Senhor de alguém se tiver realmente uma relação de senhorio, assim, não faz nenhum sentido, vejamos: Isabel diz: "mãe do meu Senhor", então, se Maria fosse protestante, ela diria assim: "Vc está dizendo que eu sou mãe de Jesus-homem, só uma coisa que não entendi, por que vc considera um homem como seu senhor?
    Em suma, o que os protestantes não entendem é que as 2 naturezas de Cristo não são 2 pessoas, mas apenas 1 pessoa, e se há apenas 1 pessoa, é impossível desmembrar a pessoa e dizer que Maria era mãe de Jesus-homem, pois se assim fosse estaria dizendo que há 2 pessoas em Jesus.Enfim, de todo o modo, quando Isabel diz "mãe do meu Senhor" já fica tudo muito claro, mas, infelizmente, há protestante - como foi o que este artigo foi direcionado - que diz que o termo senhor tem outros significados na bíblia, só que estes outros significados são impossíveis de se adaptar ao cumprimento de Isabel. O único significado do cumprimento de Isabel era Senhor=Deus, e se Senhor=Deus, quando diz a mãe de meu Senhor, estaria dizendo a mãe de meu Deus.

    ResponderExcluir
  2. Heresia nestoriana defendida pelo bispo herege Nestor que foi destituído de seu cargo de bispo, pois dizia que Maria era mãe do homem humano de Jesus, não divino.

    ResponderExcluir
  3. Heresia nestoriana defendida pelo bispo herege Nestor que foi destituído de seu cargo de bispo, pois dizia que Maria era mãe do homem humano de Jesus, não divino.

    ResponderExcluir