O protestante batista prefere não usar o termo sacramento, e não acredita nem mesmo no seu conceito. Mas isso é problemático para o ramo batista.
Assim, o protestante
Rafael Pablo afirma no vídeo que a unção dos enfermos é coisa simples.
Muito bem. É simples, mas por que não é qualquer um que pode fazer, e deve-se chamar os presbíteros da Igreja?
Então, não é
tão simples. Começo de conversa já refuta a posição do protestante.
Ele diz que não é sacramento.
Na doutrina católica
sacramento é sinal sensível da graça. O batista nega isso. Mas vejamos o
restante da crítica. Pode-se chamar de outra coisa, mas não se pode negar o que
está dito na Bíblia sobre essa ação de ungir com óleo.
Resumindo, com o
intuito de estar de acordo com texto bíblico, literalmente, o protestante diz que se há
alguém doente, chame os presbíteros, os presbíteros ungirão o enfermo e orarão
por ele e somente isso.
E afirma: não tem misticismo. Diante disso,
podemos dizer: obviamente, a Igreja afirma que é sacramento, não é misticismo. Reflita.
E mais. Ele diz: não tem transmissão de graça. Pois bem. Chame
de outra coisa, mas não negue o que acontece ali, segundo o texto bíblico. Se há cura, foi pelo poder de Deus, pela graça. A graça veio ao doente e esse recuperou a saúde. O que foi que houve então? Chame a transmissão de graça de outra forma.
De fato, como se entende a cura que
Deus opera por meio da unção? O doente passa a ser curado, segundo está escrito.
Isso não é “transmissão de graça”?
E mais: e o perdão dos
pecados? É pela graça que se dá o perdão dos pecados. Não há motivo para
discordar. É óbvio que entende-se a necessidade de arrependimento, etc.. Mas o que está sendo ensinado é que naquela unção acontece perdão de pecados.
E agora tudo piora. Ele
diz depois: Se Deus quiser vai levantar,
se Deus quiser vai curar, se a pessoa se arrependeu dos seus pecados
verdadeiramente ele terá os seus pecados perdoados, e afirma que caso
contrário não haverá perdão etc.
Tudo isso está suposto
no texto, pelo conhecimento que temos da doutrina geral. Não tem problema.
Mas isso não está no
texto. Usando a mesma reclamação que o autor afirmou várias vezes na sua crítica.
Ele mesmo que discordou da prática católica de ungir apenas doentes graves.
Mas isso pode ser que a Igreja entendeu como melhor para ser praticado, de acordo com a doutrina geral interpretada nos tempos antigos.
Ele também discordou da explicação do pastor Nicodemus, etc., porque não está explícito no texto.
No entanto, da mesma forma a Igreja Presbiteriana tem esses requisitos por entender geralmente que aquilo seria o melhor meio de se fazer, tendo chegado a isso através de interpretação de outras partes da doutrina geral.
E agora, ele mesmo diz
coisas que não estão no texto, como a ideia: a coisa é simples, se Deus quiser curar vai curar, se o doente arrepender vai ser perdoado, e só. Mas essa explicação não está no texto.
Então, a Igreja em sua sabedoria pode ter chegado à conclusão de que deveria fazer certas exigências para a prática da unção dos enfermos, o que explicitamente não está no texto.
E pergunta o protestante: se os enfermos nem sempre se levantam por que sempre os pecados serão perdoados?
A resposta é: a doutrina católica ensina que para haver perdão é necessário arrependimento. Está respondido.
A Igreja não diz que sempre haverá cura. Deus
tem seus propósitos. Não diz que sempre haverá perdão. Simples assim.
Então, vamos à seguinte reflexão.
Se o Rafael crê que:
existe unção dos
enfermos
que essa unção pode
curar
que essa unção pode
perdoar pecados
que essa unção deve ser feita
pelos presbíteros da igreja
que essa unção está na
Bíblia e é ensinada por São Tiago
que essa unção é
certamente uma prática ensinada por Jesus, porque foi ensinada no NT
Se ele crê nisso, está crendo na doutrina
católica. É bíblica, é católica, é apostólica, é romana,
porque a Igreja inteira a professa nessa unidade com a sede de Roma.
Mas não fique preocupado com os termos. Se crê assim, está de acordo com a doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana.
Se ele crê que:
Os doentes não graves
podem receber a unção,
e que deveriam receber
a unção,
então é isso que a
Igreja Católica faz hoje, no entendimento que ele mesmo viu o papa Francisco
ensinar, e que está conforme a doutrina oficial do Concílio Vaticano II.
Se ele que em tudo
isso, o restante é pouca coisa: aceitar que o nome mais usado é
sacramento, é algo que pode vir com o tempo, mas deve-se aceitar que Deus pode
curar e perdoar, e isso Ele o faz pela graça, no momento daquela prática ali
aconselhada.
Então, está conforme a
fé cristã católica.
Se o Rafael Pablo crê
assim, dificilmente está crendo como protestante.
E o padre afirma que essa unção dada na extremidade da vida chama-se extrema unção. Ele está explicando conforme o costume do seu tempo para entender como o sacramento é chamado.
Desse modo, está provado que há unção dos enfermos e que a Igreja Católica é fiel no seu cumprimento.
Em nenhum momento o padre usou argumentos para falar dos requisitos do sacramento etc., mas usou a Bíblia para provar que existe esse sacramento, e o fez muito bem. É irrefutável.
Gledson Meireles.
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