domingo, 28 de julho de 2024

Livro de Uriah Smith: sobre a interpretação adventista de Apocalipse 20

Apocalipse 20 – A primeira e a segunda ressurreições


Na interpretação adventista o capítulo 20 é um acontecimento ligado ao capítulo 19 em sequência cronológica. Isso também está em O Grande Conflito, escrito por Ellen White. Essa interpretação identifica o anjo, a chave e a corrente, o abismo e a prisão de Satanás. Convido o leitor adventista a conhecer um pouco da interpretação católica sobre mais esse capítulo do santo livro do Apocalipse.

            Tendo o dia da expiação e seus elementos como antítipos do que há revelado em Apocalipse 20, Satanás é identificado como aquele bode emissário. Tradicionalmente tem-se interpretado o bode como Cristo. Um bode morre pela expiação e o outro é levado ao deserto. Isso mostraria o pecado perdoado e levado para longe. Também significa o pecador sendo banido. Pode-se dizer que em última análise pode ser Satanás sendo castigado.

            A interpretação é bastante engenhosa, interessante, cheia de pormenores. Apenas um problema parece ser importante até aqui, que é o significado de abismo. Esse é entendido como a terra, mas no Apocalipse, em todo o contexto, ele é tido como lugar onde há espíritos que fica abaixo terra. Esse é um dos problemas dessa interpretação.

            Em Apocalipse 9, 1-2 o abismo é lugar de maus espíritos, e em Romanos 10, 7 é o lugar onde estão os mortos. Dessa forma, é difícil sustentar que abismo aí significa terra. A Igreja Adventista o faz por meio de uma análise do termo abismo, comparando com o que está em Gênesis 1, 2, lembrando a terra em estado de caos, na criação. Porém, o contexto geral é que Satanás está agindo na terra e é acorrentado e lançado no abismo, diferenciando a terra do abismo. E isso é feito no contexto imediato. A interpretação adventista perde esse pormenor.

            Também, o dia da vinda de Cristo trará vários acontecimentos: a ressurreição dos mortos, a separação de ovelhas e cabritos, o juízo, a entrada dos bons no reino dos céus, o lançamento dos maus no inferno (cf. Mateus 25), a criação dos novos céus  e nova terra (cf. 2 Pedro 3). Desse modo, os acontecimentos de Apocalipse 20 não são continuação do que é descrito no final de Apocalipse 19, mas uma recapitulação, levando-nos novamente a olhar para o início da vinda de Cristo até a Sua vinda, com mais detalhes. Essa parte, sendo admitida, refuta a interpretação adventista.

Assim, o ministério de Cristo e Sua vitória sobre a morte é o momento em que Satanás é preso. Isso nos leva ao fim da história, quando é mostrado o trono branco, a ressurreição, o desaparecimento do céu e da terra, e o julgamento dos mortos. Essa revelação lembra a do capítulo 14, onde o juízo é descrito e, ao final, o apóstolo tem outra visão, dos sete anjos com os sete últimos flagelos no capítulo 15.

Interpretando cronologicamente o juízo seria seguido dos flagelos, mas não é em sentido cronológico que a visão está sendo mostrada, pois ela volta a descrever pormenorizadamente o que ocorre antes do juízo. Essa ordem cronológica entra em choque com a interpretação adventista.

Haveria uma ressurreição, a dos salvos e de alguns ímpios, e depois uma batalha dos salvos contra os ímpios, onde Cristo batalharia contra Satanás. Essa seria outra ressurreição, a dos ímpios, e somente assim, depois de vários acontecimentos, viriam os novos céus e nova terra. O ensino da ressurreição dos ímpios para a batalha, que os destrói, não explica o seu comparecimento diante do Trono Branco imediatamente após a ressurreição.

            Portanto, essa interpretação escatológica não está de acordo com a doutrina do evangelho. É mais um dos equívocos do adventismo. Se o leitor prestar mais atenção, verá que não se trata apenas de harmonizar aquela interpretação do antítipo feita em relação do Dia da Expiação, que é algo válido, mas que é entendida de outra forma, mas também com esses dois pontos citados acima, que não se harmonizam com a doutrina pregada por Jesus, onde há apenas uma ressurreição, que é geral, que é feita no dia do juízo final. Desse modo, para resolver esses problemas há que corrigir certas doutrinas.

            A chave e a corrente são interpretadas corretamente, como símbolos de poder e autoridade conferidos ao anjo.

            O abismo é interpretado como deserto em Apocalipse 9, 1-2 e sepultura em Romanos 10, 7. Mas o adventismo, incluindo Ellen White, entende que o abismo é o mesmo descrito em Gênesis 1, 2, e significaria a terra.

No entanto, biblicamente o abismo é o mesmo que está em Lucas 8, 31, é o lugar para onde são mandados os demônios. Se trata de um lugar para onde eles não querem ir. Desse modo, o abismo de Lucas 8, 31 é esse mesmo lugar espiritual que Satanás foi trancafiado em Apocalipse 20.

Assim, não se trata de algo futuro, na vinda de Jesus, mas passado, realizado quando Cristo veio e morreu na cruz e ressuscitou, e descrevendo o presente. De certo modo, Satanás está preso, em circunstâncias diferentes, em comparação com o tempo anterior à vinda de Cristo, quando o mesmo estava solto e podia tomar posse das pessoas, governando o mundo, quando o Espírito Santo não havia descido à terra. Ele pode investir esforços contra a Igreja e etc., enganar a muitos, mas não enganar as nações, com antes, não podendo reuni-las para a guerra contra Deus.

Outro ponto que não parece se adequar bem à descrição do evento, é que Satanás ficaria no mesmo lugar onde está, que é a terra. As circunstâncias mudariam, os salvos seriam tirados e iriam para o céu, os ímpios não existiriam, estando mortos, que para o mortalismo estariam em estado de sono, entendido como inexistência. Então, Satanás que está na terra continuaria na terra, mas agora preso circunstancialmente, pois não teria pessoas para tentar.

Mas, o texto afirma que um anjo desce do céu com a chave do abismo, não podendo ser chave da terra, mas chave de uma prisão, e prende Satanás e o lança no abismo para não enganar as nações.

Isso significa que, contextualmente, Satanás sofre uma pena. Além disso, há nações na terra que poderiam ser enganadas por ele. A terra não está vazia. Isso é o que o contexto sugere e que está contra a interpretação da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nessa interpretação Satanás fica preso porque não há ninguém que possa enganar, sendo uma cena bastante diversa daquela sugerida pelo Apocalipse.

A ideia da terra desolada é tirada de Isaías 24, 1. No entanto, a ideia da devastação da terra, que está em Isaías 24, não é o que ensina a doutrina adventista. Essa destruição é descrita de forma hiperbólica, de modo que é dito que o Senhor torna a terra deserta. Porém, o verso 6 é claro ao mostrar que um pequeno número de homens sobrevive. Então, no capítulo geral não há ideia de que esses versos cumpram o que está na interpretação da IASD.

Caso o uso dessas passagens fosse idêntico ao que os escritores católicos sempre fizeram ao aplicar com liberdade certas passagens da Bíblia a determinados eventos e pessoas, tal uso é plausível, útil, bastante proveitoso. No entanto, o contexto geral do livro não seria uma forte refutação, pois há passagens bíblicas, como o Salmo 69, que é messiânico, mas que não significa que todos os seus versículos sejam aplicados a Cristo. Assim, Isaías 64, 1 poderia fornecer base para o entendimento de que a terra ficaria por um tempo vazia e desolada.

Contudo, essa leitura não é encontrada na escatologia dos evangelhos em nenhum lugar, e muitos detalhes da doutrina adventista colidem com a doutrina católica aqui apresentada. O leitor tem o privilégio de ver as duas leituras comparadas e perceber os argumentos que estabelecem a fé católica.

Também, Jesus afirmou que os mortos ressuscitarão em um só dia, todos eles (cf. João 5, 28-29). A outra ressurreição que Jesus alude no mesmo capítulo é espiritual (v. 25), por isso Jesus afirma que essa ocorre agora. Essa é a realidade de Apocalipse 20, onde uma ressurreição é espiritual e a outra é física, mas futura, no juízo final.

A respeito do aprisionamento de Satanás, esse foi feito por Jesus, que acorrentou o homem forte. Isso se deu por meio do anjo, em Apocalipse 20. No momento presente, que é o milênio espiritual, Satanás está restrito, preso, e não pode livremente enganar as nações. Suas ações são limitadas. Estamos nos 1000 anos. Esse é o tempo em que a Igreja está reinando com Cristo nos céus, conforme Efésios 2,6, que afirma que estamos assentados com Cristo nos céus. Isso ocorre espiritualmente. As almas dos santos reinam com Cristo, na glória, e a Igreja é espiritualmente considerada estando nos céus nesse reinado, pela graça.

Ao mesmo tempo, a Igreja está vivendo os 1260 dias, em uma circunstância literal, na terra. Os 1000 anos referem-se ao período de reinado pela graça. Os 1260 significam um curto período de perseguição. Esse de fato é o tempo em que a Igreja sofre perseguição na terra.

Dessa forma, Satanás está atualmente limitado em seu poder, o que explica o sentido de sua prisão. A interpretação adventista não cabe, visto que em Lucas 8, 31, onde se fala claramente do abismo para onde os espíritos são lançados, esse mesmo texto distingue abismo e terra, assim como está no Apocalipse. Então, temos que o abismo no Apocalipse é diferente daquele explicado pelo adventismo, e a escatologia também é diversa daquela ensinada por Jesus e pelos apóstolos.

Satanás será solto pouco antes da vinda de Jesus, para enganar as nações e preparar o Armagedon. Esse será o tempo do Anticristo. Assim, a escatologia católica faz todo o sentido em cada detalhe principal.

A exaltação dos santos. Para os adventistas os santos que reinam com Cristo julgarão os mortos ímpios, e isso ocorreria apenas futuramente, e os mortos ímpios não existiriam nesse momento.

No entanto, temos que desde o início da Igreja os mártires estão aqui em Ap 20, 4 representados como reinando espiritualmente com Jesus (cf. Efésios 2, 6). As almas no céu e a Igreja espiritualmente com Cristo também nos céus.

A doutrina das duas ressurreições não significa que haverá duas ressurreições físicas. A primeira é espiritual, no batismo, na conversão, e a segunda é física. A primeira ocorre no milênio e a segunda após o milênio. O milênio é presente, desde a ascensão de Jesus até sua vinda, ou pouco antes da Sua vinda, quando Satanás será solto.

Todos ressuscitam no mesmo dia. Os mortos ressuscitam após o milênio, ou seja, no dia da vinda de Cristo. Essa é a ressurreição de salvos e ímpios. Para os adventistas somente os ímpios ressuscitam nesse tempo, mas não é essa a doutrina que está em todas as passagens bíblicas literais que tratam do assunto. O Apocalipse refere-se a isso em termos figurados, afirmando duas ressurreições, com Cristo fez em João 5, onde apenas uma ressureição é física.

É verdade que ao fim do milênio a Jerusalém celestial desce à terra. No entanto, entende-se no adventismo que a Igreja descerá à terra e os ímpios ressurretos estarão prontos para a batalha. Na perspectiva católica quando a Jerusalém descer não haverá mais ímpios na terra, pois Jesus terá dito: ide para o fogo eterno.

É interessante, mas não há essa cena descrita de uma guerra entre ressuscitados salvos e ímpios. O fogo que desce do céu e mata os ímpios acontece na vinda de Cristo, matando aqueles ímpios vivos, antes da ressurreição. Se assim fosse o castigo dos ímpios, dificilmente se pode entender aí um castigo proporcional ao pecado de cada um, pois o evento expressa claramente algo instantâneo.

É também difícil entender que a Jerusalém celeste desce ao mundo ainda não transformado, já que se diz que os ímpios são devorados pelo fogo, e acontece o que está em 2 Pedro 3, 7.10.

O texto sagrado afirma que o fogo que transformará a terra e perderá os ímpios virá no dia do juízo. Dessa forma, não se pode entender que a Jerusalém do céu desce à terra não transformada antes desse dia.

E o versículo 10 afirma que nesse dia o Senhor virá como ladrão, ou seja, repentinamente, e está no contexto onde os salvos esperam o Senhor: o Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa (v. 9). A Igreja está à espera do que acontecerá, e que está descrito em 2 Pedro 3, 8-10. Essa cena não se adequa à escatologia da IASD.

Algumas interpretações são citadas por Smith. Uma é que a terra é transformada na vinda de Cristo, para que os salvos vivam durante o milênio. Outra é que Cristo descerá e governará na Palestina para conquistar as nações, também no milênio.

Mas a IASD refuta tal ideia, afirmando que os ímpios não podem pisar na terra renovada, e chama isso de ideias absurdas. O segundo ponto é que Cristo estaria governando a terra por mil anos e, ao final, haveria guerra contra os que se apropriam dela fazendo os santos perderem território, o que é absurdo. Então, a interpretação melhor do adventismo é apresentada. Essa mesma está sendo estudada neste comentário.

Mil anos no céu. Para os adventistas os santos habitarão ressuscitados no céu durante o milênio em que a terra estará desolada. Mas, tal visão não se harmoniza com o que foi mostrado acima, pois a Igreja aguarda a vinda de Jesus repentina para julgar e renovar a terra.

Quando a Jerusalém desce à terra, essa já está renovada. Assim, não há ímpios que possam pisá-la, e também não há guerra contra Cristo ressuscitado, que é o Juiz, agindo em glória, nem contra os santos ressurretos, que estão com Cristo. A guerra do Armagedon ocorre antes, na vinda de Jesus. A Jerusalém desce à terra depois.

É certo que o juízo dos ímpios ocorre antes da renovação do mundo. No entanto, a Jerusalém celestial não está na terra antes disso. E o fogo transformador da terra e dos céus não é o mesmo que o castigo dos ímpios, pelo fato de que há necessidade de que cada um receba o castigo proporcional, o que não é implicado nessa leitura.

Quem é alvo do tormento. Para quem não crê no inferno eterno, essa passagem é problemática. Talvez por isso tenha surgido a ideia de que somente o diabo será atormentado dia e noite, enquanto os ímpios seriam aniquilados. Mas o próprio autor adventista nota que a Bíblia afirma no plural “serão atormentados” e não no singular.

Entretanto, a interpretação adventista traz outro problema ao afirmar que a besta e o falso profeta foram destruídos no início do milênio, trazendo um juízo na vinda de Cristo contra os ímpios e outro juízo em outra vinda contra outros ímpios. Essa cena não é parte dos evangelhos. Afirma que há um juízo assim em Ap 19, 20 e outro em Apo 20, 10, enquanto que para os católicos esse é o mesmo momento. O mesmo momento é descrito em Ap 18, 8; Ml 4, 1; Mt 25, 41.

No juízo do grande trono branco a terra e o céu fogem. Como dizer que a Jerusalém celeste está na terra nesse momento? É um absurdo. Afirma-se que a cidade terá seus alicerces se estendendo por baixo da terra, e assim não será atingida. Essa é uma boa explicação, mas não é bíblica, segundo o que mostra o Apocalipse e a doutrina geral do Novo Testamento. É uma forma de explicar como a Jerusalém está na terra em chamas.

Interessante interpretação dos justos saindo e vendo os ímpios mortos, em Isaías 66, 24. No entanto, a cena da descida da noiva, a nova Jerusalém, é seguida de maravilhas que não mostram nenhum juízo e transformação da terra ocorrendo. Se essa é a cena aludida em Isaías 33, 14, onde os santos na Jerusalém estariam sobre “chamas eternas”, é difícil harmonizar tal cena com a eternidade desse fogo. O autor adventista afirma: e é nesse momento que esse versículo se cumprirá.

No entanto, esse texto parece se dirigir aos ímpios, que serão atormentados pelo fogo. De fato, no verso 6 é dito que o salvo habitará nas alturas, e de lá verá Jerusalém. O versículo 20 ensina: teus olhos verão Jerusalém. Nesse contexto, o Senhor reina no alto (v. 5). Então, o contexto não indica que o justo poderá permanecer nesse fogo. Assim, ainda que deslocado o texto, interpretado como se cumprindo com o justo, a ideia geral não se harmoniza com a escatologia bíblica.

O argumento que diz que as chamas do inferno são iguais em todas as partes e afetará todas as almas igualmente é o mesmo que está no castigo proporcional dos ímpios pelo fogo abrasador que desce dos céus para consumi-los. Se o leitor adventista entende que há proporção do castigo aí, então entende também que há no inferno.

Resta explicar quanto tempo durará para a transformação do universo e castigo dos ímpios, de modo que após isso ainda restará cadáveres na terra, que serão vistos pelos salvos que saírem da cidade. É outra cena não vista em Apocalipse 21.

Ficarão os salvos aguardando a renovação da terra e aniquilamento dos ímpios na nova Jerusalém? Os ímpios mortos serão vistos pelos salvos na terra já renovada? Se não, depois disso o fogo novamente queimará e renovará a terra? Essas são algmas dificuldades que surgem. Esse relato não está em parte alguma da Bíblia, mas é obtido pela IASD através da compreensão dos versículos citados acima. O problema é que não está conforme a descrição geral dos eventos feitos em todo o Novo Testamento. Por isso, não se trata de uma crítica à exegese que extrai princípios para formular a doutrina, mas de uma inadequada realidade que se formou diante da doutrina escatológica geral.

O livro da vida. De fato, é uma dificuldade explicar o motivo do livro da vida ser aberto no juízo onde estariam somente os ímpios. Nenhum nome seria encontrado. É a primeira dificuldade. A melhor explicação, ao que parece um pouco forçada, é que para que se possa ver que nenhum dos nomes dentre toda a multidão que sofrerá a segunda morte se encontra no livro da vida e por que eles não se encontram ali. O juízo teria o intuito de mostrar que os nomes não estariam no livro e o motivo de cada um ser julgado réprobo.

De fato, isso ocorrerá no juízo final. No entanto, todos estarão ali, salvos e ímpios, quando Cristo tiver separado ovelhas de cabritos. Então, o livro da vida será aberto e todos serão julgados. Por isso o verso 15 diz: E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.

Essa cena implica que há aqueles que estão inscritos no livro da vida e outros que não naquele momento. Não faria sentido abrir o livro para um juízo que se sabe conter pessoas que não estão nele.

A morte o inferno foram lançados no lago de fogo. Aqui a morte é tida como personificação do poder da morte. O lago de fogo é o lugar do suplico, da destruição. A morte sendo ali lançada significa que não atingirá mais o ser humano. O inferno é o hades, o lugar dos mortos, ligado ao poder da morte. É como afirmar que esse lugar tenebroso da morte foi destruído no lago. É claro que a morte o hades não podem queimar, sofrer, pagar pecados. Então, o lago de fogo é o lugar da pena eterna.

A ideia de que ímpios ressurretos atacam a Nova Jerusalém inclui a ideia de que eles são julgados diante do trono e depois vão para a guerra, o que é absurdo. Ou poderiam ressuscitar e pelejar contra os santos e depois serem julgados. No entanto, o fogo que os atinge viria após essa guerra, o que excluiria o momento do juízo. Não há como harmonizar-se com o que ensina do livro do Apocalipse.

Os cristãos adventistas precisam rever suas posições quanto à imortalidade da alma, que é a doutrina bíblica, e o método historicista de interpretação do Apocalipse, que é aqui estudado e que não é superior à interpretação católica.


Gledson Meireles.

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