Logo serão publicados comentários de debates interessantes sobre o dogma da virgindade perpétua de Maria segundo a história. Que lado do debate apresenta maiores provas? Acompanhe, leia os artigos.
Abaixo são apenas algumas notas...
A virgindade perpétua de Maria nos cinco primeiros séculos (parte 1). De 05 de março de 2017.
A questão da discussão, como
alude às opiniões de Clemente e Orígenes, não é diferente ao que ocorreu sobre
o canon, que somente foi fechado no século IV. Além disso, não houve muita discussão sobre isso.
Abaixo são apenas algumas notas...
O Nelson escreveu com o
intuito de mostrar que os padres da Igreja não ensinaram que Maria perdeu a
virgindade, e de que esse dogma não foi muito disputado pelos pais primitivos.
Os padres que defendem a virgindade de Maria: Santo Ireneu (130-203)
afirma que Maria é virgem. Santo Hipólito (170-203) também fala de Maria sempre
virgem. Orígenes afirma que a explicação de que José teve filhos de casamento
anterior tinha por objetivo preservar a honra de Maria. Também São Gregório de
Neocesareia (213-270). São Pedro de Alexandria (311) chama Maria de sempre
virgem Maria. O mesmo Santo Atanásio de Alexandria (295-373). Hilário de
Poitiers (300-368). Santo Efrém da Síria (306-373) afirma que Maria deu à luz
sem sentir dor. Santo Epifânio (310-403) diz que ninguém ousa chamar Maria sem
acrescentar o nome virgem. Dídimo o cego (313-398) afirma a virgindade
perpétua. São Cirilo de Jerusalém (315-386). São Basílio de Cesareia (329-379)
faz forte defesa da virgindade perpétua. São Gregório de Nissa (330-395) afirma
que Maria não conheceu homem algum. Santo Ambrósio de Milão (340-397) afirma
que houve quem negasse que Maria fosse virgem, e chama isso de sacrilégio.
Rufino de Aquileia (340-410) fala de Ez 44 como da virgindade de Maria. Santo
Agostinho (354-430). São Jerônimo (347-420). São João Cassiano (360-435) chama
Maria de sempre virgem. São Cirilo de Alexandria (375-444) também. São Máximo
Confessor (580-662) chama São Tiago o filho de José, chamado irmão do Senhor.
Santo Idelfonso de Toledo (606-667) afirma a virgindade após o parto. São João
Damasceno (676-749) chama Maria a única sempre virgem de espírito de alma e de
corpo.
O Concílio de Trento, 14ª
sessão, capítulo 1, chamando Tiago de irmão do Senhor é uma forte prova do uso
desse modo de falar mesmo quando o dogma da virgindade é claramente defendido.
O Concílio Quinessexto de 692 chama Tiago de irmão, segundo a carne, de Cristo.
Isso prova serem as palavras diferentes do que querem fazer parecer hoje.
Eusébio de Cesareia
acreditava na perpétua virgindade de Maria. Helvídio, Vigilâncio, Joviniano, Bonoso e Nestório eram hereges. O
papa Sirício fala que é judaica a doutrina de que Cristo não nasceu de uma
virgem. Os que negam a doutrina são uma minoria, e seus fundamentos são espúrios.
O apologista protestante
afirma que a doutrina da virgindade perpétua de Maria é um artigo de fé para a
“igreja romana”, que é uma ideia errada elevada ao status de dogma. Para ele,
essa ideia deveria não ser tão frisada, mas deixada às opiniões. É o que pensam quando citam São Basílio, quando esse afirma que a virgindade de Maria era importante para a encarnação de Jesus, não sendo necessária para a fé depois, e que havia quem negasse o dogma.
Depois, o apologista afirma que as
evidências bíblicas provam que Maria teve outros filhos, e que é útil sobre
como a doutrina da virgindade perpétua tornou-se dogma, e põe-se a mostrar
fatos da Igreja nos primeiros séculos.
Cita Flávio Josefo chamando
Tiago de irmão de Jesus. Afirma que as provas para a doutrina são os pais da
Igreja do século IV.
Deve-se afirmar que as palavras de Josefo não determinam a questão, como foi
mostrado no artigo original, que mostra Tiago sendo chamado de irmão de Jesus
séculos depois de Cristo, até em Concílio, ainda que todos sabiam da virgindade
perpétua de Maria. É um fato claríssimo.
Até em um mesmo contexto aparece a expressão irmão de Jesus
e a virgindade de Maria. Outra observação importante, sobre o ossuário de Tiago sendo
verdadeiro, ainda assim não revela nada contra a virgindade de Maria, já que os documentos
antigos chamam Tiago de filho de José, pela tradição que afirmava ser filho de
um casamento anterior, e irmão de Jesus, mas nunca filho de Maria. A frase do ossuário não traz novidade alguma, nem prova nada contra a doutrina cristã católica.
A respeito do que diz de
Pápias (70-150) não há nada que refute o que é apresentado na apologética
católica. As razões que o apologista protestante elencou não apresentam
qualquer dificuldade. Pápias conta fatos da tradição, e se a obra é autêntica
ou não, isso não é problema para o caso em questão, já que não há nada que
afirme coisa contrária à virgindade perpétua. Ele explica os personagens
bíblicos, mostrando que Tiago apóstolo foi bispo de Jerusalém, algo que está
conforme a Bíblia, e que Maria de Cléofas é parente, irmã, da mãe de Jesus, ou
por parte de pai, ou por clã, e etc., sem explicar com certeza o modo de
parentesco, o que torna suas palavras compreensíveis e pouco sujeitas de
objeções. O apologista católico respondeu a isso.
Além do mais, Tiago de Zebedeu não foi bispo de Jerusalém. Pápias sabia bem que o
bispo e apóstolo foi o filho de Maria e Cléofas.
A virgindade perpétua de Maria e a evidência histórica
- Parte 1. Site respostas
cristãs.A virgindade perpétua de Maria nos cinco primeiros séculos (parte 1). De 05 de março de 2017.
“Hegésipo (110-180): A
distinção entre irmão e primo nos escritos de Hegésipo é clara, e não é uma
dificuldade total, mas relevante, quanto ao caso se o mesmo defendia ou não a
virgindade perpétua de Maria, pois o livro de Tobias usa nas mesmas passagens,
em traduções diferentes, os termos irmão e primo para a mesma pessoa. Ver
resposta.
A respeito do
Proto-Evangelho de Tiago mostra que é histórica e teologicamente praticamente
sem valor. Está refutado no artigo católico.
A passagem de Ireneu
(130-202) em C. H. 3,21,10 deve ser contextualizada com o que ele diz sobre o
assunto em outros lugares. O “ainda” não constitui obstáculo em si, e pode ser
explicado de outra forma. A implicação das palavras do paralelo Eva-Maria são
explicadas pelos especialistas em conformidade com a virgindade perpétua. Não
obsta que existe algum que tenha opinião diversa.
Sobre Clemente de Alexandria
(150-215) o artigo afirma que muitos do seu tempo negavam a virgindade no parto
de Maria, e que essa crença era docetista. Juniper Carol afirma que o docetismo
não tem nada a ver com a crença de Clemente. O artigo mostra citação de Carol
sobre as dúvidas sobre a opinião de Clemente deixadas por seus textos.
Falando de Tertuliano e do
argumento de que ele não permaneceu na Igreja e tornou-se herege montanista,
cita os apologistas católicos citando o escritor como importante para conhecer
a fé da Igreja e a interpretação da Bíblia. Tertuliano talvez estava ensinando novidade, e não sendo testemunha da tradição.
O artigo afirma que a Igreja
a que Tertuliano pertencia não era romana e não tinha a virgindade perpétua
como artigo de fé. A igreja “romana” seria a que apostatou da fé “católica
primitiva”. Essa é a novidade.
O autor reconhecesse que o
montanismo certamente, e mais provavelmente, acreditava na virgindade
perpétua. Cita uma passagem que mostra o apreço de Cipriano por certo
Tertuliano. Cipriano teria criticado a posição anti-virgindade perpétua de
Tertuliano, se essa fosse claramente uma negação da doutrina que ele defendia.
Mas seus escritos não contem em nenhum sentido fatos relevantes para precisar o
assunto. É o que vemos das afirmações de Juniper Carol.
De Hipólito de Roma
(170-235) mostra uma citação que claramente afirmaria que os irmãos de Jesus
eram filhos de Maria. (The Virgin Birth In The Theology Of The Ancient Church
[Eugene, Oregon: Wipf & Stock, 2011], n. 4 on 48-9) Mostra um autor
católico afirmando que Hipólito negou o dogma. Na citação que mostra da obra organizada por Carol,
o estudioso diz que Hipólito é vago sobre o assunto, e que não pode ser usado
para defender ou negar o mesmo. Afirma que a expressão “sempre virgem” pode ter
sido interpolação tardia, e que foi usada pela primeira vez por Epifânio,
século IV.
Concluiu o autor que os três
primeiros séculos não possui testemunho confiável da doutrina e muito menos que
fosse artigo de fé cristã obrigatório. Mas o que foi mostrado nos estudos do Nelson estão indicando que no século IV havia sim uma condenação da doutrina contrária à virgindade perpétua.
Ele admite que Clemente
ensinou isso, mas que se tratava de origem na obra apócrifa pouco confiável, e
que havia cristãos ortodoxos que não criam na doutrina.
Fala de Tertuliano, o mais
antigo e claro no assunto, negando a doutrina, e nas posições possíveis nesse
sentido de Ireneu e Hegésipo. Sobre os dois últimos não se pode afirmar isso, mas somente de Tertuliano. No entanto, não se sabe onde Tertuliano baseou-se para afirmar o que afirmou, pois contradiz os evangelhos.
Os críticos que usam Ireneu
nesse sentido o fazem sem provas, como diz Carol. Não pode podem apresentar uma
prova positiva a favor do dogma. Fica o silêncio.
Vitorino de Pettau (250-304) citação...
Falando de são Jerônimo,
afirma que como oponente, ele não era confiável.
Eusébio de Cesareia
(263-339) defendeu a virgindade
perpétua.
Sobre Santo Atanásio
(296-373)
Afirma: “Como esclarecido no
início, a crença na virgindade perpétua em si não é um problema para a teologia
protestante.”. Mas afirma que é um equívoco histórico.
Como não seria problema? Um protestante poderia crer nessa doutrina, e ensiná-la, e ser considerado verdadeiro regenerado no protestantismo reformado? É isso? Tudo bem.
Mas ele teria de enfrentar todos no meio reformado dizendo que isso é um equívoco, um erro, uma mentira, e se ele for dogmático nisso, deverá ouvir ainda que é uma heresia. De fato, não tem como ensinar no protestantismo de hoje essa doutrina sem problemas.
Efrém o Sírio (306-373)
Afirma, após citação de
Carol, que não somente os hereges afirmavam que Jesus tinha irmãos. Mas pelo que foi mostrado em geral, a opinião contrária era de origem herética.
Basílio de Cesareia
(330-379)
A citação de Basílio pode
ter uma explicação plausível que nega a que o autor do artigo propõe. Afirma
que nesse tempo não havia o dogma ainda. Mas, não implica isso de forma inquestionável.
Epifânio de Salamina
(320-403)
O artigo afirma que Santo
Epifânio atacou a doutrina que negava a virgindade perpétua, mas que não tinha
precedentes, e que negou a virgindade no parto. Embora a citação de Carol
apenas afirme a expressão “abriu o ventre”, mostrando que os padres posteriores
ensinaram a virgindade no parto, mesmo conhecendo a expressão de Epifânio.
Afirma que até o século V
não havia obrigatoriedade da doutrina no Oriente. O que propôs não foi provado, e o apologista católico deixou isso resolvido.
No ocidente inicia com
Hilário (300-368), cita Jerônimo como defendendo o parto normal. Quando
Helvídio ensinou sua tese, ele não apelou para a tradição. Portanto, o que o
artigo diz que “Isso só reforça o argumento de que a igreja não recebeu nenhuma
sólida tradição a respeito da virgindade de Maria” não é tão decisivo nesse
sentido. Negar uma verdade com força e ser um personagem respeitável não torna
inexistente a opinião que contraria a sua como tradição da Igreja. Vejamos os
casos de cada heresia. ”
E com os dados apresentados,
o apologista protestante afirma que a decisão oficial da Igreja foi tomada
sobre base estritamente históricas, e somente quem crê na infalibilidade da
Igreja, ao que chama de equívoco, aceitaria o outro equívoco por ela
sancionado: “Esse é o único motivo razoável para alguém acreditar não apenas
nesse, mas nos outros dogmas marianos.”.
Agora, avaliemos a resposta
católica em: (http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/virgem-maria/951-a-virgindade-perpetua-de-maria-nos-cinco-primeiros-seculos-parte-1)
Logo no inicio do estudo do
apologista católico, ele torna claro que o apologista protestante fundamenta-se
em J. B. Carol e J.N.D. Kelly e em contrapartida irá analisar de forma
exaustiva o assunto e apontar erros e conclusões precipitadas do autor
protestante.
A avaliação do valor do
Proto Evangelho de Tiago: para conhecer a doutrina primitiva cristã é útil.
Mostra, ainda, que a obra
apócrifa foi escrita com o fim de defender a doutrina do nascimento virginal. A
fé na virgindade Maria já é possível perceber no século II nos círculos
cristãos, conforme mostra o Pe. Philip J. Donnely.
A ideia de que Tertuliano
não ensinou a condição do celibato como melhor estado de vida é refutada: “Portanto,
parece falso querer atribuir a Tertuliano a visão de que a virgindade ou
continência não eram superiores ao matrimônio.”.
A crença dos docetistas foi
esclarecida, e o argumento usando os ebionitas foi satisfatório. Tertuliano
pode ter permanecido na Igreja e aderido à heresia, sendo formalmente herege.
A ascensão de Isaías foi
composto pelo povo simples da igreja, não pelas seitas. O oráculo da sibilas
era muito lido pelos cristãos.
Santo Inácio provavelmente
defendeu a virgindade no parto. O mesmo se diz de Santo Ireneu. Não há nada que
possa provar que Santo Ireneu negasse a virgindade no parto, e etc., embora
existam estudiosos que afirmaram isso.
O que Clemente de Alexandria
afirma é um discussão da questão que estava ocorrendo no Egito, e não em toda a
Igreja.
Hipólito de Roma, tornou-se
antipapa, e tempos depois, com o papa Ponciano, reconciliou-se. Isso por volta
do 2º século. Os testemunhos de Tertuliano, Clemente e Orígenes é representante
de praticamente toda a Igreja.
O apologista católico afirma
que o testemunho dos três não é histórico, mas afirma a crença dos cristãos
primitivos naquele tempo.
Orígenes (185-254)
Havia nos primeiros séculos
especulações a respeito de Jesus, e em consequência a respeito de Maria, e
etc., que não estavam fundamentadas nas Escrituras, mas tinham outras fontes,
talvez mesmo a própria imaginação dos que as propunham. Assim, Orígenes
menciona “que afirmam de que ela se casou depois do parto”, algo que a Bíblia
claramente não ensina. Por isso, quando alguns vieram afirmar que Maria tinha
outros filhos isso não era baseado nos evangelhos, mas provinham de ideias que
as seitas ensinavam ao seu bel-prazer, já que suas fontes não eram a Palavra de
Deus. E Orígenes afirma que os que “pensam corretamente” ensinam a virgindade
de Maria, e que ele não teve outros filhos.
Eusébio explica
corretamente que existiam dois Tiagos, um era o apóstolo menor, chamado o
Justo, e o outro era o irmão de João. Esse Tiago justo foi aquele que S. Paulo
menciona quando visitou Pedro. Isso já foi provado, e não há dúvidas, pelos
dados das Escrituras, que as coisas são de fato assim.
As palavras de
Hilário realmente são evidências de que a doutrina contrária à virgindade de
Maria é uma heresia.
As palavras de
Basílio Magno são das mais interessantes, pois mesmo os estudiosos tiram delas
conclusões opostas. A apologética protestante preferiu a opinião de que a
doutrina da virgindade perpétua não era dogma ainda, e que por isso S. Basílio
não anatematiza os que a ele se opõem. Citam J.N.D. Kelly afirmando que segundo
as palavras de Basílio a negação da virgindade de Maria não era incompatível
com a ortodoxia. No entanto, pelas palavras: “Mas uma vez que os amantes de
Cristo não toleram ouvir que a Mãe de Deus deixou de ser virgem num determinado
momento, consideramos seu testemunho suficiente.”, só se pode concluir, com
precisão de raciocínio, conforme fez o Pe. Luigi Gambero.
Gledson Meireles.
Te refuto em dois tempos rs
ResponderExcluirA visão protestante reformada tem base bíblica e histórica. Enquanto o tradição teve influência direta do ascetismo sobre os pais da Igreja. Sabemos que Cristo veio e cumpriu o que sobre Ele consta nas escrituras da Lei de Moisés, dos profetas e dos Salmos. Ora, João em seu Evangelho nos dá uma referência do Salmo 69:9, na passagem em que Cristo zela pelo Templo contra os cambistas, e faz o link entre o relato com o Salmo Messiânico "O zelo da tua casa me devorará".
Se olharmos o versículo anterior, é possível dizer que Maria não permaneceu sempre virgem, pois lemos "tenho me tornado um estranho para os meus irmãos e um desconhecido para os filhos de minha mãe." Salmos 69:8
Esse trecho faz menção direta sobre as passagens nos Evangelhos onde a pessoa de Jesus é questionada, - se Ele era mesmo o Messias - por parte dos discípulos, assim como tbm a falta de fé em seu ministério por parte de seus próprios irmãos. "Porque nem seus irmãos criam nele."
Isso explica o motivo pelo qual seus irmãos e seus discípulos não aparecem no evento da crucificação com Maria, exceto, João. Por isso Cristo confia Maria aos cuidados de João, pois ele fez o papel de seus irmãos na carne.
Contudo, após a ressurreição de Jesus, seus irmãos passam a crer e tbm a congregar com os demais, como consta em Atos 1:14.
Reflita considerando o que diz o Sl 69.
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