O bispo de Pérgamo
estava onde “se acha o trono de Satanás”. Essa expressão não indica a igreja, e
nada a ela relacionado, mas é indicação ao templo pagão dedicado ao imperador
romano que se encontrava na cidade de Pérgamo. Ali estava o trono de Satanás.
Enquanto em Esmirna havia uma sinagoga de Satanás, em Pérgamo estava o seu
trono. Assim, a situação da igreja que vivia nessa cidade era pior.
De fato, o bispo de
Pérgamo é fiel, crente no Nome de Jesus, e defensor da doutrina, mesmo diante
do perigo do martírio. Mas, uma coisa havia de negativo: “sequazes da doutrina
de Balaão” e “sequazes da doutrina dos nicolaítas” estavam naquela igreja.
Esses que estavam em
toda a igreja, em algumas localidades puderam conviver por um tempo, como em
Éfeso, mas logo foram descobertos e expulsos. Contudo, o bispo de Pérgamo não
era tão enérgico, e nada havia feito contra os cristãos adeptos dessas
doutrinas.
Cristo diz que virá a
ele (ao bispo) e combaterá os hereges “com a espada da minha boca”, que é a
Palavra de Deus. Essa repreensão ao bispo mostra que a heresia deve ser exposta
e corrigida, e a omissão constitui pecado dos líderes eclesiásticos. Nota-se
que continua o mesmo que é pedido na outras cidades, que é a pureza da fé. A
mesma fé exigida em Éfeso e Esmirna, agora também é exigida em Pérgamo. As
doutrinas que não podem coexistir com a fé cristã de uma comunidade local,
também não podem em outra. Há exigência de unidade doutrinal, pelo fato da
realidade da única Igreja.
A realidade de uma
região é diferente de outra. A igreja em Éfeso não enfrentava ainda perseguição
sangrenta, como em Pérgamo. Apenas as heresias eram semelhantes. A igreja em
Éfeso não foi conivente, mas aquela em Pérgamo estava sendo. Em Esmirna as
heresias parecem não terem tido efeitos entre os fieis. Certamente estavam fora
da igreja, sendo os hereges um grupo à parte, e não membros da própria igreja. No
entanto, sendo igual a fé de todas as igrejas, ou seja, todas elas ensinavam a
mesma doutrina, Jesus exigia a mesma medida dura contra os sequazes de outras
doutrinas. O Senhor da igreja exigiu isso e ameaçou com a punição.
A Igreja de Tiatira
O bispo de Tiatira era bastante abençoado. Suas
obras de então eram maiores que as primeiras. No entanto, uma coisa havia de
negativo: conceder liberdade à ação da falsa profetiza Jezabel. Certamente essa
era uma mulher cristã, mas suas profecias, doutrinas e práticas eram contrárias
ao Evangelho. No entanto, o bispo de Tiatira não a disciplinava.
Jesus ameaça punir Jezabel e todos os hereges, para
servir de exemplo às igrejas: “todas as igrejas hão de saber que eu sou aquele
que sonda os rins e os corações”. (Ap 2,23) Essa é mais outra prova de que a
Igreja é a mesma, e o que uma localidade experimente serve de exemplo para
outra. É outra prova de que as igrejas de cada cidade formavam uma única
Igreja. A disciplina em uma servia de exemplo a outra comunidade.
Por certo, todas as igrejas não restringem-se às
sete, não sendo a mensagem unicamente de valor para as sete igrejas da Ásia,
mas realmente a todas as igrejas em cada localidade que estiverem. Aos cristãos
de Tiatira que permanecem na verdade, Jesus admoesta a continuar com o que
aprenderam. Nem sempre os bispos tomavam posição rápida e enérgica contra as
heresias. Por isso, pode-se afirmar que durante algum tempo os cristãos hereges
conviviam nas igrejas sob a liderança do bispo, mas sem ter com ele unidade de
fé. E esses formavam seitas, por seus ensinos e práticas condenáveis em relação
ao Evangelho. Assim, Jesus exige do bispo uma posição contra os hereges, como
faz em todas as igrejas. Isso significa a lição que a Igreja deve manter em
todos os tempos e lugares.
Jesus mesmo pode tomar a posição e rédea da ação
disciplinadora, caso o bispo continue a omitir-se. O interessante é que nenhum
dos bispos anteriores é reprovado por heresia. Alguns o são por não combater as
heresias, ficando acomodados, mas possuíam virtudes. Jesus não contenta-Se com
essa atitude, e exorta o bispo a lutar contra o erro doutrinal e as práticas
dele advindas.
Jezabel certamente tratava-se de uma figura
notável, e profetizava em nome de Deus aos cristãos da igreja de Tiatira.
Talvez, também, de início não se pensava na gravidade daquelas revelações e
enganações. É certo que havia muitos que a seguiam. Como conviviam sob a
liderança do bispo daquela igreja, é a ele que Jesus lembra a incumbência de
tomar posição disciplinar, em defesa da fé. De fato diz: “Mas tenho contra ti
que permites a Jezabel, mulher que se diz profetisa, seduzir meus servos...”.
Veja que é uma exigência de atitude para com
Jezabel, e não apenas uma ação de proteção aos cristãos sob a liderança episcopal.
Trata-se de membros cristãos hereges, do partido de Jezabel, contaminando
outros membros, os servos fieis. Vemos nessa carta claramente o bispo de
Tiatira, com os cristãos que estão sob sua supervisão, que continuam firmes no
Evangelho, e aqueles entre os quais está a figura de Jezabel, que estão
contaminados com o veneno da heresia, e não estão conforme a doutrina da
instituição católica.
Dessa forma, não se pode ver aí uma igreja que
ensina erro. De fato, Tiatira continua na paz espiritual com Deus, conservando
a sã doutrina. O que acontece é ter junto de si uma seita liderada por uma
Jezabel. Essa está simbolizando a seita e sua liderança, que institui
idolatria: pratica imundícies, e come carne imolada aos ídolos. Refere-se,
portanto, à idolatria, não da igreja de Tiatira, mas da seita que está ali, sob
o comando de Jezabel. É preciso distinguir aqui: os cristãos de Tiatira não
praticavam esses horrors do paganismo, mas conheciam aqueles que o faziam sob a
liderança de uma mulher chamada Jezabel.
Jezabel e os seus não estão sob o ensino do anjo de Tiatira, mas contrários a ele. Por não reprovar aquela heresia, o bispo a estava permitindo. Assim, não poderia ser dito que a Igreja de Tiatira estivesse mesclada de heresia e idolatria, como se a mesma tivesse endossado em seu credo algo do tipo, pois o bispo não é acusado de ensinar o que Jezabel ensinava. O que a carta afirma é que em Tiatira há uma facção religiosa no interior da verdadeira igreja ali presente, a qual está sob autoridade do bispo de Tiatira, e que o mesmo deve tomar as providências usando de sua autoridade apostólica. Os servos de Cristo estão em perigo diante das seduções de Jezabel, e o bispo está permitindo essa realidade por não tomar atitude contra ela.
Gledson Meireles.
Jezabel e os seus não estão sob o ensino do anjo de Tiatira, mas contrários a ele. Por não reprovar aquela heresia, o bispo a estava permitindo. Assim, não poderia ser dito que a Igreja de Tiatira estivesse mesclada de heresia e idolatria, como se a mesma tivesse endossado em seu credo algo do tipo, pois o bispo não é acusado de ensinar o que Jezabel ensinava. O que a carta afirma é que em Tiatira há uma facção religiosa no interior da verdadeira igreja ali presente, a qual está sob autoridade do bispo de Tiatira, e que o mesmo deve tomar as providências usando de sua autoridade apostólica. Os servos de Cristo estão em perigo diante das seduções de Jezabel, e o bispo está permitindo essa realidade por não tomar atitude contra ela.
Gledson Meireles.
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