O bispo de Laodiceia é
repreendido de forma dura. Sua atitude não é positiva nem negativa, nem fria
nem quente. Ele está indeciso, morno, não tomando posições claras. Sua fé está
cambaleante, sua vida não possui obras características do Cristianismo, de modo
a ser pregação viva. Sua espiritualidade está para ser desmascarada e seu juízo
está prestes a vir.
Jesus ameaça a vomitar
da Sua boca o bispo morno. Essa é também a vida daquela igreja de Laodiceia:
morna. Vomitar é a figura de linguagem que significa deixá-lo sucumbir no
pecado.
Uma coisa é importante
notar: o bispo é amado por Jesus. Sua condição está a ponto de colocá-lo em
situação lastimável, mas Cristo o chama à conversão, e está prestes a
discipliná-lo para que retorne à vida na graça. Portanto, ele não foi
destituído.
De fato, quem está
morno está mais longe da conversão. Sua mente está acostumada com o ambiente
cristão, e a mensagem da cruz não lhe impacta mais. No entanto, a mensagem mais
incisiva do Senhor tem como objetivo converter o pecador na mais intrincada
circunstância.
Aquele bispo de
Laodiceia era muito influente, negociador hábil. Sua vida estava envolta de um
ambiente rico, de posses, longe da penúria e da escassez de recursos. Essa
situação pode gerar o espírito auto-suficiente. Mas o Senhor afirma que ele é
“infeliz, miserável, pobre, cego e nu”. (Ap 3,17)
E o verso 19 mostra que
anteriormente o bispo era perseverante e zeloso: “Reanima, pois, o teu zelo e
arrepende-te”. Mesmo homens aprovados e sucedidos no evangelho podem cair.
Cristo o chama a voltar a Ele, a converter seu coração. Essa é a exortação ao
bispo, que está no lugar de toda a comunidade de Laodiceia.
À igreja de Éfeso é
prometido ao vencedor comer do fruto da árvore da vida, que está no meio do
paraíso. O Espírito diz às igrejas o que terão de recompensa, e o prêmio é dito
em tom de individualidade: “àquele que”. Isso demonstra a necessidade da fé e
da obediência.
À igreja de Esmirna é
prometido ao vencedor não sofrer dano da segunda morte.
À igreja de Pérgamo e
prometido ao vencedor o maná escondido, e um pedra branca com um nome que
somente o que recebe conhece.
À igreja de Tiatira é
prometido ao vencedor o poder sobre as nações pagãs, e a Estrela da Manhã, que
é o próprio Jesus Cristo.
À igreja de Sardes é
prometido ao vencedor as vestes brancas, e a manutenção do nome no livro da
vida, que será proclamado diante do Pai e dos anjos.
À igreja de Filadélfia
é prometido ao vencedor ser coluna no Templo de Deus, e ter escrito o Nome de
Deus, da cidade santa e o Nome de Cristo.
À igreja de Laodicéia é
prometido ao vencedor assentar no trono com Cristo.
Lições
As lições que estão
contidas nas cartas às sete igrejas são inúmeras, difícil elencar todas, mas
entre elas estão o Senhorio de Jesus Cristo, a Sua presença na Igreja em todos
os lugares e tempos, a autoridade dos bispos, as atitudes que esses devem ter
diante das heresias, as repreensões de Jesus aos bispos desobedientes, mas
também o seu amor por eles, e a cada um que arrepende-se do pecado, as ameaças
de punições quando não há arrependimento e conversão, a diferenciação entre os
cristãos fieis unidos à autoridade do bispo e os cristãos caídos em heresias
que formaram seitas.
Essa situação era uma
constante em final do século 1º, na região da Ásia Menor, onde estava o
apóstolo São João, na Ilha de Patmos, quando a Igreja estava em crescimento
rápido, já com aproximadamente 70 anos de existência, e enfrentando
perseguições do Império Romano, e principalmente heresias de seitas
judaizantes.
Em todas as cartas
temos a verdade de que Jesus é o Senhor da Igreja, que está presente nela, que
todas as sete igrejas são uma mesma denominação, que elas estão enfrentando
problemas diversos, como as heresias, tanto no interior de si mesmas como
vindas de fora, que os bispos são os responsáveis por manter a pureza da
doutrina e da prática, que os desobedientes são chamados à conversão, que os
hereges que estão no interior da Igreja são sujeitos às intervenções dos
bispos, e que mesmo em igrejas onde até o bispo necessita de conversão há
aqueles membros que são fieis a Cristo.
Gledson Meireles.
Interessante o estudo do irmão. Porém, eu não colocaria:
ResponderExcluir(que todas as sete igrejas são uma mesma denominação) Mas:
São uma única igreja. Denominações nos fazem seguir defendendo placas. Igreja Católica significa Igreja Universal, por causa da universalidade da Igreja. Agora, todos sem distinção e não importa a nacionalidade, podem servir com todo amor, zelo, dedicação e adoração por meio de Jesus Cristo e graças ao Seu sacrifício, ao Deus de Israel. Há uma só Igreja de fato, como você também esboçou no seu estudo. Hoje muitas pessoas por causa do denominacionismo, só enxergam "suas" igrejas (como se elas fossem donas da Igreja de Cristo).
Todas as igrejas sem distinção fazem parte da igreja que é una. Mesmo que se rebelem e isso é contra a vontade do Senhor. Portanto, sinceramente, não consigo ver nosso Senhor olhando para as igrejas como sendo Romana, Ortodoxa, Evangélica, Protestante... Mas, vejo Ele olhando como olhou para as igrejas do Apocalipse.
Você disse bem: Em todas as cartas temos a verdade de que Jesus é o Senhor da Igreja que está em toda a Terra e que também por isso foi usado o termo Católico - Universal assim se entende uma toda a Igreja.
Me desculpe por eu não conseguir me fazer entender direito.
Obrigado. A respeito da afirmação direta de que as igrejas do Apocalipse são uma mesma denominação, significa mesmo que são uma única Igreja, com uma única doutrina, com todos os bispos em unidade uns com os outros, todos sendo apontados pelos apóstolos ou por bispos que os apóstolos ordenaram. Naquele tempo não havia divisões como há atualmente, e todas as igrejas, mesmo no plano administrativo, eram semelhantes. Foi por isso que as decisões do Concílio de Jerusalém puderam ser enviadas a todas as localidades, e tinham autoridade sobre todos os cristãos. Se porventura alguma igreja não aceitasse, essa estaria fora da comunhão, não era mais igreja de Cristo. Hoje, se uma decisão desse tipo for tomada pela Igreja Católica, não há obediência entre os assembleianos, por exemplo. Se um concílio presbiteriano introduzir uma reforma tal, os batistas não estão obrigados a aceitar. Se os adventistas fizerem tal decisão, os congregacionalistas nem ficam sabendo. Se os Metodistas decidiram uma coisa, isso é com eles, e não com os luteranos, e assim por diante.
ExcluirAté mais.