Santo Agostinho relata um
acontecimento milagroso por meio da intercessão dos 20 mártires. O apologista
protestante não ficou satisfeito, e afirmou que não há juízo de valor quanto a
essa oração. Não se saberia se Santo Agostinho a aprovava ou não. Esse é o
parecer do apologista que escreve no site respostas cristãs.
Há possibilidades, segundo aponta:
1.
Santo Agostinho não apresentou juízo de valor
sobre a oração aos mártires.
2.
Santo Agostinho foi inconsistente nesse
caso.
3.
Santo Agostinho mudou de ideia depois.
4.
Santo Agostinho tolerava essa prática
comum no seu tempo, mas a considerava incorreta. Essa é a posição
preferida no artigo.
Isso porque:
1. Pode
ser, talvez, supostamente, que Santo Agostinho acreditasse que a oração foi respondida
por pura misericórdia de Deus, e não que ele cresse que os mártires fizeram
isso.
2.
Ele somente estava provando que os milagres
aconteciam, não fazendo juízo de valor sobre os meios pelos quais ocorrem.
O primeiro ponto é muitíssimo fraco, e serve apenas para
verificarmos o desenvolvimento do raciocínio. O Segundo é tremendamente falho. É
como se os protestantes hoje mostrassem os milagres que ocorrem com protestantes
que recorrem a meios semelhantes àqueles adotados pelo baixo espiritismo, por
exemplo, perfazendo uma coisa herética, errada, e mostrando isso como exemplo de milagres
verdadeiros. Faz sentido¿ Não. Mas é isso mesmo. Disse o apologista.
Nessas considerações, Santo Agostinho teria sabido que
aquelas orações eram heresia (alguns gostam de afirmar que algo “errado” não
configura necessariamente heresia), mas ainda assim teria considerado os
exemplos vários que registrou para provar os milagres divinos em continuidade
na Igreja, tolerando assim um prática errônea que já estava disseminada. Santo
Agostinho não diz nada disso, nem age dessa maneira, mas é o que o apologista
protestante entendeu de sua posição.
Podemos objetar que tal coisa
denigre a imagem do santo de Hipona, pois o coloca tratando profundamente do
assunto, como era seu costume, sem que tenha feito juízo de valor de uma
prática, ou, mais provavelmente, que tenha tolerado com fundamentos que
elaborou em sua obra uma prática que considerava incorreta. Pode-se afirmar que
teria tolerado heresia de uma forma bastante estranha. Deve-se considerar isso
para fins de argumento, para refutar o objeção em seu próprio nascedouro.
Partamos agora para a prova
positiva da doutrina que santo Agostinho ensinou sobre a oração dos mártires. Há
vários pontos as considerar. Santo Agostinho ensina na Cidade de Deus capítulo 10
o seguinte:
a) Os
mártires são testemunhas da fé.
b) Pela
fé eles podem agora pedir benefícios a Deus. Refere-se aos pedidos em favor dos
cristãos na terra.
c) Os
mártires possuem esse poder. Refere-se à intercessão.
d) Deus
realiza os milagres por causa da fé na ressurreição para a vida eterna.
e) Deus
usa os espíritos dos mártires para realizar milagres.
f) Os
adversários comparam seus deuses com os nossos mortos. Refere-se aos mártires.
g) Nossos
mártires não são nossos deuses.
h) Milagres
dos deuses por meio dos seus templos e milagres dos mártires por meio de suas
sepulturas.
i)
Os mártires fazem maravilhas. Ou melhor, Deus
faz enquanto eles oram e assistem.
j)
Não erigimos templos aos mártires, mas
monumentos.
k) Não
erigimos altares aos mártires, mas a Deus.
l)
Mesmo o sacrifício no monumento dos mártires é
feito a Deus.
m) O
objetivo dos santos ao fazer milagres é induzir a fé em Deus e em Cristo.
n) Devemos
acreditar naqueles que falam a verdade e realizam maravilhas. Refere-se aos mártires.
o) Eles
adquiriam o poder de realizar maravilhas.
Tudo isso vem em seguida para esclarecer a doutrina que
refere-se aos mártires. Portanto, é a mesma doutrina da Igreja Católica em
todos os tempos. O fato da oração aos santos já foi provado pelos apologistas católicos. Basta reler as citações de Santo Agostinho fornecidas no site apologistas católicos.
Gledson Meireles.
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