Eucaristia
Parte
1
Santo
Inácio de Antioquia
Comentário sobre o artigo,
parte 1, a respeito da Eucaristia.
A citação feita mostra,
como a Escritura Sagrada, que a eucaristia é a carne de Jesus. Santo Inácio não
usa de comparação, mas afirma com o verbo ser, da mesma forma que é feita na
Bíblia. Se a própria Escritura é interpretada como ensinando a presenta simbólica,
o mesmo será com as palavras do apologista. É conhecida a oposição que Santo
Inácio estava fazendo à doutrina docetista. O apologista protestante escreve: “mas por
negarem as realidades as quais a eucaristia representa”. Ele utiliza o contexto
de disputa entre cristãos católicos e cristãos docetistas para insinuar que a
eucaristia era crida como simbólica. Mas, as palavras de Santo Inácio mostram
que os hereges “se fastam DA EUCARISTIA” e não “professam que a eucaristia É A
CARNE”. O assunto em apreço é diretamente a negação da eucaristia. Para ensinar
algo “simbólico” através das Palavras de Santo Inácio é preciso provar. Doutro
modo, elas devem ser lidas como estão: a eucaristia é a carne de nosso Salvador
Jesus Cristo. O ônus da prova está em quem nega. Não há necessidade de provar a
literalidade das palavras, mas a de provar o contrário. Assim, quem nega a
transubstanciação assume esse grave dever.
Ainda, escreve o
apologista protestante: “não há nada nas sete cartas de Inácio que remeta ao
sacrifício da missa.”. Como as cartas falam normalmente sobre a missa, negar
isso é adquirir o ônus da prova. Deve-se provar que Santo Inácio não ensina o
sacrifício da missa. Pelo visto acima, ele ensinava a transubstanciação.
Qualquer cristão
católico romano afirma como Santo Inácio, que a missa é para agradecer e louvar
a Deus. Isso é algo que silencia quanto a qualquer outra doutrina, não servindo
definitivamente de prova contra a transubstanciação. A eucaristia é o
sacramento da unidade, por isso devemos ter somente uma. Santo Inácio afirma
isso na Carta aos Filadelfos, capítulo 4. Isso ajuda pensar nessas explicações,
que são conflitantes ao entendimento da Igreja.
O uso de metáforas e
simbologias fica claro pelo contexto, não servindo para explicar passagens
claras em si mesmas. Entender que o católico crê que Jesus está na terra, e não
no céu, é crer em uma deturpação, consiste em não compreensão, e desconhecimento da doutrina da
Igreja Católica. De fato, reza o credo apostólico que Jesus virá do céu para julgar os
vivos e os mortos. Todos os católicos creem isso. A presença de Jesus na
Eucaristia é sacramental. Sendo sacramento a Ceia do Senhor é um meio da graça
divina. Talvez os protestantes pensam demais na fisicalidade do sacramento, de uma forma errônea,
supondo ser essa a doutrina católica, a ponto de contrastar a transubstanciação
com o entendimento da presença espiritual, esquecendo que o
sacramento é espiritual, um alimento da alma, e não do corpo, uma comida para
fortalecer o espírito, e não para a nutrição da carne. Por isso, a eucaristia é um “remédio da
imortalidade”: “partindo um e o mesmo pão, que é o remédio da imortalidade, e o
antídoto que nos previne de morrer” (Ep. Ef., 20), e tal afirmação é plenamente
compatível com a transubstanciação.
Por tudo isso, o artigo
sobre santo Inácio não refutou a transubstanciação. Revelou certo
desconhecimento da doutrina católica. O objetor precisa compreender que a única
forma de Jesus estar presente na Ceia, conforme a Bíblia ensina, é por meio da
identificação dos elementos da ceia após a bênção com o próprio Senhor, que
constitui a forma sacramental. E essa explicação é comunicada através do termo
transubstanciação.
Objeção:
Os hereges não criam na eucaristia porque negavam que Jesus tivesse corpo
físico, crendo apenas na aparência do corpo. Assim, não seria necessário negar
a transubstanciação para não participar da Ceia, mas apenas por negar o símbolo
daquilo que negavam.
Reposta:
Mais fácil seria crerem no símbolo do que na realidade literal. Talvez
aceitassem o símbolo do corpo aparente de Cristo. Contudo, eles negavam também
a própria eucaristia, que não era símbolo da carne, mas que era a verdadeira
carne do Salvador Jesus Cristo.
Didaquê
O documento traz
algumas instruções de como celebrar a eucaristia, mas não apresenta todos os
seus significados. Não havendo controvérsia sobre a presença literal de Cristo
na eucaristia, não havia necessidade de repetir essa verdade. Mas, note que a
Didaquê afirma que a eucaristia é um tesouro.
A eucaristia é um
sacrifício. Existe somente um sacrifício na Igreja, o de Cristo. O autor do
artigo não compreende ainda essa verdade, e por isso não entendeu que o
sacrifício de Malaquias 1,1 é o de Jesus, e é celebrado na Igreja na ceia do
Senhor, a eucaristia.
Em todo o documento
está claro que o sacrifício é o partir do pão. A confissão dos pecados, feitas
no início da missa, é para que o sacrifício seja puro. Outra coisa é o nosso
culto racional. Por isso, é dito que “o sacrifício não seja profanado” ao se
juntar a ele com pecado. Não se trata do sacrifício de cada fiel, ou da Igreja,
mas o de Cristo, profetizado na Escritura. A ele juntamos os nossos sacrifícios
(cf. Rm 12,1). Na eucaristia o sacrifício é outro, é único e o meio pelo qual oferecemos nosso sacrifício. (cf. Ml 1,1)
São Justino
A transubstanciação é
aqui bem clara. Como Cristo foi encarnado pela força de Deus, do Verbo, assim o
pão e vinho comum são TRANSFORMADOS em corpo e sangue de Cristo após a ação de
graças. É preciso fé para compreender isso.
Os cristãos serem
acusados de canibalismo, como o são até os dias atuais, é prova de que sempre
creram na transubstanciação, como provado acima. O respeito ao símbolo é ainda
insuficiente para entender o que São Justino está ensinando. Isso é o que o
autor do artigo demonstra, não entendendo o que significa a transubstanciação
explicada por São Justino. Ele escreve: “Outro argumento é que Justino diz que
por “transformação nutrem nosso sangue e nossa carne”. Ele se refere à
transformação que sofrem em nosso organismo o nutrindo”. Assim, a transformação
seria o alimento do corpo, pois o pão e o vinho nutrem fisicamente. Essa
transformação dos elementos não condizem com uma concepção espiritual apenas,
pois o comer e o beber nessa concepção seria uma nutrição pela fé, e não como
são Justino apresenta, que, antes, significa que os alimentos tornam-se, após a
consagração, aquilo que é metabolizado no corpo como alimento, onde Cristo
nutre o homem através da matéria do sacramento. Os alimentos naturais já são
para a nutrição corporal. O que está sendo reforçado é que depois da ação de
graças esse alimento é a carne de Cristo, pela nutrição que produz no homem.
Ele afirma que “virtude da oração ao Verbo que procede de Deus” o
alimento transformado nutre o cristão.
a)
Não é pão ou bebida comum
b)
Da maneira que Cristo foi feito carne
pela força do Verbo, em virtude da oração sobre o alimento, ele é transformado
na carne de Jesus.
O apologista
protestante conclui mais ou menos assim: “O alimento transforma-se em nosso
corpo nutrindo nosso sangue e nossa carne, por isso não somos canibais.” É algo
que não está conforme a explicação de São Justino, mas foi feita conforme o
pressuposto de que não poderia haver transubstanciação.
O autor definitivamente
não compreende a transubstanciação, por pensar que é comer a carne física
literal de Cristo, como se fosse consumir a carne humana de Jesus quando ainda
estava na terra. Se a Igreja ensinasse uma eucaristia simbólica, não daria
espaço para inventarem a acusação de que os cristãos eram canibais. Isso
acontecia porque sempre ensinaram que e eucaristia é verdadeiramente o corpo de
Cristo.
A citação do Diálogo
com Trifão, de São Justino, não demonstra nada contra a transubstanciação, pois
a eucaristia é memorial da morte de Jesus na cruz, nem por isso deixa de ser um
sacramento com a presença real de Jesus, como explicada pela transubstanciação.
Jesus não está sendo sacrificado em toda missa, mas apenas Seu sacrifício é
renovado. A missa é feita sempre em memória de Cristo. A eucaristia não envolve
“sangue e libações”. Por isso, é dita ser um sacrifício incruento, que não
derrama sangue. Da mesma forma, é uma cerimônia espiritual.
No capítulo mencionado
do seu Diálogo, afirma que, como cumprimento da profecia de Malaquias, o
sacrífico feito pelos cristãos é o pão e o cálice da Eucaristia. É precisamente
claro.
Teófilo
de Antioquia
O bispo Teófilo apenas reponde que os cristão
não comem carne humana. Se a eucaristia fosse simbólica, seria o momento disso
ser feito. Na verdade, a própria afirmação cristã que era mal entendida pelos
pagãos é uma evidência histórica da fé na transubstanciação.
Atenágoras
O que Atenágoras afiram não há o que
explicar. Está claro que condena a antropofagia. Nenhuma implicação sobre a
eucaristia.
Gledson Meireles.
é isso aí Gledson refuta os argumentos protestantintas simbolistas que enfraquecem a compreensão da Santa Ceia.
ResponderExcluirA Transubstanciação é a correta interpretação.