sábado, 2 de maio de 2020

Comentando alguns artigos sobre a Eucaristia

Eucaristia

 
Parte 1

 
Santo Inácio de Antioquia

 
Comentário sobre o artigo, parte 1, a respeito da Eucaristia.

A citação feita mostra, como a Escritura Sagrada, que a eucaristia é a carne de Jesus. Santo Inácio não usa de comparação, mas afirma com o verbo ser, da mesma forma que é feita na Bíblia. Se a própria Escritura é interpretada como ensinando a presenta simbólica, o mesmo será com as palavras do apologista. É conhecida a oposição que Santo Inácio estava fazendo à doutrina docetista. O apologista protestante escreve: “mas por negarem as realidades as quais a eucaristia representa”. Ele utiliza o contexto de disputa entre cristãos católicos e cristãos docetistas para insinuar que a eucaristia era crida como simbólica. Mas, as palavras de Santo Inácio mostram que os hereges “se fastam DA EUCARISTIA” e não “professam que a eucaristia É A CARNE”. O assunto em apreço é diretamente a negação da eucaristia. Para ensinar algo “simbólico” através das Palavras de Santo Inácio é preciso provar. Doutro modo, elas devem ser lidas como estão: a eucaristia é a carne de nosso Salvador Jesus Cristo. O ônus da prova está em quem nega. Não há necessidade de provar a literalidade das palavras, mas a de provar o contrário. Assim, quem nega a transubstanciação assume esse grave dever.

Ainda, escreve o apologista protestante: “não há nada nas sete cartas de Inácio que remeta ao sacrifício da missa.”. Como as cartas falam normalmente sobre a missa, negar isso é adquirir o ônus da prova. Deve-se provar que Santo Inácio não ensina o sacrifício da missa. Pelo visto acima, ele ensinava a transubstanciação.

Qualquer cristão católico romano afirma como Santo Inácio, que a missa é para agradecer e louvar a Deus. Isso é algo que silencia quanto a qualquer outra doutrina, não servindo definitivamente de prova contra a transubstanciação. A eucaristia é o sacramento da unidade, por isso devemos ter somente uma. Santo Inácio afirma isso na Carta aos Filadelfos, capítulo 4. Isso ajuda pensar nessas explicações, que são conflitantes ao entendimento da Igreja.

O uso de metáforas e simbologias fica claro pelo contexto, não servindo para explicar passagens claras em si mesmas. Entender que o católico crê que Jesus está na terra, e não no céu, é crer em uma deturpação, consiste em não compreensão, e desconhecimento da doutrina da Igreja Católica. De fato, reza o credo apostólico que Jesus virá do céu para julgar os vivos e os mortos. Todos os católicos creem isso. A presença de Jesus na Eucaristia é sacramental. Sendo sacramento a Ceia do Senhor é um meio da graça divina. Talvez os protestantes pensam demais na fisicalidade do sacramento, de uma forma errônea, supondo ser essa a doutrina católica, a ponto de contrastar a transubstanciação com o entendimento da presença espiritual, esquecendo que o sacramento é espiritual, um alimento da alma, e não do corpo, uma comida para fortalecer o espírito, e não para a nutrição da carne.  Por isso, a eucaristia é um “remédio da imortalidade”: “partindo um e o mesmo pão, que é o remédio da imortalidade, e o antídoto que nos previne de morrer” (Ep. Ef., 20), e tal afirmação é plenamente compatível com a transubstanciação.

Por tudo isso, o artigo sobre santo Inácio não refutou a transubstanciação. Revelou certo desconhecimento da doutrina católica. O objetor precisa compreender que a única forma de Jesus estar presente na Ceia, conforme a Bíblia ensina, é por meio da identificação dos elementos da ceia após a bênção com o próprio Senhor, que constitui a forma sacramental. E essa explicação é comunicada através do termo transubstanciação.

Objeção: Os hereges não criam na eucaristia porque negavam que Jesus tivesse corpo físico, crendo apenas na aparência do corpo. Assim, não seria necessário negar a transubstanciação para não participar da Ceia, mas apenas por negar o símbolo daquilo que negavam.

Reposta: Mais fácil seria crerem no símbolo do que na realidade literal. Talvez aceitassem o símbolo do corpo aparente de Cristo. Contudo, eles negavam também a própria eucaristia, que não era símbolo da carne, mas que era a verdadeira carne do Salvador Jesus Cristo.

Didaquê

O documento traz algumas instruções de como celebrar a eucaristia, mas não apresenta todos os seus significados. Não havendo controvérsia sobre a presença literal de Cristo na eucaristia, não havia necessidade de repetir essa verdade. Mas, note que a Didaquê afirma que a eucaristia é um tesouro.

A eucaristia é um sacrifício. Existe somente um sacrifício na Igreja, o de Cristo. O autor do artigo não compreende ainda essa verdade, e por isso não entendeu que o sacrifício de Malaquias 1,1 é o de Jesus, e é celebrado na Igreja na ceia do Senhor, a eucaristia.
 
Em todo o documento está claro que o sacrifício é o partir do pão. A confissão dos pecados, feitas no início da missa, é para que o sacrifício seja puro. Outra coisa é o nosso culto racional. Por isso, é dito que “o sacrifício não seja profanado” ao se juntar a ele com pecado. Não se trata do sacrifício de cada fiel, ou da Igreja, mas o de Cristo, profetizado na Escritura. A ele juntamos os nossos sacrifícios (cf. Rm 12,1). Na eucaristia o sacrifício é outro, é único e o meio pelo qual oferecemos nosso sacrifício. (cf. Ml 1,1)

 
São Justino

A transubstanciação é aqui bem clara. Como Cristo foi encarnado pela força de Deus, do Verbo, assim o pão e vinho comum são TRANSFORMADOS em corpo e sangue de Cristo após a ação de graças. É preciso fé para compreender isso.

Os cristãos serem acusados de canibalismo, como o são até os dias atuais, é prova de que sempre creram na transubstanciação, como provado acima. O respeito ao símbolo é ainda insuficiente para entender o que São Justino está ensinando. Isso é o que o autor do artigo demonstra, não entendendo o que significa a transubstanciação explicada por São Justino. Ele escreve: “Outro argumento é que Justino diz que por “transformação nutrem nosso sangue e nossa carne”. Ele se refere à transformação que sofrem em nosso organismo o nutrindo”. Assim, a transformação seria o alimento do corpo, pois o pão e o vinho nutrem fisicamente. Essa transformação dos elementos não condizem com uma concepção espiritual apenas, pois o comer e o beber nessa concepção seria uma nutrição pela fé, e não como são Justino apresenta, que, antes, significa que os alimentos tornam-se, após a consagração, aquilo que é metabolizado no corpo como alimento, onde Cristo nutre o homem através da matéria do sacramento. Os alimentos naturais já são para a nutrição corporal. O que está sendo reforçado é que depois da ação de graças esse alimento é a carne de Cristo, pela nutrição que produz no homem. Ele afirma que “virtude da oração ao Verbo que procede de Deus” o alimento transformado nutre o cristão.

a)     Não é pão ou bebida comum

b)    Da maneira que Cristo foi feito carne pela força do Verbo, em virtude da oração sobre o alimento, ele é transformado na carne de Jesus.

O apologista protestante conclui mais ou menos assim: “O alimento transforma-se em nosso corpo nutrindo nosso sangue e nossa carne, por isso não somos canibais.” É algo que não está conforme a explicação de São Justino, mas foi feita conforme o pressuposto de que não poderia haver transubstanciação.

O autor definitivamente não compreende a transubstanciação, por pensar que é comer a carne física literal de Cristo, como se fosse consumir a carne humana de Jesus quando ainda estava na terra. Se a Igreja ensinasse uma eucaristia simbólica, não daria espaço para inventarem a acusação de que os cristãos eram canibais. Isso acontecia porque sempre ensinaram que e eucaristia é verdadeiramente o corpo de Cristo.

A citação do Diálogo com Trifão, de São Justino, não demonstra nada contra a transubstanciação, pois a eucaristia é memorial da morte de Jesus na cruz, nem por isso deixa de ser um sacramento com a presença real de Jesus, como explicada pela transubstanciação. Jesus não está sendo sacrificado em toda missa, mas apenas Seu sacrifício é renovado. A missa é feita sempre em memória de Cristo. A eucaristia não envolve “sangue e libações”. Por isso, é dita ser um sacrifício incruento, que não derrama sangue. Da mesma forma, é uma cerimônia espiritual.

No capítulo mencionado do seu Diálogo, afirma que, como cumprimento da profecia de Malaquias, o sacrífico feito pelos cristãos é o pão e o cálice da Eucaristia. É precisamente claro.

Teófilo de Antioquia

O bispo Teófilo apenas reponde que os cristão não comem carne humana. Se a eucaristia fosse simbólica, seria o momento disso ser feito. Na verdade, a própria afirmação cristã que era mal entendida pelos pagãos é uma evidência histórica da fé na transubstanciação.

 
Atenágoras

O que Atenágoras afiram não há o que explicar. Está claro que condena a antropofagia. Nenhuma implicação sobre a eucaristia.
 
Gledson Meireles.

Um comentário:

  1. é isso aí Gledson refuta os argumentos protestantintas simbolistas que enfraquecem a compreensão da Santa Ceia.
    A Transubstanciação é a correta interpretação.

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