“DR. SAMUELE BACCHIOCCHI defendeu primado de Roma? ou
os apologistas tão mentindo?”
foi dada a seguinte resposta
pelo apologista protestante:
“Não, ele nunca defendeu isso. Inclusive eu o cito no
meu livro sobre Pedro, na parte referente ao primado dos bispos romanos, quando ele mostra a divergência pascoal
que prova que o bispo romano não exercia uma primazia sobre os demais bispos. (…)”. O
Dr. Bacchiocchi cita a divergência, mas não como prova de que o papa não tinha a
autoridade citada, pelo contrário. (ênfase acrescentada) (Nos comentários do
artigo: Paulo
leitão refuta completamente o mortalismo de forma totalmente irrefutável (eu me
rendo))
De fato, o Dr. Bacchiocchi
não defendeu o primado de Roma, não era católico, não reconhecia a autoridade
do papa, mas uma coisa é certa: admitiu que a primazia de Roma é antiquíssima,
datando do século segundo sem sombra de dúvida.
No livro “A história não contada de Pedro” foi
afirmado o seguinte: “Um dos mais respeitados teólogos protestantes que crê que
Pedro é a pedra é o Dr. Samuele Bacchiocchi, que não deixa de se opor
fortemente à tese do primado de Pedro e do papado por causa disso.”
E mencionando a questão da
controvérsia da Páscoa: “O próprio Irineu não aceitava a ideia de uma
jurisdição universal do bispo de Roma, o que pode ser comprovado facilmente
através da controvérsia da páscoa, em que Irineu rejeita a tradição do bispo
romano. Nas palavras de Samuelle Bacchiocchi...”.
Assim, a interpretação é
feita pelas palavras de Santo Ireneu, e não é a conclusão do Dr. Bacchiocchi,
como ficará provado aqui.
Eu já havia refutado essa
afirmação na minha resposta ao livro citado: “O Dr.
Samuele Bacchiocchi, estudando a história do papado, aprendeu que: “O processo
(da supremacia do papado) começou já no segundo século quando a primazia do
bispo de Roma foi amplamente reconhecida e aceita.” (Samuele Bacchiocchi,
The Role of EGW´s writings in Biblical Interpretation, p. 12)”
E
afirmei ainda: “Obviamente, ele não cria na
Primazia do Papado, por negar igualmente a teoria petrina e a sucessão
apostólica. Porém, chegou bastante próximo da verdade, e quase reconheceu a
fonte dessa doutrina, a Bíblia.”
O
Dr. Bacchiocchi afirmou que “o desenvolvimento da
primazia papal começou já no segundo século, quando o papa exercia sua autoridade ecumênica por impor às igrejas cristãs em geral o
domingo de páscoa.” (ênfase acrescentada)
Afirmou
ainda: “O desenvolvimento da supremacia do papado é
um processo gradual que dificilmente pode ser datado de 583. O processo começou
já no segundo século quando o primado do bispo de Roma foi amplamente
reconhecido e aceito”. Como já havia citado na resposta acima
mencionada.
Ele
afirma que a autoridade do papa já no século segundo é inegável. A Igreja de
Roma possuía tal autoridade através do seu bispo. E muitas indicações são mostradas:
1) A
excomunhão do monarquiano Teódoto pelo papa Vítor.
2) A
afirmação de Tertuliano que a Igreja de Roma transmite a doutrina dos
apóstolos.
3) A excomunhão
do herege Sabélio pelo papa Calisto.
4) A reabilitação
de Basílides pelo papa Estêvão.
5) O
pedido de Cipriano ao papa Estêvão para depor Marcião de Arles.
Com isso, cita ainda outros
indícios:
a) A
Igreja de Roma como cátedra de Pedro,
b) O
papel do papa no caso dos que havia negado a fé nos tempos de perseguição e do
batismo dos hereges,
c) A data
de 25 de dezembro para celebração do natal.
A
posição da papa era de preeminência já no segundo século, afirma o Dr.
Bacchiocchi, repetidas vezes.
Portanto,
a afirmação de que “ele mostra a
divergência pascoal que prova que o bispo romano não exercia uma primazia sobre
os demais bispos” não é tirada do pensamento do Dr. Samuele.
Pelo contrário, é a tese do apologista Lucas Banzoli.
O
Dr. Samuele não estava tratando da natureza da autoridade do papa naquele
século, nem da extensão dessa autoridade, mas estava mostrando “o status quo da situação”. Citou o autor
que afirma que “o papado nasceu, e bem nascido” naquele século, e considera que
tudo isso era a realidade em funcionamento, “ainda que algumas igrejas
rejeitavam suas instruções” (do papa). Ou seja, a desobediência de algumas
igrejas não é nada contrário à autoridade que o papa possuía.
Leia
os artigos:
Gledson
Meireles.
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