“Aquela mulher da multidão achava que
Maria era especial e mais importante que todas as outras por ter dado à luz a
Jesus – este é exatamente o mesmo argumento católico! –, mas Jesus a
contradiz e coloca qualquer pessoa que guarda a palavra de Deus acima.”
É importante notar como os
lampejos da verdade notavelmente aparecem quando debatemos. Nas palavras de
Santa Isabel (Lucas 1,42), e do anjo Gabriel, quando a virgem Maria é chamada de “bendita
entre as mulheres”, a interpretação mais comum e literal é que nesse ponto as
palavras colocam Maria em destaque na eleição em comparação com todas as
mulheres por ser a escolhida para Mãe do Salvador, o Senhor.
Diante disso, é comum alguém
retrucar algo semelhante ao que a simples bem-aventurança é apenas um “feliz” e
que não está afirmando nada mais que Maria era feliz por aquela graça recebida, como todos são felizes por outras graças.
Mas, agora, no verso acima,
do evangelho de Lucas capítulo 11, o autor ao tentar refutar uma afirmação da
apologética católica, interpreta o “bem-aventurado ventre” de Maria como
expressando a opinião daquela mulher de que Maria era “especial
e mais importante que todas
as outras” (ênfase acrescentada), a partir de um simples bem-aventurado ventre.
E acertou. A possível
inferir isso do contexto em que as palavras foram ditas, e da reflexão sobre o
que contorna a cena.
Talvez a contragosto, e de
forma imperceptível, o autor acertou, e concordou com a doutrina católica.
A mulher certamente pensou
em Maria como tão bem aventurada por tão grande Filho, que a colocou em
destaque em relação às mulheres em geral.
Jesus não negaria essa
consideração, como não negou, pois o mesmo está dito desde antes do Seu nascimento. O que
ocorreu, porém, foi que naquela ocasião o Senhor Jesus Cristo tomou o momento
para ensinar o mais essencial, que é ouvir e obedecer a Palavra de Deus. E
Jesus fazia isso com frequência, aproveitando as oportunidades para ensinar a
Palavra de Deus.
E como sabemos que a Palavra
de Deus era a vida de Maria, esse posto também foi ocupado por ela em primeiro
lugar, quando a mesma soube de forma direta que o Messias estava vindo, e que a
sede primeira que habitaria na terra seria o seu próprio ventre. Foi aí que o: “Eis
a serva do Senhor” foi pronunciado demonstrando sua fé, e o “faça-se em mim
segundo a Tua palavra”, mostrando toda a obediência. (cf. Lucas 1, 38)
Maria bendita, bem-aventurada,
feliz, por ser a mãe do Salvador é bendita entre todas as mulheres.
O mesmo é tirado do texto de
Marcos 3, 32-35.
A doutrina cristã católica é
de que Maria foi elogiada por aquelas palavras de Jesus em Lucas 11,28, já que
ela é bendita e obediente a Deus, e assim somos elevados com ela à dignidade de
servos do Senhor. Permanece, porém, o entendimento de que Maria teve
privilégios por causa de sua maternidade, que não tem o sentido de nos
diminuir, mas é mais uma glória que recebeu do Senhor. Sabemos compreender sua
posição como membro da Igreja, mas mãe do Senhor, o que significa muito.
Quanto à argumentação sobre
o “qualquer” geralmente expresso pelos apologistas católicos, foi bastante
proveitosa para pensar. A menção a“Ísis” foi infeliz.
Gledson Meireles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário