sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Oração pelos mortos


Que o Senhor lhe conceda achar misericórdia junto ao Senhor naquele Dia. (2 Timóteo 1,18)
Muitas pessoas que leem essa oração de São Paulo por Onesíforo, mas não querem nem supor que o apóstolo tenha rezado por uma pessoa falecida, afirmam sem pensar que:
1)      São Paulo não fez oração nesse verso acima citado.
2)      Onesíforo não havia morrido ainda.
Com isso, quem assim afirma está pensando ter refutado a oração pelos mortos. Para esses, não há argumento que os demova de sua posição. Para quem quer aprender a verdade, apresento aqui algo que pode ajudar:

Que o Senhor lhe conceda achar misericórdia junto ao Senhor naquele Dia”.

Não há como negar que um desejo feito ao Senhor em favor de alguém não constitua oração, mas somente desejo. São Paulo mostrou que seu desejo a Deus era de que Onesíforo fosse salvo, no dia do juízo, alcançando a ressurreição dos mortos, que ocorrerá somente nesse dia.

Portanto, São Paulo orou pela alma de seu amigo. Refutada a primeira afirmação.

Suponhamos que Onesíforo estivesse vivo ainda quando São Paulo expressou seu desejo de salvação por ele. Isso já era de estranhar, já que Onesíforo era cristão, pode-se pensar que era de bom exemplo diante de todos. Mas, ainda assim, São Paulo desejou que ele fosse salvo no dia do juízo, e como contava com a possibilidade de que nem todos alcançassem em vida aquele dia, seu desejo ultrapassou a vida presente e foi direcionado a Deus ainda que seu amigo viesse a morrer.

Assim, o Senhor recebeu aquela oração de salvação de São Paulo por seu amigo. Em outras palavras, como o tempo que transcorrerá até o dia do juízo está contido no espaço de tempo considerado na oração de São Paulo, ele orou por Onesíforo ainda que o mesmo estivesse morto, pois de outra forma diria que desejava que o Senhor concedesse misericórdia a Onesíforo até o dia da sua morte ou coisa parecida. De qualquer forma, pedir uma bênção a alguém para o dia do juízo não é essencialmente diferente da oração feita por um morto.

Dessa forma, mesmo se Onesíforo estivesse vivo (provavelmente não estava), São Paulo cria na eficácia da oração pelos mortos.

Reflitamos:

Se São Paulo acreditasse que Onesíforo estava salvo, “uma vez salvo para sempre salvo”, ele não poderia rezar por ele como fez em 2 Timóteo 1,18.

Se São Paulo acreditasse que aos mortos não está reservada mais nenhuma bênção por que se possa pedir, e que é inócuo rezar pelas almas, ele não expressaria o desejo que está em 2 Timóteo 1,18, em outras palavras, se São Paulo acreditasse que os salvos não precisam de mais nada, pois já estão salvos, não pediria misericórdia a Deus pela alma de uma pessoa, como fez em 2 Timóteo 1,18.

Se um desejo expresso sobre a ação de Deus em favor de uma pessoa não é uma oração, então não se sabe o que a oração é. São Paulo pediu a Deus que concedesse a graça da misericórdia ao seu amigo cristão Onesíforo no dia do juízo, como está em 2 Timóteo 1,18. Portanto, São Paulo rezou por seu amigo falecido.

Gledson Meireles.

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