São Policarpo
Em sua epístola aos filipenses, São Policarpo assim escreve: “[Façam isso] na certeza de que tudo isso não ocorreu em vão, mas
em fé e justiça, e que eles estão [agora] em seu devido lugar na presença do
Senhor, com o qual também eles sofreram.” [capítulo 9]
Então, São Policarpo afirma que os mártires estão na presença de
Jesus, com Quem eles sofreram, e isso prova que estão no céu, antes mesmo da
ressurreição ocorrer. E o céu é chamado o devido lugar, onde eles estão. Essa
constatação não seria possível se o mesmo cresse, como os mortalistas, que a
alma inexistisse, e tivesse em mente a noção fabricada de que essas palavras
significassem apenas a consideração da ligação dos dois eventos como se não
tivesse existido o período entre a morte e a ressurreição.
A doutrina do sono da alma afirma que os mortos já estão com
Deus, mas inconscientemente, o que é bastante estranho ao ensino bíblico. Oscar
Cullman tenta explicar essa doutrina, mas não é muito feliz, já que diante da
doutrina bíblica sua posição é refutada, pois é possível perceber seu grande
esforço, porém fracassado, para explicar o sentido da morte de Cristo para as
almas salvas, que já estão com Cristo, enquanto que para ele elas estão
“dormindo”.
Em Martírio de Policarpo o autor cita as palavras do santo
mártir, no capítulo 14, e isso mostra que ele tinha a mesma fé de São
Policarpo. Nessa obra, a doutrina da imortalidade da alma pode ser vista com
clareza, pois no capítulo 17 é dito que ele obteve sua recompensa, e no capítulo
19 está escrito que Policarpo alcançou a coroa da imortalidade, e que agora
está com os apóstolos em regozijo glorificando a Deus. Essa obra é do século
2º, e atesta a fé da imortalidade da alma nesse tempo, como fé da Igreja. Por
tudo o que já foi provado aqui, a leitura dessas passagens de Policarpo evidencia
a imortalidade da alma, e não o contrário.
Gledson Meireles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário