sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Livro: O Cristão Reformado, sobre o princípio Solus Christus

 

Comentário: Solus Christus

 

O princípio Solus Christus ensina que Jesus é o único meio de nossa Salvação. Mas isso é justamente o que a Igreja Católica sempre ensinou. Então, por que os reformadores afirmaram esse princípio contra o Catolicismo? Porque a forma de entender essa doutrina é diferente entre os protestantes. Isso ficará claro ao estudarmos esse capítulo.

 

Comentário: O centro de todo o evangelho

 

O centro da mensagem do evangelho é a morte e ressurreição de Jesus. Que o leitor seja perspicaz aqui. Que Igreja apresenta a crucificação de Jesus como centro de sua vida, de forma a chamar a atenção universal para esse centro do evangelho? A Igreja Católica Apostólica Romana.

De fato, os cristãos católicos têm  na missa a atualização do sacrifício de Jesus no calvário. Em crucifixos para lembrar da paixão, morte de Cristo pela nossa salvação. Fazem via sacra. Fazem penitência às sextas-feiras em honra desse mistério de Cristo. Fazem o sinal da cruz com grande devoção. A doutrina cristã católica inteira tem o centro em Jesus Cristo, e toda a devoção da vida cristã católica é endereçada a Jesus. Maria e os santos, a Igreja e os sacramentos, todos, só existem em função de Jesus Cristo. Ensinar o contrário é desconhecer a fé católica. Ainda mais. Não aceitar essa piedade é negar o que a Igreja Católica ensina desde sua fundação por Jesus Cristo.

Assim, São Paulo ensinou a Cristo, e Cristo crucificado. Afirmou que completa em seu corpo o que falta nas tribulações de Cristo (Cl 1, 24). Pregou sobre a morte de Cristo pelos nossos pecados e para nossa salvação (1 Cor 15, 1-4).

E, o mesmo apóstolo, ensinou também que a Igreja é coluna e sustentáculo da verdade, que o batismo nos veste de Cristo, que devemos ser imitadores seus e dos santos ministros do evangelho, que devemos orar sem cessar, que devemos viver a fé que age por meio da caridade, nas boas obras, etc. Tudo isso é feito em Cristo.

No entanto, o protestante tende a pensar que sua fé não pode incluir nenhum desses ensinos de Jesus como importantes, de modo que erros surgem aos montes por tamanha incompreensão do evangelho.

Devemos perceber que a linguagem bíblica é aquela que a Igreja Católica utilizar para tratar dos assuntos espirituais. A Bíblia ensina que por meio do evangelho somos salvos (1 Cor 15, 1-4). O que isso quer dizer? É por meio de Cristo ou por meio do evangelho? Obviamente não há distinção aqui, porque o evangelho é a mensagem da salvação por meio de Cristo.

Mas o protestante faz essas distinções sérias. Por exemplo, a maioria dos protestantes afirma que o batismo não salva, porque é o sangue de Cristo que salva. No entanto, poderíamos dizer: é o sangue de Cristo que salva ou é o próprio Cristo? Agora, o leitor entende que não é correto fazer essas distinções impensadas? É óbvio que o sangue de Cristo salva porque foi Cristo crucificado e o derramou pelos pecados. É esse sangue que lava a purifica quando alguém é batizado em nome de Cristo. Assim, o batismo é o momento em que o sangue de Cristo opera espiritualmente na alma do pecador. Essas verdades bíblicas são todas guardadas na santa Igreja Católica.

Vamos questionar mais um pouco: você sabe que todos os cristãos católicos creem firmemente que Jesus morreu e ressuscitou, segundo as Escrituras? E creem nisso para a salvação? E permanecem nessa fé de forma profunda?

De fato, o católico pratica exercícios espirituais, que fazem parte da devoção cristã. O terço é um costume geral e exercita o princípio bíblico de orar sem cessar. Nessa oração à virgem Maria o teor principal é a vida de Jesus Cristo. Entre os mistérios de Cristo estão a sua paixão, morte e ressurreição, que são contemplados nos mistérios dolorosos.

Portanto, os cristãos católicos rezando o terço estão tendo no seu coração o cerne do evangelho salvador de Jesus Cristo. Contudo, o protestante dirá que o terço não pode ser rezado, que é repetição, que é endereçado a Maria, que é “outro” meio para ser salvo fora de Cristo. Deve-se dizer que isso é ideia protestante, e não católica. Para o cristão católico, como acima ficou explicado, toda a devoção é feita por causa de Cristo, tem Ele como centro, é endereçada a Ele, tem o fim de nos conformar a Ele, de nos levar a Ele, para a maior glória de Deus.

Essa foi a vida dos cristãos em toda a existência da Igreja. Aliás, o terço tem quase um milênio de existência, e ninguém em sã consciência iria negar a salvação de bilhões de cristãos que praticaram essa sã devoção durante suas vidas, tendo Cristo como centro, e vivendo em comunhão com os santos e todos os elementos da vida cristã, de modo a não acrescentar nada à salvação trazida por Cristo, mas viver os elementos que o próprio Jesus ensinou de modo a viver a riqueza que Ele nos trouxe no Seu evangelho: “Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza” (2 Coríntios 8, 9).

Quando o pastor escreve que “a vida da Igreja é um vida de rememorar a pessoa de Jesus Cristo”, se ele soubesse que isso é a própria vida da Igreja Católica, que tem sua liturgia toda centrada em Jesus Cristo, isso ficaria mais luminoso em sua vida. De fato, a Igreja Católica é muito anterior à denominação reformada, da qual o pastor obteve sua compreensão do evangelho.

A Igreja Católica tem o Pai Nosso como oração mais importante. Lê os evangelhos como textos bíblicos centrais nas celebrações da santa missa. Celebra a Páscoa da ressureição e todos os domingos em honra da ressureição de Jesus Cristo. E todo o ano litúrgico é feito com base nesse mistério. Mesmo os dias dos santos e outras festividades possuem inspiração nessa espiritualidade centralizada na Pessoa do Redentor Jesus Cristo. A forma de viver essa espiritualidade não é compreendida pelos protestantes, mas é o modo que a Igreja Católica vive desde os dias dos apóstolos, com desenvolvimentos feitos segundo o evangelho do Senhor Jesus Cristo.

Assim, a salvação é por meio de Jesus Cristo. Deus o fez pecado por nos (2 Coríntios 5, 21), ou seja, o tornou vítima de expiação. Essa vida de Cristo, a Sua justiça, é derramada no nosso coração, de modo que é feita nossa, e nossa própria justiça deve ser conforme essa justiça de Cristo. Essas são as boas obras que Deus preparou para que andássemos nelas (cf. Ef 2, 8-10.

A ideia de que Deus apagou na cruz o que fizemos e o que ainda vamos fazer, que é parte integrante da doutrina reformada, o que explica aquela ideia de uma vez salvo sempre salvo, e a negação da perda da salvação, essa ideia lembra aquela outra, muito criticada pelos reformadores, da oferta das indulgências, onde os pecados passados e futuros poderiam ser perdoados através da aquisição dos bilhetes de indulgências.

Obviamente essa não é a doutrina católica, não foi ensinada oficialmente pela Igreja em nenhum momento da história, e é duramente criticada pelos reformadores. No entanto, em sua própria doutrina protestante reformada, há essas afirmações que a Escritura Sagrada não faz em nenhum momento.

A salvação em Cristo é pela graça, e nenhum esforço humano pode salvar. Essa doutrina é crida por todos os cristãos, católicos e protestantes, por exemplo. Mas, é preciso notar que as boas obras devem ser realizadas, pois ainda que o protestante tradicional afirme que a fé salva, mas não salva sozinha, e que deve estar acompanhada das obras que são consequência da fé, essas obras devem existir na vida do salvo e serão contadas no juízo final. Não é o lugar de examinar a posição protestantes em comparação com a Bíblia, mas apenas mostrar que para ser coerente o protestante deve viver como ensina a Igreja Católica, praticando boas obras.

E aquela ideia de chegar de mãos vazias em contraposição com a doutrina do Solus Christus no Protestantismo, onde nada poderia ser entregue a Deus para valer a vida eterna, é uma ideia que tem duas partes: uma correta, pois as obras não podem salvar, nada podem acrescentar ao sacrifício de Cristo. Mas, há outra parte: as obras feitas na graça de Deus possuem mérito e serão exigidas no juízo final. Essas obras, necessárias à salvação, como se costuma afirmar, são aquelas que Deus preparou para que andemos nelas, e uma vez preparadas por Deus se tornam obrigatórias, não é mesmo?

Assim, também há a doutrina de que as obras são necessárias, os servos terão suas recompensas baseadas nas obras, e essas obras devem existir para o salvo. Somente Cristo é o salvador, mas Ele ensina a praticar o bem.

 

Comentário: O único meio de salvação

 

A teologia católica ensina que somente Cristo é o Redentor, somente Cristo é o Salvador, somente Cristo é o Mediador. Mas, dirão alguns, e os santos, e a virgem Maria, e sua intercessão, e os títulos de advogados dados aos santos, e os méritos dos santos, e a co-redenção de Maria? A resposta é que tudo isso só funciona na vida da graça santificante em Cristo Jesus. Tudo é uma preparação para que vivamos nas obras que Deus preparou para nós, na obediência aos mandamentos, na recepção dos sacramentos, na vida em comunhão com a Igreja e com todos os santos. É uma espiritualidade nascida das páginas sagradas do evangelho e de toda a Escritura, que é preciso ser vivida por todos os que creem e amam a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

O pastor, em certa altura da sua obra, escreve o seguinte: “...precisam de homens que foram santos, mas agora estão mortos, aos quais você pede intercessão diante de Jesus para que ele então peça a Deus”(p. 92). Com isso o pastor tenta refutar a doutrina da intercessão dos santos, pensando que os santos são como que salvadores do povo católico. De fato, nada mais longe da verdade. Essa não é a doutrina católica. A intercessão dos santos não se dá no âmbito da salvação, mas acontece na vida da graça, assim como a intercessão dos santos na terra, na oração de intercessão de um irmão pelo outro na igreja, e na intercessão da Igreja por toda a humanidade diante de Deus, em Cristo, o que não constitui a doutrina da redenção.

Quando o protestante afirma que não necessita de ninguém mais para chegar a Deus, negando a intermediação dos santos, está pensando na intercessão em termos de salvação, o que não é verdade. Seria o mesmo que dizer que não precisa da oração de ninguém mais porque já tem o acesso direto a Deus por meio de Jesus. Qualquer um que entenda da doutrina bíblica da intercessão irá perceber o quão desastrosa seria essa atitude.

O mesmo se diz em relação aos santos do céu, pois a morte não os afasta da comunhão. A morte não põe fim no seu amor a Deus e ao próximo. A morte não os separa do amor de Deus. A morte não põe fim à alma. E uma vez mortos, suas obras os acompanham, e na esperança da ressureição, descansam das suas obras, mas já realizam a obra do reinado com Cristo no céu.

O pastor conta experiência que teve entre os protestantes, do mainstream evangélico, em que no culto, muitas vezes, o nome de Jesus não é nem citado. Algo curioso. Impossível na Igreja Católica, pois na liturgia, por mais que o celebrante tente se afastar da sua essência original e oficialmente exigida para a celebração, terá que mencionar o nome de Jesus. Obviamente é possível que muitos o tornem secundário nas apresentações e etc., e nas devoções pessoais, afastando-se do que é comum e natural na teologia católica, pois menos na oração de intercessão a um santo essa deve ser feita em Cristo. Assim é pedido ao santo: rogai por nós. Ou seja, o santo rogará a Deus por nós, e o fará em Nome de Jesus, que é o único pelo qual é possível alcançar a graça de Deus.

O texto de Romanos 2, 12 não pode ser usado para falar da condenação de todas as pessoas que não conheceram Jesus. É verdade que o homem é indesculpável diante de Deus. Mas, se alguém segue os ditames da razão, na fé em Deus, na vida em coerência com essa fé, esse é salvo, porque Cristo alcançou a salvação para essa alma na cruz. De fato, todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, mas essa graça e glória é alcançada em Cristo. Os que servem a Deus sinceramente estão recebendo a graça de Deus por meio de Cristo.

Por isso, a Escritura afirma que os que pecaram sem lei perecerão sem a lei, assim como os que pecaram com lei. De fato, pela lei natural são julgados os que não têm lei, e pela lei de Moisés são julgados os que estão sob a Lei. E agora, todos estamos sob a Lei de Cristo.

Ninguém pode ser salvo se não crer em Cristo. Para o reformado, uma tribo distante, em região pagã, que vive o seu paganismo, crendo em Deus e fazendo o que sabe ser o correto para agradar a Deus, em sua ignorância, será toda condenada, ainda que se esforce para seguir as leis do seu coração no cumprimento do que acredita ser a vontade de Deus. E o motivo é que não puderam ouvir a pregação e crer no único Salvador, Jesus Cristo.

No entanto, os pecadores pecam em Adam, nascem no pecado, fora da graça e da glória, não podendo alcançar a graça senão por Cristo. Assim, cada pecador não tem culpa pessoal, mas peca em Adão como cabeça da humanidade. Desse modo, Deus dá a graça suficiente para todos, pois essa foi alcançada por Jesus na cruz, e todos podem ser salvos pro Cristo. Mas como crerão em Cristo se Ele não for conhecido?

Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram” (Hebreus 11, 6).

Embora todos devam crer por intermédio da Palavra de Deus pregada, e essa pregação levará o Nome de Jesus, único Salvador, há certamente muitos que não terão oportunidade de ouvir a pregação. No entanto, a Lei está no coração, não está longe, no céu, nem no abismo, mas dentro de cada ser humano. Desse modo, se o ser humano crê que Deus existe e recompensa os que O procuram, esses têm a fé, dom de Deus, e podem ser salvos. São salvos por Cristo, por desejo, por fé implícita.

Se se lê literalmente cada palavra em João 17, 20 e Romanos 10, 13-15, também é preciso igualmente ler Hebreus 11, 6. Assim, é um fato que a Escritura afirma a salvação de quem não ouviu a mensagem do evangelho diretamente por falta de oportunidade.

O Solus Christus não pode ser usado para crer na condenação de quem não teve culpa pessoal para crer em Jesus. Somente os que rejeitam a pregação e verdade do evangelho até o fim cometem o pecado contra o Espírito Santo, único imperdoável.

A ideia de John Piper de que “Jesus não exerce o poder legítimo sobre o coração da pessoa diretamente”, mas apenas “por meio dos seus seguidores” é algo errôneo (p. 95).

Essa doutrina é contrária à doutrina bíblica de que Deus deseja a salvação de todos. É contrária ao que ensina o Catecismo da Igreja Católica, de que Deus não está preso aos meios que Ele instituiu ordinariamente. Assim, o batismo é necessário para a salvação, mas Deus salva aqueles que não puderam ser batizados, como o ladrão da cruz.

Assim, Deus salva aqueles que não puderam ouvir a mensagem, agindo diretamente no coração, convertendo e dando o dom da fé. Esse ponto é importante, pois a doutrina da Igreja Católica a respeito da importância da Igreja como Corpo Místico de Cristo para a missão de salvação da humanidade reconhece a salvação daqueles que por ignorância não souberam do evangelho de Jesus, mas creram em Deus e viveram e acordo com a vontade de Deus, segundo o que puderam aprender.

Por outro lado, a Igreja, conforme essa doutrina reformada apresenta pelo pastor, tem um papel fundamental para a salvação, de modo que onde a Igreja não chegou, onde não houve pregadores do evangelho, onde o nome de Cristo não foi conhecido, para que Deus pudesse agir para converter o pecador e dar-lhe a salvação, então todos seriam condenados.

Essa necessidade absoluta da Igreja para a salvação é algo tão curioso que volta-se contra a própria doutrina protestante, quando a mesma critica a doutrina católica sobre a Igreja, e nega as leis da razão, condenando os que não tiveram oportunidade de agir de outra maneira, porque não houve pregador que anunciasse a boa nova da salvação.

A doutrina que ensina a condenação de quem não teve a graça suficiente é heresia. Vemos em Atos dos Apóstolos que Cornélio viu um anjo e foi até Simão Pedro e ouviu o evangelho da salvação. Mas, antes disso, sabemos que Cornélio estava na graça de Deus. A doutrina reformada diria que Cornélio estava em pecado e seria condenado se morresse antes de encontrar-se com Pedro. E a doutrina católica afirma que ainda que Cornélio morresse assim, antes da pregação, seria salvo, pois demonstrou abertura para a pregação do evangelho.

Os reformados diriam que se Cornélio morresse antes seria algo já determinado por Deus, que o condenou, matando-o antes de ouvir a mensagem da salvação. Caso, contrário, nada poderia tê-lo impedido de ouvir a mensagem e ser salvo, sendo um dos eleitos, como de fato aconteceu.

Mas, a Escritura afirma a respeito de Cornélio: “Era religioso; ele e todos os da sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas esmolas ao povo e orava constantemente”(Atos 10, 2).

E o anjo diz a Cornélio: “O anjo replicou: “As tuas orações e as tuas esmolas subiram à presença de Deus como oferta de lembrança” (Atos 10, 4).

Essa passagem ensina que as obras agradam a Deus. Cornélio era religioso, temente a Deus, homem de oração, assim como todos os da sua casa. Esperavam a revelação do evangelho, e foram salvos por Cristo. Contudo, é certo que já estavam na graça, que os prepara para o recebimento do evangelho.

Eis que o pastor afirma que um texto da Bíblia pode conduzir à salvação, comunicando a salvação em Cristo somente. Podemos afirmar que já ouve salvação arrependimento dos pecados, a pessoa que contemplaram uma imagem de Cristo crucificado e entenderam a verdade ali ensinada. Os protestantes teriam dificuldade de aceitar essa verdade, mas é totalmente possível.

Desse modo, é ordinariamente necessária a pregação de Cristo. Mas, como a Bíblia afirma que sem a fé é impossível agradar a Deus, e que os que creem em Deus e que Ele é recompensador, esses podem agradar-Lhe. Agradando a Deus, estão salvos.

Aqui temos duas interpretações. Uma dos reformados e outra da Igreja Católica. Cada uma está baseando sua conclusão em textos da Bíblia. De fato, toda heresia também nasce da má compreensão da Bíblia. O que o leitor pode notar é que a compreensão católica é legítima, mais antiga, de acordo com a exegese bíblica brevemente apresentada acima, e conforme a razão, o nosso senso de justiça.

A interpretação reformada é contrária à doutrina católica, o que já é um sinal de alerta. Ela é recente, outro sinal desfavorável. Ela nega a compreensão de 1 Tm 2, 4 e Hb 11, 6, o que a refuta totalmente. E por fim, contraria a razão, o que a enfraquece ainda mais.

Comentário: A base da vida do cristão

 

Jesus Cristo é o fundamento da Igreja. É Cristo a Pedra Angular. Ele é o firmamento. Nós somos as pedras da construção sobre a Rocha. Pedro é o primeiro, o líder, o que foi posto no lugar de Chefe, para apascentar, para ser pedra de unidade. Por isso o seu nome, que vem de Kepha, Pedra, e tornou Cefas e Petros em grego, Pedro. Ele é a rocha colocada por Cristo. Crendo em Pedro estamos crendo em Cristo. Assim, Pedro não pode errar na fé, devendo ser infalível, pois Jesus Cristo é Deus, e não permite que São Pedro erre na fé ensinada à Igreja Católica.

Comparando “o centro comunitário de ortodoxia a partir do que a Escritura revela”, que geraria a unidade entre as discordâncias protestantes, essa unidade é muito maior no meio cristão católico, e não é difícil de perceber, basta uma rápida olhada. Então, até na unidade assim reconhecida, o Catolicismo se mostra mais unido.

Recebendo Cristo somos unidos na fé. A fé cristã católica, entregue aos santos, mantida intacta sempre na santa Igreja Católica. O presente estudo deixa isso bastante nítido, com tamanha beleza de doutrina vinda de Jesus, o Senhor.

 

Comentário: Conclusão e aplicações

 

A seguir, algumas conclusões e aplicações a partir do que foi comentado, com a doutrina bem entendida, com certos ajustes e correções, para que o leitor cresça na fé.

Não cremos em nós mesmos para a salvação, mas somente em Jesus Cristo. A nossa santificação é necessária para ver a Deus: “Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, se a qual ninguém pode ver o Senhor” (Hebreus 12, 14), e essa paz e santidade só são possíveis pela graça de Cristo. Jesus é nossa esperança. A fé em Cristo é a única forma para que o homem possa ser salvo. Mesmo os mais distantes pecadores, em longínquos lugares da terra, que buscam a Deus, o Pai, esses podem receber a graça que flui da Sua misericórdia, porque foi alcançada pelo sangue de Cristo.


Gledson Meireles.

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