John Stott
Quando Jesus em Mateus 10,28 afirma que Deus pode lançar corpo e alma no inferno, é porque os homens podem matar o corpo, mas não condenar. Atingem o corpo, e o salvo ainda fica bem na graça e glória. A morte não separa o salvo de Deus.
Assim, o corpo é privação da vida, da vida física, mas o salvo continua salvo. Então, a alma não foi atingida, e pode experimentar essa salvação. Por isso, conforme as palavras do evangelho de Lucas, os homens matam e não fazem mais nada. Quanto a Deus, Ele pode lançar no inferno.
Em outras palavras, os homens atingem o corpo, tirando a vida física, mas o salvo mantem a felicidade da glória. Contudo, quanto aos maus, especialmente, esses devem temer, pois Deus atinge o ser inteiro ao lançar no inferno, como resultado da recusa da graça.
É como afirmar que a morte física é um sofrimento que não atinge o ser total, enquanto ser lançado no inferno envolve o ser total, por isso o inferno é chamado segunda morte.
Portanto, a ideia de que matar é privar o corpo da vida, e o inferno parece ser a privação da vida física e espiritual não é a leitura correta. Quando a morte física é sofrida pelo ser humano, a alma permanece, por isso o inferno se torna tão terrível.
Novamente, em Mateus 10, 28 matar é fazer o mal ao homem, destruindo-o, privando-o da vida física, mas não atingindo a alma.
Desse modo, o inferno é o mal ao ser humano condenado, no ser inteiro, privando-o da vida física glorificada para a eterna felicidade, e espiritual, da comunhão com Deus.
É uma privação da vida, mas não extinção, pois o conceito de morte para o lago de fogo é de tormento dia e noite, pelos séculos dos séculos, o que demonstra existência, como está no Apocalipse. Atingindo corpo e alma, pois a alma sendo imortal não é possível o ser ressuscitado desfazer-se mais.
Parece que é o mesmo que dizer, matar o corpo é um sofrimento que não atinge totalmente, já que a alma permaneceu a salvo. No inferno, porém, corpo e alma sofrem. Isso faz todo o sentido pelo contexto mostrado.
Se o mortalista não tinha pensado nisso, agora é o momento, pois sua ideia está novamente refutada.
Gledson Meireles.
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