Como o livro mortalista é protestante, é normal e esperado que toda a argumentação aconteça no interior do Protestantismo, com a teologia protestante em consideração. Por isso, a presente refutação lembra esse fato quando necessário, e mostra ser uma resposta católica às argumentações do livro a respeito do tema, o que tem se mostrado poderoso e irrefutável cada vez que um argumento é analisado.
O autor traz citações de muitos teólogos sobre o tema, que dizem não haver vida fora do corpo no Antigo Testamento. É algo que não é corroborado pela teologia católica, ainda que apareça qualquer teólogo católico tentando defender essa opinião, já que os estudos bíblicos mostram que ela não pode resistir ao escrutínio, como o que está sendo realizado nessa refutação.
Segundo a teologia católica, como mostrado em cada refutação, a mesma doutrina do Antigo Testamento continua no Novo Testamento sobre a imortalidade da alma. No entanto, no Novo Testamento há textos mais claros, um desenvolvimento é percebido, assim também quanto ao tema da ressurreição. Portanto, para o católico é algo pacífico que a doutrina bíblica é sempre a mesma.
No livro há diversas citações, a maioria de autores protestantes, e algumas até de eruditos católicos, terminando com a Nova Enciclopédia Católica, para mostrar que a ala acadêmica tem um consenso de que o Antigo Testamento ensina que não há distinção corpo e alma, mas que o ser humano é expresso a partir de vários aspectos do seu ser.
Para melhor elaborar a questão e reforçar a doutrina de que a alma é imortal, como está sendo mostrado biblicamente ao escrutinar cada argumento, segue um resumo do que ensina a Enciclopédia Católica.
Primeiro, é importante notar que a imortalidade da alma está ligada à esperança da vida futura. Isso mostra que a ressurreição já pressupõe a alma imortal. A definição de alma é valiosa aqui, é significa que a alma é o princípio interno último pelo qual pensamos, sentimos e queremos e pelo qual o nosso corpo é animado, resumindo o que traz a enciclopédia.
O termo mente é o sujeito dos nossos estados
conscientes e a alma também é a fonte da vida vegetativa. É bastante profundo
esse conceito. Assim, a vida procede desse princípio que é capaz de subsistir
por si mesmo, que á a alma em sua espiritualidade, não como algo corpóreo,
perecível.
Interessante a informação de que na Grécia, nos tempos primitivos, em Homero, a alma é vista como “mera sombra, incapaz de vida energética”. Muitas teorias tentavam explicar a alma. Mesmo Platão, em Timeu, nega a imortalidade intrínseca da alma. Na doutrina estóica, com várias opiniões, há também a ideia mortalista de que a alma material chega ao fim com o corpo.
Falando da psicologia rabínica, afirma-se que três termos denotam a alma, sendo nephesh, ruah e neshamah. O primeiro tem a ver com a natureza animal e vegetal, o segundo com o princípio ético e o terceiro com a inteligência espiritual. E, após isso, afirma a enciclopédia que o Antigo Testamente afirma ou implica a existência da alma O cristianismo, então, trouxe contribuição explicando essa realidade. Portanto, o ensino da imortalidade da alma está na Bíblia, desde o Antigo Testamento, e seus desenvolvimentos possuem total fundamento bíblico.
Tudo isso já mostra que o sheol não é sepultura, que a alma não é apenas pessoa, o eu, ou algo somente material, e que o espírito não é apenas respiração, e finalmente que o deixar de existir não é aniquilar o ser, mas deixar de existir na terra, explicações que o livro mortalista tenta fundamentar com muita dificuldade quando se confrontam com os argumentos bíblicos profundos.
Gledson Meireles.
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