As imagens de escultura em Ezequiel 8
Considerando uma
importante objeção, feita no livro Desmascarando
a Idolatria, que afirma não ter havido “imagens de escultura” nos três
primeiros séculos da Igreja, e que essas nem mesmo foram admitidas como
“ornamento” para as igrejas. Assim, nem haveria o fato da existência de
estátuas em uso na Igreja, nem o caráter meramente ornamental dessas teria sido
admitido.
Sendo assim, teríamos
que do ano 1 ao 100, com a Igreja começando por volta de 30 d. C., com o
ministério de Nosso Senhor Jesus Cristo, e inaugurada pelo Espírito Santo em
aproximadamente 33 d. C., não existiria pintura e estátuas em uso, sendo o
mesmo a considerar do período de 101 a 200 e de 201 a 300. Dessa forma
afirma-se que a Igreja teria sido totalmente contrária ao uso de imagens de
escultura ainda que fosse para simples decoração cristã das igrejas.
O problema dessa
afirmação é que a mesma não resiste a um escrutínio bíblico, e cai
fragorosamente diante da análise segundo os princípios da Palavra de Deus.
Em primeiro lugar, pelo
que já foi exposto nota-se que a afirmação é gratuita. Em segundo lugar, temos
que o foco da proibição de imagens, supostamente identificadas com ídolos, é
principalmente aquelas feitas sob a forma de estátuas, ou seja, as imagens de
escultura. Sendo assim, essas seriam os típicos “ídolos” que deveriam ser
banidos do culto cristão.[1]
No entanto, em Ezequiel
os ídolos aparecem em forma de pinturas nas paredes. A imagem que aparece à
entrada do templo é chamada “tanabit”. Essa constatação é suficiente para
refutar o que muitos apresentam como “objeção”, já que mesmo as pinturas são
nessa passagem identificadas com ídolos.
“Entrei e fixei o olhar: havia ali toda sorte de
imagens de répteis, de animais repugnantes e todos os ídolos imundos da casa de
Israel gravados na parede ao redor.”[2]
(Ez 8,10)
Comparando o que havia
no Templo de Deus em Jerusalém, que possuía tanto esculturas como imagens
pintadas nas paredes, o que a visão de Ezequiel revela é que não é o fato da
técnica empregada na feitura de uma imagem ser diferente que constituiria a
imagem, mas que mesmo com técnicas idênticas há diferenciação entre imagem e
ídolo pelo que é representado.
Assim, nas paredes do
templo estavam semelhanças de répteis e de besta. Ou seja, eram figuras de
coisas que não faziam parte do culto de Israel. Dessa forma, eram ídolos
pagãos.
Naquela cena revelada,
os setenta anciãos estavam de pé, não prostrados, mas usavam o incenso no culto
dos ídolos pintados nas paredes do templo, o que denota a sua idolatria. No
verso 16, cerca de vinte e cinco homens estão prostrados para o Oriente, para a
direção do sol. O gesto é igual ao que faziam os israelitas fieis em direção de
Jerusalém, e em direção ao templo, mas ali, por sua intenção em adorar o sol,
estavam de costas para o santuário, e o mesmo gesto convertia-se em idolatria.
Gledson Meireles.
[1]
O hebraico utiliza vários termos para referir-se a ídolo. Assim, em Êxodo 20,4
para ídolo é “pesel” e para
semelhança é “temunah”. Em Ezequiel o termo é “gullile” como sinônimo de ídolo.
[2] “And when I went in to
look, what should I find painted on the walls but likenesses of reptile and of
beast! A very foul sight it was; no idol Israel worships but it was there;” O
texto grego: “καὶ εἰσῆλθον καὶ εἶδον καὶ ἰδοὺ μάταια
βδελύγματα καὶ πάντα τὰ εἴδωλα οἴκου Ισραηλ διαγεγραμμένα ἐ{P'} αὐτοῦ κύκλῳ”.
Excelente observação! Parabéns!
ResponderExcluirEram imagens em duas dimensões (largura x comprimento). As mesmas dimensões de imagens que temos em fotos 3x4, selfies, roupas, quadros, decorativos, etc.
O segundo mandamento da Lei Moral Do Eterno Pai Soberano Criador Yahúh: imagens em duas dimensões também estão proibidas de serem feitas.
https://emissariocleberefrayim.blogspot.com/2019/11/emissario-cleberefrayim.html?m=1
Então sugiro que leiam Ezequiel 41.
ResponderExcluirMuito boa a sugestão. De fato, Ez 41 é considerado em: https://heresiasrefutadas.blogspot.com/2017/02/a-arca-da-alianca-e-as-estatuas.html?m=1.
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