quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

As imagens de escultura em Ezequiel 8


As imagens de escultura em Ezequiel 8

Considerando uma importante objeção, feita no livro Desmascarando a Idolatria, que afirma não ter havido “imagens de escultura” nos três primeiros séculos da Igreja, e que essas nem mesmo foram admitidas como “ornamento” para as igrejas. Assim, nem haveria o fato da existência de estátuas em uso na Igreja, nem o caráter meramente ornamental dessas teria sido admitido.

Sendo assim, teríamos que do ano 1 ao 100, com a Igreja começando por volta de 30 d. C., com o ministério de Nosso Senhor Jesus Cristo, e inaugurada pelo Espírito Santo em aproximadamente 33 d. C., não existiria pintura e estátuas em uso, sendo o mesmo a considerar do período de 101 a 200 e de 201 a 300. Dessa forma afirma-se que a Igreja teria sido totalmente contrária ao uso de imagens de escultura ainda que fosse para simples decoração cristã das igrejas.

O problema dessa afirmação é que a mesma não resiste a um escrutínio bíblico, e cai fragorosamente diante da análise segundo os princípios da Palavra de Deus.

Em primeiro lugar, pelo que já foi exposto nota-se que a afirmação é gratuita. Em segundo lugar, temos que o foco da proibição de imagens, supostamente identificadas com ídolos, é principalmente aquelas feitas sob a forma de estátuas, ou seja, as imagens de escultura. Sendo assim, essas seriam os típicos “ídolos” que deveriam ser banidos do culto cristão.[1]

No entanto, em Ezequiel os ídolos aparecem em forma de pinturas nas paredes. A imagem que aparece à entrada do templo é chamada “tanabit”. Essa constatação é suficiente para refutar o que muitos apresentam como “objeção”, já que mesmo as pinturas são nessa passagem identificadas com ídolos.

“Entrei e fixei o olhar: havia ali toda sorte de imagens de répteis, de animais repugnantes e todos os ídolos imundos da casa de Israel gravados na parede ao redor.”[2] (Ez 8,10)

Comparando o que havia no Templo de Deus em Jerusalém, que possuía tanto esculturas como imagens pintadas nas paredes, o que a visão de Ezequiel revela é que não é o fato da técnica empregada na feitura de uma imagem ser diferente que constituiria a imagem, mas que mesmo com técnicas idênticas há diferenciação entre imagem e ídolo pelo que é representado.

Assim, nas paredes do templo estavam semelhanças de répteis e de besta. Ou seja, eram figuras de coisas que não faziam parte do culto de Israel. Dessa forma, eram ídolos pagãos.

Naquela cena revelada, os setenta anciãos estavam de pé, não prostrados, mas usavam o incenso no culto dos ídolos pintados nas paredes do templo, o que denota a sua idolatria. No verso 16, cerca de vinte e cinco homens estão prostrados para o Oriente, para a direção do sol. O gesto é igual ao que faziam os israelitas fieis em direção de Jerusalém, e em direção ao templo, mas ali, por sua intenção em adorar o sol, estavam de costas para o santuário, e o mesmo gesto convertia-se em idolatria.
Gledson Meireles.





[1] O hebraico utiliza vários termos para referir-se a ídolo. Assim, em Êxodo 20,4 para ídolo é “pesel” e para semelhança é “temunah”. Em Ezequiel o termo é “gullile” como sinônimo de ídolo.


[2] “And when I went in to look, what should I find painted on the walls but likenesses of reptile and of beast! A very foul sight it was; no idol Israel worships but it was there;” O texto grego: “καὶ εἰσῆλθον καὶ εἶδον καὶ ἰδοὺ μάταια βδελύγματα καὶ πάντα τὰ εἴδωλα οἴκου Ισραηλ διαγεγραμμένα ἐ{P'} αὐτοῦ κύκλῳ”.

3 comentários:

  1. Excelente observação! Parabéns!
    Eram imagens em duas dimensões (largura x comprimento). As mesmas dimensões de imagens que temos em fotos 3x4, selfies, roupas, quadros, decorativos, etc.

    O segundo mandamento da Lei Moral Do Eterno Pai Soberano Criador Yahúh: imagens em duas dimensões também estão proibidas de serem feitas.


    https://emissariocleberefrayim.blogspot.com/2019/11/emissario-cleberefrayim.html?m=1

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  2. Então sugiro que leiam Ezequiel 41.

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    1. Muito boa a sugestão. De fato, Ez 41 é considerado em: https://heresiasrefutadas.blogspot.com/2017/02/a-arca-da-alianca-e-as-estatuas.html?m=1.

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