segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Observações sobre a Babilônia do Apocalipse

Observações sobre a Babilônia, no vídeo

do apologista Davi Caldas

 

A Igreja Católica é a Semente de Mostarda

 

A Babilônia representaria o sistema opressor do Povo de Deus, que seria o papado, e que teria corrupção moral generalizada, doutrina falsa, e teria o fator perseguidor.

Isso é complicado. A IASD considera a Igreja Católica como a Babilônia. No entanto, isso não pode ser dito da Igreja, pois sua doutrina produz santos. A doutrina da Igreja é santa, correta, verdadeira. Basta estuda-la com sinceridade, buscando as luzes do Espírito Santo.

Bata pensar um pouco. Todos os grupos pequenos geralmente são perseguidos, e somente quando se tornam maiores e possuem poder político é que podem de algum modo “perseguir”, segundo as circunstâncias históricas.

Os adventistas do sétimo dia nunca alcançaram o nível de religião oficial. Não pode ser dito que não pudessem perseguir se chegassem a esse patamar. Os anabatistas, que foram sempre grupos menores e radicais na reforma, também foram perseguidos. Os batistas herdaram doutrinas anabatistas. Como essas ideias migraram para o adventismo, esse tópico escolhido (o da perseguição) para afirmar que a ICAR perseguiu “cristãos verdadeiros” não é correto.

É dito pelo apologista que o poder romano continuaria ao longo dos séculos, seria religioso e duraria até a volta de Jesus. Seria a Igreja Católica? De fato isso não pode ser.

Então, trata-se do poder do Anticristo que sempre se opôs à Igreja Católica Apostólica Romana. De fato, esse sistema presente na história irá no fim ser o maior opositor da santa Igreja Católica tentando destruí-la.

Os que olham para a Igreja Católica como se fosse o “chifre pequeno” da profecia de Daniel 8, 9, pois esse surge dentre os dez chifres e se torna o protagonista depois, esquece-se que a Igreja Católica é a semente de mostarda que tão pequenina cresce e se torna uma enorme árvore em Mateus 13, 31-32. É óbvio que o reino do mal procura ter semelhanças com o reino do bem, e assim a falsa religião do Chifre Pequeno tentará ter a influência da verdadeira Igreja Católica, a pequena semente de mostarda.

O Reino dos Céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos” (Mateus 13, 31-32).

 

O poder de Roma teria sido continuado pelo papado, como entende o apologista adventista. Mas veja que o Imperador romano, Constantino, logo saiu de Roma e construiu outra Roma no Oriente, a cidade de Constantinopla, onde passou a exercer a maior influência no Cristianismo dessa parte do mundo. Ele nunca pôde influir na doutrina católica.

A questão da corrupção moral generalizada, da corrupção doutrinária generalizada e do senso de perseguição, são coisas malignas, do reino do Anticristo, e nunca da santa Igreja.

O Reino dos Céus aqui não é o Céu onde está Deus, pois esse é eterno, e não tem um início pequeno. Também não se trata do milênio, na perspectiva dispensacionalista.

Esse Reino é a Igreja que Jesus fundou na Terra, começando com 12 apóstolos e alguns discípulos e se tornando aos poucos tão grande de modo que tornou-se um Reino espiritual no mundo convertendo povos e fundando nações cristãs. Essa é a Igreja Católica Apostólica Romana.

O outro reino que é representado pelo Chifre Pequeno é o adversário da santa Igreja. De um deles saiu um pequeno chifre que se desenvolveu consideravelmente para o Sul, para o Oriente e para a joia dos países (Daniel 8, 9)

Assim, a Besta do Apocalipse e a Babilônia não podem ser a Igreja Católica. Entretanto, é um poder que tem o objetivo de assemelhar-se à Igreja em poder e influência sobre as almas.

A Igreja é a semente de mostarda pequenina, é a pedra que rolou em Daniel 2, 44-45, e que chegou a influenciar e encher toda a terra, vencendo os reinos do mundo. Leia o versículo 45.

Pelo contrário, o poder Maligno que persegue a Igreja é o Chifre Pequeno que surge, cresce e tem muito êxito na sua maldade.

A diferenciação da Igreja como sistema e da Igreja como comunidade espiritual não é bíblica. A Igreja visível já é expressão da comunidade espiritual e possui organização religiosa visível que exprime a Igreja espiritual em sua unidade fé, moral e culto. Não se trata de que todas as divisões cristãs expressam essa Igreja. É uma diferença muito sutil, difícil para os protestantes compreenderem.

A tentativa de explicar a realidade da Igreja invisível é plausível até certo ponto. O exemplo dado é que dentro da Babilônia, e suas filhas, podemos lembrar, cada grupo de crente verdadeiro seria uma igreja verdadeira sob um sistema falso. Mas não é assim.

O que de fato há, é que em cada lugar da terra, em cada religião, em cada igreja cristã, há um pequeno grupo que está unido espiritualmente com a única Igreja, sendo membros dessa Igreja espiritual, que na terra tem sua expressão na santa Igreja Católica. De um modo simples, todos os verdadeiros cristãos são membros da Igreja Católica Apostólica Romana em espírito.

A opinião do apologista é que a IASD seria mais próxima das verdades básicas. Mas isso não pode ser. Basta ver que a imortalidade da alma é uma verdade negada pelo adventismo do sétimo dia.

A corrupção moral não é maior e nem pode ser na Igreja Católica em comparação a qualquer outra religião e igreja. Ainda, essa corrupção é oriunda do pecado humano, e não marca da Igreja. Assim, a comparação com Babilônia falha.

A doutrina da Igreja Católica é verdadeira e santa, assim mais uma vez a comparação caiu por terra.

A perseguição não é sinal da Igreja, mas algo que a Igreja sempre sofreu. Desse modo, a Igreja sempre está tentando defender-se de ataques. E os erros do passado, como alusão aos erros medievais, não corrompem a Igreja em sua natureza.

Lembrando, que as doutrinas do sábado e da mortalidade da alma são erros da IASD.

O erro que deve ser corrigido nessa perspectiva a respeito da Babilônia, é que a Igreja é santa em sua natureza, e não um sistema corrompido. Os erros, pecados, corrupção moral, advém dos membros pecadores, e não do sistema fundado por Jesus Cristo.

Para os adventistas que querem aprofundar nesse assunto da verdade cristã católica, leia os artigos do blog que tratam da doutrina adventista do sétimo dia com profundidade.

Gledson Meireles.


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