A Bíblia, a Palavra de Deus
O pastor adventista Thomas fez algumas considerações sobre a Bíblia a partir da leitura de parágrafos do Catecismo.
O
que o pastor e entendeu e não entendeu na sua leitura dos parágrafos 81 e 105
do Catecismo?
Os protestantes rejeitam a ideia de tradição
como sendo uma fonte igual à Bíblia. Os protestantes não reconhecem que a
Igreja possui autoridade contínua de
interpretar a Bíblia. O Espírito Santo capacita o crente, não capacita a
Igreja. Isso é magnífico.
Por sua vez, a Bíblia afirma que o
Espírito Santo guia a Igreja. É a
Igreja que é coluna e sustentáculo da verdade. Cada fiel é guiado pelo Espírito
Santo, mas é a Igreja docente que recebe a promessa de Cristo para não errar na
fé.
O Catecismo afirma que a Igreja não
tira apenas da Escritura “A SUA
CERTEZA” acerca de tudo o que foi revelado. Preste bem atenção: tudo o que a
Igreja ensina está na Bíblia. No entanto, há coisas que estão implícitas na Bíblia. Então, a Tradição
auxilia nessa CERTEZA de que a doutrina está correta. Não se trata de afirmar
que uma doutrina não esteja na Bíblia, de alguma forma, mas que a autoridade da
Bíblia é acompanhada da autoridade da Tradição para a certeza do que foi
revelado. Assim, está em harmonia as duas coisas: toda a doutrina cristã
católica está na Bíblia e isso é provado pela Bíblia e pela tradição.
A falibilidade humana: há confusão.
Há coisas citadas no vídeo que não são doutrina ao lado de outras que são.
Assim, é preciso entender melhor para formular a crítica. O pastor está indo no
caminho certo, mas é preciso mais conhecimento. Isso é natural.
A perspectiva do pastor Thomas
quanto à história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em particular, tem certa
influência sobre sua convicção a respeito da história da Igreja Católica, e da
história do Cristianismo em geral.
De fato, ele afirma e admite que a
IASD não ensinava a doutrina da salvação pela graça nos seus primórdios
(1863-1888). Admite também que havia membros adventistas que não criam na
trindade de Deus. Com isso, o pastor tem a facilidade em crer que os intérpretes
erram e assim mantem a noção de que a Igreja Católica também errou. No entanto,
não há nenhum concílio da Igreja que tenha mudado qualquer questão de fé, ou
que mostre que a Igreja oficialmente tenha admitido alguma doutrina errônea até
ser corrigida por um concílio. Essa comparação não pode ser feita.
O magistério da Igreja não erra em
questões de fé e moral. Em João 14, 26 está escrito: “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, irá
ensinar-vos todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito”.
Nesse capítulo Jesus está falando
aos apóstolos. É à Igreja docente que a promessa é feita. São os apóstolos que
foram inspirados para ensinar. O Espírito Santo guia a Igreja a toda a verdade.
É um erro interpretar isso como sendo restrito a cada crente na mesma proporção
que a garantia é feita à Igreja em geral. Uma comparação de João 14, 26 e 1
Timóteo 3, 15 já refuta essa noção.
Nos concílios, a Igreja não chega à
conclusão sem base bíblica. Portanto, a crítica não se ateve a esse ponto
fundamental. É claro que a Igreja sempre se opôs às heresias com base nas
Escrituras.
A Igreja como mãe não é 'intercessora' nem tem o sentido de que a mesma tem alguma 'mérito' no processo de salvação. A Igreja é mãe porque gera os filhos de Deus na fé, batizando, ensinando, exortando, admoestando, corrigindo, acompanhando os filhos de Deus. Assim, é nesse sentido bíblico que São Paulo afirma que gerou filhos na fé. Não há nada além dessa noção bíblica. A salvação é através de JESUS CRISTO, e essa é a doutirna cristã católica.
Sobre a inerrância bíblica, a posição a IASD também aceita com certa facilidade os "pequenos erros" da Bíblia porque isso já foi muito debatido a respeito dos erros nos escritos da profetisa Ellen White, que são tidos como inspirados.
A questão da lebre ruminar, mas cientificamente isso não ser correto, trata-se de uma observação direta da maneira com que os coelhos comem os alimentos, que "parecem" estar ruminando, e na cultura antiga eram considerados como se fossem ruminantes. Desse modo, não há erro bíblico. E por que não? Porque a Bíblia não foi escrita para tratar diretamente de ciência e não foi intenção do autor sagrado fornecer a expressão exata sobre a consideração científica a respeito da lebre.
Essa posição está na afirmação do Catecismo: não há erro alguma em matéria de fé e moral: a verdade que Deus quis que fosse consignada PARA NOSSA SALVAÇÃO.
Então, essa parte sobre a lebre ruminar ou não não é diretamente algo que foi escrito para a nossa salvação. Dos dois modos, nesse ponto específico, não há erro bíblico.
Essas são apenas algumas
considerações sobre o vídeo que trata dos parágrafos 81, 82 e 105 do Catecismo
da Igreja Católica.
Gledson Meireles.
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