terça-feira, 21 de janeiro de 2025

A Bíblia, a Palavra de Deus nos parágrafos 81, 82 e 105 do Catecismo da Igreja Católica

A Bíblia, a Palavra de Deus

O pastor adventista Thomas fez algumas considerações sobre a Bíblia a partir da leitura de parágrafos do Catecismo.

O que o pastor e entendeu e não entendeu na sua leitura dos parágrafos 81 e 105 do Catecismo?

            Os protestantes rejeitam a ideia de tradição como sendo uma fonte igual à Bíblia. Os protestantes não reconhecem que a Igreja possui autoridade contínua de interpretar a Bíblia. O Espírito Santo capacita o crente, não capacita a Igreja. Isso é magnífico.

            Por sua vez, a Bíblia afirma que o Espírito Santo guia a Igreja. É a Igreja que é coluna e sustentáculo da verdade. Cada fiel é guiado pelo Espírito Santo, mas é a Igreja docente que recebe a promessa de Cristo para não errar na fé.

            O Catecismo afirma que a Igreja não tira apenas da Escritura “A SUA CERTEZA” acerca de tudo o que foi revelado. Preste bem atenção: tudo o que a Igreja ensina está na Bíblia. No entanto, há coisas que estão implícitas na Bíblia. Então, a Tradição auxilia nessa CERTEZA de que a doutrina está correta. Não se trata de afirmar que uma doutrina não esteja na Bíblia, de alguma forma, mas que a autoridade da Bíblia é acompanhada da autoridade da Tradição para a certeza do que foi revelado. Assim, está em harmonia as duas coisas: toda a doutrina cristã católica está na Bíblia e isso é provado pela Bíblia e pela tradição.

            A falibilidade humana: há confusão. Há coisas citadas no vídeo que não são doutrina ao lado de outras que são. Assim, é preciso entender melhor para formular a crítica. O pastor está indo no caminho certo, mas é preciso mais conhecimento. Isso é natural.

            A perspectiva do pastor Thomas quanto à história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em particular, tem certa influência sobre sua convicção a respeito da história da Igreja Católica, e da história do Cristianismo em geral.

            De fato, ele afirma e admite que a IASD não ensinava a doutrina da salvação pela graça nos seus primórdios (1863-1888). Admite também que havia membros adventistas que não criam na trindade de Deus. Com isso, o pastor tem a facilidade em crer que os intérpretes erram e assim mantem a noção de que a Igreja Católica também errou. No entanto, não há nenhum concílio da Igreja que tenha mudado qualquer questão de fé, ou que mostre que a Igreja oficialmente tenha admitido alguma doutrina errônea até ser corrigida por um concílio. Essa comparação não pode ser feita.

            O magistério da Igreja não erra em questões de fé e moral. Em João 14, 26 está escrito: “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, irá ensinar-vos todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito”.

            Nesse capítulo Jesus está falando aos apóstolos. É à Igreja docente que a promessa é feita. São os apóstolos que foram inspirados para ensinar. O Espírito Santo guia a Igreja a toda a verdade. É um erro interpretar isso como sendo restrito a cada crente na mesma proporção que a garantia é feita à Igreja em geral. Uma comparação de João 14, 26 e 1 Timóteo 3, 15 já refuta essa noção.

            Nos concílios, a Igreja não chega à conclusão sem base bíblica. Portanto, a crítica não se ateve a esse ponto fundamental. É claro que a Igreja sempre se opôs às heresias com base nas Escrituras.

              A Igreja como mãe não é 'intercessora' nem tem o sentido de que a mesma tem alguma 'mérito' no processo de salvação. A Igreja é mãe porque gera os filhos de Deus na fé,  batizando, ensinando, exortando, admoestando, corrigindo, acompanhando os filhos de Deus. Assim, é nesse sentido bíblico que São Paulo afirma que gerou filhos na fé. Não há nada além dessa noção bíblica. A salvação é através de JESUS CRISTO, e essa é a doutirna cristã católica.

                    Sobre a inerrância bíblica, a posição a IASD também aceita com certa facilidade os "pequenos erros" da Bíblia porque isso já foi muito debatido a respeito dos erros nos escritos da profetisa Ellen White, que são tidos como inspirados.

                    A questão da lebre ruminar, mas cientificamente isso não ser correto, trata-se de uma observação direta da maneira com que os coelhos comem os alimentos, que "parecem" estar ruminando, e na cultura antiga eram considerados como se fossem ruminantes. Desse modo, não há erro bíblico. E por que não? Porque a Bíblia não foi escrita para tratar diretamente de ciência e não foi intenção do autor sagrado fornecer a expressão exata sobre a consideração científica a respeito da lebre.

                      Essa posição está na afirmação do Catecismo: não há erro alguma em matéria de fé e moral: a verdade que Deus quis que fosse consignada PARA NOSSA SALVAÇÃO. 

                  Então, essa parte sobre a lebre ruminar ou não não é diretamente algo que foi escrito para a nossa salvação. Dos dois modos, nesse ponto específico, não há erro bíblico.

                      Essas são apenas algumas considerações sobre o vídeo que trata dos parágrafos 81, 82 e 105 do Catecismo da Igreja Católica.

            Gledson Meireles.

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