Refutação ao significado do Geena
O
sheol não é a sepultura universal somente, mas lugar das almas dos mortos. O
conceito antigo de Sheol como mundo dos mortos foi sendo desenvolvido, pois o
Hades no Novo Testamento em Lucas 16 mostra que há diferentes sortes na região
dos mortos.
A comparação da
condenação feita a partir do que acontecia no Vale de Hinom não é somente que
ali aconteceram sacrifícios, e os cadáveres eram jogados com o lixo, para serem
totalmente consumidos pelas chamas, mas o que o evangelho frisa é o fogo estar
sempre ardendo. Por isso, ao invés de intencionar transmitir a ideia de
aniquilamento, há o conceito de tormento no fogo que não se apaga.
O autor pensa que seria
melhor usar a prisão para o tormento eterno do que um lugar de destruição. Isso
será refutado mais propriamente quando se tratar do castigo.
Então, para o
mortalismo, os ímpios saem da sepultura para o geena. A ideia de uma
transferência de um inferno a outro já foi explicada, refutada, e não tem
problema para a fé católica.
Agora, a ideia de
trazer o morto à existência, para sofrer e destruí-lo novamente ainda é um
tanto problemática. De fato, na teologia católica há uma diferença entre o que
sofre a alma somente no inferno com o que ocorrerá após o juízo, onde a
condenação ao inferno será em corpo e alma.
Mas, para o mortalismo
a inexistência da morte é idêntica à inexistência da segunda morte. Assim, o
que faz diferença é o sofrimento que os castigados experimentarão antes de
voltarem a não existir, antes do aniquilamento.
Interessante a doutrina
mortalista, mas não há na Bíblia esse esquema, onde os mortos são
ressuscitados, são julgados, são presos por um tempo proporcional aos seus
pecados, são soltos, na rebelião que fazem junto com Satanás, e depois perecem
no Geena. As explicações que o livro tinha dado era que o Geena era o lugar do
castigo proporcional até a destruição. Agora há uma outra prisão para os
ressuscitados condenados antes disso. Não foi citado nenhum texto bíblico para
provar tal esquema escatológico.
Os evangelhos falam do
inferno (geena), mas não é essa a ideia. É importante notar que Jesus fala de geena
de fogo, em Mateus 5, 22.
Certamente, Jesus não usou o termo grego, mas aramaico, ou hebraico. Ele diz que o fogo é inextinguível, em Marcos 9, 43. Isso não teria problema se o condenado fosse aniquilado.
O condenado ao fogo não estaria preocupado se o fogo dura apenas um
pouco ou não se apaga, mas desejaria morrer logo. Quando se diz que o fogo não se apaga e o
verme não morre, supõe tormento consciente.
Gledson Meireles.
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