Comentário do capítulo 1, do livro:
O
Mistério Católico, John Armstrong, 2019.
Capítulo 1
A Santa Igreja Católica
Jonh Armstrong inicia
seu primeiro capítulo abordando o credo apostólico, crido por católicos e
protestantes. Afirma, um pouco adiante, que nem tudo está no credo, como por exemplo,
a doutrina da graça de Deus e a autoridade da Escritura. Esse cristianismo simples, como chamou C. S.
Lewis, expresso no credo, pode-se dizer, une então católicos e protestantes.
Nesse ponto, já se pode
notar uma coisa importante. Aqueles que afirmam que a Igreja Católica
afastou-se da verdade, que é uma “falsa
igreja”, que coloca o magistério acima
da Igreja, que tem a Bíblia como acessório,
que os católicos não servem a Deus e
não têm comunhão com Deus, que são
afirmações tipicamente anticatólicas,
o que é compreensível, mas que deve ser estudado, analisado, criticado, visto à
luz da Bíblia Sagrada, e respondido a quem pensa assim, para que possa ser
auxiliado em algo importante para a fé, que aprenda algo mais da verdade católica,
e assim, talvez, se torne menos anticatólico,
e, se Deus assim quiser, com Sua graça, se torne cristão católico.
Se o credo é rezado
pelos católicos, crido com todo o coração, e é o resumo fiel da doutrina apostólica,
o conjunto das verdades fundamentais da fé cristã, e que testemunha, nesse
ponto, uma unidade básica dos cristãos católicos e protestantes, então as
afirmações anticatólicas perdem sua razão. Ou perdem a razão pelo menos em
grande parte. A não ser que os defensores dessa posição afirmem que “outras”
doutrinas católicas façam do catolicismo outra
religião, etc., e que anulem essa unidade que possuem nas doutrinas defendidas
nos antigos concílios. Do contrário, já se percebe um problema com essa visão.
Mais, ainda, conforme o
estudo da fé católica, vemos que as demais doutrinas católicas são todas
bíblicas, cem por cento, e isso por si já mostra o quanto a Igreja que Jesus
fundou continua no Caminho, que é o próprio Senhor Jesus Cristo.
Depois, John Armstrong
explica a fé na santa Igreja Católica,
que o protestante deve ter. De fato, o protestante se assusta com a linguagem,
até mesmo se recusa a professar essa fé, e então isso deve ser aprendido, já
que Cristo fundou a Igreja, para todos, e por isso ela é católica.
Enquanto há a ideia de
que o termo católico começou a ser usado para distinguir a Igreja Católica
apenas a partir de 1054, com o cisma entre a cristandade oriental e ocidental,
o autor, John Armstrong, diferentemente, afirma que a palavra Católica foi a
forma usada para distinguir-se do Protestantismo, depois da Reforma
Protestante.
Mas, na verdade, não é
exata nem uma coisa nem outra, pois o termo é antigo, e começou certamente a
ser usado na era apostólica, e aparece em documento do início do segundo século,
com Santo Inácio, na epístola aos Esmirnianos, referindo-se à Igreja como
Igreja Católica. A história mostra que esse nome distinguia a Igreja fundada
por Jesus de outros grupos, que se separavam dela, que eram as heresias, as
seitas, e que não tinham comunhão com a Igreja, e não eram universais, também
por isso. Essa qualidade da Igreja é também seu nome, em sua essência doutrinal.
O autor trata da
unidade da Igreja desenvolvida nos primeiros cinco séculos, na igreja histórica. Certamente, está
aludindo aos primeiros concílios ecumênicos que lançaram as bases da fé cristã,
conforme a doutrina bíblica, diante das heresias que surgiam. Essa posição é
compreensível, mas não deixa de ter certas nuances que devem ser conhecidas por
aquele que deseja conhecer melhor a fé católica, ou mesmo, tornar-se católico,
caso já que tenha o suficiente do conhecimento para tal.
É preciso notar, que
esses concílios que defenderam a fé, estão em um tempo em que a maioria dos protestantes
afirma que a Igreja estava afastando-se da verdade, adotando heresias, imagens,
veneração a relíquias, santos, Maria, uso de incenso, velas, crença no purgatório
e etc.. Obviamente, essas são todas doutrinas bíblicas, mas que não são aceitas
no Protestantismo, e que eram todas cridas nesses primeiros séculos, o mesmo
período onde a verdade foi firme e luminosa, combatendo erros e heresias.
Ainda que os
protestantes não creiam em todas essas doutrinas, o autor afirma que Deus, por Sua
providência, estava governando a Igreja naqueles concílios, que combatiam erros
e heresias internas, visto que a Igreja zelava por sua unidade essencial em
ensino e vida, conforme termos usados pelo autor. O fundamento foi estabelecido
pelos concílios e credos. Entretanto, todas as demais doutrinas da fé cristã
também estavam ali ensinadas.
Contudo, como afirma o
autor, muitos têm adotado, nos últimos anos, outras doutrinas, e negado partes
do credo, referindo-se mesmo a ministros católicos. Ele aponta essas mudanças
em relação a doutrinas tão fundamentais que unem católicos e protestantes. Isso
é verdade, faz parte das influências das doutrinas modernas, nesse caso, e da
perda da fé.
Em uma tentativa de
comparação entre a unidade protestante com a unidade católica, citando Mark
Noll, historiador protestante, que afirma que o catolicismo tem unidade
estrutural, e usando apenas essa qualidade da unidade católica, basta pensar
que os apóstolos e anciãos, com sede em Jerusalém, mantinham a unidade em toda
a Igreja, que estava unida na fé apostólica. Isso continua na Igreja Católica.
É bastante simples.
Obviamente, como Noll
afirma, é possível que muitos católicos encontrem outros católicos com os quais
possuem pontos de divergências tão sérios que se tornam mais divididos do que
em relação a certos protestantes. Mas,
ainda assim, a unidade católica é superior, basta dar uma olhada.
Quando os protestantes
reconhecem, pelo menos, os primeiros concílios, estão em unidade, nesses
pontos, com a Igreja Católica, que foi a responsável por eles, pela defesa da
fé, inclusive naqueles concílios ou sínodos regionais ou locais que trataram do
cânon da Bíblia.
O conselho que John
Armstrong dá aos católicos, que devem entender que os evangélicos continuam a crer na antiga fé da Igreja, como os
reformadores quiseram manter-se firmes na fé dos concílios e da Igreja antiga, é
bastante compreensível, mas é verdade, porém, que muitas diferenças existem, e
que são sutis, muitas vezes, como entre a doutrina católica e a reformada, como
mostram muitos artigos desse blog. E,
mais. Os protestantes precisam entender de fato que doutrina apostólica está na
tradição, e que é crida na Igreja Católica desde os dias de Cristo.
Os reformadores
quiseram continuar “católicos”, pois acreditaram estar no caminho certo, que a
reforma que propunham era a única solução.
O autor tenta mostrar, em outras palavras, é o que estava em disputa, o que
mudou, se ainda importa o mesmo a ser questionado, e como o diálogo pode ser
feito, com maior compreensão e tolerância.
Pelo que foi dito
acima, o protestante já pode preparar-se para refletir sobre a unidade da
Igreja nos primeiros dias, como deixada por Cristo na terra, como governada
pelos apóstolos, sob a luz do Espírito Santo, e como os primeiros concílios
estabeleceram os fundamentos que fazem parte do tesouro da fé cristã, e que são
concílios cridos pelos protestantes, enquanto que agem diferentemente em
relação ao cânon da Bíblia, às imagens, à virgem Maria, aos santos, às
relíquias, aos mortos, etc., coisas que foram igualmente ensinadas nas obras
dos padres da Igreja e até mesmo em sínodos e concílios dos primeiros séculos.
É o preparo para início do estudo.
Gledson Meireles.
Olá, Gledson!
ResponderExcluirParabéns por se dedicar à propagação da fé católica!
Pena que seu blog tenha poucos comentários...
Abraços.