sexta-feira, 17 de junho de 2016

Deus tem mãe?

"Será que Deus, o Eterno Criador e a Causa Primeira de tudo, também tem uma mãe?" (...) "Deus não tem uma mãe”. Analisemos essa conclusão aparentemente sem problemas, encontrada aqui.

Quando sabemos que Deus em cada Pessoa da santíssima Trindade, tem sua plenitude, em sua íntima e total unidade, a afirmação de que Maria é mãe de Jesus implica em afirmar que Maria é mãe de Deus, porque uma vez que a Pessoa de Jesus encarnou-Se, Ele é homem e Deus ao mesmo tempo, e Maria sendo Sua mãe humana, essa maternidade está ligada à Pessoa divina que é única, que é a mesma, e que contem em Si as naturezas de homem e de Deus. Em nossa verbalização comum sabemos que a maternidade está relacionada à pessoa, não à natureza da pessoa. Maria é mãe de Deus porque Jesus é membro da divindade única, e apenas nesse aspecto.

A primeira objeção de que o conceito trinitário requer que tenhamos em mente que Deus é a totalidade das três Pessoas da trindade, é um tanto problemática. Vejamos: “Porque, em primeiro lugar, para ser considerada como “mãe de Deus” devemos levar em conta o conceito trinitário de Deus. Deus não se limita apenas ao Pai, apenas ao Filho ou apenas ao Espírito Santo, mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo é o único e verdadeiro Deus.

Isso torna a questão um pouco confusa ao tentar restringir o conceito de Deus apenas ao ser considerada a totalidade de pessoas: somente seria Deus quando consideramos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Usemos em tese essa ideia.

Assim, se dissermos, por essa ideia, que o Pai é Deus, isso não seria correto, pois somente “é” Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Tenhamos a exatidão desse pensamento em vista, para entender o completo disparate que ele leva.

Afirmar que o Espírito Santo é Deus seria errôneo, pois o Espírito Santo não seria Deus, mas somente quando considerado ao conjunto das Pessoas do Pai e do Filho. Desse modo, nenhum dos três seria Deus, mas apenas os três juntos. Obviamente nem o autor desse argumento crê assim. É o argumento errôneo que cria esse disparate. Por outro lado, se se entende que Jesus é Deus por ter participação na única essência divina, então nesse pensamento entende-se que Maria é mãe de Jesus Deus nesse sentido.

Continuemos, porém, e vejamos o absurdo (e a heresia) que dá o pensamento expresso antes: o Pai não é Deus, o Filho não é Deus e o Espírito Santo não é Deus, mas os três juntos é Deus!!! Como pode cada parte do ser de Deus não ser de essência divina, e tornar-se divino quando juntos os três? Diante disso, Jesus não poderia ter chamado o Pai de Deus, pois separadamente (o que não é exato afirmar) o Pai não poderia ser Deus. Ou, de outra forma, em sua distinção o Pai não seria Deus. Que aberração tremenda.

Apenas para fins de reflexão, pois pode haver algum elemento desse pensamento que não tenha sido percebido, e por isso tenha merecido essa alcunha de disparate, absurdo e heresia. Caso seja apresentado algo que possa desfazer tal problema, o mesmo será reconsiderado.

Se Deus não é divisível, em Sua essência, e não tem partes, então não há como excluir a maternidade de Maria como ligada à essência de Deus por meio da Pessoa de Jesus, ou seja, ao ser associada à Pessoa do Verbo Divino, o Filho. Assim, é correto afirmar que Maria é mãe somente de Jesus, mas que Ele é Deus, como foi visto acima, e por isso é a virgem Maria a mãe de Deus nesse exato e único sentido.

Por ser assim, pensando que o Pai é Deus, e que Maria não é mãe da Pessoa do Pai, ela não é mãe do Pai. E não sendo mãe de Deus Pai, ela não é mãe de Deus no sentido de ser mãe da Pessoa do Pai. O mesmo ocorre com relação à Pessoa do Espírito Santo, pois a maternidade não toca a Pessoa do Espírito Santo. Portanto, a virgem Maria é mãe do Deus-Homem, e o título mãe de Deus quer enfatizar somente isso. Certamente, esse primeiro ponto da objeção está refutado.

O segundo argumento é que Maria não poderia ser mãe de Jesus na eternidade, antes da encarnação, e nem depois da ascensão, já que ela é uma criatura, e o corpo de Jesus foi transformado na ressurreição, não tendo a mesma genética de antes: “Jesus, em sua condição celestial, não está mais em carne (Hb.5:7), e, portanto, não possui a genética humana, razão pela qual Maria não é mais biologicamente ligada a Ele.

Deve-se lembrar que a glorificação de Jesus, de Jesus enquanto Homem, que foi igual a nós em tudo, exceto no pecado (cf. Hb 2,17), será a mesma glorificação que todo ser humano salvo por Ele terá. Dessa maneira, a natureza do homem será igual à de Jesus Cristo, a mesma que Ele possui agora e para toda a eternidade no céu. Assim, a virgem Maria já glorificada continua, mesmo sob esse ponto de vista, continua sendo mãe de Jesus, já que o fato da geração da humanidade de Cristo que ocorreu na terra é irrevogável. Ele continua no céu Deus e Homem, pois é como Homem que Ele é Intercessor. (cf. 1 Tm 2,5)

De outro prisma pode-se notar que a objeção falha em querer colocar a maternidade de Maria em relação a Jesus em xeque quando afirma que ela não existia antes de ser concebida, e assim não poderia ser mãe de Jesus na eternidade. Quanto ao último ponto, trata-se do mais puro fato, e justamente por isso a Bíblia ensina que a virgem Maria tornou-se mãe de Jesus a partir da encarnação, em João 1,14, quando o Verbo SE fez carne e habitou entre nós. O mesmo verbo tornou-Se carne e veio morar na terra. Assim, Maria é mãe do Verbo divino que veio habitar conosco. Tendo isso em vista, é a partir do nascimento de Jesus na terra que Maria passa a ser Sua mãe, por meio da natureza humana, e somente por isso relaciona-se com a natureza divina por ser mãe da mesma Pessoa que é divina e humana. A natureza humana de Jesus é como uma forma de ligação entre Maria e Sua Pessoa, e essa Pessoa é Deus por ter parte na divindade com o Pai e o Filho.

Mesmo que o Protestantismo negue que Maria tenha sido já glorificada nos céus, isso está no dogma cristão, e os protestantes devem concordar que tal fato é esperado para o fim dos tempos, quando Cristo vier buscar a Igreja. Por isso, não há como fugir da implicação, já que na glorificação Maria será (supondo que não já tivesse sido), “biologicamente” igual a Cristo e, portanto, o fato da sua maternidade continuará presente, como de fato continua.

A terceira objeção tenta jogar o absurdo na doutrina da encarnação, de que Jesus é Deus e Homem. Sendo assim, seria “absurdo” que Deus tivesse avô, avó, tio, tia, primo, prima, irmão, irmã, parentes consanguíneos, em sua acepção literal, biológica e genética. De fato, se fosse esse o ensino da trindade, e da divindade de Jesus, que dissesse que a maternidade de Maria é ligada à divindade geneticamente, isso redundaria nesse problema, mas não é. A maternidade está ligada à divindade por meio da natureza humana, onde Maria é mãe biológica do Homem Jesus, que não é outra Pessoa, mas o mesmo Deus Jesus. É unicamente nesse sentido que a maternidade toca a Pessoa de Jesus, e o problema não tem mais razão de existir.

Dessa forma, o pai e a mãe de Maria são avós de Jesus, avós de Deus nesse único e restrito sentido. É necessário o conceito correto de pessoa e natureza para entender isso. Nesse pensamento, o celestial e o terreno estão sendo devidamente levados em conta, e nada há que os confunda.

A quarta objeção é uma das mais perigosas, quando se prevê que pode redundar em heresia: “Levando-se em consideração que só se é mãe daquilo que gera, devemos perguntar: Maria gerou a divindade de Cristo?”. Definitivamente não. Para quem já compreendeu a doutrina acima, apresentada na refutação às três primeiras objeções, já tem a ideia de que Maria somente gerou a Pessoa de Jesus enquanto em Sua natureza humana. Sendo a mesma Pessoa, essa adquiriu humanidade, adquiriu uma mãe, e por isso pode agora ser chamado Homem. Sendo que a divindade é eterna, e não pode ser gerada pela humanidade, que é criatura, e assim Maria não pode ser mãe da divindade, pois existiu a partir do tempo, e não na eternidade, ela é mãe de Jesus por intermédio da natureza que ela gerou para Ele, que foi gerada nEle, não sendo mãe da natureza dEle, mas mãe dEle por meio da natureza humana. O conceito de mãe liga-se à pessoa e não ao corpo da pessoa, como comumente entendemos.

Dividir Jesus em duas pessoas tornaria impossível a encarnação, já que Jesus o eterno Filho de Deus não teria vindo em carne jamais, mas apenas havia criado um Jesus humano que nasceu da virgem Maria. Assim, Maria seria mãe de um Jesus humano, que na melhor das hipóteses faria as vezes do Jesus divino que nunca tocou a natureza do homem em Si mesmo. Esse Jesus humano seria outro Jesus.

Na hipótese de que Jesus somente passou a existir na encarnação, deve-se provar isso por meio de outro livro, não da Bíblia, pois essa afirma que: No princípio (princípio da criação do mundo, e não da pregação do Evangelho) o VERBO “estava” com Deus (pois Jesus não estava no céu com Deus no início do Seu ministério na terra, pois já tinha 30 anos de idade. Ele estava com Deus no início da criação do universo), e o Verbo era Deus. Ele estava com Deus e tudo o que foi feito o foi através dEle (o assunto é a criação), portanto, falando da criação, e sem Ele nada do que existe no universo foi feito. (cf. João 1,1.14) Se Ele estava “com” Deus ele existia junto do Pai, era Deus com o Pai, e não era o Pai. Assim, são descritas duas pessoas, e tem-se a pré-existência de Jesus.

Então, quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós está referindo-se ao nascimento desse mesmo verbo que estava com Deus e criou tudo, sendo o meio para a existência de tudo o que foi criado. A Bíblia está mostrando a transferência de Jesus do céu à terra, da glória celeste para o ventre da virgem. Portanto, Ele não é o Pai, Ele existia antes de vir à terra, e Ele é o mesmo que esteve na terra, não outro que foi criado para viver como se fosse Ele na terra. Tem-se por isso uma só Pessoa, que é Divina, que adquiriu em Si a natureza humana para habitar na terra. Maria é mãe de Jesus nesse momento, a partir desse fato.

Não há sincretismo com o paganismo. E a doutrina que foi definida em Éfeso é cristológica, embora tenha seus desdobramentos fortemente mariológicos.

Confundir o título mãe de Deus como significando que Deus tem as mesmas características humanas na eternidade, como se o Pai e o Espírito Santo tivesse adquirido as mesmas características do homem, e que Cristo continue com a natureza sem a transformação, igual à que tinha antes da entrada no céu, significa que não há entendimento da doutrina. É lastimável. Sendo assim, a objeção não tem muita importância.

Quanto ao argumento “então Deus morreu na cruz”, isso diz respeito ao que acima está exposto: em um certo sentido Deus morreu mesmo, mas não Ele em Si na Sua natureza divina eterna e imortal, mas na Pessoa do Filho como Homem. Cristo disse que quem o viu também viu o Pai, e São Paulo afirma que a plenitude da divindade habita em Cristo, (cf. Jo 14,9; Cl 2,9) embora tudo isso esteja ligado só à Pessoa do Filho. É possível entender isso satisfatoriamente. Deus não morre, Jesus em Sua divindade não morre, mas Sua Pessoa morreu enquanto esteve na natureza do Homem. Não tem a ver com a Pessoa do Pai e do Espírito, mas com a do Filho que compartilha a mesma natureza. Então, Maria é mãe de Jesus Deus, mas em Sua acepção humana.

Com referência a Hebreus 7,3, onde Deus não princípio nem fim, então Maria não poderia ser Sua mãe, essa questão já foi resolvida acima. Deus não teve princípio no nascimento de Jesus, nem mesmo a Pessoa divina de Jesus originou-Se ali, mas apenas a Pessoa em sua concretude humana, com tudo o que o homem tem em sua forma totalmente natural. Não foi outra pessoa que surgiu, mas a mesma Pessoa de Jesus nasceu como Homem. A Pessoa de Jesus sentiu por inteiro o que é ser um Homem, uma criatura, embora Ele fosse o Criador. Dizem que “Mãe de Deus é uma terminologia errada”, mas o mesmo acontece com a frase: “Maria não é mãe de Deus, ela é mãe de Jesus”, se não houver nenhuma qualificação. A primeira poderia levar a um disparate, como foi colocado antes, e a segunda também. Essa nega a divindade de Cristo, ou parece negá-la, ou de fato pode facilmente levar a negá-la. Enfim, é nesse âmbito refutada essa objeção.

Para o entendimento de Filipenses 2,7 devemos testar racionalmente seus resultados: Como Deus deixa de ser Deus? Em sua natureza é impossível, pois Deus é imutável. Se Cristo deixou de ser Deus é porque não era Deus antes, e se não era Deus não podia deixar de ser o que nunca foi. O pensamento é auto-destrutivo.

Pode-se afirmar que, para fins de argumento, deixando de lado toda a exatidão teológica católica no momento, e dizer que Jesus deixou suas prerrogativas, privilégios, poderes, direitos, autoridade, e passou a ser um simples servo. O problema é que em Sua natureza DIVINA Ele continua a ser o que era. É como afirmar que Jesus Deus passou a viver a vida de criatura, apesar de ser o Criador, mas o fez quando assumiu a natureza do homem, pois antes de Sua Pessoa divina ter a natureza humana nada disso havia ocorrido. Portanto, Jesus passou a ser carne, ou seja, a ter natureza de homem, mas não deixou de ser Deus. Ele continuou a ser Deus e passou também a ser Homem.

Mas, é importante frisar que, tendo a natureza divina imutável e possuir todo o poder, então Jesus não quis trazer para a terra certas prerrogativas que não tinham a ver com o Seu plano, por exemplo, como revelar o dia da Sua volta. Quanto ao fato de que Jesus não pôde realizar milagres por causa da incredulidade de certo povo, não quer dizer isso que Ele não tinha mais a onipotência, mas isso se dá porque seus milagres não tinham o caráter de criar a fé, mas agia sobre o fundamento da fé, fortalecendo, dando testemunho, confirmando Seu plano messiânico. Ele não quis realizar milagres. Não veio para fazer isso naquelas circunstâncias. Em várias passagens da Escritura a afirmação “não poder” equivale a “não querer”.

A tentação de Cristo também não depõe contra Sua divindade, mas apenas diz respeito à Sua natureza humana. Ele pôde ser tentado porque adquiriu para Si tudo o que é próprio do homem, o que exclui totalmente o pecado. O Demônio podia então tentá-lo. (cf. Hb 2,17)

10º E, por fim, o título mãe de Deus não é expressamente encontrado na Bíblia, mas apenas o de “mãe do meu Senhor” (Lc 1,43). É que não havia necessidade de ressaltar algo já bastante óbvio naquele momento, como a divindade de Jesus, o Deus conosco, o Senhor de Lucas 1,43. E com os tempos de controvérsias esse dogma foi sendo atacado em Sua verdade, devendo a Igreja explicitar a doutrina bíblica, já expressa por exemplo na afirmação “mãe do meu Senhor”, no sentido em que Isabel usa o termo, pois ali ela não está falando de um patrão, nem de um dono de propriedade, nem de um dono de casa, nem do seu marido, nem do seu pai, nem das autoridades romanas, nem dos donos de escravos, nem do imperador romano. Essas são os outros uso do termo kurios (senhor) em outros sentidos, como informa o artigo que pode ser lido aqui.

Santa Isabel estava falando de Deus Filho, aquele que iria nascer, que já estava concebido no ventre da virgem Maria, e isso foi uma revelação do Espírito Santo. Portanto, o termo SENHOR naquela frase tem o sentido de Deus. Observe as explicações acima. Em outras palavras, não é o fato do título senhor ter outros significados que invalida a afirmação feita no louvor de santa Isabel.

Afirmar que Jesus é Deus é necessário, e por isso o título de mãe de Deus era apropriado para salvaguardar essa verdade. E ainda é. Não há que apelar para a cautela dos apóstolos e dos primeiros escritores, pois nem tudo foi expresso com a mesma terminologia como temos hoje, pois o que importa é o fato real, e a real doutrina que está ali presente, e que pode necessitar de novas expressões segundo as exigências que surgirem.

É assim imperioso concluir que Deus não tem mãe, em sentido pleno, lógico e natural. Mas, pelo que foi tratado, da encarnação de Jesus nosso Senhor, tem mãe na Pessoa de Jesus Homem. Certo disso, então, Deus tem mãe.

Gledson Meireles.

8 comentários:

  1. Em um de seus artigos Lucas disse que Jesus na terra foi humano apenas e se baseou em hebreus onde diz que Jesus foi igual a nós em tudo menos no pecado e em felipenses quando S.Paulo diz que Jesus se esvaziou se tornando servo,segundo ele Jesus se esvaziou da divindade dele.É estranho porque ele faz um blogue chamado de "Heresias Católicas" e quem vê pensa que ele é um cristão ortodoxia,mas nega a imortalidade da alma e que Jesus foi Deus e homem na terra e que apenas se esvaziou da glória e não da divindade,se bem que tem coerência dizer que Cristo enquanto aqui na terra foi só homem por não há problema em dizer que durante 3 dias Jesus não existiu.

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  2. "...e que Jesus foi Deus e homem na terra e que apenas se esvaziou da glória e não da divindade,se bem que tem coerência dizer que Cristo enquanto aqui na terra foi só homem por não há problema em dizer que durante 3 dias Jesus não existiu."

    Poderia explicar melhor sua crítica feita acima? É importante, para fins de entendimento da correta doutrina.

    Obrigado.

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  3. Lucas banzoli acredita que Jesus só foi homem e não Deus aqui na terra essa é a minha crítica!

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  4. É só olhar aqui o que ele disse sobre Jesus.

    http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/11/jesus-cristo-veio-100-em-carne-ou-era.html?m=1

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  5. O artigo que se visa criticar diz: "Este termo, aplicado a Jesus em Lucas 1:43, não é usado para se referir somente a Deus. Vejamos algumas referências a "Senhor" (kuriou) no Novo Testamento sem ser especificamente a Jeová:

    1º Os donos de propriedades são chamados Senhor (Mt. 20:8, kurios é "dono" — NVI).

    2º Os donos de casas foram chamados Senhor (Mc. 13:35, dono = kurios).

    3º Os donos de escravos foram chamados Senhor (Mt. 10:24, senhor = kurios).

    4º Os maridos foram chamados Senhor (1 Pe. 3:6, senhor = kurios).

    5º Um filho chamou o seu pai Senhor (Mt. 21:30, senhor = kurios).

    6º O Imperador romano era chamado Senhor (Actos 25:26, Sua Majestade = kurios).

    7º As autoridades romanas foram chamadas Senhor (Mt. 27:63, senhor = kurios).

    Portanto, se alguém alega que Lucas 1:43 é alguma "prova" de que Maria é "mãe de Deus", demonstra no mínimo uma grande imaturidade e patente falta de conhecimento bíblico."

    Em oposição: o protestante disse que a palavra "Senhor" apresenta vários significados, e demonstrou todos os significados contidos na bíblia eis: donos de propriedade; donos de casa; donos dos escravos; maridos; filho chamando o pai; imperador romano; autoridades romanas.
    Mas, se assim for, quando Santa Isabel diz "mãe do meu Senhor" ela está criando uma nova possibilidade de uma parente distante chamar um parente (Jesus) de Senhor? Ou melhor, qual era a ligação de Isabel com Jesus a ponto de ela chamar ele de Senhor? Digo isso porque se aplicássemos naqueles significados, ficaria as seguintes hipóteses: Isabel era inquilina de Jesus e então ela chamava ele de Senhor; Jesus era o dono de casa; Isabel era escrava de Jesus; Isabel era esposa de Jesus (?); Isabel era filha de Jesus; Jesus era um imperador romano; Jesus era autoridade romana.
    O que é de estranhar é que o protestante, no final, diz que os católicos são imaturos em não perceber que "Senhor" não se refere a Deus, então se refere a quê? Isso ele não disse, ele só disse que tem vários significados, se assim realmente for, podemos colocar quaisquer daqueles outros significados nonsense aqui rs. Não há nenhum relato que uma parente distante chamaria um nascituro de meu Senhor, vejam bem, Isabel disse: "mãe do meu Senhor", então ela estava dizendo que Maria era mãe do senhor dela, então, para o protestante, se o termo senhor não era Deus, era o que? Vamos imaginar a cena: Maria e José, depois de terem caminhado um tanto de tempo chega na casa de Isabel, então Isabel chama Maria de mãe do meu Senhor, o que será que Isabel quis dizer? O protestante apenas diz: "não é Deus", então é o que meu filho? Kkk, vamos supor as desculpas que ele iria dizer: que senhor era um modo que as pessoas chamavam um nascituro, então, por exemplo, quando alguém visse uma mulher grávida, era comum dizer assim: "oi mãe do meu senhor".

    É claro que o argumento dele é que foi imaturo...

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  6. Continuando o raciocínio anterior,o protestante aduz 8 significados da palavra "senhor" uma é Deus e outros são: 1)donos de propriedade; 2)donos de casas; 3) donos de escravos; 4)os maridos; 5)filho se dirigindo ao pai; 6)Imperador Romano; 7) Autoridade Romana. E, claro, o significado de que Senhor poderia ser Deus.

    Premissa 1: O protestante alega que, certamente, o termo senhor dito por Isabel não era Deus.
    Premissa 2: o protestante alega outros significados para senhor.
    Premissa 3: o protestante segue a sola scriptura, de modo que se deve se ater apenas ao que a bíblia diz.
    A conclusão só pode ser esta: ora, se o termo usado por Isabel não era Deus, e a bíblia aduz outros significados de senhor, logo, o termo senhor se refere a alguns dos significados já usados pela bíblia, de modo que não se pode criar outros significados para senhor, já que está fora da bíblia, assim, o termo senhor teria, realmente, para o protestante, os seguintes significados: quando Isabel disse mãe do meu senhor, o termo senhor significa que:1)Jesus era dono de alguma propriedade que Isabel tinha; 2) Jesus era dono de alguma casa que Isabel morava, isto é, Isabel era inquilina de Jesus; 3)Isabel era escrava de Jesus; 4) Isabel era esposa de Jesus; 5) Isabel era filha de Jesus; 6) Jesus era uma autoridade romana; 7) Jesus era uma autoridade romana.

    Não venha, o protestante, dizer que o significado de senhor dito por Isabel era outro, pois se assim disser estará ultrapassando a sola srciputura, ora, é pela sola scriptura que há 7 significados de senhor que não se refere a Deus, de modo que o protestante não pode ultrapassar tais significados.

    Com toda a sinceridade e em respeito ao protestante, se há 8 significados de senhor usados pela bíblia, sendo 1 para Deus e 7 para outros significados, que seja humilde em reconhecer que o termo senhor, usado por Isabel, era sinônimo de Deus, e se era sinônimo de Deus, é a lógica menor e maior que impõe o argumento perfeito: Isabel disse: "mãe do meu Senhor"; Senhor é Deus, logo, Maria é mãe de Deus.




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  7. Frei Damião de Bozzano nos disse: "De fato, em Jesus, Filho de Maria, não há duas pessoas: a divina e a humana; mas só a pessoa Divina. Ele é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, que reúne substancialmente a natureza divina e a humana.
    Portanto Maria, Mãe daquela pessoa que é, ao mesmo tempo, Deus e homem, pode e deve ser chamada Mãe de Deus.
    É verdade que Maria deu apenas a natureza humana a Jesus e não a divina.
    Mas esta natureza humana, que Ela lhe deu, pertence a uma pessoa divina.
    Por isso com toda a razão podemos e devemos dizer que é Mãe de uma pessoa divina, e por conseguinte Mãe de Deus.
    Uma senhora que tem um filho que é Padre, é chamada mãe do Padre; outra que tem um filho que é Prefeito, é chamada mãe do Prefeito, embora não seja a mãe quem ordena seu filho sacerdote, quem proclama seu filho Prefeito.
    Da mesma forma, pois, deve Maria ser chamada Mãe de Deus, por ter um Filho que é Deus."

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