Refutação: Não precederemos os que dormem
Não
precederemos os que dormem – Qual seria a fé dos cristãos primitivos que ainda
não tinham recebido a mensagem da ressurreição? Talvez pensassem que os mortos
no sheol não retornariam para serem
arrebatados na vinda de Jesus, o que explica pensarem que estavam perdidos.
Se
assim o for, seriam materialistas, não crendo nem na alma nem na ressureição, o
que seria muito estranho para cristãos. De dessa forma, aqueles cristãos
desinformados não estariam pensando em alma imortal. Nesse cenário, nada do que
São Paulo está ensinado nega a alma imortal.
São
Paulo menciona alguns “que não têm esperança” (v. 13). Então, ele ensina que
haverá ressurreição, com base no fato da ressurreição de Jesus (v. 14). É uma
defesa da doutrina, do dogma da ressurreição. Aqui, mais uma vez, temos o
seguinte: em todo o contexto 1 Ts 4,17, temos que Jesus virá e levará os salvos
com Ele. Isso é o mesmo que está em Fl 3, 21, pois como cidadãos do céu, Jesus
virá de lá (do céu) para ressuscitar os mortos, transformar o corpo mortal do
vivos em corpo glorioso, e, como 1 Ts 4, 17, levar a todos os santos com Ele
para o céu. É uma leitura bastante natural das duas passagens.
As
palavras citadas de Basil Atkinson, que são tidas por corretas pelo autor do
livro, ensinam que “não estaremos com o Senhor até o dia da ressurreição”,
contrariando Fl 1, 23.
E
outra vez, um lampejo da verdade pode ser visto, quando o autor mortalista
encontra uma tradução do texto de Ts 4, 17 que está de acordo com o seu estudo,
e ele usa do momento para elogiar uma tradução católica, afirmando: “Ironicamente, é uma versão católica
(Ave Maria) que traduz melhor este texto...”.
Obviamente,
que para nós, católicos, que estamos acostumados com a verdade, isso não é irônico,
mas o comum, visto que as traduções cristãs católicas da Bíblia fazem o melhor
para verter o sentido original da Palavra de Deus. Portanto, não é o fato da doutrina
cristã católica ensinar a imortalidade da alma que faria uso de uma tradução
que a favorecesse quando no contexto a tradução se mostraria errônea.
Então,
essa passagem poderia ter implicações contra a imortalidade da alma se não
houvessem tantos textos que já foram esclarecidos diante das objeções
mortalistas, e que mostram que a alma é imortal. Assim, trata-se de uma
passagem que não favorece o mortalismo, e apenas mantem silêncio sobre o tema
da alma, como também, aliás, não fala da ressurreição dos ímpios diretamente,
dando apenas uma indicação, pois diz que os mortos em Cristo ressurgirão
primeiro, o que leva a entender que os demais ressurgem depois.
A ênfase
na ressurreição acontece porque ela é a meta final para o salvo estar com Deus
no Reino. Dessa forma, explica-se que presença da alma com Cristo não é o que
se menciona nesses casos, pois trata-se de um estado provisório.
Portanto,
não se pode usar essa passagem para provar que os salvos estarão com Cristo
apenas na ressurreição, pois cada cada já experimenta a presença de Cristo em
sua alma imortal no estado intermediário, e na ressurreição entrará no reino
definitivo.
Gledson Meireles.
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