A invenção do catolicismo e do protestantismo – Parte 3
1.
Sobre
o tripé e a Sola Scriptura
Uma observação sobre a afirmação de que a Igreja
primitiva é “autora” dos livros do Novo Testamento e por isso deveria ter
autoridade sobre a própria obra é inexata. É errônea, pode ser descartada. O
Autor da Bíblia é Deus.
Também não é correto afirmar que a Igreja escolheu os livros da Bíblia é por isso
possui a mesma autoridade da Bíblia por tê-la formado.
Ainda que essas afirmações foram frutos de
experiência em debates com católicos, deve-se afirmar que as mesmas não estão
corretas. Prosseguir com o estudo é o mais aconselhável.
Portanto, a análise dessas afirmações não é uma
análise da doutrina católica, mas daquilo que foi entendido da mesma a partir
de certa experiência. Isso pode ajudar no estudo.
3.1.
A precedência da tradição oral
Um texto muito usado
por todos os protestantes, para provar o Sola
Scriptura, é o de Atos 17, 11, onde os judeus de Bereia são considerados
crentes que examinavam as Escrituras para certificarem-se da mensagem que lhes fora pregada.
No entanto, eles não
eram crentes ainda, mas recebendo a Palavra de bom coração, liam as Escrituras,
do Antigo Testamento, comparando as pregações dos apóstolos com as profecias
que tratam de Cristo. E assim muitos se converteram.
De fato, foi uma
atitude aberta e merecida de elogios, mas não é um exemplo de cristãos
colocando apóstolos à prova, o que seria um absurdo, já que os apóstolos foram
inspirados, e sua mensagem é infalível.
A oralidade só teria
perdido seu tempo de vigência, no tempo apostólico, caso não fosse inspirada
por Deus. Mas, até o fim do primeiro século o que foi ensinado e realizado
pelos apóstolos, ainda que não escrito na Bíblia, permaneceu na tradição, por
obra do Espírito Santo.
3.2.
A autoria do NT
Essa argumentação de que a Igreja tem autoridade
igual ou maior que a Escritura não procede. De fato, a Igreja recebe sua autoridade
de Deus, e isso é ensinado na Escritura. Assim, a Bíblia é a Palavra de Deus
que está acima da Igreja.
3.3.
O fechamento do Cânon
Citado os concílios de Hipona e Cartago,
reconhece-se, e assim deve ser, que a Igreja formalizou o cânon através de sua
autoridade, aos poucos, por meio desses concílios, que são feitos pelos bispos
das regiões mencionadas. Todas as listas finais concordam com o cânon
católico atual, mostrando que a questão havia alcançado o fechamento, ainda que
apenas em Trento é que foi dogmatizado.
Afirmar que não era possível haver engano quanto ao
cânon é ir contra os fatos, já que muitos erraram em relação a livros
canônicos, lançando dúvidas sobre eles, e tendo outros escritos não inspirados
como se fossem. Talvez isso seja de ajuda para o que o autor deseja
expressar.
Portanto, nem todo mundo sabia, nos séculos 2, 3, 4,
já que havia dúvidas, como dito acima.
Enfim, os concílios fecharam o cânon, identificando
os livros santos, que vinham do período apostólico.
3.4.
Conclusões
A tradição material guiando a Igreja nos seus
acertos, somente na perspectiva material, é claro, pois Deus guiava todo
processo para que a Igreja não errasse, pois um erro poderia introduzir ou
tirar um livro da coleção.
Afirmar que o tripé
como modelo de autoridade maior que o Sola
Scriptura é o responsável por erros, não é exato.
De fato, existe certo escrutínio para averiguar a
verdade doutrinal na Igreja, mas isso se dá sempre de forma guiada pelo
Espírito Santo, não contradizendo a Escritura nem a tradição.
O próximo artigo estudado tratará da infalibilidade da
Igreja, e comentários serão feitos sobre isso.
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