O dogma Maria mãe de Deus

Obviamente, mãe de Deus Filho, para que ninguém faça confusão. O dogma da Maternidade divina de Maria ensina que a virgem Maria é verdadeiramente mãe de Deus, porque é mãe de Jesus Cristo segundo a natureza humana. Humanamente falando.

Isso significa que Maria não gerou a divindade, mas que ela e mãe da Pessoa que é divina, e que a maternidade se dá por meio da natureza humana. Assim, o dogma está, antes de tudo, proclamando uma verdade de fé cristã importante, e exaltando a Pessoa de Jesus Cristo. Somente em segunda análise é que a pessoa de Maria é honrada, o que é uma honra ligada à de Jesus.

O mundo está cheio de pessoas, cultas e leigas, algumas apresentando-se como “teólogos”, que negam verdades importantes da fé cristã. Uma das negações é relativa à divindade de Jesus.

Isso também ocorreu no quinto século. Por essa razão, a Igreja reuniu um concílio na cidade de Éfeso, no ano 431, e analisando as heresias que circulavam, definiu a verdade e condenou a heresia. Nesse concílio foi proclamado o que já existia como verdade, mas que muitos estavam profanando. Por causa da pouca exatidão doutrinal, a Igreja expressou-se de forma clara e inequívoca, ordenando que a correta doutrina fosse pregada, e expondo os falsos mestres.

Jesus é eterno. Por isso, Maria tornou-se Sua mãe no momento da concepção. Entendamos: Ela é mãe de Jesus. Ela é mãe do Deus Jesus. Ela é mãe de Deus. É a isso que o dogma se refere.

Quando Maria gerou Jesus, Ele recebeu a natureza humana perfeita, sem pecado. As Escrituras afirmam que Jesus é homem igual a nós em tudo, menos no pecado (cf. . Por isso, Ele tem tudo de um homem, 100% homem, tendo corpo e alma humana, porque a natureza humana completa é composta de corpo e alma. Além disso, Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Hb 13,8), porque é Deus. Assim, Ele é divino, e Sua natureza divina recebeu a natureza humana.

Dessa forma, se diz que Jesus tem divindade, alma e corpo. Maria é mãe de Jesus, e NÃO DA NATUREZA DE JESUS, pelo simples fato de que todas as mães são mães da “pessoa” dos filhos, e não dos corpos ou naturezas dos filhos. A maternidade está ligada à personalidade, à individualidade. Então, Maria é a mãe do Deus Jesus como Homem.

Quando Isabel (ou Elisabete) afirmou que Maria é “mãe do meu Senhor”, a frase significa mãe de Deus porque Jesus é o Senhor que iria nascer, e é o mesmo Deus de Israel. Na doutrina cristã católica não existe a mínima crença de que Deus o Pai nasceu! Foi o Filho que veio, e nos salvou! Aleluia! Isabel referiu-se ao Senhor Jesus, com o título que os judeus davam a Deus, e é particularmente nessa passagem que encontramos a verdade celebrada hoje.

Gledson Meireles.