segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

A existência eterna de Jesus

Jesus existe desde toda a eternidade (João 1,1-3). E no fim dos tempos, Ele foi feito da mulher (Gálatas 4,4), ou seja, nasceu da mulher, como Homem, veio na carne, coisa que hereges do primeiro século negavam (cf. 1 João 4,12)


Nós cremos que o Verbo veio e tornou-Se carne (Homem), e habitou entre nós (João 1,14), veio na carne, verdadeiramente Homem (1 João 4,12), e não como um mero homem aparente, nem como puro homem igual ao homem em origem, como se tivesse tido origem apenas na terra, mas verdadeiro homem habitado pelo Filho de Deus, o Segundo na Santíssima Trindade, como o Pai e o Espírito Santo.
 
Jesus é verdadeiro Deus. Isso significa que Ele tem a natureza de Deus, que é eterna, é filho de Deus Pai, pela mesma natureza, que é eterna, e possui a perfeição de tudo o que pertence a Deus. Ele não é outro Deus, pois é Filho, em relação ao Pai, e assim é Um com o Pai. Portanto, para fazer-Se homem Jesus teve que “assumir” a natureza do homem.
 
Se teve que assumir, é porque não a tinha. Isso mostra que Ele não passou a existir somente como Homem, mas que existia antes e tomou para Si a natureza humana para tornar-Se também Homem.
 
Em Hebreus 2,16 é mostrada essa verdade. Nesse sentido, Jesus não é um pouco Deus  e um pouco homem, como se metade dEle fosse divino e a outra metade fosse humana. Não é isso.

Jesus é totalmente Deus, e nunca deixou de sê-lo. Apenas abriu mão da vida plena de Deus no céu por um tempo, assumindo também a condição de servo, e tornou-Se plenamente servo, Homem, de forma total, 100%, unindo a natureza do Homem à Sua Pessoa, e passando a ter duas naturezas, mas não 50% de uma e 50% de outra, mas 200% de natureza em uma pessoa só, sendo 100% do homem e 100% de Deus. Ele é Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, coisa que a fórmula antiga professa.
 
Por isso, a Bíblia ensina que Jesus foi igual a nós em tudo, exceto no pecado. Ele não experimentou pecado, não tinha pecado em sua natureza, seu caráter era perfeito, e a sua natureza era igual à nossa. Isso mostra que tudo o que agrada ao homem agradava a Jesus como homem. Lembra que Adão pecou mesmo sendo perfeito? Pois bem. Ele pensou no ser igual a Deus, e ainda que não tivesse pecado em si, e nada pudesse força-lo a desobedecer a Lei de Deus, ele escolheu livremente experimentar o pecado e pecou de fato. 
Jesus tinha natureza humana perfeita, e como homem podia ser tentado, assim como Adão o tinha sido. Então, cada vitória de Cristo sobre o pecado mostra a beleza da verdadeira natureza, e da verdadeira liberdade.
 
Pela natureza do homem, possuía a tendência própria dessa natureza, mas podia controlá-la como Homem obediente ao Pai, assim como Adão podia tê-lo feito se quisesse realmente permanecer na obediência.
Jesus (1) pode compadecer-se de nossas fraquezas, (2) foi tentando em tudo como nós, (3) mas sem pecado. Ou seja, foi realmente homem, com todas as fraquezas próprias do homem, sendo tentado em tudo como pode ser o homem, mas não teve pecado. (Hebreus 4,15)
Rejeitemos qualquer doutrina que negue essas verdades, pois há doutrinas que ensinam que Jesus foi como que um homem igual a nós, mas não era Deus, sendo somente homem, tendo o pecado em sua natureza, mas que venceu esse pecado, coisa estranha e contra as Escrituras.
Jesus conheceu as fraquezas do homem, que estão contrapostas ao Poder de Deus, mas não teve pecado. Compadecer de fraqueza é diferente de ter pecado, pois é sofrer com os pecadores as suas fraquezas e suas tentações, mesmo não tendo o pecado que eles têm.
Muitos não o acolheram, não viram nele se não um homem, e nem creram que fosse enviado de Deus, nem um profeta, e por isso permaneceram em seus pecados.
Ah, se tivessem crido que Jesus veio do céu, foi enviado de Deus, era o profeta verdadeiro, o Deus em carne, o Salvador do mundo. Mas nem ao menos viam-No como homem da parte de Deus, como creriam em Sua divindade?
Portanto, Jesus perfeitíssimo, santíssimo, imaculado, sem pecado algum, compadeceu dos homens por amor, para salvar. Eis o Evangelho.
 
Refutação breve:
1. Para quem tem dificuldade em crer que Jesus é Deus e Homem, porque não vê possiblidade em Deus ser tentado, e assim Jesus teria um superpoder para vencer todas as tentações, coisas que os homens não têm, e por isso não poderia ser um verdadeiro homem igual a nós, devem antes pensar nesse argumento e ver que ele falha por duas razões. A primeira é não reconhecer que a natureza humana está toda em Jesus, e as tentações que Ele venceu foi usando justamente a natureza que Ele assumiu para esse fim. Portanto, não foi como Deus que Ele venceu, mas como homem, mostrando que é possível ao homem vencer, o pecado, assim como era possível a Adão e Eva. A outra razão é que pensando resolver a questão através da falsa doutrina de que Jesus foi só homem, com tendências de pecado, mas sem pecado, e que sentia atração ao pecado, como ser pecador, ao mesmo tempo não tendo pecado, é que a doutrina encerra contradição e falha em si mesma, contradizendo a Bíblia que mostra que o pecado não teve contato algum com Jesus. Somente os pecadores tem tendência ao pecado, Jesus não experimentou pecado, nem tais tendências próprias de pecado. Ele foi totalmente puro.
Gledson Meireles.

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