terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Rev. Augustus ensina novamente sobre o Catolicismo

O Reverendo Augustus Nicodemus trata novamente do Catolicismo Romano, o que pode ser assistido aqui.
 
Ele faz isso de uma forma clara, e em se tratando de um teólogo protestante presbiteriano reformado, dos maiores do Brasil, o que ele afirma tem um peso, e pode ser analisado de forma mais grave.
 
Não é um protestante leigo que ensina, mas um pastor, conhecedor, pesquisar, citando fontes originais, lendo passagens dessas fontes. E realmente o que ele lê são fontes verdadeiras.
 
Oportunamente (não agora) serão feitos comentários, sobre os ensinamentos feitos nesse vídeo.
 
Gledson Meireles.

domingo, 27 de janeiro de 2019

A Igreja noiva de Cristo

Na Epístola aos Efésios, vemos que a Igreja é espiritualmente o Corpo de Cristo, e também a Esposa de Cristo.

Mas, existe uma doutrina dispensacionalista que nega ferrenhamente que a Igreja possa ser a Esposa ou a Noiva de Cristo, porque acredita que a Igreja pode apenas ser o Corpo de Cristo, e não a Esposa.

Nessa compreensão, a Igreja seria somente “local”, não podendo nunca ser universal, nem visível, nem invisível, nem no sentido ideal, teórico, genérico. É uma ideia extremamente rígida de igreja “local”, que não pode pensar em nada mais que parece contrariar essa ideia “local”, e não pode perceber o que contradiz de fato essa ideia “local”. O fato "localizante" extremo da doutrina referida é totalmente anti-bíblico.

Para mostrar isso, é preciso apenas usar o raciocínio empregado nessa doutrina para derrubar ela mesma. Nessa comparação de Igreja como corpo de Cristo local, ou seja, somente a Igreja local é o corpo de Cristo, e não a esposa, diz-se que não poderia ser assim porque Cristo teria várias esposas, numa poligamia espiritual absurda e imoral. Mas, fazendo da igreja local um sistema absoluto, mostrado nesse raciocínio, transforma Cristo em Cabeça de vários corpos, tendo milhares de milhares ou milhões de corpos unidos a uma Cabeça, fazendo com que Jesus tenha Corpos, e não um Corpo, como afirma a Bíblia. De fato, cada cristão é membro do Corpo, e só forma a o Corpo o conjunto inteiro dos números de cristãos, formando a Igreja.

O outro problema é que essa doutrina afirma que a Igreja “local” é o corpo do Noivo, que é Cristo, e sendo parte do Noivo não poderia ser a Noiva, pois o casamento seria do noivo com ele mesmo. Essa é a extrema interpretação da metáfora.

Mas, ainda assim o problema continuaria, pois sendo a Noiva o povo de Israel, a igreja assim concebida estaria casando-se com Israel, o que não é nunca imagem bíblica.

E, por fim, outro problema persiste. A interpretação de que o Corpo não pode ser a Noiva simultaneamente é uma falácia. Em sentido espiritual, desde o Gênesis 2,23-24, o marido tem a esposa como o seu próprio corpo, e vice-versa, tendo o casamento e a relação carnal uma ligação íntima com a constituição do próprio corpo. Assim, as metáforas do corpo e do casamento, da mulher, esposa ou noiva, estão intimamente ligadas.

Essa linguagem espiritual serve para mostrar a união profunda de Jesus Cristo com a Sua Igreja. Entendendo isso, refutamos as heresias.

Vê-se assim que não raciocinam com a Bíblia os que defendem tal doutrina acima criticada, e que a separação que introduzem não está no texto bíblico.
Gledson Meireles.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Comentário artigo

Qualquer protestante é ensinado desde cedo que “igreja não salva”, não se deve defender “placa de igreja”, e coisas do tipo.

Mas, é verdade que para ir a Cristo é inevitável pertencer à Igreja. Aí, dizem, essa é invisível. Contudo, deve-se procurar a igreja visível mais pura, a denominação mais bíblica possível, a igreja local do que mais ensina coisas em conformidade com a Bíblia.

O artigo Católicos podem ser salvos? trata da questão da salvação dos católicos, sob o ponto de vista protestante, e mostra que é importante pertencer à Igreja.

Alguns pontos para entender melhor a questão:

A Igreja Católica crê e ensina firmemente a salvação através de Jesus somente.

Jesus é o único mediador, o único redentor, o único salvador.

Os mediadores-intercessores humanos e angélicos só podem interceder por meio de Cristo. Assim com alguém intercede um pelo outro na terra, um anjo pode interceder por um vivo e um santo falecido por a mesma coisa.

Nós devemos ir diretamente a Deus, podemos isso porque vamos ao Pai por meio de Jesus Cristo.

É bom e útil pedir intercessão dos santos. Não é algo obrigatório e necessário para a salvação. É parte da vida cristã.

O purgatório quando bem entendido mostra que a vida cristã deve ser levada santamente. Foi por isso, certamente, que o autor cuidou em escrever sua crítica, melhor do que as anteriores quanto ao purgatório, incluindo que “na prática leva muitos a pensarem que podem viver “mais ou menos””, pois sabe que a doutrina não ensina isso, e que tal coisa acontece na prática de muitas pessoas.

A ideia implícita no texto é que o “bom” católico é aquele que pensa e age como protestante.

E no final, é preciso refletir sobre a afirmação:

“Quem espera ser salvo carregado nas costas por uma igreja, espera tão mal quanto aqueles que escolheram uma igreja errada.”

1.  Esperar ser salvo carregado nas costas por uma igreja = perdição.

2.  Isso é igual a escolher uma igreja errada = perdição.

Portanto, importantíssimo pertencer à verdadeira Igreja, ou à Igreja certa.
 
Gledson Meireles.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

A existência eterna de Jesus

Jesus existe desde toda a eternidade (João 1,1-3). E no fim dos tempos, Ele foi feito da mulher (Gálatas 4,4), ou seja, nasceu da mulher, como Homem, veio na carne, coisa que hereges do primeiro século negavam (cf. 1 João 4,12)


Nós cremos que o Verbo veio e tornou-Se carne (Homem), e habitou entre nós (João 1,14), veio na carne, verdadeiramente Homem (1 João 4,12), e não como um mero homem aparente, nem como puro homem igual ao homem em origem, como se tivesse tido origem apenas na terra, mas verdadeiro homem habitado pelo Filho de Deus, o Segundo na Santíssima Trindade, como o Pai e o Espírito Santo.
 
Jesus é verdadeiro Deus. Isso significa que Ele tem a natureza de Deus, que é eterna, é filho de Deus Pai, pela mesma natureza, que é eterna, e possui a perfeição de tudo o que pertence a Deus. Ele não é outro Deus, pois é Filho, em relação ao Pai, e assim é Um com o Pai. Portanto, para fazer-Se homem Jesus teve que “assumir” a natureza do homem.
 
Se teve que assumir, é porque não a tinha. Isso mostra que Ele não passou a existir somente como Homem, mas que existia antes e tomou para Si a natureza humana para tornar-Se também Homem.
 
Em Hebreus 2,16 é mostrada essa verdade. Nesse sentido, Jesus não é um pouco Deus  e um pouco homem, como se metade dEle fosse divino e a outra metade fosse humana. Não é isso.

Jesus é totalmente Deus, e nunca deixou de sê-lo. Apenas abriu mão da vida plena de Deus no céu por um tempo, assumindo também a condição de servo, e tornou-Se plenamente servo, Homem, de forma total, 100%, unindo a natureza do Homem à Sua Pessoa, e passando a ter duas naturezas, mas não 50% de uma e 50% de outra, mas 200% de natureza em uma pessoa só, sendo 100% do homem e 100% de Deus. Ele é Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, coisa que a fórmula antiga professa.
 
Por isso, a Bíblia ensina que Jesus foi igual a nós em tudo, exceto no pecado. Ele não experimentou pecado, não tinha pecado em sua natureza, seu caráter era perfeito, e a sua natureza era igual à nossa. Isso mostra que tudo o que agrada ao homem agradava a Jesus como homem. Lembra que Adão pecou mesmo sendo perfeito? Pois bem. Ele pensou no ser igual a Deus, e ainda que não tivesse pecado em si, e nada pudesse força-lo a desobedecer a Lei de Deus, ele escolheu livremente experimentar o pecado e pecou de fato. 
Jesus tinha natureza humana perfeita, e como homem podia ser tentado, assim como Adão o tinha sido. Então, cada vitória de Cristo sobre o pecado mostra a beleza da verdadeira natureza, e da verdadeira liberdade.
 
Pela natureza do homem, possuía a tendência própria dessa natureza, mas podia controlá-la como Homem obediente ao Pai, assim como Adão podia tê-lo feito se quisesse realmente permanecer na obediência.
Jesus (1) pode compadecer-se de nossas fraquezas, (2) foi tentando em tudo como nós, (3) mas sem pecado. Ou seja, foi realmente homem, com todas as fraquezas próprias do homem, sendo tentado em tudo como pode ser o homem, mas não teve pecado. (Hebreus 4,15)
Rejeitemos qualquer doutrina que negue essas verdades, pois há doutrinas que ensinam que Jesus foi como que um homem igual a nós, mas não era Deus, sendo somente homem, tendo o pecado em sua natureza, mas que venceu esse pecado, coisa estranha e contra as Escrituras.
Jesus conheceu as fraquezas do homem, que estão contrapostas ao Poder de Deus, mas não teve pecado. Compadecer de fraqueza é diferente de ter pecado, pois é sofrer com os pecadores as suas fraquezas e suas tentações, mesmo não tendo o pecado que eles têm.
Muitos não o acolheram, não viram nele se não um homem, e nem creram que fosse enviado de Deus, nem um profeta, e por isso permaneceram em seus pecados.
Ah, se tivessem crido que Jesus veio do céu, foi enviado de Deus, era o profeta verdadeiro, o Deus em carne, o Salvador do mundo. Mas nem ao menos viam-No como homem da parte de Deus, como creriam em Sua divindade?
Portanto, Jesus perfeitíssimo, santíssimo, imaculado, sem pecado algum, compadeceu dos homens por amor, para salvar. Eis o Evangelho.
 
Refutação breve:
1. Para quem tem dificuldade em crer que Jesus é Deus e Homem, porque não vê possiblidade em Deus ser tentado, e assim Jesus teria um superpoder para vencer todas as tentações, coisas que os homens não têm, e por isso não poderia ser um verdadeiro homem igual a nós, devem antes pensar nesse argumento e ver que ele falha por duas razões. A primeira é não reconhecer que a natureza humana está toda em Jesus, e as tentações que Ele venceu foi usando justamente a natureza que Ele assumiu para esse fim. Portanto, não foi como Deus que Ele venceu, mas como homem, mostrando que é possível ao homem vencer, o pecado, assim como era possível a Adão e Eva. A outra razão é que pensando resolver a questão através da falsa doutrina de que Jesus foi só homem, com tendências de pecado, mas sem pecado, e que sentia atração ao pecado, como ser pecador, ao mesmo tempo não tendo pecado, é que a doutrina encerra contradição e falha em si mesma, contradizendo a Bíblia que mostra que o pecado não teve contato algum com Jesus. Somente os pecadores tem tendência ao pecado, Jesus não experimentou pecado, nem tais tendências próprias de pecado. Ele foi totalmente puro.
Gledson Meireles.

domingo, 20 de janeiro de 2019

JESUS DESCEU DO CÉU

Hoje talvez mais do que nunca as verdades do Evangelho devem ser pregadas e alardeadas, visto que milênios de ensino e exatidão sobre pontos divergentes, e suas resoluções, ainda continuam a ser negados e heresias têm sido renovadas. São criações a partir de problemas naturais que surgem no curso do entendimento da verdade revelada, mas que passam a ser eles o centro do ensino, o que caracteriza uma heresia.

Na história mesmo recente, pós-reforma, não foram poucos os debates sobre a literalidade ou o simbolismo de passagens bíblicas. Alguns caem em literalismos errôneos, hiper-literalistas, que mesmo tendo intenções sadias e seguindo princípios hermenêuticos retos, ainda negam o texto bíblico por não lê-lo, por restringir uma passagem a uma palavra, como se isso fosse literalismo!

Mas, também há a outra face da moeda, onde o simbólico, o metafórico, o sentido figurado, toma o lugar de tudo, e até aquilo que antes parecia óbvio torna-se “outra coisa”, impensada, nunca dantes imaginada, e, o que é pior, refutada pela própria passagem da Escritura onde deveria ter seu fundamento.

O evangelho afirma que Jesus estava com Deus “no princípio”, o que aponta para o ponto do tempo em que a terra começou a existir, e o momento que pode-se pensar como aquele que liga à eternidade. Pois, no princípio o Verbo (Jesus) estava com Deus, antes de toda criação, e “era Deus”, ali mesmo desde a eternidade e já no começo da criação inteira, sendo Deus eterno antes de toda a criação, junto com o Pai. (cf. João 1,1.2)

E eis que em um momento da história o Verbo (Jesus) “se fez carne”, ou seja, tornou-Se carne, criando para Si um corpo humano feito de carne, e, diz a Escritura, “e habitou entre nos”. (João 1,14)

Ninguém poderia entender diferentemente, mas há quem o faça. Então, tentemos ir adiante. O verbo reflexivo “fazer-se” ou “tornar-se” já indica algo pré-existente. Jesus tornou a água em vinho. O vinho foi feito a partir da água. Então a água fez-se vinho pelo poder de Deus, poderíamos usar tal milagre para ilustra o “fazer-se”, embora a água como criatura bruta irracional não possa “fazer-se”, mas foi feita, o que entra no mesmo conceito pretendido nessa ilustração. O poder de Deus fez a água transformar-se em vinho. Ela transformou-se não pela natural tendência de sua substância, mas foi transformada pela ação do poder de Deus nela. Portanto, toda a glória e louvor a Deus.

Pois bem. Jesus veio do céu, fez-se carne pelo poder de Deus, que tem junto do Pai. O texto ainda afirma que Jesus tem “glória junto ao Pai”. Essa glória vista pelo mundo já existia antes de ele nascer como homem, antes de Ele existir como homem, antes de Ele nascer na terra. E isso fica claro ainda pelas palavras de João Batista: “porque existia antes de mim”. Ou seja, Jesus veio após João, pois foi concebido quando João já estava no ventre de Isabel há seis meses. Por isso, João Batista nasceu antes de Jesus, era mais velho que Ele, mas ainda assim afirma que Jesus existiu antes dele.

E no verso 18, algo que comprova essa leitura tão clara, é a afirmação de ninguém viu a Deus, mas que o Filho Unigênito que “está no seio do Pai, este o deu a conhecer”. Ou seja, Jesus viu o Pai, em comparação com a criação inteira de homens que nunca viram a Deus. Ele o deu a conhecer, pois está (não estava) no seio do Pai. (cf. João 1,18)

No entanto, Jesus comparou-Se ao maná que sustentou o povo de Israel, alimentando-o durante quarenta anos no deserto. O maná veio do céu, como o pão do céu para o povo eleito. E Jesus agora compara-se com o maná.

Entendem alguns que como o maná não existia no céu, e não havia sido lá guardado para depois vir à terra, então Jesus também não poderia estar no céu para então ser transferido para a terra. Ledo engando.

Ainda assim, o maná tem perfeita correlação com o Senhor nessa comparação. O maná é o pão do céu, criado por Deus nas alturas e caído do céu à terra para alimentar o povo, fisicamente, para que andasse no deserto peregrinando em direção à terra prometida.

Do mesmo modo, Jesus veio do céu para o ventre de Maria, criando para Si um corpo, como o maná, um corpo físico, material, de carne e osso, sendo então a Sua origem humana na terra, a criação do Seu corpo, a geração da Sua natureza humana no ventre da virgem Maria, a filha de Sião.

Ele tem “em comum carne e sangue” (cf. Hebreus 2,14) com os filhos, participando da mesma condição dos homens. A Bíblia explica a encarnação dessa maneira, pois Jesus veio do céu, e não seria necessário explicar, se isso fosse a sua natureza única, igual aos homens apenas nesse sentido, pois assim seria necessariamente humano como todos, não necessitando de ulteriores esclarecimentos sobre o modo e o foto como participa da humanidade ao lado de todos os homens.

Por isso, como o maná foi criado por Deus e caiu do céu, o corpo de Jesus foi formado e criado por Deus no ventre de Maria (cf. Hebreus 10,6), e a Pessoa divina de Jesus veio nele habitar. Por isso, Jesus veio do céu.

No próprio capítulo 1 de João, temos que a origem celestial de Jesus é manifesta. Por exemplo, João Batista é “enviado” por Deus, seu batismo é “do céu” (Mateus 21,25), mas a Bíblia não afirma que o próprio João veio do céu, nem usa a expressão desceu do céu para falar de sua origem. O batismo veio do céu, João não.

Mas, quanto a Cristo, Ele mesmo diz: “Desci do céu”. Não é apenas o seu ensinamento, a sua doutrina, a sua missão: Ele próprio desceu do céu. Agora, sem precisar ser mais exato, mas continuando na precisão doutrinal exigida dos amados de Deus, continuemos a vislumbrar a verdade do Senhor que veio do céu à terra salvar os pecadores.

Quando os judeus incrédulos diante das palavras de Jesus: “Eu sou o pão descido do céu”, não compreenderam suas palavras, mas antes a negavam, pois viam em Jesus um homem como os outros, “o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos”, essa incredulidade contrasta com a verdadeira teologia, que mostra o Senhor descido do céu, e não tendo origem absoluta na terra. Ele veio do céu, assumindo natureza de Homem, formando-Se segundo as regras da natureza humana, e vivendo em tudo, 100% como homem, sendo 100% Deus, mas que os homens não podiam isso tudo compreender. Pensavam: não é esse o filho de José, homem como nós, como disse ter vindo do céu? É mesmo assim, as palavras claras de Deus impactavam aqueles corações petrificados pela falta de vontade de crer.

Crentes no Senhor, cremos que como o Senhor Deus fez chover do céu a comida celestial que alimentou milhares, aparecendo após a secagem do orvalho que caíra naquela noite de abençoada fartura (Êxodo 16,4.14), o Senhor Jesus desceu do céu, e habitou entre nós.

Aliás, como fazer introdução em algum lugar se não estava antes em outro lugar que não aquele? E é isso que a Bíblia diz quando afirma que o Filho foi introduzido no mundo, pois veio do céu e entrou na terra. O Espírito Santo veio formar o corpo de Jesus no seio de Maria, trazendo o Filho do céu à terra. (cf. Lucas 1,35) Eis o Filho do Homem, pois descendente de Davi, membro da raça humana, o novo Adão.

Ele esvaziou-Se tomando a forma humana. Não teria sentido se Sua origem fosse puramente humana. Esvaziar-Se de quê, se não existia antes? Assim, Cristo veio do céu, tomando forma de servo, vivendo antes como Deus passou a habitar na terra como homem. Eis o Evangelho.
Gledson Meireles.

sábado, 19 de janeiro de 2019

JESUS VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM

Parece que as heresias em torno da pessoa de Jesus estão crescendo. Alguns o têm como apenas um grande homem, que viveu ensinando coisas boas e importantes, como um filósofo, uma pessoa de bem. Essa opinião não é cristã. Há algo comum ao espiritismo nessa ideia.
 
Outros pensam que Jesus é uma criatura, tendo se tornado homem, como um anjo que assumiu forma humana, viveu neste mundo, e voltou ao céu após cumprir Sua missão.
Nessa opinião, Jesus seria um tipo de “deus”, ou ser superior poderoso, mas ainda uma criatura. Essa nunca foi opinião cristã, mas há cristãos hereges que adotaram essa ideia. As testemunhas de Jeová creem de forma semelhante. É um arianismo moderno.
Há ainda quem pense que Jesus é Deus, mas que tornou-Se Homem, deixando de ser divino, e depois voltou ao céu, não sendo mais homem. Essa ideia parece tentar conciliar a doutrina de que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, afirmando que Jesus foi verdadeiro Deus por um tempo, sendo verdadeiro homem, e que hoje, acredita-se, que Ele foi verdadeiro homem. Coisa curiosa! É algo parecido com o antigo nestorianismo, herético como tal, afirmando dois Jesus, um Deus e um Homem, coexistindo. Mas, nessa visão, a coexistência não parece ter lugar. Jesus nasceu homem, totalmente, não era Deus. Se não existia antes, então é homem como os outros, sendo criado ali, no ventre de Maria. Então, não se pode falar de encarnação do Filho de Deus, no sentido bíblico.
Difícil é explicar como Ele volta ao céu, se o Homem que nasceu na terra não preexistia!, e nunca veio do céu, como seria o fato de ser Ele o mesmo Filho de Deus. Coisas que os adeptos dessas doutrinas devem explicar.
A doutrina cristã católica ensina que JESUS É VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM. É Deus eterno, parte da Trindade Santíssima, e assumiu para sempre a natureza humana, tornando-Se verdadeiro homem.
 
Gledson Meireles.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

domingo, 6 de janeiro de 2019

Salmo 69, 9 e a virgindade perpétua de Maria

Há quem cite o Salmo 69 para provar que a virgem Maria teve outros filhos além de Jesus. À primeira vista parece um bom argumento, pois o Salmo é claramente messiânico, citado muitas vezes no Novo Testamento.
 
O verso que gostam de citar é o seguinte: "Que me tornei estrangeiro aos meus irmãos, estranho para os filhos de minha mãe".
 
Claramente falando irmãos e filhos de minha mãe, não poderia tratar-se de filhos de José, considerando que o salmo é uma profecia sobre Jesus. Para quem pensa assim, e não quer outra explicação, pode deixar de ler aqui mesmo, porque a verdadeira mensagem do verso será exposta a seguir.
 
Sabemos que o Salmo é messiânico. No entanto, não se trata de cada um dos versículos serem messiânicos, mas apenas alguns. E isso fica claro quando lemos o salmo 69 inteiro.
 
"Salva-me ó Deus, pois a água sobre até o meu pescoço". (v. 2)  Esse não pode ser um verso messiânico.
 
"Afundo num lodo profundo..." (v. 3) Também não é.
 
"Esgoto-me de gritar, minha garganta queima..." (v. 4) Outro verso que não se aplica a Jesus.
 
"...os que me odeiam sem motivo". Esse verso aplica-se a Jesus. É citado em João 15,25.
 


O verso 6 já não o é: "Ó Deus, tu conheces minha loucura, meus crimes..."
 
E assim por diante.
 
Quanto ao versículo que menciona "os irmãos", "os filhos da minha mãe", esse poderia ser citado apenas na primeira parte, "meus irmãos", pois poderia ser entendido no sentido lato, como parentes, mas, não poderia ser citado o final: "os filhos de minha mãe", porque de fato Maria não teve outros filhos.
 
Portanto, os demais versículos - incluindo esse - se referem ao rei Davi, que tinha irmãos. É por isso que o Novo Testamente nunca citou essa passagem com relação a Jesus, mesmo quando os irmãos de Jesus não criam nEle, e etc.
 
Quando os fatos eram profecia, eles eram lembrados, como se dá com o verso 10, que é citado em João 2,17: "O zelo por tua casa me devora". E afirma que os discípulos "recordaram-se" dessa passagem. Mas, em nenhum momento o verso 9 é citado, mesmo quando seria apropriado, como Marcos 3,21 e João 7, 5.
 
O motivo de nunca ser citado é uma prova de que Maria não teve outros filhos. Portanto, Jesus não teve irmãos nesse sentido. O mesmo é verdade dos outros versos do Salmo 69.
 
Outro verso citado é o 22: "Como alimento deram-me fel, e na minha sede deram-me vinagre". Isso é cumprido em Mateus 27, 34, onde a Jesus é oferecido vinho com fel, e em Mateus 27, 48, onde oferecido vinagre.
 
Em nenhum verso do Novo Testamento afirma-se que o que está escrito em Sl 69, 22, pelo simples fato de que aquilo não aconteceu com Jesus, não se referia a Ele, mas apenas ao rei Davi, como os demais versos daquele Salmo.
 
Assim, o fato de não ter sido citado o verso 9 no Novo Testamento é prova de que Maria não teve outros filhos.
 
Gledson Meireles.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Filipenses 2,13

Muitos leem esse verso como se o mesmo não tivesse ligação alguma com os demais versos da passagem. Agem como se o versículo 13 não se interconectasse com o 12 e nem com o 14, como se o 12 não desenvolvesse o tema do 11, e o 14 não fosse continuado pelo 15. Ou seja, o contexto parece não existir para alguns.
 
Como cristãos católicos, lemos a Escritura como ela é. O que o verso diz:
 
“Pois é Deus quem opera em vós o querer e o operar, segundo a sua vontade.” (Filipenses 2,13)
 
Portanto, é Deus mesmo que nos coloca no coração o que percebemos. O que queremos é o que Deus quer. E é Deus mesmo que nos faz agir como agimos. Nossos atos são atos de Deus, tudo feito conforme a Vontade dEle. Entendeu a passagem? Obviamente, só até esse ponto. O resto da mesma está no contexto, que é Palavra de Deus igualmente.
 
Todo o contexto gira entorno dos salvos, dos cristãos que estão sendo exortados a obedecer, a purificar-se, a ser santo.  Por isso, não se pode afirmar absolutamente o que o verso afirma, como se fosse algo desligado do contexto onde ele está.
 
Por exemplo, quando alguém peca, não está fazendo o que Deus quer, nem pensando conforme Sua vontade. Esse pensamento pecaminoso e esse ato não foi operado por Deus. E toda a passagem confirma isso, pois afirma apenas o que está conforme a moral cristã, ensinada por Jesus.
Façamos apenas uma pequena análise dos versos 12 e 14 a 17.
O verso 12 afirma que “sempre tendes obedecido”.
O verso 14 ensina a fazer tudo sem murmurar e reclamar.
O verso 15 afirma que isso é, em resumo, para nos tornar santos.
O verso 16 expressa a esperança da salvação dos cristãos filipenses no dia da volta de Cristo.
Dessa forma, isso fica claro que o agir de Deus no coração é para que sejamos irrepreensível, puros, filhos de Deus. É o auxílio para cada um operar a própria salvação com temor e tremor.
Usar esse verso isoladamente, como se fosse um princípio bíblico de que todos os pensamentos dos homens fossem operados por Deus, assim como seus atos, é ensinar algo que não há nas Escrituras, é usar um verso e introduzir nele um sentido alheio e errôneo.
Agora, podemos entender, que Deus opera em nós o querer e o operar para o bem, para O obedecermos, para nos santificarmos e nos salvarmos.
Gledson Meireles.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Reflexão: Mateus 12,46-50

Em consideração a um comentário, e usando o espaço para refletir sobre a passagem de Mateus 12,46-50, segue o presente texto.
 
Nessa passagem Jesus contrapõe o parentesco carnal e o parentesco espiritual.
Jesus falava às multidões, e eis que chegaram alguns e Lhe disseram que “sua mãe e seus irmãos” queriam falar-Lhe. Então, o Senhor Jesus usou essas palavras para ensinar algo espetacular e tremendo.
“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos”. E naquele momento, Ele eleva todos os que fazem a Vontade de Deus, e coloca cada um em Sua família:
“E apontando para os discípulos com a mão, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos”, e continuou:
“porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.
(Poderíamos até afirmar que pai também entra nessa relação.)
Agora, perguntamos:
 
1) Todos os homens cristãos são pais de Jesus?

1a) ou todos os homens cristãos são irmãos de Jesus?
2) Todas as mulheres cristãs são mães de Jesus?
2a)  ou todas as mulheres cristãs são irmãs de Jesus?
 (Você é pai de Jesus?)
Você é mãe de Jesus?
Você é irmão de Jesus?
Você é irmã de Jesus?
 
Precisamos pensar assim para entender melhor o texto.
Não se trata de colocarmo-nos respectivamente em cada lugar, fazendo uma ligação direta com cada pessoa da família de Jesus.
Mas, a Bíblia afirma que estamos no lugar de irmãos espirituais de Jesus. Essa é a forma geral de nos colocarmos. Em Mateus 12,46-50, Jesus serviu-Se das palavras que ouviu, e a partir delas ensinou que todos os cristãos são seus familiares espirituais. Ele não estava ensinando que todos são mães, irmãos e irmãs, mas utilizou daquela circunstância para afirmar que todos são parentes Seus. No entanto, quando estudamos as Escrituras, sabemos que a relação espiritual que temos com o Senhor é fraternal. Somos também seus irmãos.
Jesus tem várias mães? Obviamente, não, pois a Bíblia afirma que Maria é sua mãe. Somente ela.
Mesmo em termos espirituais, Ele pode não ter várias mães, porque Maria foi fiel serva do Senhor. E aquela que faz a Vontade de Deus é Sua mãe. Ninguém melhor para ocupar esse lugar do que Sua mãe biológica.
Ainda, porque a Escritura afirma que o termo apropriado para essa relação é “irmão”.
Porque os que de antemão ele conheceu, esses também predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho, e afim de ser ele o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos 8,29)
Jesus é Filho unigênito de Deus. É também o Seu primogênito. Unigênito e primogênito pela natureza. Mas, espiritualmente confere a todos o poder de ser filhos de Deus, e tornarem-se Seus irmãos. Somos predestinados a ser irmãos de Jesus. Eis a relação perfeita.
Quanto a Maria, ela foi escolhida como mãe de Jesus, pela natureza humana. Foi a fiel serva do Senhor, e ouviu e praticou a Palavra de Deus. Fez a vontade de Deus. Desse modo, é também espiritualmente mãe de Jesus.
Naquele momento, as palavras de Cristo elevaram a todos os que fazem a vontade de Deus. E nenhum cristão nega que Maria fez a vontade de Deus Pai. Dessa forma, mesmo na comparação espiritual, Maria é mãe de Jesus.
Na cruz, Jesus não disse a João: leva minha mãe para tua casa. Ou cuide dela a partir de agora. Mas, usou outras palavras: “Mulher, eis teu filho” e a João disse: “Eis tua mãe”. Falou primeiro a Maria, para que acolhesse João como filho.
Depois, falou a João, para que desde então tivesse Maria como mãe. “E”, diz a Escritura, “a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa”. (cf. João 19, 25-27)
Como não foram belos os dias em que o fiel apóstolo João passou com a mãe do Senhor, em uma relação de mãe de filho, segundo a Vontade do próprio Senhor!
Não é difícil que concluamos que o sentimento filial que os cristãos sempre tiveram para com Maria é um sentimento santo.
Para concluir, sabemos que Jesus foi ao céu ressuscitado, e voltará da mesma forma, como Filho do Homem: "Quando o Filho do Homem vier em Sua glória" (Mateus 25, 31). Isso significa que voltará com Sua natureza humana, sendo Filho de Maria, em pleno sentido. Eis a verdade do evangelho.
O resultado é que os cristãos podem colocar-se como filhos de Deus (cf. João 1,12), irmãos de Jesus (Rm 8,29), e também filhos de Maria (João 19,26.27).
Gledson Meireles.