Comentário das palavras do Reverendo Anatote Lopes:
Peço que, o reverendo, e a todos os leitores, em Cristo,
tenha a paciência de refletir um pouco o que está comentado abaixo:
O reverendo Anatote Lopes não percebeu que critica algo
ilusório. A Igreja Católica reconhece, define e canoniza aqueles que mostraram
os frutos de santidade que somente Deus poderia dar. Ao fazer isso, apresenta
um exemplo de santidade no seguimento de Jesus. E o motivo é para que os santos
vivos sejam edificados e vivam a santidade. Portanto, não existe qualquer
sentido em acusar o sepultamento ou transformação da santidade em memorial como
se estivesse separada da vida cotidiana dos cristãos vivos. Pelo contrário, é
para nós que o memorial é endereçado, para que vivamos o chamado à santidade.
“Por essa razão afirmo a verdade: ninguém pode ser
santo depois da morte no sentido da santidade útil ao povo devoto como
acreditam os papistas.”
Que “sentido de santidade útil ao povo devoto” é esse¿
Aliás, essa afirmação não está acompanhada de prova, e por enquanto é gratuita.
“Quando uma tradição cristã diz que uns são santos e
os outros não, está dizendo que uns são verdadeiros e os outros são falsos
cristãos”
Nesse momento há algo verdadeiro. Por isso, é preciso saber
que a Igreja Católica não considera santos somente os que foram e estão
canonizados, mas a todos os que têm fé e seguem a Jesus Cristo.
“uns são santos no mundo e os outros não vivem em
santidade, conseguintemente e infelizmente endeusam os que julgam ser
obedientes, por terem conseguido algo que não é para todas as pessoas.”
É deplorável esse entendimento. E o autor ao criticar essa
falsa atitude está fazendo um bem, e está em concordância com a Igreja
Católica.
“A canonização de um santo não tem base bíblica e nem
lógica,”
Eis mais uma afirmação sem prova.
“primeiro porque sabemos que ela não tem autoridade
para tornar uma pessoa santa,”
Agora, uma afirmação equivocada. Alguém pode dizer: o papa João
Paulo II vai tornar-se santo no dia 27 de abril! Mas, tornou-se ele santo
naquele dia, ou já o era antes em vida¿ É óbvio que a última alternativa é a
correta. É bastante pueril, e revela profundo desconhecimento da doutrina
católica sobre o assunto. É triste ver alguém criticar isso, não pelo fato de
fazer a crítica, mas quando uma vez esclarecido não mude sua opinião e
corrija-a publicamente, ou volte a criticar da mesma forma. Espero que haja
mudança.
“Se por um lado reconhecer que uma pessoa viveu em
santificação é necessário, é bom para nos lembrar o mandamento do Senhor, para
nos estimularmos a nós mesmos a viver em santidade como os santos que são
exemplos que, apontam para Cristo (Fl 3:17; I Co 11:1; Ef 5:1),”
Nesse ponto, o autor toca a verdade. É essa a base bíblica
que a Igreja Católica tem para apresentar os exemplos de santidade a todo o
povo de Deus. Mas, como é comum no Protestantismo, toca-se na verdade e
passa-se despercebidamente como se não tivesse nada ocorrido, e continua a
crítica em pressupostos anteriores e fora dela.
“por outro lado, as canonizações se fundamentam em
estórias, lendas e crendices do povo que, faz dos santos deuses ou semi deuses,”
Não é bem assim. O povo aclama o santo, mas há os sinais que
identificam que verdadeiramente é santo. É tais sinais estão biblicamente
exarados.
“atribuem-lhes poderes exclusivamente divino como por
exemplo: o poder de conhecer todas as coisas (onisciência)”
Somente num muito mal-entendido!
“o poder de fazer o que bem quiserem e atender às
súplicas do povo e de indivíduos por milagres (onipotência)”
Outra inverdade. Se alguém assim acredita, não é da Igreja
que está recebendo o ensino.
“e estarem presentes nos diversos continente ouvindo
e socorrendo às orações do mundo católico (onipresença).”
O mesmo dos anteriores.
“A santidade não pode ser transformada em uma
instituição, oficio, honraria ou qualquer coisa distante da piedade popular, do
povo comum, apresentada como um sacrifício humano e uma exceção ou que se faça
com ela uma confusão e distorção do verdadeiro culto que deve ser prestado
somente a Deus.”
Essas palavras têm o sentido que a Igreja Católica ensina.
Mas, o autor está cônscio de que a santidade não é dada a todos, e que ser
santo sempre será características dos servos de Cristo. Portanto, o mundo
continuará a ver a santidade como algo em “exceção”, e não o normal da vida. É
normal ao cristão, mas não ao mundo.
Outro ponto é o culto dos santos. Esse nada mais é que a
homenagem da Igreja aos servos de Deus, num culto todo voltado à adoração única
devida a Deus.
“A santidade está na graça de obedecer a Deus vivendo
o aperfeiçoamento em santidade.”
O autor não crê, ao certo, que indistintamente todo professo
cristão viva isso. É óbvio que os verdadeiros e sinceros cristãos o façam, mas
é igualmente verdadeiro que há exemplos notáveis. Esses são apresentados nas
listas dos santos para exemplo, conforme a Bíblia.
“Ser um santo não é uma benção realizada por um ato
canônico político religioso de um colegiado de políticos eclesiástico (sic),”
E não é mesmo. Ninguém no Catolicismo, que esteja
devidamente esclarecido, assim o crê.
Gledson Meireles.
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