Paulo insiste que Jesus está vivo
Ninguém que acredita a imortalidade da alma afirma que
os mortos estão vivos. Não no sentido de que a morte não existe. É óbvio que em
“certo” sentido afirma-se que a morte, não dando fim à existência, não põe fim
à vida, e acredita-se que de certa forma os mortos estão vivos em espírito. Mas
isso não muda em nada a realidade em que estão mortos aqueles que deixaram a
vida física, com os corpos que vão à corrupção e que não participam de mais
nada sobre a terra.
Dessa forma, São Paulo nunca iria contender com Festo para provar que Jesus estava vivo em outro lugar e de outra maneira, como vivo em sua alma, mas estava afirmando algo que ninguém concebia até os dias de Cristo, ou seja, que Cristo ressuscitou, venceu a morte, não conheceu a corrupção, e estava vivo para sempre.
Mas foi afirmado: “Mas isso é inverter a proposição pela causa da proposição.” Não procede. Ao dizer que Jesus está vivo todos sabiam que se tratava em afirmar que estava fisicamente vivo, já que não havia a crença de que não existia a morte. A imortalidade da alma não nega a morte, mas é a própria explicação da morte, ou seja, de que há a separação da alma e do corpo, constituindo a morte.
De fato, se se diz que alguém está vivo já significa que não morreu fisicamente, e não que esteja consciente em sua alma. É o mais natural possível isso.
Se se diz que “a vida após a morte que estava em jogo”, que era discussão o “estar vivo”, então Festo não cria a imortalidade da alma também, e não conhecendo a ressurreição, não cria em nada, sendo total materialista. Isso é o oposto do que certamente ocorria, ou seja, Festo por certo cria na imortalidade da alma, e conhecia essa doutrina. Assim, esse arrazoado está errado.
Gledson Meireles.
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