Estudo do livro “Apóstolos, verdade bíblica sobre o apostolado”, do reverendo Augustos Nicodemus Lopes, das páginas 58, 59, 60.
Há vários motivos pelos
quais os protestantes não aceitam o primado petrino. Nesses motivos, podem ser
percebidos erros na compreensão da doutrina. O presente artigo irá demonstra-los.
É verdade evangélica
que o apóstolo Pedro foi o primeiro dos apóstolos, um fato, que não pode ser
negado. No entanto, muitos dizem que isso não prova o primado de Pedro. Por quê?
Porque há erro na compreensão da doutrina católica.
Vejamos: o reverendo
Augustus reconhece que Pedro foi destacado por Jesus em várias ocasiões, que
estava entre os primeiros discípulos, que foi citado como primeiro nas listas
dos apóstolos, que estava entre os mais próximos de Jesus, que foi o primeiro a
“responder” à pergunta de Jesus sobre a identidade do Messias, mas também o
primeiro a repreender e a negar Jesus, teve a incumbência de fortalecer os
irmãos na fé, de apascentar as ovelhas e os cordeiros na Igreja, é citado em
destaque entre os apóstolos, foi o que presidiu a substituição de Judas, pregou
às multidões, defendeu o evangelho no Sinédrio.
É muita prova de que
Pedro de fato é um apóstolo especial, que foi destacado entre os demais, e que
isso tem um motivo. Mas diante de tantas provas, por que os protestantes ainda
não creem no primado de Pedro? Como é possível?
Isso é respondido no
livro: o motivo é que no entendimento protestante o próprio Pedro, os demais
apóstolos e as igrejas da época não reconheciam Pedro como chefe!!! Onde está
escrito isso: em lugar nenhum. Onde estão os sinais de que isso era o que
acontecia na Igreja do primeiro século? Não há tais sinais. E quanto às provas
acima, de que Pedro tinha atenção especial de Cristo, e da revelação do
Espírito Santo? Não são provas
suficientes de que ele sabia que tinha missão especial, de que os apóstolos
também a reconheciam, e que as igrejas da época pacificamente havia ouvido o
evangelho com esse dado revelado desde os primeiros dias? Parece que a responde
é sim. Tudo isso já está provando que Pedro recebeu o primado.
Outro problema é que
para os protestante o primado petrino significa que Deus fez de Pedro o único
canal de revelação, por onde Deus revela, inspira infalivelmente, para toda a
igreja, e ensina ao povo. Essa é a noção protestante que o livro apresenta, e
não é a doutrina católica.
O livro afirma que
Pedro não foi visto como cabeça da Igreja e nunca se sobressaiu entre os
demais? Como? Se as passagens acima provaram que ele sempre se sobressaiu? Foi
destacado, foi próximo de Jesus, foi primeiro, etc, etc, etc, e ainda não se sobressaiu
nunca? É algo que o leitor deve pensar.
Outra vez: o papa é
servo de Cristo, um cristão que cumpre um papel importante na igreja, sucessor
de Pedro, mas não é inspirado, não é fonte de revelação, não é infalível em
seus atos, e etc. Portanto, o que o livro supõe ser a doutrina da Igreja está equivocado,
e a crítica perde o sentido a partir disso.
Algo que o livro citado
não frisou é que Pedro não apenas foi o primeiro a responder a pergunta sobre
Jesus, mas ele foi iluminado do alto, teve uma revelação de Deus sobre a
messianidade de Cristo, o primeiro entre os apóstolos a reconhecer que Jesus é
o Cristo, o Filho de Deus por revelação do Espírito Santo. Isso é bíblico, é
doutrina do primado, é um fato, e tal ênfase se torna necessária nesse
pormenor.
Prossigamos no nosso
estudo. Também negam que Pedro foi primus
inter pares, o que muitos admitem. De fato, Pedro foi o primeiro, mas nunca
creu que era o único canal inspirado e
infalível, pois essa não é a doutrina de Jesus, e a Igreja Católica não a
ensina.
Também, o livro afirma
que 1 Pedro 2, 4-8 é interpretação da pedra em Mateus 16, 16-19, e que na
Igreja do primeiro século ninguém entendeu que Pedro foi a pedra da Igreja. No
entanto, isso vai contra o que foi apresentado antes, já que os muitos
versículos citados provam que Pedro era o chefe, “a pedra” nesse sentido,
instituída por Jesus, constituindo essas as provas do primeiro século. Para o
segundo século em diante, temos mais provas da patrística, de que Pedro foi de
fato o príncipe dos apóstolos e que dele sucedem os papas.
Outro equívoco é pensar
que os sucessores dos apóstolos são “substitutos”, como iguais no cargo, como
em idêntico patamar, como infalíveis iguais aos apóstolos, que pregavam e escreviam a doutrina inspirada de Jesus e etc. Essa é a noção
que o livro combate, mas que não é a doutrina católica.
De fato, o autor afirma
que os presbíteros que vieram após os apóstolos foram designados para
interpretar e aplicar o legado apostólico. Muito bom. Mas isso é parte da
doutrina da sucessão apostólica, não negando nada dela.
Ainda, a doutrina católica reconhece que os apóstolos, os Doze, e São Paulo, tiveram uma bênção única, exclusiva, e vitalícia para cada um deles, sendo temporário o ministério apostólico como dos Doze Apóstolos. Os bispos hoje são sucessores mas não são infalíveis na pregação, como eram os apóstolos, e não revelam ou escrevem inspiradamente como fizeram muitos dos apóstolos.
Gledson Meireles.
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