Segue um comentário sobre a apresentação do Calvinismo por Michael Horton, no seu livro For Calvinism.
Horton afirma que, na polêmica envolvendo
a Ceia do Senhor, foi usado em 1558 pela primeira vez o termo calvinismo.
Podemos afirmar, pelas informações de Horton, que Igrejas haviam recebido esse nome por associação ao seu fundador Lutero, mas as Igrejas protestantes fundadas por Zuínglio, Calvino e outros ficaram sob o nome de Reformadas.
Podemos afirmar, pelas informações de Horton, que Igrejas haviam recebido esse nome por associação ao seu fundador Lutero, mas as Igrejas protestantes fundadas por Zuínglio, Calvino e outros ficaram sob o nome de Reformadas.
Alguns reclamam dessa
designação, pois parece restringir a reforma apenas às igrejas que tiveram
maior influência das doutrinas de Calvino.
É claro que, em sentido geral, os calvinistas afirmam que as doutrinas que seguem não são de Calvino, mas são as doutrinas da graça, doutrinas do evangelho, que teriam sido redescobertas por muitos na historia da Igreja, como Santo Agostinho, Lutero, e, especialmente, por Calvino. Há calvinistas que citam Santo Tomás como sendo alguém com quem Calvino concordou em essência na doutrina da predestinação.
É claro que, em sentido geral, os calvinistas afirmam que as doutrinas que seguem não são de Calvino, mas são as doutrinas da graça, doutrinas do evangelho, que teriam sido redescobertas por muitos na historia da Igreja, como Santo Agostinho, Lutero, e, especialmente, por Calvino. Há calvinistas que citam Santo Tomás como sendo alguém com quem Calvino concordou em essência na doutrina da predestinação.
Creem quem não estão
ensinando a doutrina de um homem, mas entendem que Calvino em linhas gerais foi
um bom intérprete das Escrituras e que reestabeleceu, com os demais
reformadores, os pilares da Reforma, e que foi o maior sistematizador da doutrina
protestante.
Como Michael Horton
observa, as Igrejas Reformadas não incluem os escritos de João Calvino na sua
doutrina oficial. Isso é feito pelas Igrejas Luteranas quanto aos escritos de
Lutero, e nas Metodistas, que subscrevem escritos de John Wesley. Talvez
asseverando isso já de início, o teólogo reformado dá um sinal de que a
mensagem reformada não tem a intenção de seguir um líder humano. Mas, assim
dito, essa é a mesma posição dos luteranos e dos metodistas citados, não
havendo diferença quanto à sua ligação aos respectivos reformadores e aos
reformadores protestantes do século dezesseis em geral.
Calvino foi o mais
influente reformador. As diversas confissões, como a francesa, a escocesa, a
belga, a helvética, explica Horton, nasceram devido à diversidade de experiência,
mas têm a mesma essência.
As Igrejas Reformadas
do Continente, explica o teólogo, abraçaram a Confissão Belga, o Catecismo de
Heidelberg e os Cânones do Sínodo de Dort. Pode-se afirmar que, a última
confissão, de 1648, a Confissão de Fé de Westminster, é de um grande resumo da
fé reformada e calvinista.
Há pastores que
apresentam a síntese de sua fé como expressa na Confissão de Westminster, por
compreender que essa testemunha a fé cristã como ensinam as Escrituras. De
fato, esses são documentos de suma importância para entender a doutrina
reformada. Na Inglaterra a Igreja Reformada segue os 39 Artigos da Religião.
Outra característica, e
uma curiosidade, é que as igrejas reformadas possuem certa divisão
organizacional. Parece que o modo presbiteriano é o original, mas as igrejas da
Inglaterra e Hungria, por exemplo, são episcopais. Ainda, mais tarde, surgiram
os congregacionais, mantendo a doutrina reformada, que chamam as doutrinas da
graça.
As Igrejas Batistas que
mantiveram a doutrina proposta pelo calvinista, ou ex-calvinista, já que negou
pontos importantes da doutrina de Calvino, embora muitos afirmem que no
restante ele continuou concordando com o calvinismo.
Jacob Armínio
discordava daqueles que mantiveram a doutrina calvinista nos pontos criticados.
Há entre os batistas aqueles que não seguem nem as ênfases de Armínio nem as de
Calvino. Propõem uma visão mais radicalmente batista, distinta da reformada.
Assim também os luteranos expressam a sua fé como essencialmente luterana, não
sendo calvinistas nem arminianos. Por aí vemos as diversas linhas de divisão
que existem entre os protestantes, e que tocam doutrinas importantes.
Essas discordâncias são
vistas por muitos como não justificativas de brigas e divisões, chamando a
todos à humilde unidade. Dessa forma, procuram a unidade nas doutrinas contidas
nos credos antigos e nos pontos defendidos na Reforma Protestante, para que as
demais divergências não sejam tão exaltadas a ponto de levar um protestante a
considerar o outro como herege. Nesse caso, há aqueles que explicam a unidade
nos dois conjuntos mencionados e liberdade quanto às doutrinas que distinguem
as denominações, propondo que os erros teológicos não são divisores, mas
somente as heresias, que são doutrinas que tocam o fundamento da fé cristã.
Conhecendo esse cenário
geral, continuemos à exposição da fé reformada, conforme Michel Horton. Ele
esclarece o que é o novo calvinismo, que apresenta-se como Reformado, embora
esteja também em ambiente não reformado, e afirma que a maioria das igrejas
reformadas e presbiterianas ignoram ou rejeitam seus distintivos calvinistas.
Por isso, há um crescente desejo de revitalização das doutrinas calvinistas,
reformadas, de modo que muitos protestantes de outras persuasões estão
abraçando a doutrina de Calvino. E, como sempre repetido, a fé reformada é mais
do que os cinco pontos do calvinismo.
A tradição reformada
tem raízes em Lutero, pois é reconhecido que Calvino foi influenciado pelos
escritos luteranos, assim como por Martin Bucer. Calvino era amigo de Melancton.
Outros como Heinrich Bullinger, John Knox, e etc., também formaram a tradição
reformada. As primeiras expressões da doutrina nos catecismos reformados
distinguiam a doutrina em contraposição com o Catolicismo e os anabatistas.
Outra afirmação é que
Calvino enfatizou mais o amor e benevolência de Deus em Cristo do que a
soberania e autoridade.
Horton mostra que a
ênfase na doutrina da predestinação é um fruto histórico, e vem à tona por meio
das controvérsias. E que o calvinismo não tem um dogma central.
O autor afirma que o calvinismo
tem sido caricaturado e distorcido, assim como o arminianismo. Essa é um boa
constatação, e é fruto de quem está engajado em estudos como esses, que se
relacionam com os debates entre calvinistas e
arminianos.
Gledson Meireles.
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