terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Sola Scriputra e divisões no Protestantismo, comentando o vídeo do pastor Thomas

Sola Scriputra e divisões no Protestantismo

Uma análise do vídeo do pastor adventista Thomas

 

Avanço nos estudos

O pastor tem mostrado avanços no entendimento da doutrina católica. Isso é algo que nasce do estudo que o mesmo vem fazendo do Catolicismo.

Um exemplo é quando alguém alude à sua conversão, e ele afirma já estar convertido. Até aqui não seria algo incomum um protestante fazer tal afirmação. Mas, logo adiante ele diz que caso se tornasse católico não seria uma conversão, pois o mesmo já é convertido, e a Igreja Católica reconhece o seu batismo. Esse ponto é importante e mostra como o estudo da doutrina cristã católica tem feito bem ao pastor, pois ele fala desse ponto de uma forma já bastante familiar, e tal é um ponto desconhecido de muitos protestantes.

Outro exemplo é quando reconhece que Lutero não quis deixar a Igreja Católica, o que é um avanço pequeno, pois logo de início quem conhece a reforma luterana percebe o fato, mas quando afirma que a Igreja Católica melhorou após o Concílio de Trento, sendo assim uma melhora após Lutero, isso mostra que os estudos estão fazendo muito bem, pois muitos não percebem essa realidade. O pastor está caminhando rumo à verdade completa. A questão política auxiliou muito a reforma protestante.

 

Interpretação coletiva

A questão da interpretação coletiva é algo importante e muito boa a explicação. Alguém descobre algo novo na IASD. Apresenta à Igreja, no seu representante oficial. O assunto, fazendo sentido, sendo acolhido, pode ser discutido pelo Instituto de Pesquisa Bíblia, por exemplo, e fazendo mesmo sentido isso pode ser levado à Assembleia Geral, que é uma associação geral, que é como um concílio adventista, que discutirá o tema em comunidade e sendo isso aceito haveria uma revisão na doutrina.

Com isso, está explicado que não existe uma interpretação particular, pois o estudo é avaliado coletivamente. Pode-se dizer, coletivamente pela igreja estabelecida, pela sua liderança, de modo oficial e sério.

E quanto ao Catolicismo, como isso seria feito? Vejamos essa situação hipotética.

Um cristão católico tem uma interpretação da Bíblia, e apresenta à Igreja para uma avaliação. O padre avalia a questão, leva ao bispo, caso o tema seja entendido de grande relevância.

Se isso for algo que também esteja sendo percebido pela comunidade de fé, sensus fidelium, indicando ser algo relativo à fé revelada, e que encontra circunstância para o seu estudo e aprofundamento, mostrando que é algo que de fato merece uma apreciação da autoridade eclesial, no seu magistério, esse ponto pode ser levado a um sínodo, e dependendo da grandiosidade da questão, ser realizado um concílio ecumênico. Esse é o concílio onde toda a Igreja se reúne para dirimir geralmente uma questão de fé e moral.

A interpretação deve ser de fato bíblica, encontrar apoio dos teólogos fieis à doutrina cristã, estar de acordo com os princípios já estabelecidos e reconhecidos pela tradição, como doutrina revelada, não contrariar nenhum dogma, pois cada dogma passa pelo mesmo escrutínio, e estar em comunhão com o parecer dos bispos reunidos em Concílio em união com o papa. Acontecendo tudo isso, pode haver a proclamação da uma verdade de fé. Essa, porém, não é novidade, já que se tratou de uma nova luz sobre aquele assunto, sendo a mesma revelada na Bíblia, pelo menos implicitamente, e de certo modo encontrada na tradição apostólica.

 

Liberdade religiosa

Não é tão simples afirmar que os protestantes lutaram para a liberdade religiosa que os católicos hoje possuem. E quando católicos são minoria? E quando não possuem poder político em determinada região? Como foi citado os Estados Unidos da América, basta estudar um pouco sobre a colônia de Maryland que rebelou-se contra o governo britânico. A região possui boa parte de cristãos católicos, mas sob o governo protestante. Veja como foram tratados para conseguirem liberdade. Hoje a Igreja Católica individualmente, segundo a Wikipedia, é maior que todas as outras: 23%. Igreja Batista 18%, Metodista 11%, Luterana 5%, e outras denominações 22%. Há certo equilíbrio. Veja como os católicos lutaram por liberdade religiosa.

 

Corrupção

O pastor ainda precisa melhor avaliar sua posição que está sendo simplista nesse ponto. Em primeiro lugar, reconhece que os culpados por corrupção devem ser tratados pela justiça. No entanto, quando compara a corrupção mencionada em comentário a respeito da IASD, afirma que não é uma corrupção “descarada” do tipo... e passa a mostrar certos pecados graves de cristãos católicos ao longo da história.

O problema é que a IASD é bastante nova. É fruto de um amadurecimento teológico e na doutrina moral protestante para criar uma comunidade una e santa. Esse é o objetivo de toda denominação, mas em especial os adventistas procuram isso com muito esforço.

E ainda assim, após os exemplos de tantos séculos de Igreja Católica e com os exemplos das diversas denominações protestantes, há espaço para esses acontecimentos corrompidos em seu meio. Portanto, os 162 anos da IASD é quase nada em comparação com a Igreja Católica Apostólica Romana com séculos e séculos de existência em períodos da história os mais diversos possíveis e em regiões e lugares difíceis, em meio bárbaro e etc., onde muitos absorvidos pela corrupção geral em que viviam, principalmente em determinados séculos medievais, acabaram por cometer muitas atrocidades.

É fácil ver que uma denominação tão jovem, nascida na América, com uma diferença importante comparada à experiência católica, é fácil que não tenha caído em tão grandes males. É preciso reconhecer as proporções.

O mesmo ocorre dentro do Catolicismo, por exemplo, uma comunidade católica jovem, surgida há pouco tempo, não terá em seu meio problemas sérios se comparados à Igreja Católica como sistema em toda a sua história. Então, a comparação é bastante superficial. O fato é que não se deve aderir ou deixar uma igreja apenas por erros de seus membros. Confiar na doutrina é o correto.

 

Quem mais fala de Ellen White?

Os não-adventistas falam muito sobre Ellen White. Isso é bem comum. Por exemplo, os protestantes falam de infalibilidade papal. Grande parte dos católicos não saberia explicar sobre isso, não pensa a respeito. É um assunto católico, obviamente, mas que é colocado em voga pelos protestantes.

Os protestantes costumam citar o imperador Constantino em suas críticas à ICAR. Em geral, nenhum católico conhece Constantino e nunca ouviram falar sobre ele. Certamente nunca ouviram um padre mencionar esse imperador em uma homilia. Só os que estudam teologia, apologética, história, são acostumados como tema. E os protestantes, uma parte considerável, de todas as denominações, de modo especial os adventistas, conhecem algo sobre esse imperador.

Agora, um exemplo mais próximo. Ellen White é uma profetisa e pessoa muito venerável, no sentido de respeito, afeto, admiração, autoridade, entre os adventistas. Mas os que mais falam sobre elas são os críticos.

Na Igreja Católica a questão das imagens é muito atacada pelos protestantes, em geral. No entanto, no dia a dia católica a veneração prática em relação às imagens nas igrejas locais é tão pequena que em comparação com o que percebemos nas críticas protestantes é de uma diferença enorme.

Os protestantes citam o fato da veneração, que chamam de adoração de imagens, como se todos os católicos passassem o tempo inteiro de suas devoções venerando uma imagem. Na prática é comum ver pessoas passando ao lado das imagens e nem olharem para elas, entrarem e saírem da igreja sem tocarem em nenhuma imagem. É apenas uma constatação interessante, pois parece que os de fora escolhem temas e colocam ênfase exagerada neles, quando os próprios fieis às vezes não lembran do tema.

Mas há um razão para isso. Os católicos veneram as imagens com muita ênfase nas procissões, nas festas dos santos, nas peregrinações aos santuários, que são vistas pelos de fora. Esses concluem então que sempre é assim na vida diária da igreja. Trata-se de um equívoco dos espectadores.

É bastante comum que nas missas muitas e muitas vezes nenhum santo é citado nas pregações, não tendo nenhum tratamento especial, e nenhuma imagem é venerada. É a vida normal da Igreja Católica.

Assim também com a senhora Ellen White, que é mencionada nos documentos oficiais da IASD, aparece em todos os debates apologéticos, tem seus livros lidos pelos adventistas, os adventistas são batizados após também aceitarem o dom profético de Ellen White e etc., como se em todos os cultos adventistas o nome de Ellen White fosse reverenciado e os temas de seus livros fossem tratados. Mas esse não é o caso, já que muitas vezes a mesma não é mencionada nos cultos.

Os cristãos católicos veneram as imagens, com muita fé. Isso é um fato. Mas a veneração prática é muito menos do que os críticos imaginam.

A respeito da consideração católica em relação aos protestantes como “irmãos separados” não significa que não há divisão. Apenas há consideração de que estamos de certa forma unidos em Cristo: fé em Cristo, em Deus, na Bíblia, nos mandamentos, etc., o que une a todos.

 

O texto de João 21, 25 e o Sola Scriptura

O que está registrado é suficiente para a salvação. E a questão de 2 Tm 3, 16-17 para não precisar de nada além do que está escrito na Bíblia para tornar-se habilitado, o texto precisa ser lido em seu contexto bíblico geral. Há um estudo do mesmo no blog. O Sola Scriptura aponta para a necessidade da Igreja. E a necessidade é bem mais importante do que a doutrina protestante ensina. O texto de 1 Tm 3,15 é um texto, mas há mais, que mostra o mesmo ensino.

O caso dos bereanos também é bem estudado no blog. É um texto muito erroneamente interpretado pelos teólogos protestantes.

O Protestantismo não é mais apostólicos que o Catolicismo, como afirmado no vídeo. Isso é algo profundo. Vamos estudar juntos.

 

E o cânon existia?

Já existia a ideia. Muito bem. Mas o cânon foi definido apenas no século quarto.

 

E as conversões de católicos ao adventismo?:

Acontece. Não é algo incomum. Há cristãos que deixam de ser cristãos e passam ao paganismo, ao ateísmo. São coisas que podem acontecer. Isso não quer dizer que a Bíblia e a Igreja não sejam verdadeiras, nem que seu ensino não foi suficiente para aquela pessoa, mas trata-se de um erro do indivíduo que veio por algum motivo.

O que é certo é o seguinte: aquele que busca a verdade de modo sincero e com o auxílio de Deus, abrindo-se à verdade, ainda que contra suas próprias opiniões, e vai aceitando os princípios verdadeiros para a compreensão da fé em geral, é certíssimo que crerá em Deus, em Cristo, na Sua Igreja, e na doutrina correta.

 

E o magistério é infalível?

Sim. A Igreja é infalível.

Mas o pastor afirma que o apostolado se mantém firme “desde que” se mantenha fiel à Palavra, sendo uma condicional.

Essa opinião do pastor não está na Bíblia. Nenhum versículo. É preciso saber como o mesmo crê nisso.

 

O que é a tradição?

Existem várias tradições. Tertuliano combatendo a virgindade perpétua de Maria? Onde? Era um combate mesmo? Ou foi uma citação que mostra um erro interpretativo do autor? Ninguém ensinava a doutrina no seu tempo? Onde está isso?

Que o leitor saiba que a tradição reconhecia pela Igreja é a tradição apostólica. Para isso, para certificar-se disso, temos que ir à Bíblia, perceber, entender, e aprender a autoridade da Igreja, ouvir a Igreja, e saberemos o que é a tradição apostólica.

Os padres da Igreja individualmente não são infalíveis e não escrevem somente o que é tradição apostólica. Realmente há que fazer a resta distinção das coisas. O critério é muito confiável. É preciso estudar bastante. Entre os protestantes não há quem entenda bem essa questão, porque uma vez que se entende deixa-se de ser protestante. E o motivo é que o Protestantismo não ensina corretamente esse ponto.

 

A Igreja sustenta a verdade?

Sim. É a verdade ensinada por Jesus Cristo e pelos apóstolos.

A Igreja não perde o papel de coluna, como diz o pastor. A Bíblia afirma nesse momento de modo absoluto, como algo dito para reforçar a fé de Timóteo, falando de algo conhecido e crido, que a Igreja é coluna e sustentáculo da verdade.

Não existe a ideia de que a Igreja é coluna “se” caso ela for fiel e etc., mas a afirmação é certa. Não há condicional.

Por que o pastor ainda não entende isso? Porque crê que se assim for a Igreja poderia criar verdades, se colocar no lugar de Cristo, ser fundamento e etc., o que são equívocos sérios.

Cristo ensina pela autoridade da Sua Palavra que está na Bíblia, guardada também na tradição, ensinada pela autoridade da Sua Igreja, com a Sua promessa de ensinar toda a verdade.

 

Qual a melhor interpretação?

A questão do cristão católico, que seria “o método católico”, como diz o pastor, não é apenas porque o padre falou, basta aceitar, porque o magistério não erra etc.

Quando o pastor ir aprofundando-se mais perceberá que não é esse o método católico de estudo, e que a profundidade do estudo é muito grande.

 

E a guarda do domingo?

De fato, a doutrina da Igreja Católica é para guardar o domingo e a maioria parece não se preocupar com isso. Vamos então à doutrina e se posicionar diante de Deus com o que aprendemos.

Houve um tempo em que a Igreja desencorajava a leitura da Bíblia. Hoje é bastante aconselhado. O pastor Thomas e qualquer pessoa que procure a verdade a encontrará. Continuando o estudo da Bíblia, seja qual for o assunto, chegará à verdade e verá que a mesma é ensinada na Igreja Católica. O estudo bíblico o levará a toda a verdade. É uma consequência dessa busca: tornar-se cristão católico.


Gledson Meireles.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Observações sobre a Babilônia do Apocalipse

Observações sobre a Babilônia, no vídeo

do apologista Davi Caldas

 

A Igreja Católica é a Semente de Mostarda

 

A Babilônia representaria o sistema opressor do Povo de Deus, que seria o papado, e que teria corrupção moral generalizada, doutrina falsa, e teria o fator perseguidor.

Isso é complicado. A IASD considera a Igreja Católica como a Babilônia. No entanto, isso não pode ser dito da Igreja, pois sua doutrina produz santos. A doutrina da Igreja é santa, correta, verdadeira. Basta estuda-la com sinceridade, buscando as luzes do Espírito Santo.

Bata pensar um pouco. Todos os grupos pequenos geralmente são perseguidos, e somente quando se tornam maiores e possuem poder político é que podem de algum modo “perseguir”, segundo as circunstâncias históricas.

Os adventistas do sétimo dia nunca alcançaram o nível de religião oficial. Não pode ser dito que não pudessem perseguir se chegassem a esse patamar. Os anabatistas, que foram sempre grupos menores e radicais na reforma, também foram perseguidos. Os batistas herdaram doutrinas anabatistas. Como essas ideias migraram para o adventismo, esse tópico escolhido (o da perseguição) para afirmar que a ICAR perseguiu “cristãos verdadeiros” não é correto.

É dito pelo apologista que o poder romano continuaria ao longo dos séculos, seria religioso e duraria até a volta de Jesus. Seria a Igreja Católica? De fato isso não pode ser.

Então, trata-se do poder do Anticristo que sempre se opôs à Igreja Católica Apostólica Romana. De fato, esse sistema presente na história irá no fim ser o maior opositor da santa Igreja Católica tentando destruí-la.

Os que olham para a Igreja Católica como se fosse o “chifre pequeno” da profecia de Daniel 8, 9, pois esse surge dentre os dez chifres e se torna o protagonista depois, esquece-se que a Igreja Católica é a semente de mostarda que tão pequenina cresce e se torna uma enorme árvore em Mateus 13, 31-32. É óbvio que o reino do mal procura ter semelhanças com o reino do bem, e assim a falsa religião do Chifre Pequeno tentará ter a influência da verdadeira Igreja Católica, a pequena semente de mostarda.

O Reino dos Céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos” (Mateus 13, 31-32).

 

O poder de Roma teria sido continuado pelo papado, como entende o apologista adventista. Mas veja que o Imperador romano, Constantino, logo saiu de Roma e construiu outra Roma no Oriente, a cidade de Constantinopla, onde passou a exercer a maior influência no Cristianismo dessa parte do mundo. Ele nunca pôde influir na doutrina católica.

A questão da corrupção moral generalizada, da corrupção doutrinária generalizada e do senso de perseguição, são coisas malignas, do reino do Anticristo, e nunca da santa Igreja.

O Reino dos Céus aqui não é o Céu onde está Deus, pois esse é eterno, e não tem um início pequeno. Também não se trata do milênio, na perspectiva dispensacionalista.

Esse Reino é a Igreja que Jesus fundou na Terra, começando com 12 apóstolos e alguns discípulos e se tornando aos poucos tão grande de modo que tornou-se um Reino espiritual no mundo convertendo povos e fundando nações cristãs. Essa é a Igreja Católica Apostólica Romana.

O outro reino que é representado pelo Chifre Pequeno é o adversário da santa Igreja. De um deles saiu um pequeno chifre que se desenvolveu consideravelmente para o Sul, para o Oriente e para a joia dos países (Daniel 8, 9)

Assim, a Besta do Apocalipse e a Babilônia não podem ser a Igreja Católica. Entretanto, é um poder que tem o objetivo de assemelhar-se à Igreja em poder e influência sobre as almas.

A Igreja é a semente de mostarda pequenina, é a pedra que rolou em Daniel 2, 44-45, e que chegou a influenciar e encher toda a terra, vencendo os reinos do mundo. Leia o versículo 45.

Pelo contrário, o poder Maligno que persegue a Igreja é o Chifre Pequeno que surge, cresce e tem muito êxito na sua maldade.

A diferenciação da Igreja como sistema e da Igreja como comunidade espiritual não é bíblica. A Igreja visível já é expressão da comunidade espiritual e possui organização religiosa visível que exprime a Igreja espiritual em sua unidade fé, moral e culto. Não se trata de que todas as divisões cristãs expressam essa Igreja. É uma diferença muito sutil, difícil para os protestantes compreenderem.

A tentativa de explicar a realidade da Igreja invisível é plausível até certo ponto. O exemplo dado é que dentro da Babilônia, e suas filhas, podemos lembrar, cada grupo de crente verdadeiro seria uma igreja verdadeira sob um sistema falso. Mas não é assim.

O que de fato há, é que em cada lugar da terra, em cada religião, em cada igreja cristã, há um pequeno grupo que está unido espiritualmente com a única Igreja, sendo membros dessa Igreja espiritual, que na terra tem sua expressão na santa Igreja Católica. De um modo simples, todos os verdadeiros cristãos são membros da Igreja Católica Apostólica Romana em espírito.

A opinião do apologista é que a IASD seria mais próxima das verdades básicas. Mas isso não pode ser. Basta ver que a imortalidade da alma é uma verdade negada pelo adventismo do sétimo dia.

A corrupção moral não é maior e nem pode ser na Igreja Católica em comparação a qualquer outra religião e igreja. Ainda, essa corrupção é oriunda do pecado humano, e não marca da Igreja. Assim, a comparação com Babilônia falha.

A doutrina da Igreja Católica é verdadeira e santa, assim mais uma vez a comparação caiu por terra.

A perseguição não é sinal da Igreja, mas algo que a Igreja sempre sofreu. Desse modo, a Igreja sempre está tentando defender-se de ataques. E os erros do passado, como alusão aos erros medievais, não corrompem a Igreja em sua natureza.

Lembrando, que as doutrinas do sábado e da mortalidade da alma são erros da IASD.

O erro que deve ser corrigido nessa perspectiva a respeito da Babilônia, é que a Igreja é santa em sua natureza, e não um sistema corrompido. Os erros, pecados, corrupção moral, advém dos membros pecadores, e não do sistema fundado por Jesus Cristo.

Para os adventistas que querem aprofundar nesse assunto da verdade cristã católica, leia os artigos do blog que tratam da doutrina adventista do sétimo dia com profundidade.

Gledson Meireles.


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

A Bíblia, a Palavra de Deus nos parágrafos 81, 82 e 105 do Catecismo da Igreja Católica

A Bíblia, a Palavra de Deus

O pastor adventista Thomas fez algumas considerações sobre a Bíblia a partir da leitura de parágrafos do Catecismo.

O que o pastor e entendeu e não entendeu na sua leitura dos parágrafos 81 e 105 do Catecismo?

            Os protestantes rejeitam a ideia de tradição como sendo uma fonte igual à Bíblia. Os protestantes não reconhecem que a Igreja possui autoridade contínua de interpretar a Bíblia. O Espírito Santo capacita o crente, não capacita a Igreja. Isso é magnífico.

            Por sua vez, a Bíblia afirma que o Espírito Santo guia a Igreja. É a Igreja que é coluna e sustentáculo da verdade. Cada fiel é guiado pelo Espírito Santo, mas é a Igreja docente que recebe a promessa de Cristo para não errar na fé.

            O Catecismo afirma que a Igreja não tira apenas da Escritura “A SUA CERTEZA” acerca de tudo o que foi revelado. Preste bem atenção: tudo o que a Igreja ensina está na Bíblia. No entanto, há coisas que estão implícitas na Bíblia. Então, a Tradição auxilia nessa CERTEZA de que a doutrina está correta. Não se trata de afirmar que uma doutrina não esteja na Bíblia, de alguma forma, mas que a autoridade da Bíblia é acompanhada da autoridade da Tradição para a certeza do que foi revelado. Assim, está em harmonia as duas coisas: toda a doutrina cristã católica está na Bíblia e isso é provado pela Bíblia e pela tradição.

            A falibilidade humana: há confusão. Há coisas citadas no vídeo que não são doutrina ao lado de outras que são. Assim, é preciso entender melhor para formular a crítica. O pastor está indo no caminho certo, mas é preciso mais conhecimento. Isso é natural.

            A perspectiva do pastor Thomas quanto à história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em particular, tem certa influência sobre sua convicção a respeito da história da Igreja Católica, e da história do Cristianismo em geral.

            De fato, ele afirma e admite que a IASD não ensinava a doutrina da salvação pela graça nos seus primórdios (1863-1888). Admite também que havia membros adventistas que não criam na trindade de Deus. Com isso, o pastor tem a facilidade em crer que os intérpretes erram e assim mantem a noção de que a Igreja Católica também errou. No entanto, não há nenhum concílio da Igreja que tenha mudado qualquer questão de fé, ou que mostre que a Igreja oficialmente tenha admitido alguma doutrina errônea até ser corrigida por um concílio. Essa comparação não pode ser feita.

            O magistério da Igreja não erra em questões de fé e moral. Em João 14, 26 está escrito: “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, irá ensinar-vos todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito”.

            Nesse capítulo Jesus está falando aos apóstolos. É à Igreja docente que a promessa é feita. São os apóstolos que foram inspirados para ensinar. O Espírito Santo guia a Igreja a toda a verdade. É um erro interpretar isso como sendo restrito a cada crente na mesma proporção que a garantia é feita à Igreja em geral. Uma comparação de João 14, 26 e 1 Timóteo 3, 15 já refuta essa noção.

            Nos concílios, a Igreja não chega à conclusão sem base bíblica. Portanto, a crítica não se ateve a esse ponto fundamental. É claro que a Igreja sempre se opôs às heresias com base nas Escrituras.

              A Igreja como mãe não é 'intercessora' nem tem o sentido de que a mesma tem alguma 'mérito' no processo de salvação. A Igreja é mãe porque gera os filhos de Deus na fé,  batizando, ensinando, exortando, admoestando, corrigindo, acompanhando os filhos de Deus. Assim, é nesse sentido bíblico que São Paulo afirma que gerou filhos na fé. Não há nada além dessa noção bíblica. A salvação é através de JESUS CRISTO, e essa é a doutirna cristã católica.

                    Sobre a inerrância bíblica, a posição a IASD também aceita com certa facilidade os "pequenos erros" da Bíblia porque isso já foi muito debatido a respeito dos erros nos escritos da profetisa Ellen White, que são tidos como inspirados.

                    A questão da lebre ruminar, mas cientificamente isso não ser correto, trata-se de uma observação direta da maneira com que os coelhos comem os alimentos, que "parecem" estar ruminando, e na cultura antiga eram considerados como se fossem ruminantes. Desse modo, não há erro bíblico. E por que não? Porque a Bíblia não foi escrita para tratar diretamente de ciência e não foi intenção do autor sagrado fornecer a expressão exata sobre a consideração científica a respeito da lebre.

                      Essa posição está na afirmação do Catecismo: não há erro alguma em matéria de fé e moral: a verdade que Deus quis que fosse consignada PARA NOSSA SALVAÇÃO. 

                  Então, essa parte sobre a lebre ruminar ou não não é diretamente algo que foi escrito para a nossa salvação. Dos dois modos, nesse ponto específico, não há erro bíblico.

                      Essas são apenas algumas considerações sobre o vídeo que trata dos parágrafos 81, 82 e 105 do Catecismo da Igreja Católica.

            Gledson Meireles.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Comentário da interpretação de 1 Tm 3, 15, feita pelo pastor adventistaThomas Lopes

Em primeiro lugar, o pastor não entende 1 Timóteo 3, 15. Uma vez que se entende essa passagem, é praticamente impossível não aceitar a verdade cristã católica.

Vamos aos pontos:

A explicação protestante é que a Igreja é a coluna e baluarte da verdade porque a Igreja é que proclama e sustenta a verdade. A verdade é a Palavra de Deus, a Bíblia. Então, a Igreja é coluna e baluarte da verdade quando ensina corretamente a Bíblia.

Esse "quando" é problemático, visto que está dependendo da fidelidade da Igreja, que é sempre passível de errar. Porém, se a Igreja não é infalível, ela sempre pode estar errada, e possivelmente está sempre ensinando algo errado, em todos os tempos, e portanto, por definição, essa coluna e esse baluarte é frágil demais.

Se isso é admissível na teologia protestante, não o é na teologia bíblica. De fato, Jesus afirma que se deve ouvir a Igreja, e isso é por definição a garantia de Jesus que a Igreja está correta em seu ensino. Esse ensino só pode ser em questões de fé e moral.

Na concepção católica, a Bíblia, que é a Palavra de Deus, está afirmando que a Igreja é COLUNA E BALUARTE da verdade. Sendo assim, ela ensina a VERDADE, sendo COLUNA E BALUARTE OU COLUNA E SUSTENTÁCULO, de forma que essa verdade está assentada nesse fundamento que a Palavra de Deus estabelece. Por tanto, esse fundamento não quebra, a verdade que está sobre ele não cai por terra. Ele é então infalível.

Essa infalibilidade foi explica ao longo dos séculos. Basta estudar a teologia católica e aprender sobre isso.

E qual o motivo pelo qual, através do qual, por meio do qual o pastor não compreende esse versículo? O motivo é porque ele pensa que a Igreja infalível seria a aquela que “cria verdades, inventa verdades, que faz novas verdades, que altera a verdade”. E por outro lado, o pastor crê, corretamente, que a Igreja “reafirma aquilo que a Bíblia já tá lá escrito”. Assim, a compreensão da infalibilidade está equivocada, e por isso o mesmo não a aceita.

Quanto ao fato da Igreja ensinar a verdade, isso é justamente o que a Igreja Católica ensina: a Igreja não ensina novas verdades, não pode criar verdades, mas garantir que a verdade ensinada por Jesus Cristo e pelos apóstolos sob a inspiração o Espírito Santo seja sempre mantida na Igreja, infalivelmente.

As interpretações que a Igreja faz, com seus ministros, em grupo, em uma interpretação coletiva, seguindo as regras da sã interpretação, são interpretações que não trazem novas verdades, mas explicita a verdade já anunciada ou contida mesmo que de forma tácita na Bíblia.

O pastor aceita as palavras (coluna e baluarte) e não o sentido correto. A Bíblia está ensinando que a verdade tem uma estrutura que garante a sua permanência: a Igreja. Por outro lado, o pastor crê que a coluna pode ruir. O sustentáculo pode deixar de sustentar. Então, a Bíblia estaria afirmando que a Igreja seria uma coluna desse tipo, o que não é nada bíblico.

A citação de João 8, 31-32 não tem nada diretamente a ver com a infalibilidade da Igreja. Jesus estava falando com os “judeus que nele creram” (v. 31), e diz a eles: "Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos”.

Aqueles que creram devem permanecer na Palavra de Deus ensinada pela Igreja. Temos então a Bíblia e a Igreja.

A explicação do pastor é que o verdadeiro discípulo é o que se mantem fiel ao ensino de Cristo, mas ele pode apostatar. Isso está correto. Nada tem a ver com a infalibilidade da Igreja, mas com a perseverança do fiel.

Quando afirma que virão falsos profetas, mesmo dentro da Igreja, isso também é verdadeiro.

E como reconhecer os falsos profetas? Pelo padrão da Palavra de Deus, ensinada pela Igreja, como está em 1 Tm 3, 15. Entendido isso, não há como não aceitar essa verdade.

Os falsos pregadores serão aqueles que ensinam diferentemente da Igreja, pois suas interpretações a contradizem.

Em João 15, 7-8 fala do mesmo assunto. O pastor menciona o alerta bíblico contra as heresias e afirma que o clero não é infalível, porque deveria permanecer 100% fiel à Palavra de Deus, qe são as Escrituras. E é verdade que cada membro do clero não é infalível. Mas o Magistério, como um conjunto, formado por Cristo, para ensinar, esse é infalível.

O pastor está confundindo o que cada um é diante de Deus, fiel ou não, com o Magistério, que tem a promessa de Cristo e é apresentado como coluna e sustentáculo da verdade.

Cada crente pode estar na fidelidade à Palavra ou não. Pode obedecer ou não. Pode apostatar ou não. A Igreja, como um todo, em sua totalidade, como Igreja docente, essa não pode apostatar, porque a promessa de Jesus não permite essa queda. É o mesmo que dizer que se trata do remanescente fiel na Igreja em todos os tempos. E essa fidelidade é referente a toda a verdade (cf. João 14, 26).

O magistério prescinde dos indivíduos e mesmo do grupo magisterial de cada tempo, já que a promessa não é a cada cristão que compõe o magistério pessoalmente, mas à posição que o mesmo ocupa, cada um dos membros, em comunhão com o grupo magisterial.

O motivo da não compreensão é que o pastor na aceita que a coluna e o baluarte assim definidos não podem ser frágeis. Também não compreende que a promessa não é dada a cada indivíduo fiel, mas à Igreja, e os textos que o mesmo forneceu trata dos indivíduos.

É preciso crer que a verdade é garantida por Jesus, e não é algo que qualquer membro da Igreja tenha recebido como dom para não errar na fé e na moral. Esse princípio deve ser entendido para compreender toda a doutrina.

A passagem e 1 Tm 3, 15 não é sobre indivíduos, nem mesmo sobre uma comunidade local, mas é a descrição dessa qualidade da Igreja Católica, universal, que é ser coluna e sustentáculo da verdade.

Gledson Meireles.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Livro: Teologia e Prática da Igreja Católica Romana, de Gregg Allison, sobre a doutrina da Igreja

A doutrina da igreja: “Creio na santa Igreja Católica” (seção 2, capítulo 3, artigo 9, parágrafos 4-6)

 

O Catecismo ensina que para manter a Igreja na pureza da fé, Cristo quis conferir à Sua Igreja uma participação na sua própria infalibilidade (CIC, 889).

Essa assistência de Cristo à Igreja protege-a dos desvios e desfalecimentos e “garante “a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica” (CIC 890). São os pastores que possuem a infalibidade de fé e de costumes.

Ao ensinamento ordinário os fieis devem “ater-se com religioso obséquio do espírito” o qual é distinto do assentimento da fé. Ao que parece, quando Allison afirma que o assentimento religioso é diferente da obediência da fé, no Catecismo, deve-se entender que o ater-se com religioso obséquio é que é diverso da obediência da fé. Parece que Allison usou termos equivocados.

 

A avaliação evangélica

 

O teólogo protestante afirma que a doutrina da Igreja separa significativamente a teologia católica e a teologia evangélica.

A afirmação protestante de que Jesus não transferiu sua autoridade à Igeja por meio da sucessão apostólica não tem fundamento.

A doutrina protestante tem lugar para o ministério humano na Igreja. Obviamente isso não pode ser negado, senão seria total ruptura com a Bíblia por parte dos protestantes. Assim, Gregg aceita a hierarquia da Igreja, mas com ressalvas. E apresenta os diferentes tipos de governo que existem entre os protestantes, com as igrejas episcopais, mas diferentes da Igreja Católica em seu governo, as presbiterianas e as congregacionais.

Então, Gregg Allison afirma que o colégio apostólico que Jesus instituiu é futuro, no reino que virá. Ele usa as palavras da doutrina católica, e nesse momento afirma que está tomando certa liberdade criativa. Mas ele erra, visto que a Igreja agora é estruturada de acordo com o colégio apostólico instituído por Cristo e desenvolvido durante os séculos, de modo a ter a Igreja Católica um governo perfeito para ensinar a fé e a moral cristã.

O Concílio de Jerusalém não é uma imaginação de modelo, mas o próprio modelo dos concílios católicos.

Os maus papas, que o teólogo menciona, para negar o papado, não podem ser usados como exemplos para isso, já que uma meia dúzia de papas que não agiram corretamente em seu ministério não pode fazer cair a instituição divina. Não chega a vinte o número de papas que não foram bons governantes, e passa de duzentos os que foram bons ministros, muitos dos quais mártires e santos. Portanto, esse exemplo já indica a origem divina do papado. Não houve épocas extensas em que não houve papa. Assim, afirmar que o vigário de Cristo esteve ausente não é exato. É claro que houve períodos difíceis, mas ali sempre se encontrava o verdadeiro papa. O que importante é que o Espírito Santo sempre esteve governando a Igreja, e as promessas de Cristo não falham, ainda que em certo período não exista o papa. E, aliás, as críticas aos axiomas natureza-graça e Cristo-Igreja não refutaram nada.

A explicação de Gregg, baseada em Cavlino, não tem nada essencialmente que possa diversir da doutrina católica e muito menos algo que possa refutá-la. Cristo age na Igreja por meio de Seus ministros.

p. 174. A associação do papa, vigário de Cristo...

Gregg afirma que a teologia evangélica questiona a base bíblica sobre a infalibilidade papal. E a ideia de que as doutrinas proclamadas pelos papas poderia contradizer a suficiência das Escrituras é algo interessante, mas é um artifício que o teólogo protestante utilizou para continuar seu protesto, já que sabe que a doutrina não é contrária à Escritura, e que a Igreja tem suficiente razão para afirmar que os dogmas, como o da assunção corporal de Maria, não contradizem a Escritura. A Escritura é tão suficiente, de modo bem entendido, que ela contem os princípios para a infalibilidade da Igreja e para todas as doutrinas cristãs ensinadas.

 

Leigos católicos

Nesse ponto há muita convergência. Gregg afirma apenas que a teologia evangélica não vê na participação no ofício real de Cristo um exercício de autodomínio (a razão dominando as páixões), mas afirma que essa função requer responsabilidades vocacionais. No entanto, esse entendimento da doutrina católica, do sacerdício real, onde o cristão reina sobre sua natureza, vencendo em si mesmos o reino do pecado, com a graça de Deus, é bíblica. Esse reinado de Cristo atinge a esfera individual na luta contra a concupiscência.

 

Religiosos católicos

Gregg critica a doutrina católica sobre a vida de consagração “mais íntima” a Deus e o seguimento “mais próximo” de Cristo, e continua com base na doutrina de Lutero, especialmente no seu Tratado sobre as Boas Obras, onde as atividade religiosa não poderia ser mais nobre que outras obras humanas, como se todas fossem igualmente agradáveis a Deus e todas contribuiem igualmente à santificação pessoal.

A respeito da divisão entre santo, religioso e cristão comum é criticada por Gregg, que afirma que a santidade deve ser buscada por todos, citando 2 Pedro 1, 3-4. No entanto, a crítica  de Gregg é de que isso seria uma “posição mais favorável diante de Deus” ou que seria uma “posição mais vantajosa para agradá-lo”. Porém, Gregg afirma que a teologia evangélica reconhece o valor do celibato, discordando que se tenha o celibato como requisito para um tipo de serviço na igreja. Diante disso, pode-se afirmar que a Igreja, corpo de Cristo, com sua sabedoria, desde os primeiros séculos, sempre escolheu o melhor para o serviço a Deus, e por isso o celibato para o clero.

Quanto à crítica da recomendação de pobreza, parece que a teologia protestante tem dificuldade para entender isso. Mas, basta lembrar que o jovem rico foi desafiado por Jesus a deixar tudo para segui-Lo, o que o fez voltar atrás, pois era muito rico, e assim perderia muito. E os apóstolos que deixaram tudo para seguir Jesus é outro exemplo de maior proximidade com Jesus e de terem promessa de uma recompensa especial por essa escolha. Tudo isso prova que nas Escrituras Sagradas a pobreza voluntária (não obrigatória, é claro) por amor ao reino dos céus, para seguir a Deus, é uma virtude e auxilia na santidade. A Igreja convida aos que querem servir a Deus no clero a seguirem os conselhos evangélicos de Jesus, que são mais radicais e exigentes, e por isso a teologia protestante não os compreende totalmente.

E a vida dos eremitas, que são inspiradas em Elias e João Batista, é aceita na Igreja Católica, desde a antiguidade, e não é reconhecida pelos protestantes. Não há o que mostrar que seja biblicamente contrário a esse modo de viver para Deus.

Jesus não rogou para tirar todos os cristãos do mundo, mas para guardá-los do Maligno. Mas, certamente aceita com agrado os que buscam um modo de vida radical e de santidade contra as influências do mundo e do Maligno, como foram os padres do deserto e muitos monges.

 

A comunhão dos santos

 

A teologia protestante concorda que a Igreja possui o estado celestial e o terreno, negando o purgatorial. Afirma que o purgatório depende do axioma da interdependência natureza-graça, carece de suporte bíblico e contraria a doutrina da justificação.

A questão da troca de bens espirituais, que não teria respaldo bíblico, é algo bastante simples, pois estando todos em um só corpo, todos são nutridos pela graça que vem de Cristo.

E a respeito da interecessão de Jesus e o do Espírito Santo, essa não nega a intercessão dos santos, vivos e mortos. Quando um cristão intercede por outro, o Espírito Santo o auxilia, e Cristo está diante do Pai para receber as orações, e está Mediando a salvação.

 

Maria como mãe da Igreja

 

O teólogo protestante apresenta objeções contra a assunção de Maria. O céu não seria lugar para os corpos dos falecidos. Ele esquece que Jesus, como Homem, foi ressuscitado, glorificado, e está no céu. Assim, também, Maria.

E depois disso Gregg nega algo gratuitamente, sem poder mostrar qualquer fundamento, pois aceita a maternidade divina de Maria, mas nega que a mesma seja mãe da Igreja.

E quanto ao papel de Maria, esse é de intercessão, como o de todos os santos, mas a hiperdulia se deve ao fato de sua singular majestade ao lado de Cristo, o rei do Universo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Essa intercessão não tem nada que negue o ofício do Único Mediador, Jesus Cristo. 

Gledson Meireles.