domingo, 17 de novembro de 2024

Livro: Glórias de Maria, de Santo Afonso Ligório - Comentário, parte 1

Na dedicação do livro a Jesus e a Maria, santo Afonso afirma que Jesus tem prazer naquele que exalta sua mãe e por isso ele publica o livro. O fundamento de Santo Afonso para a exaltação de Maria é o amor a Jesus. Depois, santo Afonso pede a Jesus o amor por Maria. Ou seja, é uma graça amar a virgem Maria. Parece que os leitores protestantes não compreendem essa verdade.

Porque a virgem Maria é a mãe do Rei dos Reis, ela é honrada na Igreja como Rainha. Isso é difícil de entender? É algo fora da doutrina bíblica? Não. Mas por que não aceitar verdade e honra são sublimes?

Santo Afonso elabora mais sobre o título. Começa com o de Rainha da Misericórdia. Então, afirma que a rainha é aquela que tem compaixão pelo necessitado. Então, ao comparar o ofício de rei e rainha, onde o rei tem como obra a misericórdia e também a punição do culpado, e a rainha somente pode ter compaixão e não pode julgar. Assim, Maria recebeu a metade do reino, para exercer misericórdia.

Com isso não se diz que Jesus não tenha misericórdia, mas é uma forma de explicar o papel de Maria no reino de Deus, onde Cristo tem Sua mãe como a rainha de misericórdia.

Citando Salmo 72, 1, Jesus recebeu o cargo de Juiz universal: “Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei” Com essa ideia, se introduz a misericórdia para que seja exercitada por Maria, a rainha.

Seguindo o modelo de Ester, aplicando-o a Maria, afirma que assim como Ester pediu pela revogação do decreto do rei, assim o faz Maria. O povo judeu estava condenado pelo decreto real. Ester pede misericórdia pelo povo. O rei revoga o decreto. Maria pede a revogação do decreto de condenação dos pecadores.

As palavras de Mardoqueu são usadas para Maria, pois ela está na casa de Deus e não tem os benefícios somente para ela. Se Ester pode salvar o povo judeu, como pode Deus recusar as orações de Maria? Essa é um forma que santo Afonso utilizou, segundo o texto bíblico, e o entendimento dos padres da Igreja, para realçar a intercessão de Maria.

Todas as palavras que exaltam a misericórdia exercida pela virgem Maria são escritas nesse contexto, que é bastante interessante, de muita inspiração bíblica e de devoção para com a Mãe do Senhor.

Há uma obrigação mútua, querida por Deus. Maria é infinitamente grata por sua eleição para ser a mãe de Jesus. E Jesus tem grande obrigação por ter ela Lhe dado a humanidade. Ele atende todos os seus pedidos. São formas graciosas de falar da intercessão. Por que os protestantes não aceitam tão simples doutrina?

Um caso interessante é contado no livro. Uma mulher pecadora morre. Ela aparece a santa Catarina afirmando que rogou à virgem Maria na hora da morte e foi salva. Então, quando saiu do purgatório ela afirma que vai para o céu louvar a Deus e interceder pela irmã Catarina que tinha encomendado missas pela alma dela.

E importante notar que nessa história a mulher diz que vai para o céu louvar a Deus. Não diz nada sobre a virgem Maria, o que no contexto mostra que a graça obtida por Maria é para a glória de Deus. Assim, em um livro que exalta Maria ao máximo, tem a glória de Deus acima de tudo.


Gledson Meireles.

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