Refutação:
Capítulo10
Celebração do Mistério Cristão, Segunda
Parte, seção 2, capítulo 3, artigos 6-7
É sabido que uma das principais divergências entre a teologia
católica e a teologia protestante é referente ao sacramento da ordem.
Gregg afirma que o primeiro lugar a ser avaliado tem a ver
com o que chama de interdependência natureza-graça. Assim, homens consagrados
pela ordem, que são os homens ordenados ao sacerdócio ministerial, possuem a
capacidade de mediar a graça.
Mas isso é a plena doutrina bíblica. Há alguma palavra de
Gregg que possa refutar isso? Não.
De fato, essa doutrina é a do Novo Testamento, não havendo
possibilidade de contradizê-la. Quando um ministro do evangelho prega a Palavra
de Deus e o pecador se converte, é o Espírito Santo que, por meio da pregação
ordinária da Igreja, está conferindo a graça da conversão mudando o coração
daquele pecador e abrindo-o para que possa crer e receber a salvação.
Nesse exemplo o homem ordenado, o padre, está sendo meio da
graça. É óbvio que se outra pessoa não ordenada pregar o evangelho pode ocorrer
o mesmo, já que se trata de uma obra do Espírito de Deus. Mas aqui o exemplo é
para mostrar que o sacerdote pode mediar a graça. E o faz também em outras
funções do seu ofício, que muitas vezes não é compartilhada com os leigos, mas
são próprias do clero.
Principalmente, é claro, quando cumpre o que diz o Senhor no
evangelho, para que celebrem a eucaristia: Fazei
isto em memória de mim. Essa é uma ordem. De fato, essas palavras instituem
o sacrametno da ordem.
Não são todos os membros da Igreja que devem realizar a
eucaristia e distribui-las aos demais, mas os apóstolos, os seus sucessores, os
homens consagrados a Deus pela ordem.
Depois, o motivo que Gregg apresenta para avaliar o
sacramento da ordem é a interconexão Cristo-Igreja. Que Cristo está presente na Igreja é uma
verdade do evangelho. Dessa forma, se o padre age em Nome de Jesus, é claro que
é o mesmo Jesus que confere a graça. Também, Gregg não pode refutar nada da
doutrina.
Quanto à hierarquia, essa é de origem divina. Talvez possa-se
dizer que é natural a toda a ordem criada. Jesus mandou os apóstolos ensinar e
batizar. Isso é exemplo de hierarquia, pois há os que aprendem e são batizados.
É muito simples e toda igreja aceita essa doutrina na prática. Há realmente
princípio bíblico para a hierarquia na Igreja.
Por isso, os três graus da ordem são hierárquicos. De fato,
esse é o modelo bíblico, ao mostrar a autoridade dos apóstolos, que conferiam a
ordem a outros homens capazes de auxiliá-los. Somente depois, por motivos
circunstanciais, ordenaram os diáconos que cuidavam de assuntos diversos, não
diretamente da responsabilidade dos apóstolos. Entende-se assim que são de fato
três categorias hierárquicas.
Dessa forma, a simples afirmação de Gregg de que é equivocado o sistema católicos no qual o
sacramento da ordem se baseia é gratuita.
Em primeiro lugar, o leitor percebe que o mesmo não conseguiu
apontar motivos contra a doutrina expressa no Catecismo, a não ser lembrar os
dois axiomas que entende ser os pilares da doutrina do sacramento. E os
aludidos axiomas apenas são expressões da doutrina bíblica, não podendo ser
negados quando entendidos corretamente.
Entretanto, como visto antes, tanto a interdependência
natureza e graça quanto a interconexão Cristo e Igreja são doutrinas bíblicas.
O que houve é que Gregg não conseguiu entender certas nuances do Catolicismo e
construiu uma doturina, uma espécie espantalho, que foi o alvo de suas
críticas.
Governo/ofícios
da Igreja
A teologia protestante também admite os três ofícios, que são
o apostolado, o presbiterato e o diaconato. Os apóstolos estão no mesmo
fundamento da Igreja. Isso mostra por si o grau hierárquico do apostolado.
Quanto a dizer que o apostolado não está mais em vigor
atualmente, trata-se de uma verdade. É justamente isso que ensina a Igreja
Católica, e isso está no Catecismo.
Os presbíteros, que os protestantes chamam bispos ou
pastores, devem pregar, orar e pastorear o rebanho. São líderes que agem em
nome de Jesus. Está correto.
Quando o novo testamento apresenta igrejas locais com muitos
presbíteros, isso está testificando do grau hierárquico do presbiterato, que é
o que na Igreja Católica comumente se chama padre. Os padres, em maior número,
estão sob a liderança dos bispos, que são aqueles presbíteros maiores, para
usar o sentido do termo, designados pelos apóstolos, para pastorear a todos,
organizando assim a Igreja.
O diaconato é o grau de serviço ou ministério. Também foi
instituído pelos apóstolos. Está correto, conforme reconhece a teologia
protestante.
É preciso apenas saber que o apostolado dos apóstolos
escolhidos por Cristo terminou, mas não o poder hierárquico que os mesmo
desempenharam. Assim é que os apóstolos apontavam homens capacitados para
fazerem o que eles faziam na Igreja. Isso é o sacramento da ordem, e também
exemplo da sucessão apostólica.
Quando se diz que Essa
estrutura de presbíteros e diáconos persistiu em algumas igrejas, isso não é exato. Talvez sirva para isso a carta
146 de São Jerônimo, mas parece ser ambígua.
Pelo entendimento geral os apóstolos organizavam a igreja
segundo um modelo único em todos os lugares. Portanto, todos possuíam um
presbítero-chefe, chamado bispo, que pastoreava o rebanho, incluindo
autoridade, quando assim exigisse, de disciplinar membros do grupo dos
presbíteros, outra ordem. Isso significa que bispos estavam acima dos
presbíteros, segundo modelo deixado pelos apóstolos.
O modelo citado do congregacionalismo não é o modelo
apostólico. Basta ver a hierarquia das igrejas que estavam sob a liderança dos
apóstolos e notar que o poder não é da congregação, mas dos líderes. Por isso,
outras igrejas protestantes, que também leem a Bíblia e procuram segui-la
textualmente, seguindo o princípio Sola
Scriptura, interpretam esse caso da organização da igreja entendendo que a
autoridade dos bispos era maior.
Assim, discordam a doutrina católica, mas não podem negar que
a Igreja Católica fundamenta sua doutrina na Sagrada Escritura para a
organização hierárquica da Igreja.
O exemplo de São Tiago, bispo de Jerusalém, no concílio, não
mostra que o mesmo o conduziu, pois naquele momeneto a revelação que pôs fim à
discussão foi dada a São Pedro, que falou celando a discussão.
Quando Santo Inácio cita a tripla hierarquia, não está
inovando, mas testemunhando do que já havia naqueles tempos. Talvez seu
testemunho, mais antigo, sirva para esclarecer a opinião de São Jerônimo.
São Jerônimo refutou a ideia de que os diáconos são
hierarquicamente superiores aos presbíteros e aos bispos. De fato, parece uma
ambiguidade, pois ele afirma que bispos e presbíteros são iguais, mas ele
questiona retoricamente que função, “exceto a ordem”, diferencia bispo de
presbítero. Então, há uma diferença.
Assim, também, quando diz que os bispos e presbíteros são
iguais, ele afirma que dentre eles escolhe-se um para presidir sobre os demais
para prevenir o cisma e de que alguém dividisse a Igreja.
Na epístola ao papa Damasus, São Jerônimo, tratando de
divisões no Oriente, afirma que é dever consultar a sé de Pedro, cuja fé foi louvada
pelo apóstolo São Paulo. Ele procurou alimento espiritual e um tesouro em Roma.
Afirma que “vós somente mantem seu patrimônio intacto”. Ele
menciona a heresia no Oriente, enquanto o Ocidente está firme. Isso no contexto
em que fala da fé de Roma, solo fértil do evangelho.
Depois disso, diz: Minhas palavras são ditas ao sucesso do
pescador, ou seja, ao papa, bispo de Roma, sucessor de São Pedro. Depois disso,
ele afirma que não segue outro líder a não ser Cristo. E, ao mesmo tempo, como
bom católico, por esse motivo, do seguimento de Cristo, ele se dirige à cátedra
de Pedro. A pedra onde a Igreja está construída, escreve São Jerônimo.
Então, bispo e presbítero teriam entre si somente a diferença
da ordem. E na função prática, os bispos escolhiam um dos bispos para presidir
sobre os demais. No fim da carta ele afirma que bispos, presbíteros e diáconos
ocupam a posição de Arão e seus filhos e os levitas no templo.
Doutrinalmente tempos que bispos e presbíteros são duas
classes distintas, mas ambos são sacerdotes. Talvez aí está a igualdade
afirmada por São Jerônimo. Os diáconos são servidores. Em geral concorda com o
que apresenta São Jerônimo, onde presbíteros são sacerdotes, e dentre eles
escolhe um para bispo.
Também, outros protestantes, solascripturistas, forjaram o modelo do presbiterianismo, mostando
que há autoridade dos presbíteros sobre os demais cristãos na igreja. Ess é
apenas um exemplo que toca a verdade católica sobre a autoridade do
presbítero-bispo. Há de fato evidências de estrutura da igreja acima da igreja
local. No entanto, no concílio de Jerusalém é mostrado o modelo católico.
Apóstolos e bispos no topo da hierarquia. São Pedro como aquele que recebeu a
revelação que auxiliou no entendimento para dirimir a questão da circuncisão.
Quando os protestantes afirmam que não há sucessão
apostólica, estão apenas aderindo ao equívoco de que se os apóstolos são em
certo ponto insubstituíveis, então não houve ninguém que os sucedeu. Contra tal
erro a Escritura mostra os mesmos apóstolos ordenando homens que os sucederam.
Assim o fez o apóstolo São Paulo, ordenado a São Timóteo.
Quanto ao poder do papa, isso se deve mais à organização e
para manter a unidade, o que tem se mostrando muito mais eficaz que o
congregacionalismo, e o presbiterianismo, e mesmo o episcopalismo protestante.
A eficácia da hierarquia católica evidência sua origem divina. É a estrutura da
igreja fundada por Jesus Cristo. Assim como os apóstolos eram autoridades
máximas em suas igrejas, assim foram os bispos, como São Timóteo. Esse modelo
episcopal é instituído por Jesus.
Toda essa discussão mostra o seguinte ponto: a doutrina
católica é eminentemente bíblica. Primeiro, por sua evidente origem na
organização da igreja antiga. Segundo, por seus sinais compartilhados pelas
interpretações protestantes, que são baseadas no texto bíblico, segundo o
parecer de cada grupo protestante. Uns escolheram a organização com base na
autoridade da congregação. Outros na autoridade dos bispos e outros dos
presbíteros. São faces da doutrina católica, que é mais completa e equilibrada.
Sacerdócio
levítico da antiga aliança
A Bíblia mostra a descontinuidade entre a antiga e a nova
aliança. Assim o faz a teologia católica. Parece que Gregg não entendeu esse
ponto.
O sacerdócio levítio não é o precursor bíblico do sacerdócio
católico. É um tipo, digamos, uma
figura. Assim também, como já citado, o sacerdócio de Melquisedeque é um tipo
do sacerdócio de Cristo. Desse modo, Cristo é o único sacerdote, e nEle estão
os sacerdotes da nova aliança.
O sacerdócio católico não toma como modelo o sacerdócio
levítico que falhou. Essa constatação não é a que ensina o Catecismo.
Quando os protestantes negam que o sacerdócio da nova aliança
representa o povo diante de Cristo pela oferta de sacrifício, está apenas esquecendo
que a eucaristia é o próprio sacrifício de Jesus, que é celebrada em memória
dEle, e é feita pelos ministros do novo testamento. Assim, o sacerdócio da nova
aliança representa Cristo perante e Igreja, proclamando o evangelho e pelo
chamado às pessoas para que sejam fieis à aliança, e pela celebração da
eucaristia e dos demais sacramentos. Esse ponto foi perdido na avaliação de
Gregg.
A própria doutrina geral do Novo Testamento mostra que a
eucaristia é o sacrifício de Jesus. Não se trata de pão e vinho como sacrifício
a Deus, mas o próprio Jesus espiritualmente presente, na memória de Sua morte,
que é lembrado e representificado, como sacrifício a Deus. Não há como refutar
essa verdade, como foi visto na avaliação de Gregg. O mesmo apresentou certas
limitações no entendimento da doutrina, e criticou sua própria equivocada
opinião. A crítica de que o povo oferece os sacrifícios perante o altar e o
padre os recebe e oferece a Deus, em primeiro lugar deve-se entender que o
padre, como cristão, também está na mesma posição do povo. No entanto, como
ministro, ele age como ministro de Cristo. Assim, é Cristo o sacerdote que
abençoa a todos.
Ainda, se todos oferecem os sacrifícios necessários diante do
altar, todos estão exercendo o sacerdócio comum dos fieis em Cristo. Desse
modo, é mostrada a verdade católica sobre o sacrametno da ordem.
Dois
aspectos do sacerdócio
É muito claro que o sacerdócio batismal ou comum é o mesmo
que a teologia protestante ensina sobre o sacerdócio de todos os crentes. No
entanto, todos os cristãos podem interceder uns pelos outros. No entanto, não é
ensino do Novo Testamento que os cristãos em geral devem ouvir confissão de
pecados e assegurar aos arrependidos o perdão divino. Esse ponto doutrinal é do
ministério ordenado. São os bispos e os presbíteros os responsáveis por essa
prática.
A missão, o ensino e admoestação uns aos outros também devem
estar em unidade com a hierarquia na mesma fé.
Não se pode negar a diferença entre clérigos e leigos. O
oficío de cada um é diverso. É óbvio que o ofício do ministro ordenado é
diferente do ofício do leigo. É basicamente a prova do ministério ordenado. Por
isso, trata-se de palavras vazias uma tentativa de equiparar clero e leigo.
Gregg critica a diferença de natureza entre clero e leigo. Afirma
a distinção de ofício, de responsabilidade. Mas é justamente isso o que ensina
o catecismo, apenas observando que essa diferença é de caráter e é indelével,
pois não há no Novo Testamento qualquer idiea de que um homem ordenado tenha
perdido seu ofício recebido pela ordem.
Eficácia
ministerial
Em nenhum momento o Catecismo ensina que a eficácia no
ensino, liderança e administração dos sacramentos depende da santidade pessoal.
O poder divino é o responsável pela conversão dos pecadores. Em outras palavras,
é a mesma noção de que a santidade do ministro não é base para a graça dos
sacramentos. O teólogo protestante não percebe isso em sua avaliação.
Quando diz que a validade das ordenanças, que são os
sacramentos, depende de que essas sejam
palavras do evangelho postas em prática, é o mesmo que dizer que isso
constitui a forma do sacramento. As palavras ordenadas por Cristo. São elas que
dão poder ao sacramento.
Então, Gregg Allison, a essa altura, lembra que a teologia
evangélica difere da teologia católica no que diz respeito aos sacramentos, na
doutrina ex opere operato, afirmando
que os sacramentos são válidos se ministrados por um padre. De fato, não é bem
assim. O batismo é sacramento, o principal deles, o primeiro e porta de entrada
na fé, e pode ser ministrado por qualquer pessoa que tenha intenção cristã e
pronuncie as palavras de Jesus Cristo no evangelho para aquele sacramento e
faça o que Cristo ordenou.
Depois desse ponto, afirma que a teologia protestante
concorda que a santidade ou pecaminosidade do pastor não pode impedir a eficácia
do sacramento, ao mesmo tempo em que discorda da doutrina ex opere operato. Pelo que parece, é uma discordância em relação às
próprias palavras da doutrina católica, pois o autor está sendo obrigado a cada
passo a concordar como Catecismo, até mesmo quando pensa discordar.
Se os sacramentos são eficazes pelo evangelho que
representam, isso é o mesmo que dizer que são eficazes por sua própria
natureza, por serem atos de Cristo, por serem ordenados por Cristo, que recebem
dEle mesmo a sustentação e poder. A Palavra de Deus comunica sustentação e poder
nos sacramentos. Isso é dizer que não dependem do ministro, pois são ex opere operato. Eles são eficazes
porque são feitos conforme a Palavra de Deus.
Celebração
e recipientes do sacramento
O bispo é o conferente dos sacramentos. Percebe-se isso na
prática do Novo Testamento. Há variedade da teologia protestante que não exige
esse ponto doutrinal, por não aceitarem o episcopalismo. Trata-se de um
equívoco.
Quanto à negação da sucessão apostólica, isso é um erro. De
fato, é natural que os apóstolos conferissem a outros as responsabilidades que
haviam recebido de Cristo. Não se trata de instituir outros apóstolos, mas de
instalar autoridades competentes que cumprirão os deveres que os apóstolos
inciaram por ordem de Jesus.
A respeito do celibato, que é de origem divina, sua obrigação
é estabelecida pela igreja, que escolhe, conforme autoridade de Jesus, o melhor
para o clero. A teologia protestante, não submissa à autoridade católica, rejeita tal decisão mas não pode
refutá-la. Afirma que está seguindo instruições da Escritura, mas a própria
Escritura ensina que o celibato é de maior dignidade e que a Igreja é
sustentáculo da verdade. A Igreja tem autoridade para julgar o que é melhor e
apropriado, e o celibato tem sido ao longo dos séculos o costume cristão. O
clero não celibatário não apresenta vantagem. De fato, São Paulo inspirado pelo
Espírito Santo desejou que os homens seguissem seu exemplo de homem
celibatário. Então, a suficiência da Escritura garante a plausibilidade dessa
interpretação e prática.
Gregg admite que a Igreja Católcia possui bom argumento para
o celibato. Afirma que a teologia evangélica discorda do entusiasmo da teologia católica ao acolher essa instrução apostólica. Mas, menciona
o ensino apostólico de 1 Tm 3, 2 e Tt, 1,6 sobre o casamento dos clérigos. É
óbvio que o celibato é superior, como seguido por São Paulo. Não sendo norma
ainda, claramente o clérigo casado devia seguir aquelas exigências.
A indagação sobre o a realidade do dom do celibato em todos
os que se colocam a serviço no clero ordenado é válida, mas não se torna
argumento. A infidelidade de alguns não pode ser usada contra a exigência de
que bispos e padres sejam celibatários.
Esse tipo de desvio há em pessoas casadas, por exemplo, que
encontram dificuldade na fidelidade do matrimônio, o que não pode ser usasdo
contra a própria instituição monogâmica, assim como as infidelidades de
clérigos não podem ser usadas contra a instituição do celibato.
Se alguns não possuem o autocontrole que o celibato exige,
isso foi um equívoco individual, certamente, assim como aquele que não possuem
autocontrole para serem monogâmicos no seu casamento.
Certamente não teriam o controle adequado permanecendo
solteiros. Portanto, as melhores objeções relativas ao celibato não podem
refutá-lo em nada, por tratar-se de doutrina bíblica clara.
São Pedro era casado (cf. 1 Cor 9, 5 é citado), mas
certamente ficara viúvo ou deixou tudo para seguir o Senhor Jesus. Isso era um
costume dos tempos antigos. O próprio evangelho indica que São Pedro não tinha
esposa quando exercia seu ministério apostólico seguindo Jesus e após a
instituição da Igreja.
O celibato não é devido à continuidade do sacerdócio
levítico, como já explicado. Trata-se de um costume cristão, como está em 1 Cor
7, 7-9.
A objeção de que a Igreja tem o objetio de representar e
retratar Cristo para a Igreja é negligenciada quando se tem em contra a imagem
bíblica do casamento entre Cristo e a Igreja, é o mesmo que dizer que Cristo
teria negligenciado essa figura ao menter-se celibatário, ao ensinar que há
celibatários pelo reino dos céus, e inspirar apóstolos celibatários. Trata-se
de uma objeção bastante falha.
Por sua vez, a teologia protestante tenta oferecer aos
membros da igreja imagens da relação entre Cristo e a Igreja por meio do
casamento dos pastores, por exemplo, permitindo e até mesmo incentivado o
casamento. A Igreja Católica sempre adotou o modelo bíblico superior, com visto
na passagem de São Paulo, bastando para isso ler o capítulo interior de 1
Coríntios 7, onde o celibato é favorecido na doutrina cristã. Mais uma vez a
teologia católica mostrasse superior em sua doutrina.
Quanto a oferecer a imagem bíblica da relação entre Cristo e
a Igreja é vista na vida de milhares de casais cristãos católicos, e mesmo de
diáconos, que entendem essa doutrina espirtual bíblica, conforme expressa de
modo especial em Efésios.
Desse modo, o sacramento da ordem conforme ensinado na
teologia católica é sumamente bíblico. A teologia protestante mantem muito do
que a teologia católica ensina, afastando-se em alguns pontos, mostando nisso
certos equívocos. Nada do que apresentou Gregg pode refutar um só ponto da
doutrina, e expôs as falhas da teologia protestante, em suas outras variedades.
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