Em verde parte 2.
Em azul parte 3.
Em vermelho parte 4.
Em vermelho parte 4.
Em roxo parte 5.
Em laranja escuro parte 6.
Em preto parte 7 (o que pensava Lutero sobre a intercessão dos santos?)
É sempre proveitoso estudar a Palavra de Deus, e usando o tema da comemoração dos quinhentos anos da Reforma Protestante, algumas reflexões serão postadas, durante o mês de outubro, de forma aleatória, ora tratando mais de aspectos históricos, ora de problemas doutrinais, etc., comentários envolvendo essa complexa história que surgiu dentro da Igreja Católica Apostólica Romana e que acabou por dar origem a inúmeras denominações que protestaram em menor ou maior grau contra o catolicismo.
Em laranja escuro parte 6.
Em preto parte 7 (o que pensava Lutero sobre a intercessão dos santos?)
É sempre proveitoso estudar a Palavra de Deus, e usando o tema da comemoração dos quinhentos anos da Reforma Protestante, algumas reflexões serão postadas, durante o mês de outubro, de forma aleatória, ora tratando mais de aspectos históricos, ora de problemas doutrinais, etc., comentários envolvendo essa complexa história que surgiu dentro da Igreja Católica Apostólica Romana e que acabou por dar origem a inúmeras denominações que protestaram em menor ou maior grau contra o catolicismo.
O começo da reflexão tem a ver com a doutrina.
O Protestantismo iniciou ensinando a realidade do pecado original, assim como a Igreja Católica sempre ensinou. Reafirmou que o homem nasce com a culpa adâmica, que é verdadeiro pecado.
Diante disso, a única forma de estar livre do pecado original, que traz a morte eterna, é nascer de novo pelo batismo e pelo Espírito Santo.
Portanto, para quem não sabe, os primeiros protestantes, aqueles que expressaram sua fé na Confissão de Fé de Augsburgo em 1530 (cf. Art. II; IX), que é um documento que revela o consenso geral dos protestantes luteranos até então, acreditavam no pecado original, no sacramento do batismo, e na regeneração batismal, incluindo o batismo de crianças, pois é pelo batismo que a graça de Deus é oferecida aos batizados. Nesses pontos estavam em comunhão com os cristãos católicos.
Quanta coisa mudou em relação à fé da maioria dos protestantes!
Lutero nasceu em Eisleben, e viveu em Masfeld e, aos 14 anos, foi para Magdeburgo, e logo depois para Eisenach. A universidade foi cursada em Erfurt. Lecionou em Wittemberg. Seus pais eram severos e ele recebeu educação rigorosa. Gostava da vida da Igreja, apreciava a liturgia, aprendeu canto eclesiástico. Viveu em época de superstição geral, e sua família não era exceção. Acompanhavam-no tristezas, angústias, desespero. Era de temperamento nervoso, e a vida no mosteiro não trouxe paz a seu espírito atribulado. “Leu também, com todo o zelo, a Sagrada Escritura e os escritos de são Bernardo de Claraval e de são Boaventura.”
Lutero nasceu em Eisleben, e viveu em Masfeld e, aos 14 anos, foi para Magdeburgo, e logo depois para Eisenach. A universidade foi cursada em Erfurt. Lecionou em Wittemberg. Seus pais eram severos e ele recebeu educação rigorosa. Gostava da vida da Igreja, apreciava a liturgia, aprendeu canto eclesiástico. Viveu em época de superstição geral, e sua família não era exceção. Acompanhavam-no tristezas, angústias, desespero. Era de temperamento nervoso, e a vida no mosteiro não trouxe paz a seu espírito atribulado. “Leu também, com todo o zelo, a Sagrada Escritura e os escritos de são Bernardo de Claraval e de são Boaventura.”
É pouco
necessário lembrar que Lutero é visto como grande reformador da Igreja, homem
levantado por Deus, o homem para o seu tempo, o profeta de Deus, que devia
aparecer para opor-se à Igreja Católica.
Muitos pensam,
porém, que foi somente através de sermões e preleções que traziam a nova
doutrina do Protestantismo que a reforma foi disseminada. Nada disso. Também
foi usada a força, pois quando a Igreja Católica começou a defender-se das
investidas dos revoltados reformadores, Lutero não esqueceu de que a força
seria necessária para não travar sua obra.
Entenda: havia
uma necessidade enorme de reforma da Igreja, e Lutero foi aquele que iniciou um
processo de reforma jamais visto, quando em 31 de outubro de 1517 afixou suas
95 teses na porta da Igreja do Palácio de Wittemberg. A Igreja até então não
muito afeita às tentativas de reforma de muitos, logo percebeu que aquele
movimento iniciado pelo monge da Alemanha tinha um caráter diverso.
Iniciou-se
assim a reforma da Igreja Católica, que expressou-se na contra-reforma que estava sendo efetivada sob o
viés dos protestantes. A Igreja então passou a defender-se dos ataques dos
reformadores. Martinho Lutero aliou-se aos príncipes alemães com toda fúria, e
pediu se possível até o sangue dos católicos.
Lutero viu em
Romanos 1,17 o ponto fundamental da sua doutrina.
Os escândalos
e as indulgências pregadas erradamente por muitos influenciam-no negativamente,
e com toda a razão.
Adiciona-se a
isso a ambição de príncipes e nobres que viam que através das questões
teológicas podiam tomar posse dos bens da Igreja, desejo que há tanto tempo
nutriam.
Avro Manhattan
afirma que a ambição foi o motivo que tornou possível a Reforma Protestante.
Lutero também ensinou a presença de Jesus no pão e no vinho, e não somente uma presença simbólica como os protestantes, em sua maioria, acreditam hoje.
Da doutrina da justificação pela fé, ensinou que somente a fé justifica, sem consideração pelas obras, mas essa fé que justifica não é sozinha, mas é acompanhada pelas obras. De fato, a fé que justifica vem sempre com as obras, não as obras da Lei, mas as obras da fé. Essa foi a forma de harmonizar o que lia na epístola de São Tiago, como também as afirmações de São Paulo que mostram o valor das obras na justificação.
Lutero também ensinou a presença de Jesus no pão e no vinho, e não somente uma presença simbólica como os protestantes, em sua maioria, acreditam hoje.
Da doutrina da justificação pela fé, ensinou que somente a fé justifica, sem consideração pelas obras, mas essa fé que justifica não é sozinha, mas é acompanhada pelas obras. De fato, a fé que justifica vem sempre com as obras, não as obras da Lei, mas as obras da fé. Essa foi a forma de harmonizar o que lia na epístola de São Tiago, como também as afirmações de São Paulo que mostram o valor das obras na justificação.
Lutero
negou o livre arbítrio. No entanto, na Confissão de Augsburgo e em A Defesa da
Confissão de Augsburgo está declarado que há liberdade na vontade humana.
Ainda, admite-se que a concupiscência faz o homem obedecer mais frequentemente às
más disposições. A doutrina de Lutero não foi desenvolvida até às conclusões de
João Calvino.
Porém,
afirma-se, como ensinava Lutero, que o homem peca mesmo quando obedece a um mandamento
da Lei sem a graça de Deus. O livre arbítrio não pode agir conforme as
realidades espirituais.
O que
o artigo tenta refutar é a doutrina de cunho pelagiano, a afirmação de que é
possível obedecer à Lei de Deus sem o auxílio da graça. É esse é o ponto que
devemos considerar.
Essa
doutrina pelagiana foi condenada, também, e mais uma vez, no Concílio de Trento.
É preciso entender as diferenças e os pontos de contato entre a doutrina luterana do livre
arbítrio e a doutrina católica, para entender também a doutrina da
justificação.
A maioria dos protestantes
não mais conhece o protestantismo original. De fato, a Reforma nasceu na Igreja
Católica, e acabou em separação, formando igrejas provenientes do Catolicismo,
mas desligadas dele. O trabalho teológico de Lutero no resgate daquilo que pensava
ser o verdadeiro evangelho é desconhecido pelos protestantes, em especial
aqueles membros de denominações recentes. Por isso, é importante conhecer o que
os luteranos creem, de forma geral, e ver o quanto os protestantes divergem do
primeiro e pai da Reforma Protestante. De fato, muitos foram adotando doutrinas
de outros reformadores, e não de Lutero.
O início do movimento de Reforma
em moldes diversos daqueles tentados anteriormente foi dado pelo padre Martinho
Lutero, que era da Ordem dos Agostinianos. Ele bradou contra a pregação das
indulgências feita pelo monge Tetzel na Alemanha. Na verdade, havia abusos na
pregação e prática das indulgências pelo ministério de Tetzel.
Assim, em 31 de outubro de 1517 as 95 teses contra as indulgências
abriram um espaço de conturbadas discussões, e começou o movimento protestante.
Aqueles eram católicos desgostosos da realidade que então viviam, provenientes de
todos os setores da igreja e da sociedade, com adeptos entre padres, freiras,
monges, leigos, teólogos, príncipes, e o povo em geral.
Os que aceitaram a reforma
nos moldes lançados por Lutero ficaram mais tarde conhecidos como luteranos. A
Igreja Luterana é formada por muitas igrejas que unem-se em pontos
característicos da doutrina esplanada desde os dias de Lutero, e conta com
aproximadamente 64.000.000 de membros. Essa Igreja tem seu início em 1517.
No Brasil, o luteranismo teve entrada formal
em 1824, e conta com 1 e 1,5 milhão de adeptos da confissão luterana.
Quando dos 300 anos de
aniversário da Reforma, o Luteranismo foi unido pelo rei Friedrich Willhelm
III, da Prússia. John Scheibel, descontente com essa decisão, formou a seita
luterana dos Luteranos Velhos. Foram perseguidos, mas logo encontraram
reconhecimento.
Hitler encontrou no Luteranismo pontos de contato de
anti-semitismo, e tentou apoio luterano na Alemanha da década de 30. Poucos
luteranos resistiram, como Dietrich Bonheoffer, Martin Niemöller e Karl Barth.
(http://www.patheos.com/Library/Lutheran;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luteranismo_no_Brasil;
http://www.patheos.com/Library/Lutheran/Historical-Development/Schisms-Sects)
O Sínodo de Missouri foi fundado por luteranos descontentes com a
união feita pelo rei Friedrich.
Com o surgimento de ruptura
no Protestantismo nascente, o Calvinismo apresentou vários pontos diferentes e
contrários ao Luteranismo. Havia, porém, unidade em outros, como na doutrina da
negação do livre-arbítrio.
Lutero ensinou a salvação
pela fé somente. Ele dividia os mandamentos da mesma forma que a Igreja Católica,
ensinou a confissão dos pecados ao sacerdote, a presença real de Jesus no pão e
no vinho consagrados, enfim, os sacramentos como verdadeiros meios de graça.
Não foi um iconoclasta, e manteve muito da liturgia católica. Ensina que as
criancinhas devem ser batizadas.
Cria que os santos podiam
interceder pelos vivos, mas ensinava que o cristão não deve invocar os santos.
Os luteranos creem que o
livre-arbítrio apenas tem a ver com as coisas materiais, e não com as
espirituais. Ainda, ensinam que a predestinação é a eleição, que significa o
ordenamento dos filhos de Deus à salvação. Não creem na reprovação como parte
da predestinação.
Deus não é autor do mal, não pode fazer o mal nem auxiliá-lo, e
todos os condenados são por causa da sua própria rejeição do evangelho.
Assim, um cristão luterano
é aquele que crê nas doutrinas que são cridas, conservadas e professadas no
Livro de Concórdia. Esse livro contem os documentos que os luteranos usaram
para conservar a doutrina luterana. Dessa forma, o Livro de Concórdia é uma
parte da tradição luterana fundamental, aquilo que distingue um luterano de um
católico, de um presbiteriano, de um batista, de um metodista, de um adventista
e etc.
Os documentos da Igreja
luterana que explicam a sua fé são o “padrão na Igreja Luterana para determinar
o que é fiel ao ensino bíblico”. Para o luteranismo essas expressões de fé são
a “pura exposição da Palavra de Deus.”
Assim, a definição de
luterano é: “Ser um luterano é ser uma pessoa que acredita nas verdades da
Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, assim como elas são corretamente explicadas
e ensinadas no Livro de Concórdia.” Estar de acordo com as confissões luteranas
é adotar os padrões imprescindíveis que um luterano deve ter para professar a
sua fé.
Os documentos luteranos são
reconhecidos pelas igrejas luteranas como os mais exatos meios de explicar a
Palavra de Deus, a melhor forma que revela o Evangelho. (http://bookofconcord.org/whatisalutheran.php)
A justificação pela fé
ensinada por Lutero é a seguinte, conforme a primeira exposição na Confissão de
Augsburgo:
- O homem não pode ser
justificado por Deus, ou seja, ser justo diante de Deus, por sua própria força,
por seus próprios méritos, ou por suas próprias obras.
- A justificação é
gratuita, por causa de Cristo, e é efetuada através da fé, e essa fé é crer que
somos recebidos no favor de Deus, e que os pecados foram perdoados por causa de
Cristo, que morrendo na cruz satisfez por nossos pecados.
- Essa fé é imputada por
justiça à vista de Deus.
A Refutação da Confissão de
Augsburgo respondeu mostrando o valor das boas obras. Afirma: “For it is
entirely contrary to holy Scripture to deny that our works are meritorious”. E
ainda mais, afirma: “Nevertheless, all Catholics confess that our works of
themselves have no merit, but that God's grace makes them worthy of eternal
life.”
Contudo, essa resposta não
satisfez, e foi escrita a Apologia da Confissão de Augsburgo, que é a defesa
dessa confissão, e que expôs de forma extensa a doutrina da justificação.
Por isso, os protestantes
respondem que os católicos os condenaram por ensinar que o perdão não é por
méritos, mas por causa de Cristo e através da fé.
(For they condemn us both
for denying that men obtain remission of sins because of their own merits, and
for affirming that, through faith, men obtain remission of sins, and through
faith in Christ are justified.)
No documento, ao tratar da
Lei e das promessas, a Lei diz respeito aos Dez Mandamentos, e não às leis
cerimoniais e judiciais nesse momento. No tocante à justificação o tema é a
negação das obras da razão como méritos para a remissão de pecados.
As Igrejas Luteranas aderem
à Sola Scriptura, pela qual todas as
doutrinas são fundamentadas, e os escritos antigos são julgados. Também são
tidos como importantes o credo dos apóstolos, o credo niceno e o credo
atanasiano, que sumarizam a fé da igreja primitiva contra as heresias.
Ainda, contra as
controvérsias e divisões que surgiram a partir de 1517, os luteranos apresentam
“como o consenso unânime e a declaração e confissão de nossa fé cristã” a
Confissão de Augsburgo, do ano 1530, contra todas as seitas que surgiram e
contra a própria Igreja Católica.
Juntamente com a Confissão
está a Apologia ou Defesa da Confissão e os artigos de Esmalcalda, compostos
por Lutero em 1537, assinados pelos maiores teólogos luteranos.
Fazem ainda parte da
tradição luterana o Pequeno Catecismo e o Catecismo Maior, escritos por
Martinho Lutero para a instrução dos leigos.
Entrementes, a Bíblia é o
único juiz, regra, e padrão pelo qual os dogmas são discernidos e julgados. Os
demais escritos não são juízes, mas apenas testemunhos e declarações de fé, e
mostram como a igreja expôs a doutrina através da Bíblia em determinado
momento, e quais argumentos foram empregados e como os dogmas errôneos foram
combatidos.
O luteranismo condenou a
doutrina de que o homem pode obedecer à Lei de Deus e conseguir a salvação por
suas próprias forças, como ensinava o pelagianismo, e também condenou a
doutrina que ensina que o homem pode iniciar a prática dos deveres cristãos
para angariar a graça de Deus para, e somente assim, poder chegar ao fim e ser
salvo.
Diante disso, ensina a
doutrina reformada luterana que, na conversão Deus faz do ímpio um regenerado,
que pode agora cooperar com sua vontade na obediência ao Senhor.
A vontade do homem seria
“passiva” completamente na conversão, onde o Espírito Santo cria uma nova
vontade que será usada como “órgão do Espírito Santo”. É negado que pela
própria força o homem possa contribuir para a justificação, para crer e aceitar
o evangelho. Somente após a graça e a atuação do Espírito Santo.
A tradição luterana reconhece que os anjos e os santos podem interceder pelos vivos, mas não admitem a invocação dos anjos e santos. Para isso, usam o argumento da única mediação de Jesus.
Gledson Meireles.
A tradição luterana reconhece que os anjos e os santos podem interceder pelos vivos, mas não admitem a invocação dos anjos e santos. Para isso, usam o argumento da única mediação de Jesus.
Gledson Meireles.