As mulheres na cena da crucifixão e sepultamento de
Jesus
Estudar a
Bíblia, a Palavra de Deus, é maravilhoso. Os ensinamentos são riquíssimos e de
natureza eterna. Um dos temas que mais me ensinou verdades profundas da Palavra
de Deus foi o estudo sobre a virgindade de Maria. Impressionante é que o tema
faz-nos deslocar para outros assuntos que lançam luzes nas verdades que
concernem a Jesus Cristo nosso Redentor e Salvador. Esse é o objetivo de toda a
Revelação.
Lendo a cena da
crucificação, em Mateus 27, 54-57, e depois a do relato do sepultamento e da
ressurreição, em Mateus 27,60-61 e Mateus 28,1-14, procurei identificar as
mulheres que ali estavam junto à cruz e nos momentos seguintes.
O verso 55
afirma que “algumas mulheres, que de
longe olhavam” eram mulheres que tinham vindo da Galileia, seguindo a
Jesus, para servi-Lo. Afirma o evangelho: “tinham
seguido Jesus desde a Galileia”. (v. 55) Não sabemos se todas eram nascidas
ou não na Galileia, ou se todas apenas moravam ali, mas sabemos que a origem do
seguimento de Jesus deu-se nessa região. Foi de lá que elas vieram com Jesus a
Jerusalém.
O verso 56 nos
informa quem eram elas: “Entre elas se
achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de
Zebedeu.” Temos no relato de São Mateus uma identificação de “algumas
mulheres”, não de todas, pois ele continua a narração afirmando: “entre elas”, expressão
que nos prepara para termos um relato parcial de quais pessoas estavam ali
naquela ocasião. E o evangelista menciona três mulheres. A primeira é Maria
Madalena, aquela discípula da região de Magdala. A segunda é a Maria mãe de
dois personagens, certamente de vulto, pois é por eles que ela é identificada
aqui, os quais são Tiago e José. E a terceira é a mãe dos filhos de Zebedeu,
portanto, outros personagens bastante reconhecidos, pelos quais sua mãe era identificada,
e que em outras passagens sabemos tratar-se de Tiago e João.
Após a
crucificação parece ter ficado naquele local apenas duas mulheres, conforme nos
relata São Mateus. Essas duas foram Maria Madalena e a outra Maria, que “ficaram lá, sentadas defronte ao túmulo”
(Mateus 27, 61). Então, depreende-se que as outras mulheres, juntamente com a
mãe dos filhos de Zebedeu, foram embora, e ficaram em outro lugar. Apenas duas
continuaram ali. Isso se fôssemos considerar que o relato exclui a presença de
outras pessoas por não tê-las mencionado. Esse caso ficará mais claro durante o
estudo.
Identificando as pessoas que foram ao túmulo
Sabemos por
Mateus 28, 1 que as duas mesmas mulheres, ao amanhecer, foram ao túmulo. Nessa
ocasião São Mateus as descreve como “Maria
Madalena e a outra Maria”, as duas mesmas mulheres que foram apresentadas
na cena de Mateus 27,56 e 61. Essas duas viram o anjo descer do céu e rolar a
pedra que fechava o túmulo, e logo após tiveram a visão de Jesus. Isso está
escrito em Mateus 28, 9. Elas aproximaram-se de Jesus, prostraram-se diante
dele, e beijaram-Lhe os pés. Depois, continuaram sua caminhada para dar a boa
nova aos discípulos.
Todo o contexto
dessa cena mostra as duas mulheres como discípulas de Jesus. Vejamos que nos
versos 55 e 56 acima citados, está escrito: “Havia ali também algumas mulheres que de longe olhavam; tinham seguido Jesus
desde a Galileia para o servir. Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria,
mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”.
Esse contexto
permite-nos ver com clareza que nessa menção a mãe de Jesus não aparece. Do
contrário, o Evangelista teria dito mais naturalmente que dentre as mulheres
que haviam seguido Jesus estavam Sua mãe, e etc. Mas, diferentemente, após
citar o nome de Jesus no relato, afirma que entre as seguidoras estava uma
Maria Madalena, e a outra Maria mãe de Tiago e de José, e não mãe de Jesus, é
preciso acentuar, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Esse modo de apresentar por si
mostra que a Maria citada em segundo lugar nesse versículo não é Maria mãe de
Jesus.
Então fica
claro, pelo contexto explicado acima, que a acompanhante de Maria Madalena não
era a mãe de Jesus, mas outra Maria. Essa designação seria estranha, pelos cânones
dos Evangelhos, se caso a “outra Maria” fosse a mãe do Senhor. Na cena a figura
de Maria Madalena é sempre citada primeiro, seguida da outra Maria, mãe de dois
personagens importantes citados, e que parece ser uma das mais próximas amigas
de Maria Madalena.
Essas
emocionadas mulheres estiveram de longe, olhando Jesus na cruz, ficaram após a
crucificação, esperaram o sepultamento, voltaram pela manhã para embalsamar o
corpo, e foram, por isso, aquelas que tiveram a notícia da ressurreição e viram
a Jesus ressuscitado. Os apóstolos, e as outras mulheres, portanto os
discípulos (v. 7), se lermos o termo incluindo os apóstolos e os outros
discípulos em geral, estavam certamente à espera de alguma notícia dentro de
Jerusalém.
Alguns detalhes na crucifixão
Na cena da
crucifixão que o Espírito Santo também nos deixou, relatada por São Marcos,
temos em Marcos 15, 40-41: “Achavam-se
ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, que o tinham seguido e o
haviam assistido, quando ele estava na Galileia; e muitas outras que haviam
subido juntamente com ele a Jerusalém.”
Por essa
exposição, temos maiores informações sobre as mulheres que estavam em Jerusalém
no dia da morte de Cristo. Como São Mateus, também São Marcos não cita todas as
mulheres, mas algumas, “umas mulheres”,
como escreve, e que essas ficaram “observando
de longe”. Dessas a primeira citada é Maria Madalena, como fez o
evangelista São Mateus, que pode ter utilizado esse relato de São Marcos, de
alguma forma. A segunda é igualmente a Maria, mãe de Tiago e de José, mas São
Marcos acrescenta que o Tiago aqui citado é chamado o Menor. É por algum motivo
um termo diferencial dado a esse Tiago, e lembrado aqui para maior
identificação dele. Por fim, o nome da terceira mulher é revelado, trata-se de
Salomé, por certo a mesma que é chamada mãe dos filhos de Zebedeu. Uma vez que
ele cita o nome dela, não mencionou os seus filhos. São Mateus usou de forma
inversa, mencionado o nome apenas dos filhos, para que por esses a mãe fosse
conhecida.
É afirmado
também que ainda “muitas outras”
mulheres ali estavam, e que seguiam Jesus, assistiam-No, e que vieram com Ele a
Jerusalém. Essa é substancialmente a mesma informação que tivemos ao estudar o que
nos ensina o Evangelho de Mateus.
Da mesma forma,
sabemos do momento do sepultamento que “Maria
Madalena e Maria, mãe de José, observaram onde o depositavam”. (Marcos 15,
47) Por essa informação, falando de Jesus, temos que as quatro mulheres citadas
eram discípulas de Cristo. O evangelista refere-se a Jesus quatro vezes: “tirou-o da cruz, envolveu-o
no pano e depositou-o num sepulcro” e “observaram onde o depositavam”, mas não relaciona aquela Maria
a Ele em nenhum momento: “Maria Madalena
e Maria, mãe de José, observaram onde o depositavam”. O natural esperado
seria afirmar que: Maria Madalena e Maria, Sua mãe, observaram onde O depositavam,
mas a Maria é constantemente ligada a outros filhos, que até esse momento foram
citados juntos, a saber Tiago e José, ou na forma do evangelho de Marcos:
Tiago, o Menor, e José.
Quando São Marcos
mostra o que ocorreu no dia da ressurreição, afirma: “Passando o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé
compraram aromas para ungir Jesus.” (Marcos 16,1) Com essa passagem
aprendemos que a não menção de um, ou mais, personagem(ns) não exclui a
presença desse(s). De fato, São Mateus restringe-se a citar apenas Maria
Madalena e a outra Maria, e São Marcos estende sua apresentação mostrando que
Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, que com certeza é a mesma chamada por
Mateus de “outra Maria”, e que também tem um filho chamado José, e Salomé
estava juntas quando foram ao sepulcro. Em todo o relato de Mateus não vemos
Salomé, mas o sabemos pela informação de Marcos que ela também estava presente
com as outras duas mulheres.
De fato, são
muitos os pormenores que há, e que são levantados por uma boa exegese. Vou
restringir-me aqui ao fato que estou tentando, da melhor forma, elucidar. No
verso 7 a menção “os discípulos” parece identificar os outros apóstolos, e
talvez mais pessoas, sob a presidência de Pedro, que é citado à parte: “Mas, ide, dizei a seus discípulos e a Pedro
que ele vos precede na Galileia”. (Marcos 16,7) No verso 9 Marcos afirma
que a primeira aparição foi feita a Maria Madalena, não citando a outra Maria,
e nem mesmo a Salomé, ainda que saibamos da presença delas ali naquele momento.
Ressalta-se aqui o papel importante de Maria Madalena no grupo de mulheres, e
na apresentação da Boa Nova da ressurreição de Jesus aos apóstolos.
O número de pessoas que foram ao sepulcro
No Evangelho de São
Lucas, no capítulo 24, verso 55, está escrito que: “As mulheres, que tinham vindo com Jesus da Galileia, acompanharam José.
Elas viram o túmulo e o modo como o corpo de Jesus ali fora depositado. Elas
voltaram e preparam aromas e bálsamos. No dia de sábado, observaram o preceito
do repouso.” Pelo que aprendemos no evangelho de São Marcos, essas mulheres
não estavam com José de Arimateia enquanto ele levava o corpo de Jesus para O
sepultar, mas olhavam a uma certa distância.
De igual modo,
não é possível saber o número total de mulheres, mas apenas que dentre elas
estavam Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé. Ao voltar para casa,
outras certamente puderam auxiliar no preparo dos bálsamos, mas não sabemos a
identidade de todas as que foram de madrugada ao sepulcro, apenas temos, até
aqui, por certo três delas, como visto acima.
São Lucas
fornece ainda mais outros detalhes não encontrados nos outros evangelhos precedentes,
de forma a enriquecer a cena, com importantes detalhes. Assim, em Lucas 24, 9,
afirma-se que elas contaram da ressurreição “aos Onze, e a todos os demais”. Isso certamente está contido no
outro evangelho sob o termo “os discípulos”, contendo os apóstolos e outros
seguidores do nosso Senhor Jesus Cristo.
No verso 10, do mesmo
capítulo 24, temos os nomes de algumas das mulheres: “Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas
amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa”. Incrivelmente, o
conhecimento da cena é ampliado. Temos que, com Maria Madalena, Maria de Tiago
e Salomé, ainda encontravam-se no dia da ressurreição, indo ao sepulcro de
madrugada, também Joana, e outras mulheres, suas amigas. Com São Lucas o relato
fica ainda mais completo, nos informando que muitas mulheres foram ao sepulcro,
e voltaram com a notícia aos apóstolos.
Prosseguindo o
relato sagrado, temos no verso 18, que um homem chamado Cléofas voltava, com
outro discípulo, para Emaús. (cf. Lucas 24,13.18) Certamente, pela ciência de
tudo o que havia ocorrido, até mesmo da notícia da ressurreição, que algumas
mulheres “dentre nós” haviam passado, esse mesmo Cléofas pode ser o esposo de
Maria, mãe de Tiago e de José, mas que não crendo no testemunho das mulheres,
ia para o povoado de Emaús. Não sabemos se lá moravam, ou se eram de lá
provenientes, como de nascimento, mas a Bíblia apenas afirma que Cleófas e o
outro discípulo, “caminhavam para uma
aldeia chamada Emaús”. (Lucas 24,13) Se houve contenda entre Maria e
Cléofas, ela crente e absolutamente certa do que ocorrera, ele triste e
decepcionado com tudo o que vira, e desconfiado da notícia que as mulheres
trouxeram, isso é uma possibilidade. Talvez Cléofas (o mesmo que Clopas) e
Maria tratava-se de um casal de Emaús, que morava nessa região. Mas, os
evangelhos falam que as mulheres serviam a Jesus na Galileia. Não é dito que
todas eram da Galileia, mas que vieram com Jesus de lá. Por isso é certo que
Cléofas, caso esse ser o mesmo do capítulo em apreço, ou outro de mesmo nome, e
sua esposa Maria, ou pelo menos somente Maria, estivesse(m) servindo a Cristo
em Sua missão na Galileia. Porém, ao que parece ambos estavam na Galileia.
A virgem Maria aos pés de Jesus na cruz
No Evangelho de
São João vemos na cena da crucificação: “Junto
à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de
Cléofas, e Maria Madalena. (João 19,25) O detalhe da proximidade da cruz é
importante. O evangelista está descrevendo algo bastante próximo de Jesus na
cruz, de forma que Ele pudesse conversar com os presentes, como o fez com Maria
Sua mãe, nos versos seguintes. Este é um relato das pessoas que ficaram, pelo
menos por um tempo, aos pés da cruz.
As mulheres
relatadas são Maria, citação claramente que indica “sua mãe”, e a irmã de Sua
mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Como não há meio de saber com certeza
se a passagem mostra três ou quatro mulheres, pois não há sinais de pontuação
no original grego, isso deve ser melhor esclarecido pelo contexto encontrado
nos evangelhos.
Uma das leituras
vê a irmã de Maria como a mulher de Cléofas, de nome Maria também. Outra tese
considera que a irmã da mãe de Jesus seria Salomé, a mulher de Zebedeu. O
original grego não traz pontuação, não há vírgula, de forma a tornar essa
verificação impossível por esse ângulo. O que temos de certo é que a mulher de
Cléofas é a mãe de Tiago, o Menor, e de José.
É interessante
que, nessa cena, a mãe de Jesus é citada entre as mulheres. E é citada em primeiro
lugar. Nos outros relatos, Maria Madalena encabeça a lista, quando não havia a
menção de Maria mãe de Jesus.
A Maria de
Cléofas vem em segundo lugar, com exceção, como visto neste estudo, do
evangelho de Lucas, que traz Joana em segundo lugar. A Maria mãe de Tiago é citada
em segundo lugar em João 19,25. Agora em João temos Maria Madalena em último.
Pelo contexto vemos que o intuito foi preparar a cena onde Cristo entrega Maria
a João, e João a Maria como mãe e filho. E, ainda, o lugar de Maria Madalena,
sendo por último citada, mantém certo destaque. Fica evidente, porém, que Maria
Madalena não é citada em primeiro lugar quando a cena traz o nome da virgem
Maria, mãe de Jesus.
O modo dos evangelhos de contar os fatos
Isso podemos ver
no verso 11, onde a aparição a Maria Madalena é mostrada em separado. Como a
cena já foi delineada nos outros evangelhos, aprendemos com isso que o
evangelista João está apenas enfatizando algo quando faz suas citações. Os
personagens principais, envolvidos nos acontecimentos, segundo a vontade de
Jesus, são os mais mencionados. E quando Maria mãe de Jesus está na cena, é sistematicamente
citada em lugar de destaque.
Em João não
encontram-se os pormenores da observação das mulheres no sepultamento de Jesus.
São João afirma do dia da ressurreição: “No
primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã
cedo, quando ainda estava escuro”. (João 20,1) Em preparação para a cena da
aparição de Cristo a ela, não aparecem as outras mulheres, como o fez os demais
evangelistas. Esse é um dado importante no estudo da Bíblia, onde o sentido de
um versículo é completado por outro em outras passagens. Observando a cena nos
vários evangelhos, a inclinação que temos é que em João 19,25 há a menção de
três mulheres, e não quatro. E assim sendo, a Maria mãe de Tiago é irmã de
Maria mãe de Jesus. Não é exigido que fosse filha dos mesmos pais, para não
termos duas irmãs com nomes iguais, mas significa que são da mesma família, do
mesmo clã judaico, de laços próximos, como primas, e por isso tratadas de
irmãs. A preposição grega “e” [kai] encontra-se dividindo apenas três mulheres.
Tiago Maior e Tiago Menor
Os
contemporâneos de Jesus ficam conturbados com Sua ação e disseram: “Não é este o filho do carpinteiro? Não é
Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas ?” (Mateus 13,55)
Em Marcos 6,3
encontramos o mesmo: “Não é ele o
carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão?
Não vivem aqui entre nós também suas irmãs?”
Em São Mateus,
Jesus é o Filho do carpinteiro, e em Marcos é Ele mesmo o carpinteiro. Isso
porque Jesus seguiu a profissão de São José. As versões mostram a fala dos
contemporâneos a partir da Pessoa de Jesus: “não é Ele...”. E pela referência n´Ele falam de Maria, e depois dos
irmãos. Isso quando lemos o texto de Marcos. Em Mateus fala-se de Jesus
identificado como o filho do carpinteiro e de Maria, cujos irmãos são aqueles
mencionados. Em Marcos não é citado São José, como o fez Mateus, mas trata-se
da mesma ocasião. Um relato completa o outro, como aprendemos na Bíblia.
Esses nomes
citados com parentesco em relação a Jesus, os Seus irmãos, possuem uma ordem na
qual aparecem: primeiro Tiago, depois José. Simão e Judas mudam de lugar, sendo
também Judas e Simão.
Lembrando que
uma Maria é conhecida no Novo Testamento como a mãe de Tiago e de José, temos
evidência fortíssima, e clara, de que trata-se do Tiago e do José citados em
Mateus 13,55 e Marcos 6,3. Esses dois são irmãos, como evidenciado pelo
contexto, e provavelmente o são também os dois últimos, Simão e Judas. Doutra
forma, esses são parentes próximos.
Em Mateus 10,2
encontramos Tiago, filho de Zebedeu, irmão de João. No verso 3 é relatado
Tiago, filho de Alfeu e Tadeu. Pela junção de ambos Tiago e João, e Tiago e Tadeu,
parece tratar-se de duas duplas de irmãos. A primeira dupla é composta dos
filhos de Zebedeu, o que está explícito, e a segunda compõe-se dos filhos de
Alfeu, e esse conhecimento é fruto de exegese.
Não é apenas
pela relação inferida do uso da preposição que Tiago de Alfeu e Tadeu são
irmãos. De fato, Simão e André são irmãos, Tiago e João são irmãos, Filipe e
Bartolomeu não sabemos, Tomé e Mateus não sabemos, Simão e Judas Iscariotes
certamente não o são, mas igualmente não sabemos com certeza. A preposição “e” na
dupla final pode estar referindo-se à terminação da lista com Judas: “e Judas Iscariotes, que foi o traidor”.
Os outros que são apresentados pela preposição talvez possuam algum laço comum.
A lista do Evangelho
de Marcos traz um agrupamento diferente, mas Tiago aparece como filho de Alfeu,
seguido de Tadeu e Simão. (Marcos 3,16-19) Simão e André aparecem
separadamente, pois abre-se uma explicação para o nome Pedro, dado a Simão, e o
de Boanerges, dado a Tiago e João. Segue então a lista de forma parecida com a
anterior de Mateus.
Na relação de
São Lucas, há os apóstolos Tiago e João, sem qualquer identificação, e Tiago é
mostrado como filho de Alfeu, seguido por Simão e Judas, traduzido por “irmão
de Tiago”. O original traz “Judas de Tiago”. (Lucas 6,12-15)
Em Atos dos
Apóstolos há uma nova enumeração, mas Tiago filho de Alfeu é seguido por Simão
e Judas. Simão é dito o Zelador, e Judas é o irmão de Tiago. (Atos 1,13-14)
Impressionante
que na lista dos apóstolos, Tiago é citado primeiro, identificado como filho de
Alfeu, ou Tiago de Alfeu, como está no original, depois do qual seguem Judas e
Simão. Simão é apresentado como zelota, por ser membro do partido dos zelotes
ou por ser um judeu zeloso pela Lei. Judas é também chamado Tadeu, e é em Atos
ligado a Tiago: Judas de Tiago. Temos assim, sem as qualificações: Tiago, Simão
e Judas, na lista dos apóstolos.
Segundo o
costume do evangelho de citar dois irmãos, separando-os por uma explicação
ligada a um deles, como feito em Mateus 10,2: “Simão, chamado Pedro, e
depois André, seu irmão”, ao invés de apenas Simão e André. E também com Tiago
e João: “Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão”, é bastante
provável que a especificação: “Tiago, filho de Afleu, e Tadeu” tenha o
mesmo sentido, ou seja, “e Tadeu”, seu irmão. (cf. Mateus 10,3) Assim, temos
Tiago e Judas como irmãos de fato.
Tiago de Alfeu é o "irmão" de Jesus e foi apóstolo
Sendo que Tiago
de Alfeu é um apóstolo, fica claro ainda em outra passagem, em que São Paulo o
disse em Gálatas 1,19: “Dos outros
apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor”. Dessa
explicação, sabemos que Tiago é um apóstolo, pois Paulo fala: “Dos outros
apóstolos” e “a não ser”, ou seja, ele não tinha visto, além de Pedro, a nenhum
outro, somente a Tiago. E esse Tiago é chamado “o irmão do Senhor”.
Temos um conjunto
já formado de informações: Tiago é filho de Alfeu, é um apóstolo, e é um irmão
de Jesus. Por essa indicação percebe-se que Tiago é um personagem muito conhecido
no Novo Testamento. É ele quem encabeça a lista dos irmãos: Tiago, José, Simão,
Judas. É por ele que a lista dos apóstolos identifica o parentesco com Alfeu. E
por isso, conclui-se que a Maria, citada muitas vezes nos evangelhos como mãe
de Tiago, e de José, é a mãe do apóstolo Tiago, filho de Alfeu. É também a ele
que São Judas refere-se quando escreve: “Judas,
servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago”. (Juda 1) Temos assim Tiago, José e
Judas plenamente identificados, com uma harmonia incrível.
Quando ao
apóstolo Simão, a História Eclesiástica de Eusébio de Cesareia mostra que
Hegesipo testemunha que ele é filho de Cléofas e irmão de Tiago, o que faz
completa a lista de Mateus 13,55 e Marcos 6,3. De fato, ele foi o sucessor de
São Tiago no posto de bispo em Jerusalém. O Tiago Maior, que é irmão de João, é
o filho de Zebedeu. O Tiago Menor é o filho de Cléofas, por certo o mesmo
Alfeu, esposo da outra Maria.
Aparições de Cristo
Como já vimos,
os relatos são normalmente feitos segundo os fatos relevantes que aconteceram,
e as pessoas mencionadas são aqueles que mais de perto estiveram ligadas ao
fato específico. Assim, em João 20,1-2 está escrito: “No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de
madrugada, quando ainda estava escuro e, vê que a pedra fora retirada do
sepulcro. Corre, então e vai a Simão Pedro e ao outro discípulo, que Jesus
amava, e lhes diz: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o
colocaram”.
Sem recorrer aos
outros relatos desse acontecimento do dia da ressurreição, teríamos que somente
Maria Madalena foi ao túmulo de manhã, e ao notar que Jesus não estava lá,
voltou a contou o fato a Pedro e a João. Somente essas pessoas são citadas, e a
cena parece clara quanto à presença de somente elas. E percebemos uma ida de
Maria Madalena aos discípulos antes que Jesus aparecesse a ela.
E se a leitura
continuar, o mesmo segue-se, pois a aparição dos anjos e do Senhor é feita a
Maria Madalena, e ninguém mais é citado na cena por São João. (cf. João 2,
11-18)
No verso 19
vemos que ao cair da tarde, no mesmo dia, o domingo, Jesus aparece a todos os
apóstolos, com exceção de Tomé. Esse não estava lá, e por isso não creu na
ressurreição através do testemunho dos outros. (João 20,24-25) Mas, a
misericórdia de Jesus é infinita, e Ele aparece oito dias depois, aos
discípulos, e nesse dia Tomé estava presente. (vv. 26-27)
Após alguns
dias, Cristo apareceu novamente aos discípulos no mar de Tiberíades. Lá estavam
Pedro, Tomé, Natanael, Tiago, João, e mais dois outros, dos quais não são
citados os nomes. Nessa aparição ele conversa com Pedro, fazendo-lhe a promessa
de apascentar Seus cordeiros e ovelhas. (João 21, 1-3.15-18)
No evangelho de
Mateus vemos Maria Madalena acompanhada ao ir ao túmulo pela manhã, e ao ver o
anjo e o Senhor ressuscitado. (Mateus 28, 5.9) Por essa passagem, fica ainda
mais claro o fato de que os evangelistas podem citar parcialmente um
acontecimento, para dar-lhe sua ênfase particular, e que a cena pode ser
construída com o auxílio de outras passagens sobre ela.
São Marcos
afirma a aparição a Maria Madalena, e depois a dois discípulos que iam ao
campo. (Marcos 16, 9.12) Depois, fala da aparição aos Onze. (Marcos 16,13)
Portanto, lendo esse relato nos versos 11 e 12 temos a impressão de que após a
aparição a Maria Madalena a próxima foi àqueles discípulos que caminhavam para
o povoado de Emaús.
Nesse mesmo
sentido, São Lucas fala a respeito da visita de Pedro ao sepulcro: “Pedro, contudo, levantou-se e correu ao
túmulo. Inclinando-se, porém, viu apenas os lençóis. E voltou para casa, muito
surpreso com o que acontecera.” (Lucas 24,12) Não percebemos outras pessoas
com São Pedro nesse momento. Mas, pelo relato de São João, isso fica claro,
pois ao sair São Pedro, São João corre atrás dele, e o ultrapassa, chegando
primeiro ao túmulo, ficando do lado de fora. Pedro chega logo após e entra no
sepulcro. (João 20)
E dos dois
discípulos, que através de São Marcos não lemos os nomes, em São Lucas um deles
é nomeado Cléofas. Depois que viram Jesus ressuscitado, voltam a Jerusalém com
a fé restabelecida, e mencionam o fato de que Jesus apareceu a Simão. (Lucas
24,18.34) No verso 24 é relatado que o testemunho das mulheres apenas trazia a
aparição angélica, e que ninguém ainda havia visto o Senhor. Então, é narrada a
aparição aos discípulos, nos versos 37 a 52.
Escrevendo sobre
esses acontecimentos, o apóstolo São Paulo mostra que isso é conteúdo da fé
cristã. Em primeiro, ao lembrar as aparições, menciona a aparição a Cefas
(Pedro), e depois aos Doze apóstolos. Ainda uma aparição a quinhentos irmãos,
uma a Tiago, e depois uma a todos os apóstolos. E por fim fala da aparição a
ele mesmo. (1 Coríntios 15,5-8) Pelo visto, São Paulo não está fazendo uma
citação com a cronologia completa das aparições, mas manifestando que essas são
parte da fé cristã original, oficial, e obrigatória a todo o cristão professo.
Pela descrição
dos discípulos de Emaús, e de São Paulo em 1 Coríntios 15,5, teríamos que o
primeiro a ver o Senhor foi Simão Pedro, mas que os relatos nos mostram que foi
a Maria Madalena, e a outras mulheres com ela, que o Senhor apareceu
primeiramente.
Aprendemos que
as citações nem sempre revelam, separadamente, toda a cena, e deixam-nos
impressões que não condizem com as mesmas, quando fazendo uma exegese
cuidadosa, segundo os dados fornecidos. Muito pode fazer parte da nossa
imaginação, que tende a completar algo que percebemos estar faltando, ou mesmo
à nossa razão que está inclinada a concluir algo apressadamente, e com isso
fazemos uma ideia rígida da cena, quando o texto não nos permite mais do que
ele mesmo nos revelou e sugeriu.
Diante de tudo
isso, alguns exigem que sejam explicados detalhes que a Bíblia não mostra serem
de importância para o entendimento do que está posto. Um exemplo é a aparição a
São Tiago, como revelada por São Paulo. No mesmo contexto em que as aparições
de Cristo ressuscitado são mencionadas, fala-se de uma aparição a Pedro, em
particular, e ao grupo em geral depois, como também conta-nos uma aparição a
Tiago, e depois aos outros. Os detalhes e objetivos dessas aparições a
indivíduos não são de todo revelados.
São Paulo cita a
aparição que teve do Senhor como sendo a última, e isso sabemos que foi naquele
momento que ocorreu a sua conversão. A Pedro e a Tiago o motivo com certeza não
foi converter-lhes, pois os mesmos haviam tido outras aparições quando estavam
com os demais apóstolos e discípulos. No caso de São Pedro é interessante
ressaltar que na aparição feita quando estavam pescando, foi quando Jesus
perguntou se ele O amava mais que os outros. Isso sugeriria que a aparição
particular ainda não tivesse ocorrido, se fôssemos pensar que Jesus teria feito
esse questionamento logo na primeira oportunidade. De fato, a ordem das
manifestações de Jesus não é plenamente conhecida.
Desse modo, a
aparição a Maria Madalena e às outras mulheres é seguida daquela aos dois
discípulos, ou seja, a Cléofas e ao outro, que dirigiam-se a Emaús. Quando,
porém, voltaram aos Onze, os dois contaram tudo o que tinham visto, e
testemunharam uma aparição a Simão. (Lucas 24,18s) Pelos dados do evangelho de
João teríamos que a aparição a Maria Madalena foi seguida por aquela aos
discípulos de Emaús. Porém, ao ler o relato dos mesmos, vemos que uma aparição
a Simão pode ter ocorrido nesse intervalo, após a manifestação a Maria
Madalena, e antes daquela que eles tiveram a graça de receber.
Mas, há outra
possibilidade. O uso da designação os “Onze” pode ser referencial, de forma a
não equivaler ao número exato dos onze apóstolos em cada momento em que o termo
é empregado, sendo usado apenas para indicar o grupo dos apóstolos, ainda que
refira-se a um número menor deles em uma ocasião. Da mesma forma, quando “os
discípulos” são indicados, não sabemos quantos deles estavam reunidos, a não ser
que um esclarecimento seja dado na Palavra de Deus.
Por esse ângulo,
no verso 19 do capítulo 20 de São João está escrito: “Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos
tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus
veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes: “A paz esteja convoco!””. E, mais
adiante, no verso 24, há um esclarecimento: “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio
Jesus.”
Assim, conforme
Marcos 16,13, os dois discípulos contaram a aparição aos Onze, e esses não
creram: “Eles foram anuncia-lo aos
demais. Mas estes tampouco acreditaram”. A expressão “aos demais” poderia
indicar todos os outros discípulos, mas não é isso necessário. E pela análise
contextual, isso é menos provável. Assim, possivelmente, Pedro não estava ali
ainda, e sua aparição foi revelada por Jesus aos discípulos e Emaús. Cristo
certamente contou-lhes da Sua aparição a Simão. Isso é reforçado pela
informação de que “mas estes tampouco acreditaram”, o que se entendido como
incluindo todos os onze, colocaria Pedro e João nessa categoria, o que sabemos
não ser o caso.
De fato, em João
20, 7 e 8 está escrito que João chegou ao sepulcro, mas não entrou de pronto.
Pedro chegando em seguida, entrou no sepulcro, viu o sudário e os panos. Logo,
entrando João, “viu e creu”. Então, o verso 9 mostra a fé de ambos: “Em verdade, ainda não haviam entendido a
Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos.” A fé
foi a eles completada naquele momento. Então, o verso 10 mostra que eles
“voltaram para as suas casas”. Essa informação explica o motivo de Pedro não
estar entre os “onze” quando os discípulos de Emaús contaram o que havia
ocorrido no caminho.
Não compreendendo
esse modo bíblico de relatar os fatos, alguns afirmam que a aparição a Tiago
provaria tratar-se de um “outro” Tiago que não estava no número dos Doze, pois
Jesus já havia aparecido aos apóstolos mais de uma vez, e não haveria razão
para, em particular, aparecer a Tiago novamente. Seria essa a ocasião de
reavivar ou dar a fé a um incrédulo. Mas, como já pode-se notar neste estudo,
Jesus aparece a Pedro em circunstância similar, ainda que já tivesse aparecido
a ele noutras ocasiões. Em nenhum momento a Bíblia afirma o motivo dessas
aparições. E se o caso da tríplice exigência de da confissão de amor a Cristo
foi a primeira aparição a Simão, então temos que a aparição em particular tem
outra razão que não seja o testemunho da ressurreição. Esse certamente não foi
o motivo em cada vez que aparecia. No entanto, o contexto inteiro é uma prova
de que o Senhor está vivo, ressuscitado, e várias vezes apresentou-Se aos
discípulos, falou com eles, tomou refeição com eles, partiu o pão,
ensinou-lhes. Sabemos que Cristo apareceu durante quarenta dias, falando das
coisas do reino. (Atos 1,3) Portanto, foram inúmeras aparições, a grupos de
pessoas, a pessoas em particular, em diversos momentos. E, estritamente em
concordância com os dados bíblicos, sabemos que nenhum motivo há para levantar
qualquer problema quanto à identidade do apóstolo Tiago, que é filho de Maria e
Cléofas-Alfeu. O que passa disso é fruto de imaginação.
Aparição a Tomé
As Escrituras
mostram que o apóstolo Tomé foi aquele que não creu na ressurreição do Senhor,
e exigiu que para isso devesse primeiro ver e tocar o corpo de Jesus. (João
20,25) Por isso, na cena acima relatada, que está no evangelho de são João, a
primeira aparição especifica que Tomé Dídimo não estava com os outros
discípulos naquele momento. Isso prepara para entendermos o modo do Senhor
tratar aquela questão.
Oito dias
depois, no domingo próximo, Jesus aparece aos discípulos. Então, o verso
seguinte afirma que “estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé
com eles”. (João 20, 26)
Tomé foi aquele que
pôs um desafio ao Senhor, e a aparição a ele foi entre os outros discípulos. Se
alguém precisava de uma aparição exclusiva, esse foi Tomé. Mas, ainda assim,
oito dias transcorreram sem que Jesus fizesse isso. Dirige-se a ele
individualmente, sim, mas entre os outros, diante de todos. Portanto, a Bíblia
não oferece nenhuma base para que seja fixado um objetivo de Jesus ao
revelar-Se a alguém, ou a um grupo. E ainda que o fim seja provar Sua
ressurreição, não há motivo de pensar que a aparição seria feita
individualmente.
São Pedro e São Tiago
O apóstolo Tiago
é um dos mais citados na Igreja primitiva, como sendo de autoridade notória
naqueles tempos. Por exemplo, Pedro manda anunciar a Tiago o que havia
ocorrido. (Atos 12,17) É São Tiago que fala após Pedro decidir a questão no
Concílio de Jerusalém. (Atos 15,13) Localmente, entretanto, era São Tiago o
bispo da igreja na cidade de Jerusalém, ainda que São Pedro fosse o primeiro
dos apóstolos.
Portanto, a
aparição a Tiago em particular está nesse contexto que envolve um dos maiores
líderes da igreja local de Jerusalém. São Pedro o chefe do colégio apostólico,
e São Tiago o líder da igreja local de Jerusalém, sendo o seu primeiro bispo. E
esse Tiago é o filho de Alfeu e Maria, a mesma chamada nos evangelhos de “a
outra Maria”, como fica claro pela correta exegese, e comprovado por documentos
históricos.
Christopher Wong
afirma que provavelmente a outra Maria era cunhada da virgem Maria, mãe de
Jesus. Ele cita as informações que Hegesipo conservou, de que Simão era filho
de Cléofas, e foi bispo de Jerusalém. Afirma, ainda, que Cléofas era irmão de
São José.
Por tudo isso,
aprendemos que a Bíblia corrobora a doutrina da virgindade de Maria, e conforme
a profundidade exegética aumenta, mais é notória a verdade de que Jesus foi seu
Filho único.
Gledson Meireles.