Sendo a Alemanha no
século XVI “o país mais “igrejeiro” da Europa”,
é já um indício de que a Reforma é um movimento essencialmente religioso e
somente em segundo lugar tem seu aspecto político, social e cultural.
A Igreja alemã era fiel
ao papa, os alemães eram bastante religiosos, mas muitas superstições
predominavam entre o povo.
O historiador fala da
venda de indulgências: “Havia muitas coleções de
relíquias e a venda de indulgências se multiplicava”.
A literatura cristã era
lida com muito apreço.
Os impostos eram
pesados, e o fiscalismo era grande.
Os padres paroquiais
eram mal formados, pobres e viviam com concubinas. Williston Walker observa que
os leigos estavam tornando-se mais alfabetizados, e por isso notavam essas
situações com mais clareza.
Entre o secularismo e a
indiferença religiosa e o despertar para uma exigência de que a Igreja fosse
mais pura, essa última apenas afetava a “igreja
institucional”, como diz Walker.
“A ironia é que a igreja romana, no meio de uma nova onda
de devoção religiosa, deixou de exercer a liderança moral e espiritual nos
escalões mais elevados e foi incapaz, no nível espiritual, de nutrir e guiar a piedade leiga que estava germinando.”
(W. Walker)
Afirma ainda que a
Igreja ensinava “que apenas uma fé ativa em obras de amor poderia ser uma fé
salvífica”. (p. 491)
O problema da certeza
da salvação, o sacramento da penitência visto como opressor por causa da ideia
dos benefícios espirituais vinculados à questão financeira era enorme.
As pessoas aderiram em
grande escala à reforma porque essa atendia ou prometia atender às necessidades
das pessoas. Afirma que foram pessoas sinceras que perseguiam a salvação e
auxílio na igreja, e com “amor desiludido” que tornaram-se protestantes.
Fala da querela de
Johannes Reuchlin a respeito de Pfefferkorn.
Então, em 31 de outubro
de 1517 um professor de universidade alemão protesta contra um abuso
eclesiástico: “Tal protesto encontrou resposta imediata e disparou a maior de todas as revoluções
na história da igreja cristã.” Portanto, do que o historiador afirma, a reforma
é também uma revolução.”
Os frades agostinianos
deviam pregar e estudar a Bíblia. Williston Walker afirma que Lutero “era um
teólogo brilhante e erudito de primeira qualidade”. Lutero não encontrava paz
de espírito no mosteiro.
No lugar das obras
Lutero entendeu que a relação com Deus está pautado na confiança absoluta na
promessa divina de perdão por causa de Cristo. A fé é a firme confiança do
coração na misericórdia de Deus por causa de Cristo.
Williston Walker afirma que Lutero repudiou radicalmente o
ensino dos teólogos escolásticos antigos, que ensinaram que o homem pode
cooperar com sua salvação após a justificação, praticando obras meritórias,
pois está vivendo em um estado de graça.
“Ele também condenou os primeiros
escolásticos por ensinarem que pecadores justificados cooperam em sua salvação
mediante a realização de obras meritórias dentro de um estado de graça”.
Afirma que, em 1516 Lutero falava da fé que justifica o homem
que é humilde, mas em 1519 ensinava a fé somente.
Os companheiros de Lutero foram André Bodenstein de Karlstadt
e Nicolau von Amsdorf.
Fonte: História da Igreja Cristã, de Williston Walker.
Gledson Meireles.
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