quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Algumas afirmações sobre o início da Reforma Protestante

Sendo a Alemanha no século XVI “o país mais “igrejeiro” da Europa”, é já um indício de que a Reforma é um movimento essencialmente religioso e somente em segundo lugar tem seu aspecto político, social e cultural.
A Igreja alemã era fiel ao papa, os alemães eram bastante religiosos, mas muitas superstições predominavam entre o povo.
O historiador fala da venda de indulgências: “Havia muitas coleções de relíquias e a venda de indulgências se multiplicava”.
A literatura cristã era lida com muito apreço.
Os impostos eram pesados, e o fiscalismo era grande.
Os padres paroquiais eram mal formados, pobres e viviam com concubinas. Williston Walker observa que os leigos estavam tornando-se mais alfabetizados, e por isso notavam essas situações com mais clareza.
Entre o secularismo e a indiferença religiosa e o despertar para uma exigência de que a Igreja fosse mais pura, essa última apenas afetava a “igreja institucional”, como diz Walker.
A ironia é que a igreja romana, no meio de uma nova onda de devoção religiosa, deixou de exercer a liderança moral e espiritual nos escalões mais elevados e foi incapaz, no nível espiritual, de nutrir e guiar       a piedade leiga que estava germinando.” (W. Walker)
Afirma ainda que a Igreja ensinava “que apenas uma fé ativa em obras de amor poderia ser uma fé salvífica”. (p. 491)
O problema da certeza da salvação, o sacramento da penitência visto como opressor por causa da ideia dos benefícios espirituais vinculados à questão financeira era enorme.
As pessoas aderiram em grande escala à reforma porque essa atendia ou prometia atender às necessidades das pessoas. Afirma que foram pessoas sinceras que perseguiam a salvação e auxílio na igreja, e com “amor desiludido” que tornaram-se protestantes.
Fala da querela de Johannes Reuchlin a respeito de Pfefferkorn.
Então, em 31 de outubro de 1517 um professor de universidade alemão protesta contra um abuso eclesiástico: “Tal protesto encontrou resposta imediata e disparou a maior de todas as revoluções na história da igreja cristã.” Portanto, do que o historiador afirma, a reforma é também uma revolução.”
Os frades agostinianos deviam pregar e estudar a Bíblia. Williston Walker afirma que Lutero “era um teólogo brilhante e erudito de primeira qualidade”. Lutero não encontrava paz de espírito no mosteiro.
No lugar das obras Lutero entendeu que a relação com Deus está pautado na confiança absoluta na promessa divina de perdão por causa de Cristo. A fé é a firme confiança do coração na misericórdia de Deus por causa de Cristo.
Williston Walker afirma que Lutero repudiou radicalmente o ensino dos teólogos escolásticos antigos, que ensinaram que o homem pode cooperar com sua salvação após a justificação, praticando obras meritórias, pois está vivendo em um estado de graça.
Ele também condenou os primeiros escolásticos por ensinarem que pecadores justificados cooperam em sua salvação mediante a realização de obras meritórias dentro de um estado de graça”.
Afirma que, em 1516 Lutero falava da fé que justifica o homem que é humilde, mas em 1519 ensinava a fé somente.
Os companheiros de Lutero foram André Bodenstein de Karlstadt e Nicolau von Amsdorf.
 
Fonte: História da Igreja Cristã, de Williston Walker.
 
Gledson Meireles.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário