1)
Para
o imortalismo, que é a doutrina bíblica, o corpo é a parte material do homem, e
a alma é a sua parte imaterial, criada no instante em que Deus soprou o
espírito de vida e criou o homem (Gn 2,7). A alma vivente é, segundo a
linguagem bíblica, a própria pessoa viva. Dessa forma, e nesse sentido, a alma
pode morrer, pois a pessoa é mortal. Uma alma morta significa uma pessoa morta.
No entanto, o que costumamos chamar de alma é a parte que é muitas vezes
mostrada na Bíblia como sendo o que restou do homem, em sua consciência, após a
morte. Como está na parábola do rico e Lázaro.
O espírito de Deus é o que
mantem a ligação do corpo com a alma e, portanto é o que mantem a pessoa viva.
Extinguindo-se naquela pessoa o espírito, alma separa-se do corpo e o resultado é a morte.
É por isso que na morte o espírito volta para Deus (Ecl 12,7), o corpo volta à terra, e a alma é julgada e vai para o céu ou para o inferno. Essa energia de Deus que vivifica o homem não é pessoal, não tem consciência,
mas a alma humana que separa-se do corpo tem. Ela também é chamada de espírito.
No Antigo Testamento
a alma descia ao sheol. Desse modo, explica-se que não há santos no céu no AT,
mas almas na escuridão e quase sem ação. Então, entendo que o mortalismo
nega a existência do que chamamos de alma.
2)
A
ressurreição é a vivificação do corpo e a sua união com a alma, que aguardou esse
dia no céu, como está em Ap 6,9, no caso dos justos. É o poder de Deus que faz
isso, recriando da terra o mesmo corpo e o glorificando, e ligando-o com a alma
que já havia criado. Assim, é a mesma pessoa que volta a viver, já que a
matéria foi corrompida totalmente mas não desapareceu, e a alma permaneceu
consciente. Portanto, ao falar que os corpos voltam à vida afirmamos o mesmo
que está em Mateus 27,52, que fala dos corpos que dormiam. O problema dos mortalistas é real e insolúvel: o corpo
que voltará à vida é recriado, e recebe o espírito (energia) de Deus com a
memória e tudo o mais que Deus conservou em Sua própria memória, ou de outro
modo que ninguém sabe como explicar. Sabe-se apenas, logicamente, que é virtual
essa “existência", já que essas memórias não estavam como seres em lugar
nenhum no universo nem no mundo espiritual, pois do contrário seria o mesmo que
explicamos sobre a alma.
Assim, a pessoa é uma “recriação” no
sentido mais pleno da palavra, o que nos impele a admitir que é outra pessoa
igual à que antes viveu, mas não pode de forma alguma ser a mesma, pois nada
dela permaneceu após a morte: o corpo voltou ao pó e toda sua personalidade
deixou de existir. Deus então, pelo Seu espírito, sopra novamente o espírito e
cria novamente aquela pessoa. Para o imortalismo não há esse problema racional,
pois o corpo é o mesmo, só que glorificado, ligado à mesma alma que nunca
deixou de existir, e que manteve a memória, a vontade e os pensamentos de cada
pessoa. Por isso é a mesma pessoa que é ressuscitada.
Gledson Meireles.
Olá Gledson Meireles
ResponderExcluirBoa noite
Parabéns mais uma vez pelo estudo.
A crença da morte da alma não se sustenta pois como pode um fôlego de vida inconsciente ao se juntar a um corpo igualmente inconsciente gerar um ser consciente? Para que haja consciência se faz necessário um elemento espiritual consciente que é justamente a alma imortal.
Um grande abraço
Luiz
Luiz, seus comentários sempre ajudam.
ExcluirÉ realmente interessante essa junção de matéria e energia criar o homem, e assim ser todas as pessoas, apenas junções de matéria de energia deixando de existir na morte e voltando a existir na ressurreição, sendo já algo absurdo insistir que é a mesma pessoa, e outras coisas mais.
Gledson.
Olá Gledson Meireles
ResponderExcluirParabéns mais uma vez pelo seu artigo refutando a crença mortalista.
De fato, a crença da mortalidade da alma não se sustenta pois é impossível um fôlego de vida inconsciente ao se juntar a um corpo também inconsciente formar um ser consciente i.e uma alma vivente. Pois pelo que eu entendo da visão mortalista quando o fôlego de vida entra no corpo e mais especificamente no cérebro aí é gerada a mente ou consciência e como o fôlego de vida e o corpo permanecem enquanto ser vivente também aparece a consciência ou mente que aí seria o ser vivo em si, e aí nós teríamos na verdade três elementos na própria visão mortalista que seria o fôlego de vida, o corpo e a consciência ou mente pois todos esses três elementos existem no ser humano enquanto o mesmo está vivo e sendo a consciência ou mente o ser em si como fica o fôlego de vida? Será que permanece inconsciente? Os defensores da doutrina da mortalidade da alma podem argumentar que o fôlego de vida se transformou em consciência ou mente mas aí seria um problema para a crença mortalista pois teríamos que admitir que o próprio fôlego de vida se tornou consciente e sendo assim o mesmo teve uma participação na vida do ser humano e portanto estaria sujeito a ser salvo ou condenado pois seria consciente. Mesmo na visão mortalista o fôlego de vida ao se juntar com o corpo age de forma ininterrupta no ser humano e isso é entendido na fórmula que os mortalistas fazem que é:
Fôlego de vida + corpo = alma vivente
Ora admitindo essa fórmula está claro que o fôlego de vida atua no corpo e portanto participa de forma consciente na vida do próprio ser humano e portanto como está funcionando de forma ativa tem consciência, e onde fica então a inconsciência do fôlego de vida? A essência do fôlego de vida é gerar vida até mesmo pela própria definição que é fôlego de vida e não só gera mas participa de forma ativa no processo e gera vida consciente e não inconsciente. Os mortalistas costumam usar uma passagem bem conhecida de Eclesiastes para tentar fundamentar a crença da morte da alma mas se o fôlego de vida é ativo na vida do ser humano e participa dos pensamentos, raciocínios e atos como então ele pode simplesmente por ocasião da morte ser considerado um elemento espiritual neutro apenas voltando para Deus?
Uma outra questão é que de acordo com a crença da morte da alma dois elementos ou seja um espiritual inconsciente e outro material consciente ao se juntarem forma um ser consciente e não tem como isso ocorrer e também que para que exista um ser humano vivente se faz necessário um elemento espiritual consciente que exista em si definindo de forma objetiva o ser que é justamente a alma imortal e a visão mortalista não oferece a identificação do ser humano pois quem é o ser no visão mortalista?É o fôlego de vida? É o corpo mas especificamente o cérebro? Os mortalistas vão argumentar que é justamente a soma dos dois elementos mas a soma dos dois elementos forma uma ação de um no outro ou seja a ação do fôlego de vida no corpo sem ter um ser em si logo o ser humano não existe mesmo na visão mortalista pois falta justamente o elemento espiritual consciente em si que é justamente a alma imortal. E se os mortalistas argumentarem que o ser é a consciência ou a mente essa é produzida pela ação ou seja a atividade do fôlego no corpo logo não tem um existência própria e é em última análise fôlego mais o corpo. E ao analisarmos a natureza do fôlego e do corpo em si chegamos a conclusão que ambos são inconscientes.
Um grande abraço
Luiz
Olá Gledson Meireles
ResponderExcluirBoa tarde
Parabéns mais uma vez pelo seu artigo refutando a crença mortalista.
De fato, a crença da mortalidade da alma não se sustenta pois é impossível um fôlego de vida inconsciente ao se juntar a um corpo também inconsciente formar um ser consciente i.e uma alma vivente. Pois pelo que eu entendo da visão mortalista quando o fôlego de vida entra no corpo e mais especificamente no cérebro aí é gerada a mente ou consciência e como o fôlego de vida e o corpo permanecem enquanto ser vivente também aparece a consciência ou mente que aí seria o ser vivo em si, e aí nós teríamos na verdade três elementos na própria visão mortalista que seria o fôlego de vida, o corpo e a consciência ou mente pois todos esses três elementos existem no ser humano enquanto o mesmo está vivo e sendo a consciência ou mente o ser em si como fica o fôlego de vida? Será que permanece inconsciente? Os defensores da doutrina da mortalidade da alma podem argumentar que o fôlego de vida se transformou em consciência ou mente mas aí seria um problema para a crença mortalista pois teríamos que admitir que o próprio fôlego de vida se tornou consciente e sendo assim o mesmo teve uma participação na vida do ser humano e portanto estaria sujeito a ser salvo ou condenado pois seria consciente. Mesmo na visão mortalista o fôlego de vida ao se juntar com o corpo age de forma ininterrupta no ser humano e isso é entendido na fórmula que os mortalistas fazem que é:
Fôlego de vida + corpo = alma vivente
Ora admitindo essa fórmula está claro que o fôlego de vida atua no corpo e portanto participa de forma consciente na vida do próprio ser humano e portanto como está funcionando de forma ativa tem consciência, e onde fica então a inconsciência do fôlego de vida? A essência do fôlego de vida é gerar vida até mesmo pela própria definição que é fôlego de vida e não só gera mas participa de forma ativa no processo e gera vida consciente e não inconsciente. Os mortalistas costumam usar uma passagem bem conhecida de Eclesiastes 12:7 para tentar fundamentar a crença da morte da alma mas se o fôlego de vida é ativo na vida do ser humano e participa dos pensamentos, raciocínios e atos como então ele pode simplesmente por ocasião da morte ser considerado um elemento espiritual neutro apenas voltando para Deus?
Uma outra questão é que de acordo com a crença da morte da alma dois elementos ou seja um espiritual inconsciente e outro material inconsciente ao se juntarem formam um ser consciente e não tem como isso ocorrer e também que para que exista um ser vivente se faz necessário um elemento espiritual consciente que exista em si definido de forma objetivo o ser que é justamente a alma imortal e a visão mortalista não oferece a identificação do ser humano pois quem é o ser no visão mortalista?É o fôlego de vida? É o corpo mas especificamente o cérebro? Os mortalistas vão argumentar que é justamente a soma dos dois elementos mas a soma dos dois elementos forma uma ação de um no outro ou seja a ação do fôlego de vida no corpo sem ter um ser em si logo o ser humano não existe mesmo na visão mortalista pois falta justamente o elemento espiritual consciente em si que é justamente a alma imortal. E se os mortalistas argumentarem que o ser é a consciência ou a mente essa é produzida pela ação ou seja a atividade do fôlego no corpo logo não tem um existência própria e é em última análise fôlego mais o corpo. E ao analisarmos a natureza do fôlego e do corpo em sim ambos são inconscientes.
Um grande abraço
Luiz
Luiz, veja mais uma reflexão, a partir de Ap 20, 1-5, sobre esse tema.
ExcluirObrigado.