Afirma também, por isso, a
instituição dos bispos, que sucedem aos apóstolos. É um trabalho grandioso mostrar
a tradição dos apóstolos em cada igreja, e para colocar os hereges em confusão,
ele o faz mostrando a tradição de Roma. De fato, os hereges não podem traçar
sua fé até os mesmos apóstolos. A Igreja de Roma é, segundo Santo Irineu, “a maior, a mais antiga, e universalmente conhecida Igreja
fundada e organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo;
como também [apontando] a fé pregada aos homens, a qual vem ao nosso tempo por
meio das sucessões dos bispos.”
Não tendo espaço para apresentar
a tradição em todas as Igrejas, ele mostra a tradição de Roma, e com ela resume
toda a autêntica e legítima tradição apostólica, que nos vem através da
sucessão dos bispos.
E, continuando, afirma que é
necessário ter comunhão com Roma. Ele escreve: “Pois
é uma questão de necessidade que toda igreja concorde com esta Igreja, por
causa da sua preeminente autoridade, que é, o fiel em toda parte, na medida em
que a tradição foi continuamente preservada por aqueles [homens fieis] quem
existem em toda parte.”
Falando da sucessão apostólica da
Igreja de Roma, ele mostra que São Lino sucedeu a São Pedro. Lino recebeu o
episcopado das mãos de Pedro e Paulo. Depois sucede Clemente, e desse escreve
santo Irineu: “Esse homem, como tinha visto os
bem-aventurados apóstolos, e tinha conversado com eles, pode ser dito de ter a
pregação dos apóstolos ainda ecoando [em seus ouvidos], e suas tradições diante
de seus olhos”.
Assim, santo Irineu traz uma nota
para compreendermos a tradição. Ele cita a pregação oral e as tradições
visíveis, uma distinção interessante. Certamente, refere-se sob o termo tradição às instituições e
costumes que os apóstolos deixaram.[1]
Portanto, ser cristão é guardar a
tradição apostólica que vem através da sucessão de bispos da Igreja Católica, e
está em conformidade com a Igreja na cidade de Roma. Portanto, devemos ser cristãos católicos apostólicos romanos.
Gledson Meireles.
[1]
Santo Irineu, Against Heresies, Livro III, 3.
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