domingo, 26 de janeiro de 2014

A Fonte de Santidade: Deus.

Em azul: citações diretas do Catecismo da Igreja Católica.
Em vermelho: citações diretas do livro de Rick Jones.

A doutrina católica sobre a virgem Maria é entendida unicamente na Pessoa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. “O a fé católica crê acerca de Maria funda-se no que ela crê acerca de Cristo” (CIC, 487). E, ainda, na reflexão sobre Maria temos mais luz e fortalecemos a nossa fé em Jesus: “mas o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, a sua fé em Cristo”. É na Pessoa de Jesus que o católico aprende sobre a Sua mãe.

Para defender a verdade sobre Jesus a Igreja consequentemente teve maior consciência de Maria no mistério do Salvador. Foi um resultado natural. Assim, entendeu que ela nasceu sem o pecado original. Não é aqui o espaço para apresentar esse dogma, mas entendamos que o mesmo decorre do privilégio de ser a virgem Maria a mãe do Salvador. “Essa “santidade inteiramente singular” da qual Maria é “enriquecida desde o primeiro instante da sua conceição” lhe vem inteiramente de Cristo: “Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime.

Cremos firmemente, como ensina a Bíblia e a Igreja Católica, que Maria nasceu sem pecado por pura graça de Deus, sem intervenção humana, sem mérito das obras, que sua santidade tem a fonte em Jesus Cristo, que ela foi salva por Sua morte de cruz, e que somente o modo em que a graça lhe veio foi diverso do nosso, pois no instante da concepção ou da existência Deus resgatou-a do poder o Maligno.

A fé católica é explicada nos documentos da Igreja, em especial no resumo condensado nos Catecismos, como o Catecismo da Igreja Católica. Essa é a manifestação oficial e definida da fé que o cristão católico deve ter, da forma como deve compreender, por ser de origem divina, e, portanto, está na Bíblia Sagrada e na Tradição cristã católica.

Do que foi expresso acima temos o ensino da Igreja que Jesus Cristo é o nosso fundamento da fé, e que a virgem Maria está associada a Ele por ter sido predestinada para ser Sua mãe, e que por isso recebeu a graça de ser livre do pecado de origem, e recebeu a santidade que vem do próprio Cristo, sendo salva por Ele. Essa é a fé católica crida por todo fiel cristão.

O Protestantismo não compreende essa doutrina, e geralmente tenta inculcar nos católicos aquilo que não faz parte da mesma. Essa foi a intenção de um ex-católico que em seu testemunho escreveu que apesar de ser católico treinado no ensinamento da Igreja, não entendia bem a doutrina e nem sua relação com a Bíblia, o que levou, junto com a espoca, a ter abalada sua “fé na Igreja Católica”. E, com intuito de esclarecer os católicos escreveu sobre a santidade de Maria, num dos capítulos de sua obra, sob o título: Maria: fonte de santidade.

Examinando o Catecismo no número 2030, o autor leu que “A Igreja Católica alega que a virgem Maria é modelo e fonte da verdadeira santidade: “Da Igreja aprende o exemplo de santidade; reconhece sua figura e sua fonte em Maria, a Virgem Santíssima. P. 534, #2030"”.

Vê-se pelo exposto que o autor cita o Catecismo e entende que o mesmo ensina que a santidade vem de Maria como sendo a “fonte” dessa santidade.

Contudo, como lemos acima no mesmo Catecismo nos números relativos à virgem Maria (cf. 487, 490, 492, 494), a doutrina ensina que a fonte de santidade é Jesus Cristo, e que a santidade de Maria vem do Seu Filho. Será que o Catecismo entrou em contradição? Obviamente, não, mas o autor citado não entende a doutrina católica ainda.

O número 2030 trata de “A Igreja, Mãe e Educadora”, e com isso mostra que os cristãos recebem a Palavra de Deus na Igreja, também os sacramentos, e que “Da Igreja aprende o exemplo de santidade [ênfase no original]. Entendamos bem: o assunto é o exemplo de santidade. A Igreja é colocada como exemplo.
E continuando na mesma linha ensina: “reconhece a sua figura e a sua fonte em Maria”. De que está tratando? Do exemplo de santidade que a Igreja tem em Maria e passa para os seus fieis. Essa é a citada “fonte”, que o autor não soube entender. No número 2031 o Catecismo ensina: “A vida moral é um culto espiritual”. Portanto, está falando dos exemplos de fé e obediência da Igreja, a qual a primeira é a virgem Maria, mãe do Senhor, que oferece essa “figura e fonte” ou “exemplo” de santidade como criatura em resposta ao Criador. Tudo radicado no exemplo perfeitíssimo de santidade que é JESUS CRISTO. Maria foi santa pela graça e benções que recebeu de Deus em Seu Filho. Jesus é a fonte. É a mesma doutrina da Bíblia.

O autor pensando que entendeu corretamente, avisa o católico que a Igreja exige que ele olhe para uma “frágil mulher” enquanto que a Bíblia manda olhar para o “Deus eterno do universo como seu modelo e fonte de santidade”. Esse é outro caso de deturpação da verdadeira doutrina católica, por alguém que foi católico, teve dificuldades em captar a real doutrina, deixou a Igreja, está tentando convencer os católicos de estar em erro, lê o Catecismo, que é a fonte abalizada da doutrina da Igreja Católica, mas ainda assim erra em sua leitura e veicula uma doutrina que a própria Igreja rejeita.

Observações: Católico, a Igreja ensina você a crer que Jesus é a Fonte de santidade, de onde provem a santidade, que somente vem de Deus. Ensina você a crer também que a virgem Maria é o exemplo primeiro de seguidora de Jesus, por isso é a fonte de modelo cristão, e nesse sentido exemplo fonte de santidade.
Mas, o protestante Rick ensina que você deve crer em Jesus como fonte de santidade! A Igreja Católica ensina: Jesus é a fonte de santidade, e o Rick também pensa o mesmo, e não acresceu nada. Mudou alguma coisa? Absolutamente, não. Então, que motivo você tem para mudar de fé?

Ainda, o protestante Rick ensina que você não deve ter uma criatura como fonte de santidade? Mas, se você compreendeu bem, a Igreja não tem Maria como fonte de santidade, ou da graça divina, mas somente a Deus. E o Protestantismo entende também que Maria pode ser exemplo de vida cristã para nós. Há alguma mudança de fé? Igualmente, não.

Portanto, se o Rick tivesse considerado esse ensinamento da Igreja, e entendido corretamente, não teria escrito o respectivo capítulo em crítica ao número 2030 do Catecismo.

Resposta à questão principal do cap. 18 do livro Por Amor aos Católicos Romanos, Chick Publications, de Rick Jones.


Gledson Meireles.

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